Alemanha apoia proposta de Bruxelas para cortar em 15% o consumo de gás
Depois da recusa de Portugal, Espanha e Grécia, o governo alemão anunciou estar alinhado com Bruxelas na proposta que visa reduzir o consumo de gás entre os 27 Estados-membros em 15%.
O Governo alemão manifestou hoje o seu apoio à proposta da Comissão Europeia de reduzir em 15% o consumo de gás natural, face ao eventual corte no fornecimento da Rússia, apesar do desacordo já expresso por vários parceiros comunitários.
“É uma proposta acertada“, considerou o ministro da Economia e Clima, Robert Habeck, afirmando, contudo, que é algo que ainda não está “acordado” e aludindo à recusa expressa por parte de outros países do bloco comunitário.
Até ao momento, Portugal, Espanha e a Grécia manifestaram o seu desacordo com a medida proposta na quarta-feira pela presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, e que será debatida durante o conselho extraordinário de energia da União Europeia da próxima terça-feira.
O objetivo é que, entre 01 de agosto deste ano e 31 de março de 2023, os Estados-membros reduzam em 15% os seus consumos de gás natural (face à média histórica nesse período, considerando os anos de 2017 a 2021), de forma a aumentar o nível de armazenamento europeu e criar uma almofada de segurança para situações de emergência.
O novo regulamento proposto daria igualmente à Comissão “a possibilidade de declarar, após consulta dos Estados-membros, um ‘alerta da União’ sobre a segurança do aprovisionamento, impondo uma redução obrigatória da procura de gás a todos os países”.
As tensões geopolíticas devido à guerra na Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros. Em Portugal, o gás russo representou, em 2021, menos de 10% do total importado.
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