Costa defende aposta europeia na produção própria de energia
António Costa defende aposta europeia na autoprodução de energia, sublinha esforço português nas energias renováveis e alerta que não há autonomia estratégica da europa sem a segurança energética.
O primeiro-ministro, António Costa, defendeu a aposta da Comissão Europeia na produção própria de energia, e aponta que o esforço feito por Portugal nas energias renováveis “é o esforço que todos” têm de fazer “à escala europeia”, disse esta sexta-feira na cerimónia de apresentação do projeto para produção de hidrogénio em Sines.
António Costa admitiu que 24 de fevereiro, data da invasão da Ucrânia pela Rússia, provou que a autoprodução europeia de energia não só se tornou “uma boa ideia, como uma ideia urgente para passar a ação”, e sublinhou que “não há autonomia estratégica da Europa sem segurança energética”.
O chefe de Governo sublinhou ainda os esforços de Portugal na produção de energia a partir de fontes renováveis, mas reconheceu que nem todas as indústrias podem funcionar com base na mesma. Neste sentido, destacou a importância do aumento das interconexões entre a península ibérica e o resto do mercado europeu, e avançou que Portugal e Espanha podem suprir 30% das capacidades europeias de gás natural.
No entanto, Costa deixou claro que as vantagens não são exclusivamente a nível europeu. O primeiro-ministro lembrou que 60% da eletricidade consumida a nível nacional vem de energias renováveis, mas dentro de quatro anos este valor será de 80%, um fator que considera não só importante do ponto de vista ambiental, mas decisivo do ponto de vista económico.
“Vamos importar muito menos energia e vamos produzir, nós próprios, muito mais”, admitiu o chefe de Governo, acrescentando que isto irá permitir a substituição dessa componente nas importações nacionais.
Apesar disto, Costa admite que não será possível, ainda, produzir toda a energia necessária, e que a importação continuará a ser um requisito, alertando ainda para a diversificação das fontes de abastecimento de modo a não “depender 40% de um só fornecedor”. Costa voltou assim a criticar a dependência europeia do fornecimento de gás e petróleo russo. António Costa considera que Sines pode ajudar neste objetivo, já que a produção de hidrogénio “pode ser um substituto do gás natural” e, como tal, uma fonte de energia para a indústria dependente deste recurso.
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