Confiança na liderança das empresas quase duplicou em dois anos

Embora a confiança tenha aumentado e seja muito superior à reportada há dois anos, 44% dos executivos continua a avaliar a sua liderança como média ou fraca nos momentos altos da pandemia.

A confiança na liderança das empresas por parte dos seus executivos quase duplicou nos últimos dois anos, com 42% dos profissionais a afirmarem agora ter confiança nos líderes que conduzem a empresa. O reforço da confiança deve-se “ao sucesso na forma como lideraram com as disrupções trazidas pela pandemia ao longo dos últimos dois anos”, revela a Odgers Berndtson, empresa global de executive search & leadership advisory, responsável pelo “Leadership Confidence Index”.

“A pandemia foi um teste de fogo para os líderes e para as suas capacidades, sendo que o conjunto que conseguiu inspirar as equipas e criar um ambiente de confiança, foi superior ao esperado”, explica Indica Kester Scrope, CEO da Odgers Berndtson.

“Ainda assim, muitos não acreditaram na sua liderança… Os líderes que não inspiram confiança falharam no processo de adaptação, o que tem um elevado custo para a empresa, quer a nível de mercado, como de talento. Espero que os resultados deste estudo sirvam para abrir os olhos de todos os líderes para que finalmente percebam que só conseguem liderar no mercado com o melhor talento, e que só conseguem manter o melhor talento se este tiver confiança na sua liderança”, continua, em comunicado.

O aumento da confiança na liderança da empresa deve-se a diferentes tendências, como a adoção de mais e melhor tecnologia, fator que antes era visto com alguma incerteza. Hoje os líderes olham de forma diferente para o impacto da tecnologia. Apesar de ainda quase metade dos executivos (44%) sentir que a tecnologia é um fator de disrupção, este valor baixou significativamente dos 62% assinalados na edição do mesmo estudo em 2020.

Políticas ESG, assim como de inclusion & diversity, são também características fundamentais no aumento da confiança, com 87% dos inquiridos a afirmar que as suas empresas fizeram alterações positivas e de sucesso nestas áreas, durante os anos de pandemia. Também a larga maioria (88%) está confiante de que os seus líderes têm a capacidade de continuarem a estimular e a melhorar estas áreas na empresa.

Olhando para o futuro, e para as volatilidades que se têm observado, também a larga maioria dos executivos (79%) acredita que os níveis de incerteza e perturbação poderão crescer ou manter-se elevados. Quando questionados sobre a função mais relevante de gerir essas incertezas de forma positiva, 85% dos executivos indicou naturalmente o CEO, logo seguido do chief human resources officer (CHRO), com 53%, facto que revela a maior relevância dada à atração, desenvolvimento e retenção de talento no futuro

O Index de 2022 revela ainda que a maioria dos inquiridos (90%) confirma que a sua empresa sofreu o impacto das diferentes disrupções causadas pela pandemia da Covid-19, mas que, ainda assim, 71% indica que a sua empresa cresceu ao longo dos últimos dois anos.

“É muito positivo ver que a confiança das equipas na sua liderança está a crescer e a tornar-se mais forte. Está claro que mediante uma disrupção que nos foi imposta, os líderes demonstraram uma excelente capacidade de adaptação. Mas também é importante observarmos que temos muito caminho pela frente, pois esta confiança pode e deve tornar se mais alargada, sólida e robusta”, alerta Luís Sítima, CEO da Odgers Berndtson Portugal.

44% dos executivos avaliam a sua liderança como média ou fraca

Embora a confiança tenha aumentado e seja muito superior à reportada há dois anos, 44% dos executivos continua a avaliar a sua liderança como média ou fraca nos momentos altos da pandemia. Com mais incertezas e fatores disruptivos no horizonte, os líderes que se encontram nestas avaliações terão um grande desafio na criação de confiança entre as suas equipas nos próximos tempos.

“A questão prende-se agora com a forma como vamos liderar neste novo mundo pós pandemia e com o que realmente aprendemos. Ter o líder certo, no sítio certo e no momento certo fará cada vez mais a diferença. Pensamento estratégico, agilidade, humildade, coragem e propósito são competências críticas neste novo perfil. Ser capaz de atrair, selecionar, reter e desenvolver estes líderes será o core da agenda das organizações no futuro”, conclui Luís Sítima.

Criado para avaliar a confiança dos executivos nos seus líderes a nível internacional, o “Leadership Confidence Index 2022” foi elaborado pela Odgers Berndtson, em conjunto com a consultora Forrester, e teve por base um inquérito feito a 1.100 executivos de mais de 30 países, incluindo Portugal.

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