Eurobic volta ao lucros em 2021. Ganha 7,5 milhões e está à espera da venda ao Abanca

Eurobic aumentou empréstimos e depósitos, mas a margem caiu 10%. Ainda assim, regressou aos lucros no ano passado, enquanto espera pela definição da sua estrutura acionista com a venda ao Abanca.

O Eurobic regressou aos lucros em 2021, fechando o ano com um resultado de 7,5 milhões de euros, depois dos prejuízos de cinco milhões em 2020, e isto enquanto espera pela conclusão do processo de venda aos espanhóis do Abanca (à espera das autoridades angolanas, como avançou o ECO em primeira mão).

O banco liderado por José Azevedo Pereira adianta que o exercício do ano passado continuou a ser “fortemente influenciado pelas consequências sociais e económicas da pandemia”, como no ano anterior. Ainda assim, o volume de negócios (crédito e depósitos) aumentou quase 6% para 11,94 mil milhões de euros.

Enquanto o crédito a clientes (bruto) aumentou 4,6% para 5,57 mil milhões de euros, os recursos de clientes cresceram 7,6% para 6,1 mil milhões. O banco diz que isso ajudou a explicar a subida dos lucros. Contudo, os números dão conta de uma descida da margem financeira (diferença entre os juros ganhos nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos) em 10%, para 105,8 milhões de euros, e do produto bancário em 11%, para 138,4 milhões.

Um dos pontos positivos sinalizados pelo banco diz respeito ao negócio de seguros, que registou um “recorde anual em termos de número de novas apólices e de comissões líquidas, registando um crescimento de 29,6%”.

O Eurobic salienta ainda que o risco de crédito manteve um “registo prudente”, com o rácio de malparado (non performing loans) a atingir os 4,4% em termos brutos e 1,1% em termos líquidos de imparidades.

Também sublinha que o banco apresenta “uma adequada capitalização e fortes níveis de liquidez decorrentes de um rácio de Common Equity Tier 1 de 14,14% % (constituído a 100% por capitais próprios), um rácio de liquidez de 192%”.

A situação líquida do banco melhorou 1,6%, para 566 milhões de euros, após um ano em que a instituição encolheu ligeiramente em número de trabalhadores (-10 funcionários) e agências (-2 agências).

Há mais de dois anos que o EuroBic se encontra à venda, na sequência do caso Luanda Leaks, que rebentou em janeiro de 2020 e obrigou Isabel dos Santos (47,5%) a sair da estrutura acionista da instituição. O negócio para a venda do EuroBic ao Abanca está quase fechado, avaliado em mais de 200 milhões. Já há um entendimento entre os acionistas angolanos do banco português e os galegos, mas a conclusão da operação ainda aguarda a autorização das autoridades angolanas, que arrestaram os bens de Isabel dos Santos, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

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