Supermercados rejeitam estar a fazer “reduflação” de produtos

Deco alertou os consumidores para a eventualidade de alguns dos produtos serem vendidos por menor quantidade ou tamanho pelo mesmo preço. Ao ECO, super e hipermercados rejeitam esta prática.

A Deco veio alertar, na semana passada, os consumidores para a eventualidade de alguns dos produtos estarem a ser vendidos por menor quantidade ou tamanho, mas pelo mesmo preço. Ao ECO, os super e hipermercados rejeitam esta prática, especialmente nos artigos de marca própria vendidos pelos retalhistas.

Em causa está o fenómeno apelidado por “reduflação”, que consiste num mecanismo em que as empresas diminuem a quantidade de produto, mantendo ou até mesmo aumentando o preço do mesmo. Segundo a Deco, esta prática não é ilegal desde que a informação no rótulo esteja correta, sendo esta uma das estratégias utilizadas por diversos fabricantes em contextos de pressões inflacionistas.

Nesse sentido, a Deco veio alertar para este facto, sinalizando que tem recebido algumas denúncias, especialmente no que concerne a alimentos congelados. “Denúncias não no sentido de que há aqui uma ilegalidade, mas no sentido de os consumidores notarem que há uma alteração” no produto, tornando-o mais caro, explicou à Lusa Paulo Fonseca, coordenador do departamento jurídico da associação. O ECO questionou as principais cadeias de supermercado, que rejeitaram esta prática.

“A MC não apresenta nenhuma situação de “reduflação” nas suas lojas – nem em artigos de marca própria, nem na oferta de marca de fornecedor”, adianta fonte oficial da Sonae MC, garantindo que as lojas Continente continuam empenhadas em “apoiar as famílias portuguesas através do alargamento da gama de produtos de Marca Própria, a preços mais competitivos, assim como de toda a atividade promocional”, nomeadamente no que toca aos cupões de desconto “super preço, vales de desconto em combustível, entre outros, sem prejuízo do cliente”.

A posição é partilhada pelo corrente Pingo Doce. “Os produtos de Marca Própria do Pingo Doce não são alvo de nenhuma redução de quantidade, com manutenção de preço”, sinaliza fonte oficial do grupo Jerónimo Martins, em resposta ao ECO.

Também a Mercadona garante que não faz “reduflação” nos “nos produtos de marca própria”, sublinhando que a estratégia da insígnia espanhola “passa por ter produtos de uma grande qualidade e não contempla essa estratégia”. Ao mesmo tempo, fonte oficial do Lidl sinaliza que “o fenómeno da reduflação não é praticado, em nenhum artigo, por parte do Lidl Portugal”.

O ECO questionou ainda a Auchan e o grupo Dia, dono dos supermercados Minipreço, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

Tal como referido anteriormente, este prática não é ilegal, pelo que os retalhistas podem sempre alterar a composição do produto, desde que essa informação seja incluída no rótulo, assim como fixar os seus preços (ainda que haja algumas exceções em que há margens máximas definidas).

A fiscalização destas situações é da responsabilidade da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que adiantou à Lusa não ter recebido “até ao momento” qualquer queixa.

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