Depósitos sobem pelo oitavo mês para recorde de 178,4 mil milhões

Apesar do aumento do custo de vida, as famílias portuguesas continuam a reforçar os depósitos. Maio foi mês de novo recorde: 178,4 mil milhões de euros confiados aos bancos.

Mês após mês, os portugueses vão confiando cada vez mais dinheiro aos bancos e nem o aumento do custo de vida está a impedir o reforço dos depósitos de particulares, que atingiram um novo valor recorde de 178,4 mil milhões de euros em maio, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

Tratou-se de um aumento de 1,12 mil milhões de euros em relação ao mês anterior, naquele que foi o oitavo mês de subida do stock de depósitos dos bancos, prolongando uma tendência de longa data e que se acentuou durante a pandemia.

Desde fevereiro de 2020, mês que antecedeu o registo do primeiro caso de Covid-19 em Portugal e a declaração de pandemia pela OMS, os depósitos bancários já aumentaram quase 27,8 mil milhões de euros, em boa parte explicada pelos confinamentos que fecharam as pessoas em casa, impedindo-as de aplicar os seus rendimentos no consumo.

Agora, com a inflação a escalar para os níveis mais altos em várias décadas e com o apertar das condições financeiras dos bancos centrais para controlar os preços, os bancos consideram que esta almofada de depósitos poderá revelar-se importante para as famílias fazerem face ao aumento generalizado dos preços e também da prestação da casa.

Depósitos continuam a subir

Fonte: Banco de Portugal

Em relação às empresas, tinham depositado nos bancos 63,4 mil milhões de euros em maio, o que traduz uma redução de mil milhões de euros em relação ao mês anterior, adianta ainda o Banco de Portugal.

Crédito da casa continua a crescer e abranda nas empresas

Relativamente aos empréstimos, os dados do Banco de Portugal mostram que o crédito às famílias portuguesas para a compra de casa continua a aumentar, enquanto o crédito às empresas voltou a abrandar.

“No final de maio de 2022, o montante de empréstimos concedidos para habitação totalizou 98,7 mil milhões de euros, mantendo um crescimento de 4,8% por comparação com o mês homólogo”, detalha o regulador.

Quanto aos empréstimos ao consumo, o montante total ascendeu a 20,1 mil milhões, mais 4,9% em relação a maio de 2021.

Já o stock de crédito às empresas registou um crescimento de 2,8% em termos homólogos, totalizando os 76,7 mil milhões. “Este crescimento foi inferior ao registado nos meses anteriores, uma tendência que se mantém desde fevereiro”, assinala a instituição liderada por Mário Centeno.

Acrescenta que, “em maio, esta desaceleração foi mais expressiva nas pequenas e médias empresas e nas empresas do setor do alojamento e restauração”. Por outro lado, aceleraram os empréstimos concedidos às micro e grandes empresas e às empresas do setor das atividades imobiliárias.

(Notícia atualizada às 11h47)

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