Interpol vai recolher bens de Rendeiro à guarda da advogada
"Portugal tem direito a todos os bens [de João Rendeiro] na minha posse. Pelo que percebi, os bens serão perdidos a favor do Estado português”, referiu June Marks.
Os bens do ex-banqueiro João Rendeiro, encontrado morto na prisão de Westville, na África do Sul, vão ser recolhidos em breve pela Interpol, disse à Lusa a advogada do antigo presidente do BPP. “A Interpol [Organização Internacional de Polícia Criminal] vai tomar posse dos bens, segundo um pedido recebido das autoridades portuguesas, pelo que percebi. Disseram que havia um pedido de Portugal e presumo que trarão isso com eles”, explicou June Marks, revelando ter sido contactada durante esta semana sobre esta matéria.
De acordo com a advogada sul-africana, a Interpol ficou de voltar a ligar na próxima semana “para marcar uma data” para a recolha dos bens, a qual deverá decorrer no seu escritório. “Telefonar-me-ão durante a semana para marcar os dias de reunião no meu escritório para recolher as coisas. Disseram que Portugal tem direito a todos os bens [de João Rendeiro] na minha posse. Pelo que percebi, os bens serão perdidos a favor do Estado português”, referiu June Marks.
Há uma semana, o Tribunal de Verulam, nos subúrbios de Durban, encerrou oficialmente o processo de extradição do ex-banqueiro. O procurador do Ministério Público sul-africano, Naveen Sewparsat, entregou documentos da prisão de Westville a confirmar a morte de João Rendeiro, bem como uma nota do óbito dos paramédicos que compareceram na cela onde o encontraram enforcado.
João Rendeiro, de 69 anos, foi encontrado morto no dia 13 de maio, cerca da meia-noite na prisão de Westville e deveria ser presente em tribunal na manhã seguinte, segundo uma nota do Departamento de Serviços Penitenciários da África do Sul. O porta-voz daqueles serviços, Singabakho Nxumalo, excluiu à Lusa a possibilidade de envolvimento de terceiros.
O antigo presidente do BPP estava detido na África do Sul desde 11 de dezembro de 2021 a aguardar extradição, após três meses de fuga à justiça portuguesa para não cumprir pena em Portugal.
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