Nigéria já fez Galp perder até 245 milhões de euros em dois trimestres, calcula o CaixaBank
"A probabilidade de futuras falhas é elevada", consideram os analistas, que calculam que, nos últimos dois trimestres, as perdas com fornecimentos da Nigéria terão ascendido a 245 milhões de euros.
“Notícias negativas”. É desta forma que os analistas do CaixaBank BPI recebem a informação divulgada pela Galp esta segunda-feira, de que as inundações que estão a ser vividas na Nigéria vão causar uma “redução substancial” na produção e fornecimento de gás natural liquefeito vindo deste país, que é o principal fornecedor da empresa.
Esta avaliação consta de uma nota de investimento a que o ECO/Capital Verde teve acesso, na qual os mesmos analistas consideram que as restrições no fornecimento de gás natural por parte da Nigéria têm sido um obstáculo para a Galp.
Sempre que a Nigéria falha um carregamento, a Galp terá de abastecer-se no mercado spot, “a preços muito mais elevados”, pelo que a casa de investimento calcula que a petrolífera tenha sofrido perdas de cerca de 65 milhões de euros ao longo do segundo trimestre do ano, às quais se devem somar entre 150 a 180 milhões de euros de perdas no terceiro trimestre.
“Com esta declaração de ‘força maior’ por parte da Nigéria a probabilidade de futuras falhas é elevada“, o que sugere que no quarto trimestre se verifiquem novas perdas, cuja magnitude dependerá não só da evolução dos preços de mercado do gás e do número de falhas nigerianas, mas também da dimensão da mudança de clientes do mercado livre para o regulado, diz o CaixaBank BPI.
A petrolífera fechou a sessão desta terça-feira nos mercados com uma quebra de 4,47% para os 9,66 euros.
A Galp, antes de ser privatizada, assinou contratos de longo prazo com a Nigéria que se destinam a cobrir o mercado regulado de gás natural, onde a empresa ainda atua como comercializador. A 25 de agosto, para proteger os consumidores domésticos e os pequenos negócios do aumento de preços marcados para outubro no mercado de gás natural, o Governo permitiu que a generalidade dos consumidores regressasse ao mercado regulado de gás.
A medida irá vigorar durante 12 meses e poderá abranger 1,5 milhões de consumidores domésticos. A empresa declarou-se contra esta medida mas o Governo negou que a petrolífera tivesse direito a indemnização por perdas resultantes da mesma. “Se a Galp tiver alguma alteração do seu mix, o que pode acontecer é uma revisão da tarifa regulada”, disse.
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