Novobanco fica a pagar renda mensal de 400 mil euros até 18 meses após vender a sede
Banco vai continuar na sede por mais meio ano após a venda, podendo renovar o arrendamento até 18 meses. Processo de venda propõe três possíveis cenários para o edifício.
O Novobanco já arrancou com o processo de venda da sede na Avenida da Liberdade, em Lisboa, antes de concentrar todos os trabalhadores no Tagus Park, em Oeiras. O edifício, com cerca de 15 mil metros quadrados acima do solo, suscitou o interesse de várias entidades, entre as quais investidores internacionais. Ao que o ECO sabe, o banco pretende fechar a venda do imóvel até ao final de setembro, mas quer lá continuar até um máximo de um ano e meio, pagando ao futuro dono uma renda superior a 400 mil euros.
Chama-se “Project Liberdade” e chegou ao mercado há pouco mais de um mês. Em causa está a sede histórica do Novobanco, numa das ruas mais caras de Lisboa, pronta a mudar de mãos, num processo que faz parte da mudança de instalações daquele banco para Oeiras. “Localização privilegiada”, numa “esquina de referência”, entre a Avenida da Liberdade e a Rua Barata Salgueiro. É assim que o edifício está a ser apresentado.
O imóvel foi construído em 1980 e compreende nove andares acima de solo, numa área de 15.477 metros quadrados, mais seis andares subterrâneos, com 172 lugares de estacionamento. O Novobanco mandatou a JLL e a Cushman & Wakefield para comercializarem o edifício, que começou a ser apresentado aos investidores a 18 de abril, com um valor base de 95 milhões de euros, sabe o ECO.
O processo de venda está na fase de propostas não vinculativas (non-binding) e, de acordo com o Jornal Económico, houve mais de uma centena de entidades a assinar o acordo de confidencialidade, entre as quais a Allianz, Vanguard Properties, Vogue Homes e Eastbanc. O mesmo jornal escreve que as propostas não vinculativas oscilarão entre os 90 e os 100 milhões de euros, abaixo das expectativas do Novobanco.
De acordo com o teaser do projeto, o Novobanco propõe três opções para a sede histórica: um edifício de escritórios classe A (cujo PIP já foi submetido à Câmara de Lisboa); um hotel de cinco estrelas com 153 a 276 quartos; e um projeto residencial de luxo com 73 apartamentos. Mas, ao que o ECO apurou, o edifício não está propriamente bem conservado. “Qualquer utilização que lhe seja dada precisará de uma reabilitação integral e isso custará entre 30 a 40 milhões de euros. Nunca menos de 30 milhões de euros”, disse uma fonte do setor.
O ECO sabe ainda que a expectativa do Novobanco é selecionar um comprador até ao final de julho e fechar a venda até ao final do setembro. Prazos que várias fontes do mercado imobiliário consideram difíceis de cumprir.
Mas, após a venda, o Novobanco quer continuar no edifício por mais uns meses, sendo esta, assim, uma operação de sale&leaseback. A proposta do banco é continuar como arrendatária por um período de seis meses, mediante o pagamento de uma renda de 402.408,72 euros. Contudo, este arrendamento pode ser estendido até um máximo de 18 meses. Este prazo é necessário para dar tempo de concluir as obras das futuras instalações.
Tal como o ECO noticiou em abril de 2021, o Novobanco desistiu dos planos de construir uma nova sede nas Amoreiras e decidiu mudar-se para o Tagus Park, onde já tem cerca de 800 colaboradores a trabalhar. Para acolher os mais de 2.000 trabalhadores em Oeiras, o banco vai construir uma espécie de campus, numa área com 55 mil metros quadrados, unindo três edifícios pré-existentes e construindo um quarto. O novo campus terá, assim, escritórios, zonas de lazer com jardins, um ginásio, sala de meditação, refeitório e bar com esplanada.
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