Há uma “clara quebra das promessas eleitorais do PS”, diz Rui Rio
O líder do PSD acusou esta quinta-feira o Partido Socialista de não cumprir as promessas que fez durante a campanha eleitoral. Rui Rio diz que portugueses vão perder meio salário com inflação a 4%.
O ainda líder do PSD diz não estar admirado: há uma “clara quebra das promessas eleitorais do PS”, afirmou Rui Rio esta quinta-feira, referindo-se à não atualização dos salários da Função Pública à taxa de inflação, a qual vai acelerar para 4% este ano, segundo as previsões do Governo. António Costa prometeu uma atualização em 2023, mas notou que tal dependerá da natureza da inflação, se é temporária ou mais persistente, e da capacidade orçamental do país.
Segundo as contas do social-democrata, a perda de poder de compra provocada pela taxa de inflação de 4% corresponde ao corte de meio salário no conjunto de um ano. “Qual é o termo que o PS utiliza para isto? É austeridade”, disse, argumentando que há uma “contradição” entre o que os socialistas prometeram nas eleições em janeiro e o que estão a fazer agora.
“As pessoas acreditaram no que o PS ia fazer, mas logo no primeiro Orçamento já estão a fugir àquilo com que se comprometeram“, disse à saída de uma reunião do grupo parlamentar do PSD, antecipando que os portugueses vão viver pior nos próximos meses por causa da erosão do poder de compra. “Se [o PS] entende que em termos de política económica não é o mais adequado, então teria pensado antes das eleições e não teria prometido”, assinala, referindo que o PSD teve esse “cuidado”.
Esta quarta-feira o primeiro-ministro condicionou o valor da atualização dos salários da Função Pública em 2023 da evolução da inflação e da capacidade orçamental: “Dependerá seguramente de se confirmar ou infirmar aquilo que são hoje as previsões sobre a evolução da inflação“, disse António Costa, acrescentando que depende “também de quais são as circunstâncias económicas e a capacidade orçamental que o país terá”. Certo é que, com estas condicionantes, o Governo deixa cair o critério de atualizar os salários com base na inflação a 12 meses registada em novembro do ano anterior.
Rui Rio já tinha atacado António Costa sobre este tema no debate do Programa de Governo. “Rendeu votos seguramente, porque parece muito dinheiro, mas a inflação em Portugal já passou 5% e 7% na zona euro”, disse o líder do PSD. “Se não ajustar, tiramos uma conclusão óbvia: enganou as pessoas”, concluiu. O primeiro-ministro argumentou que é preciso atacar o problema na raiz e evitar uma espiral inflacionista, remetendo o valor dos aumentos para uma negociação com os parceiros sociais ao longo do ano.
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