Digi volta a adiar publicação da auditoria às contas de 2021

A Digi adiou pela segunda vez a publicação do parecer de auditoria às contas de 2021. Empresa que está a lançar 5G em Portugal trocou EY pela KPMG no ano passado. Moody's não está satisfeita.

O grupo Digi Communications, que se prepara para oferecer serviços 5G em Portugal, voltou a adiar a publicação do relatório de auditoria às contas do ano passado. A divulgação chegou a estar prevista para 29 de julho, tendo sido adiada uma vez para 16 de setembro – agora, só a 14 de outubro.

A empresa tem justificado as dificuldades com a mudança de revisor oficial de contas em 2021, da EY para a KPMG. No relatório anual preliminar, conhecido desde maio, a Digi indicava esperar atrasos na publicação dos resultados auditados por “razões relacionadas com os procedimentos padrão de auditoria e os processos inerentes” à mudança de auditor.

Depois de ter falhado a publicação no dia 16, a Digi divulgou uma alteração ao calendário financeiro na segunda-feira. Num documento regulatório, a empresa diz ter sido informada pela KPMG no início desta semana de que a nova “data estimada” para a publicação do parecer do auditor é o dia 14 de outubro. A assembleia geral de acionistas, que também tem sido adiada, foi remarcada para 28 de novembro, informações avançadas primeiro pelo jornal espanhol Cinco Días.

Contudo, o que poderia não passar de um problema de calendário já está a gerar apreensão nos mercados. Em junho, a Moody’s, uma agência de notação financeira, ameaçou baixar os ratings da Digi, afirmando que os adiamentos “pesaram negativamente” na avaliação da Moody’s à governação do grupo romeno de telecomunicações. Esta posição foi emitida meses antes deste segundo adiamento.

Na bolsa, há olhos postos na empresa: desde março de 2021 que as ações da Digi não valiam tão pouco e só este mês o grupo já desvalorizou mais de 10%. Mas a queda também tem ser vista à luz da tendência fortemente negativa que tem assolado a generalidade dos ativos de risco.

Em Portugal, a Digi concorreu e conquistou o direito de comprar licenças de 5G no leilão da Anacom, preparando-se para implementar no país a mesma estratégia que tem agitado o setor das telecomunicações em Espanha: a disponibilização de ofertas com preços mais agressivos para desafiar o negócio dos incumbentes.

Este mês, foi anunciado que a Digi já tem acesso às primeiras centenas de infraestruturas para começar a construir uma rede própria, tendo firmado um acordo com a Cellnex para a disponibilização de 2.000 pontos de presença em Portugal “até ao final de 2023”.

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