Fórum para a Competitividade revê PIB em baixa para entre 2,5% e 4% em 2022
No melhor cenário do Fórum, o PIB cresce tanto quanto o FMI prevê, desacelerando face aos 4,9% de 2021. Já na taxa de inflação e no desemprego as previsões estão mais alinhadas com as do Governo.
O Fórum para a Competitividade reviu em baixa o crescimento económico de Portugal para o intervalo entre 2,5% e 4%, com um ponto central no 3,3%, o que compara com a previsão anterior que admitia uma variação do PIB de 4,5%. Esta nova projeção fica bastante abaixo dos 4,9% estimados pelo Governo e o Banco de Portugal, mas vai ao encontro dos 4% estimados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) esta semana.
“Em linha com o crescimento moderado esperado para os nossos parceiros comerciais e com a margem para recuperar da recessão de 2020, o Fórum para a Competitividade estima um abrandamento do crescimento, de 4,9% em 2021, para entre 2,5% a 4% em 2022 e uma nova desaceleração em 2023, para entre 1,5% a 3%, com a eliminação da folga da economia”, lê-se nas perspetivas empresariais divulgadas esta quinta-feira, notando que em março registou-se “uma queda generalizada da confiança, com destaque para o caso dos consumidores e também da indústria”.
Quando divulgou previsões para o primeiro trimestre, no início de abril, o Fórum referia que “em 2022, a desaceleração do PIB face às anteriores estimativas deverá ser inferior a um ponto percentual e a aceleração da inflação deverá rondar os dois pontos percentuais”. Em janeiro, a previsão para o conjunto do ano definia um intervalo de 2,5% a 4,5%. A revisão em baixa é justificada pela invasão russa na Ucrânia, o que “deverá impedir um crescimento tão forte como inicialmente esperado”.
Em relação à inflação, o Fórum aponta para um intervalo que engloba a nova previsão do Governo (4%): a taxa de inflação deve acelerar para entre 3% a 4,5% em 2022. “É provável a persistência de tensões inflacionistas significativas até meados de 2022, mas que deverão abrandar posteriormente”, explica a publicação trimestral, antecipando que em 2023 a taxa de inflação irá desacelerar para entre 1% a 2,5%.
Já o mercado de trabalho deverá manter a forte dinâmica que tem tido, com a taxa de desemprego a situar-se entre 6% a 6,5% em 2022 e entre 5,5% e 6% em 2023, sem que tal leve a uma espiral de salários e inflação. “Há três razões significativas que impedem que, no curto prazo, os salários possam acompanhar a subida dos preços: estarmos perante uma inflação da oferta; a perda de rendimento com o aumento dos preços das importações de energia; para não criar uma espiral inflacionista, em que se tenta correr atrás da própria sombra”, explica o diretor do Gabinete de Estudos do Fórum para a Competitividade, Pedro Braz Teixeira, no relatório das Perspetivas Empresariais relativas ao primeiro trimestre de 2022 divulgado esta quinta-feira.
Quanto ao Orçamento do Estado para 2022, o Fórum aproveita para fazer um alerta sobre os impostos: “A atualização das tabelas de IRS abaixo da inflação constitui um aumento dos impostos sobre as famílias, que não se compreende num momento em que o consumo já está a ser penalizado pela inflação e pela guerra“, critica.
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