Fusão de PME mantém acesso a IRC de 17%

O acordo de rendimentos, competitividade e salários tem um conjunto de medidas fiscais para as empresas, como o incentivo às fusões de PME.

As Pequenas e Médias Empresas (PME) que beneficiam de uma taxa de IRC de 17% e que avancem para processos de fusão vão poder continuar a pagar essa taxa por um período de dois anos, mesmo que deixem de preencher as condições definidas para esse regime fiscal. Esta é uma das medidas que constam o acordo de rendimentos, competitividade e salários assinado entre o Governo, as confederações patronais e a UGT.

São várias as medidas de caráter fiscal que constam do acordo, como a redução seletiva do IRC para empresas que preencham determinados requisitos, como o aumento salarial de pelo menos 4,8%. A dimensão média das empresas portuguesas, a maior parte familiar, é identificada como uma das limitações ao aumento da produtividade e competitividade empresarial. Sem escala, há limitações à capacidade de investimento em inovação e desenvolvimento, em processos, em recursos humanos. Com esta medida, é um incentivo às fusões ente empresas com a manutenção do IRC de 17% nos dois exercícios fiscais que se seguem à operação.

Por outro lado, haverá em 2023 um “aumento do limite da matéria coletável a que se aplicam as taxas especiais de IRC para Pequenas e Médias Empresas (PME) e empresas em atividade nos territórios do Interior de 25.000€ para 50.000€”, alargamento às Small Mid Caps e, até 2026.

Em matéria fiscal para as empresas, o acordo que será anunciado formalmente este domingo pelo primeiro-ministro determina ainda:

  • Criação do Regime Fiscal de Incentivo à Capitalização de Empresas (ICE), fundindo a Dedução de Lucros Retidos e Reinvestidos (DLRR) e a Remuneração Convencional do Capital Social (RCSS), simplificando os incentivos fiscais à capitalização e ao investimento, por via de eliminação de redundâncias e limitações inerentes aos instrumentos atualmente existentes, e melhorando ainda o Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI), através do reforço da majoração regional.
  • Prorrogação para os anos de 2022 e 2023 da regra constante do artigo 375.º da Lei n.º 75/2020, de 31 de dezembro, no sentido do não agravamento de 10 pontos percentuais das tributações autónomas para as empresas com prejuízos fiscais.
  • Redução imediata de 2.5 p.p. das taxas de tributação autónoma aplicáveis ao custo associados a veículos híbridos plug-in e redução das taxas de tributação autónoma aplicáveis a veículos ligeiros movidos a Gás Natural Veicular (GNV).
  • Adicionalmente, no capítulo das tributações autónomas deverá proceder-se no período do Acordo à redução gradual da tributação em aproximadamente 10%.
  • Criação de um incentivo financeiro a instrumentos de formação à medida a implementar através dos Centros de Formação Profissional de Gestão Participada do IEFP, I.P. (Centros Protocolares).

 

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CCP falha assinatura do Acordo de Rendimentos em “desagrado pela condução do processo”

A CCP chegou a acordo com o Governo, mas não esteve presente na cerimónia de assinatura, "em manifestação do seu desagrado pela condução do processo".

A CGTP foi o único parceiro social a ficar de fora da assinatura do Acordo de Rendimentos e Competitividade, mas a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) optou por não estar presente na cerimónia de assinatura, “em manifestação do seu desagrado pela condução do processo”.

A cerimónia de assinatura do documento aconteceu este domingo e contou com a presença apenas de quatro parceiros sociais — Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e União Geral de Trabalhadores (UGT). A CCP subscreveu e assinou o acordo, mas falhou a cerimónia.

“A CCP subscreveu e assinou o acordo, depois de asseguradas pelo Governo algumas questões importantes (…) e consciente que os momentos complexos que se vivem exigem uma mobilização dos parceiros sociais”, mas, “em manifestação do seu desagrado pela condução do processo, não considera dever estar presente em cerimónias públicas”, refere a estrutura sindical, em comunicado.

“As negociações arrastaram-se durante meses, tendo apenas em cima da mesa propostas vagas e inegociáveis, culminando nos últimos dias numa negociação apressada, não compaginável com decisões serenas e bem fundamentadas”, lê-se.

Assim, a CCP destaca algumas das medidas aprovadas, entre as quais a “inclusão da agenda para a competitividade do comércio e serviços”, embora afirme que “necessite de um muito maior aprofundamento”. A entidade nota que “o salário mínimo nacional é difícil de aplicar em muitos setores, em particular nas micro e PME, e não está expresso no acordo nenhuma medida de apoio às empresas”.

“Apesar das medidas positivas, consideram-se insuficientes em termos fiscais, entre outros, as matérias relativas ao IRC e às tributações autónomas, o incentivo ao abate de viaturas e a ausência de apoios às renovações de frotas nos transportes. As soluções para o fundo de compensação do trabalho carecem ainda de um adequado aprofundamento“, refere o comunicado.

Quanto à meta dos aumentos salariais em geral, “os contratos coletivos não são conduzidos pela CCP mas sim pelas associações. Será de esperar que as metas se concretizem se as empresas considerarem suficientes as medidas e se o contexto económico permitir a atualização de salários”.

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Parceiros saudam Acordo de Rendimentos, mas falam em medidas “insuficientes”

Parceiros sociais chegaram a acordo com o Governo, mas criticam a forma como o processo foi conduzido. Afirmam ainda que as medidas inscritas são "insuficientes".

Os parceiros sociais, à exceção da CGTP, assinaram este domingo com o Governo o Acordo de Rendimentos e Competitividade, numa cerimónia onde enalteceram a importância deste documento para a melhoria dos rendimentos dos trabalhadores e da competitividade das empresas. Contudo, as estruturais sindicais e patronais apontaram como as medidas são “insuficientes” e criticaram a forma como todo o processo foi conduzido.

“Enaltecemos a partida de onde partimos”, começou por dizer Eduardo Oliveira e Sousa, da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), referindo que pela frente está agora um caminho que se pretende que seja de “melhoria de rendimentos, salários, produtividade e competitividade”.

“Subimos um degrau”, continuou, afirmando que o documento final “é muito diferente do que foi apresentado no início do processo”, incluindo agora medidas destinadas aos agricultores, como um apoio imediato para compensar a subida dos preços dos combustíveis e dos fertilizantes.

Apesar disso, Eduardo Oliveira e Sousa nota que “as medidas não chegam” e “são insuficientes”. “Gostaríamos que fosse ainda melhor, mas para isso teria sido necessário mais tempo e termos trabalhado com forma diferente”, explicou. “Mas a imprevisibilidade do futuro obriga-nos a dar um passo de cada vez e foi isso que foi feito”. O Governo tinha como objetivo chegar a um acordo antes da entrega do OE2023 no Parlamento.

António Saraiva, da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), referiu que um acordo “é sempre um aproximar de posições e este não é diferente”. “Os astros terão de se alinhar”, dado que “as condições externas são complicadas”.

O responsável patronal disse que pela frente estão “enormes desafios”, mas que há “sempre oportunidades”, como os fundos comunitários, o PT2030, “que ainda resta do” PT2020, o cumprir do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “E, se os astros se alinharem, se as iniciativas públicas se conjugarem, este acordo pode ser visto como o início para que, alterando a nossa economia, possamos lutar por melhores condições”, disse.

Do lado do turismo, Francisco Calheiros recorda que, no início do processo de negociação, “as esperanças eram muito baixas”. “A única certeza que temos é a incerteza e os últimos acordos não nos deixaram nenhuma boa memória”, explicou, referindo que este documento “é um ponto de partida, mas com alguma esperança”, dado que é a “primeira vez em que o documento inicial e final são completamente diferentes”.

Ainda assim, e notando também que a “forma” como o processo foi conduzido “não foi a melhor possível”, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) afirma que “houve um tentar de aproximar de posições” e que, embora não seja um acordo “para este ano, mas para a legislatura”, há uma “série de condições que têm de ser trabalhadas”.

Já Mário Mourão, da UGT, diz que foi o “acordo possível” e que isso é “de saudar”. “As medidas [inscritas no documento] proporcionam inegáveis vantagens para os rendimentos dos trabalhadores”. Além disso, “dada a imprevisibilidade dos próximos tempos e dificuldades que trabalhadores enfrentam, este acordo pode ser entendido no mínimo por uma baliza que não permita a continuação de espiral incontrolável” de subida dos preços.

A assinatura deste documento “constitui o início de uma caminhada que, por vezes, pode ser acidentada”, acrescenta, referindo que “a jornada não foi fácil”.

O Acordo de Rendimentos e Competitividade foi assinado este domingo entre o Governo e os parceiros sociais, à exceção da CGTP, que afirma que não pode pactuar com um acordo que “não dá resposta” aos problemas dos trabalhadores. A CCP subscreveu e assinou o acordo, mas optou por não estar presente na cerimónia de assinatura “em manifestação do seu desagrado pela condução do processo”, disse, em comunicado.

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CGTP diz que não pode pactuar com um acordo que “não dá resposta” aos problemas dos trabalhadores

  • Lusa
  • 9 Outubro 2022

"O Governo tomou umas medidas que são umas ‘compensaçõeszinhas’, mas não resolve o problema", diz Isabel Camarinha.

A líder da CGTP, Isabel Camarinha, afirmou este domingo que a central sindical não pode pactuar com o acordo alcançado na concertação social, porque “é muito insuficiente” para responder aos problemas dos trabalhadores, reformados e pensionistas.

O Governo e os parceiros sociais, à exceção da CGTP, chegaram no sábado a um acordo de médio prazo para a melhoria dos rendimentos, salários e competitividade. Questionada na SIC Notícias porque é que a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses — Intersindical Nacional tinha ficado de fora deste acordo, Isabel Camarinha começou por afirmar que “a CGTP não fica de fora”.

“A CGTP faz o que faz sempre, que é defender os direitos e interesses dos trabalhadores em todos os espaços onde participamos e, naturalmente, representando os trabalhadores que trabalham e vivem no nosso país, não podia pactuar com um acordo, ainda por cima, realizado apressadamente, porque só no dia 28 de setembro é que foi apresentada uma proposta concreta na concertação social relativamente ao que se pretendia negociar”.

Mas a questão principal, salientou a secretária-geral da CGTP, é que “este acordo não dá resposta” aos problemas dos trabalhadores, reformados e pensionistas. No entender da CGTP, o conteúdo deste acordo “é muito insuficiente” a nível dos salários em geral e de não conter questões que eram essenciais.

“Como é que vamos aumentar salários no setor privado se mantermos a norma da caducidade das convenções coletivas no Código do Trabalho, dando uma ferramenta ao patronato para tentar chegar a acordo com a retirada de direitos aos trabalhadores. É uma questão que se coloca”, apontou Isabel Camarinha.

Sobre se houve flexibilidade por parte do Governo para acolher as propostas da CGTP nas negociações, a sindicalista disse que o que verificaram ao longo deste processo é que “o Governo foi sempre cedendo”. “Foi sempre cedendo principalmente às exigências do patronato que vem mais uma vez dar um desequilíbrio muito grande na distribuição da riqueza”, sublinhou.

Relativamente aos salários, disse que, por um lado, “não há garantia de que o referencial que está no acordo depois seja atingido na negociação da contratação coletiva”, onde vai ter de ser negociado. Por outro lado, vincou, “nem o referencial para os salários em geral, nem o salário mínimo, vão compensar sequer o poder de compra perdido em 2022” e, portanto, “isto é uma ausência de resposta”.

Isabel Camarinha lamentou que não haver uma “resposta imediata” à situação que os trabalhadores, as suas famílias, os reformados e pensionistas estão já a viver, para acabar com o empobrecimento que está a acontecer. “O Governo tomou umas medidas que são umas ‘compensaçõeszinhas’, mas não resolve o problema, porque o que resolve o problema é o aumento geral dos salários, mas numa perspetiva de compensar e melhorar o poder de compra”, defendeu.

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Acordo de rendimentos “é o princípio de um caminho”, diz Costa

Primeiro-ministro diz que assinatura do Acordo de Rendimentos é um "marco de confiança" e uma "trajetória para a melhoria dos rendimentos e da competitividade".

O primeiro-ministro enalteceu este domingo a assinatura do Acordo de Rendimentos e Competitividade, afirmando que este documento é um “marco de confiança” e o “início de um caminho”. António Costa disse que este acordo, com quatro objetivos principais, representa uma “trajetória para a melhoria dos rendimentos e da competitividade” dos trabalhadores e das empresas portuguesas.

É um “acordo da maior importância política”, começou por dizer o primeiro-ministro, referindo o “sprint” com que este acordo foi fechado — uma das críticas apontadas pelos parceiros sociais. O Governo tinha como objetivo fechar o documento antes da entrega da proposta do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) no Parlamento, que acontece esta segunda-feira.

“Nestes tempos tão exigentes, o mais importante é reforçar a confiança”, continuou António Costa, notando que o acordo “é um marco de confiança, porque dá a todos a certeza quanto aos objetivos que há pela frente”. “Dá a todos a previsibilidade do contributo que cada um tem de dar para se alcançar os objetivos” definidos para o futuro. “Este acordo não é um fim do caminho, é mesmo o princípio de um caminho”, disse.

De acordo com o Chefe de Governo, o documento assenta em quatro objetivos principais: reequilibrar a repartição de riqueza; reforçar a competitividade das empresas; melhorar o rendimento e as condições de vida dos jovens; e fazer face ao escalar da taxa de inflação.

António Costa disse que não queria entrar em detalhe nas medidas previstas no documento, mas acabou por elencar algumas, tais como a atualização anual dos salários, começando nos 5,1% em 2023; a criação de incentivos para melhorar a capitalização e autonomia financeira das empresas; e reforço de 3.000 milhões de euros em medidas para lidar com a subida dos preços do gás e da eletricidade.

O primeiro-ministro sublinhou como “muito importante” a “vontade e capacidade de diálogo” da Concertação Social, num “quadro da maioria absoluta e diálogo tripartido entre o Estado e as confederações patronais e sindicais”. “Nenhuma maioria se basta a si própria, tem de respeitar as competências próprias dos órgãos de soberania e, sobretudo, de dinamizar o diálogo”, disse.

No final da sua intervenção, António Costa agradeceu aos membros do Governo envolvidos na negociação deste acordo, nomeadamente o ministro das Finanças, a ministra do Trabalho e a ministra da Agricultura, mas não fez qualquer referência ao ministro da Economia.

O Acordo de Rendimentos e Competitividade foi assinado este domingo entre o Governo e os parceiros sociais, à exceção da CGTP, que afirma que não pode pactuar com um acordo que “não dá resposta” aos problemas dos trabalhadores. A CCP subscreveu e assinou o acordo, mas optou por não estar presente na cerimónia de assinatura “em manifestação do seu desagrado pela condução do processo”, disse, em comunicado.

(Notícia atualizada às 16h29 com mais informação)

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IRC desce para empresas que aumentem salários em 4,8%

A descida seletiva do IRC depende de várias condições, como "contratação coletiva dinâmica", aumentos salariais e diminuição do leque salarial

As empresas vão poder majorar em 50% os custos com os aumentos salariais e contribuições sociais no momento de apuramento do IRC a pagar, de acordo com o acordo de rendimentos e competitividade fechado entre o Governo, as confederações patronais e a UGT. Mas esta majoração de custos tem condições.

Em primeiro lugar, esta possibilidade só é válida para empresas que, segundo os termos do acordo, “tenham contratação coletiva dinâmica, considerando-se para o efeito a outorga ou renovação de instrumento de regulação coletiva de trabalho há menos de três anos”. Por outro lado, só estará aberto às empresas que aumentem as remunerações em linha com os valores definidos neste acordo, ou seja, 4,8% em média ao longo de quatro anos. E finalmente, para as empresas que “reduzam o leque salarial, considerando-se para o efeito o rácio entre a parcela da remuneração base dos 10% de trabalhadores mais bem remunerados em relação ao total e a parcela de remuneração base dos 10% de trabalhadores menos bem remunerados em relação ao total”.

A descida do IRC, recorde-se, foi dos temas mais polémicos deste processo negocial. O ministro da Economia Costa Silva tinha defendido há duas semanas a descida transversal do IRC, mas foi corrigido pelo ministro das Finanças, Fernando Medina. E apesar da pressão das confederações, o Governo não saiu do princípio definido no programa para a legislatura, isto é, uma descida seletiva do imposto que recai sobre as empresas que apresentam lucros.

Ainda em sede de IRC, este acordo prevê uma “redução seletiva” para as empresas que invistam em Investigação e Desenvolvimento (I&D), reforçando as condições do Sistema de Incentivos Fiscais à Investigação e Desenvolvimento Empresarial (SIFIDE II) na componente do investimento direto.

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Pelo menos 17 mortos e 40 feridos em ataque russo com mísseis em Zaporijia

  • ECO
  • 9 Outubro 2022

Ataque com mísseis realizado pelas forças russas na cidade ucraniana de Zaporijia provocou, pelo menos, 17 mortos e 40 feridos.

Pelo menos 17 pessoas morreram na cidade ucraniana de Zaporijia, na sequência de um ataque com mísseis realizado pelas forças russas, informou este domingo o autarca local. As autoridades ucranianas acrescentaram que “estão a ser recolhidas informações sobre [possíveis] vítimas e que os serviços competentes já estão a trabalhar no local”.

A ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, disse este domingo em Vilnius que a NATO deve “fazer mais” contra o que classificou como os “delírios de grandeza” do Presidente russo Vladimir Putin. “Uma coisa é certa: a situação atual significa que precisamos de fazer mais juntos”, reforçou Lambrecht, enfatizando que ninguém pode “saber até onde podem ir os delírios de grandeza de Putin”, noticiou a televisão pública alemã DW.

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Acordo na Concertação Social cria uma “almofada” para os próximos anos, diz Marcelo

  • Lusa
  • 9 Outubro 2022

Marcelo nota que acordo de Rendimentos e Competitividade é “muito importante” em época de instabilidade mundial e de incerteza económica.

O Presidente da República considerou este domingo que o acordo alcançado na Concertação Social é “muito importante” em época de instabilidade mundial e de incerteza económica, defendendo que cria uma “almofada” para os próximos anos.

“Eu acho que é muito importante, porque está tudo muito instável no mundo, instável na Europa e haver alguma plataforma de entendimento entre as confederações patronais, a UGT e o Governo é muito importantes nestes próximos anos”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado recordou que Portugal ainda tem pela frente “anos de legislatura, muitos orçamentos, uma guerra para terminar, uma recuperação económica para fazer” e uma “gestão de fundos europeus também para realizar”. “Tudo isso em acordo social é completamente diferente do que tudo isso em tensão social entre os parceiros”, sublinhou.

Questionado se as medidas previstas no acordo para os quatros anos serão suficientes para evitar a contestação social, o Presidente reiterou que, para já, ter-se fechado um acordo “é muito importante”, tendo em conta que existem “problemas urgentes” que é necessário enfrentar, como o aumento dos bens energéticos ou do custo de vida.

“Haver um acerto de posições entre patrões e uma parte dos sindicatos, isso é uma boa ajuda no momento em que esperamos que corra melhor o ano que vem e os anos seguintes. Mas não temos a certeza e, portanto, é preferível avançar com alguma almofada a avançar sem almofada nenhuma: este acordo é uma almofada”, sustentou.

Interrogado se, uma vez que o acordo irá vigorar até 2026 e se vive um período de incerteza, não teme que as pessoas possam ficar “a perder” ao longo do tempo, Marcelo recordou que “o acordo é móvel”. “É um acordo feito agora para o futuro, isto é, para os próximos anos. Para já, cumprindo necessidades imediatas que uns e outros têm: salários de um lado, custos de produção, por outro. Por outro lado, se for necessário atualizá-lo e ajustá-lo, é inevitável a atualização e o ajustamento”, referiu.

O Governo e os parceiros sociais, à exceção da CGTP, chegaram no sábado a um acordo de médio prazo para a melhoria dos rendimentos, salários e competitividade. O acordo será assinado esta tarde no Palácio Foz, em Lisboa, numa cerimónia com o primeiro-ministro, António Costa, na véspera da entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) no parlamento.

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Esta é a versão final do Acordo de Rendimentos e Competitividade. Leia aqui

Aumentos anuais de salários, atualizações de escalões de IRS ou incentivos à contratação de jovens. Conheça a versão final do Acordo de Rendimentos e Competitividade.

Aumentos anuais de salários, atualizações de escalões de IRS ou incentivos à contratação de jovens. O Governo vai assinar este domingo com os parceiros sociais — à exceção da CGTP — a versão final do Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, Salários e Competitividade. Esta assinatura acontece na véspera de o Executivo entregar na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

“Vivemos um contexto internacional de enorme incerteza e tempos de grande exigência para responder aos desafios que enfrentamos”, começa por dizer o Executivo, no documento a que o ECO teve acesso.

três pontos essenciais, sublinhados pelo próprio Governo: evolução do salário mínimo nacional até aos 900 euros até 2026; incentivos às empresas na contratação e no aumentos de salários; e a valorização do rendimento dos jovens. Estes três pontos estendem-se através de várias medidas.

Valorização dos Salários

  • Aumento nominal das remunerações por trabalhador de 4,8% em cada ano, em média, entre 2023 e 2026. Este adicional representará um aumento mínimo de 20% do rendimento médio por trabalhador em 2026 face a 2022;
  • O valor da remuneração mínima mensal garantida atingirá o valor de, pelo menos, 900 euros em 2026760 euros em 2023; 810 euros em 2024; 855 euros em 2025 e 900 euros em 2026;

Jovens: atração e fixação de talento

  • Aumento do benefício anual do IRS Jovem para 50% no primeiro ano, 40% no segundo ano, 30% nos terceiro e quarto anos e 20% no quinto ano, e aumento dos limites máximos do benefício em cada ano;
  • Criação de programa anual de apoio à contratação sem termo de jovens qualificados com salários iguais ou superiores a 1.320 euros, nível remuneratório de entrada de um licenciado na carreira geral de técnico superior;
  • Extensão extraordinária do Programa Regressar durante a vigência do Acordo, adaptando as regras de acesso ao Programa, com o objetivo de assegurar que o mesmo se destina ao incentivo ao regresso de quadros qualificados e, em particular, de atração de jovens;

Trabalhadores: Rendimentos não salariais

  • Atualização em 2023 dos escalões de IRS com base no critério de valorização nominal das remunerações por trabalhador (5,1%), assegurando o princípio da neutralidade fiscal das atualizações salariais posteriores, com a atualização anual dos escalões de IRS;
  • Aproximação e, sempre que possível, eliminação da diferença entre a retenção na fonte de IRS e o imposto devido, evoluindo para um sistema de retenção na fonte que assegure que as valorizações salariais se traduzem em ganhos líquidos mensais para os trabalhadores;
  • Reformulação das regras de funcionamento do mínimo de existência para conferir maior progressividade ao IRS, passando de uma lógica de liquidação a final para uma lógica de abatimento a montante, beneficiando os rendimentos até 1.000 euros por mês e eliminando a distorção atual de tributação a 100% dos rendimentos imediatamente acima do salário mínimo;
  • Criação de um Incentivo de Regresso ao Mercado de Trabalho, direcionado a desempregados de longa duração, permitindo acumulação parcial de subsídio de desemprego com o salário pago pela entidade empregadora.
  • Aumento da remuneração por trabalho suplementar a partir das 100 horas — 50% pela primeira hora ou fração desta; 75% por hora ou fração subsequente, em dia útil e 100% por cada hora ou fração, em dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar, ou em feriado. Adicionalmente, é reduzida a taxa de retenção na fonte de IRS para metade, nestas horas suplementares;
  • Atualização do valor de isenção do subsídio de alimentação para 5,20 euros;
  • Avaliação e operacionalização do enquadramento fiscal próprio para bonificar ao trabalhador a frequência de formação profissional certificada, a implementar na vigência do Acordo;
  • Avaliação do impacto do aumento dos custos com a habitação. Para as situações em que se verifique um acréscimo significativo da taxa de esforço dos clientes nos contratos de crédito, Governo apresentará uma iniciativa legislativa para que as instituições de crédito e sociedades financeiras avaliem esse impacto na capacidade financeira dos clientes e, mediante a verificação de condições, formulem propostas adequadas;
  • Aprofundar a progressividade do IRS, continuando a garantir o desagravamento fiscal sobre os rendimentos do trabalho;
  • Aumento da compensação por cessação de contrato de trabalho para 14 dias nas situações de despedimento coletivo ou extinção do posto de trabalho;
  • Extensão da isenção da taxa liberatória de IRS aplicável aos trabalhadores agrícolas não residentes às primeiras 50 horas de trabalho suplementar;

Empresas: Fiscalidade e Financiamento

  • Majoração em 50% dos custos com a valorização salarial (remunerações e contribuições sociais), em sede de IRC, para todas as empresas que tenham contratação coletiva dinâmica, valorizem anualmente os salários em linha ou acima dos valores constantes no Acordo e reduzam o leque salarial, considerando-se para o efeito o rácio entre a parcela da remuneração base dos 10% de trabalhadores mais bem remunerados em relação ao total e a parcela de remuneração base dos 10% de trabalhadores menos bem remunerados em relação ao total;
  • Criação do Regime Fiscal de Incentivo à Capitalização de Empresas (ICE);
  • Reformulação do sistema de reporte e dedução dos prejuízos fiscais gerados em exercícios financeiros anteriores;
  • Redução seletiva de IRC para as empresas que invistam em Investigação e Desenvolvimento (I&D), reforçando as condições do Sistema de Incentivos Fiscais à Investigação e Desenvolvimento Empresarial (SIFIDE II) na componente do investimento direto;
  • Em 2023, aumento do limite da matéria coletável a que se aplicam as taxas especiais de IRC para Pequenas e Médias Empresas (PME), bem como para empresas em atividade nos territórios do Interior, de 25.000€ para 50.000€, alargamento às Small Mid Caps e, durante o período de vigência do Acordo, alargamento da aplicação da taxa reduzida por dois anos a empresas que resultem de operações de fusão de PME;
  • Prorrogação para os anos de 2022 e 2023 da regra constante do artigo 375.º da Lei n.º 75/2020, de 31 de dezembro, no sentido do não agravamento de 10 pontos percentuais das tributações autónomas para as empresas com prejuízos fiscais;
  • Redução imediata de 2.5 pontos percentuais das taxas de tributação autónoma aplicáveis ao custo associado a veículos híbridos plug-in e redução das taxas de tributação autónoma aplicáveis a veículos ligeiros movidos a Gás Natural Veicular (GNV);
  • Criação de um incentivo financeiro a instrumentos de formação à medida;
  • Operacionalização de medidas de apoio às empresas, no âmbito de formação certificada em contexto de trabalho, de forma a promover a requalificação dos recursos humanos e preservar a manutenção de emprego e a capacidade produtiva;
  • Em 2022 e 2023, reforço de 20% para 40% da majoração, em sede de IRS e IRC, dos gastos com rações para animais, fertilizantes e adubos, corretivos orgânicos e minerais e extensão para a água para rega;
  • Implementação de um plano de abate de automóveis ligeiros de passageiros em fim de vida;
  • Apoio extraordinário imediato aos agricultores para mitigar o aumento do preço dos combustíveis, equivalente à taxa de carbono, à redução da taxa unitária do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) do gasóleo agrícola para o mínimo legal e a uma compensação pelo IVA, no total de 10 cêntimos por litro tendo em consideração os consumos de gasóleo agrícola reportados ao último ano completo;

Simplificação Administrativa e Custos de Contexto

  • Criação do Regime Geral de Taxas;
  • Eliminação e simplificação de processos burocráticos no âmbito da Reforma dos Licenciamentos;
  • Reconversão do Fundo de Compensação do Trabalho (FCT) para permitir às empresas que para ele tenham contribuído, nomeadamente financiar a qualificação e a formação certificada dos trabalhadores; apoiar a autonomização dos jovens trabalhadores, suportando uma parte dos encargos com habitação. e o reforço do Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT) com transferência excecional do FCT;
  • Fim das contribuições para o FCT e, durante a vigência do acordo, a suspensão das contribuições mensais para o FGCT;
  • Simplificação do regime que permite a regularização do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) relativo a créditos de cobrança duvidosa;
  • Eliminação da obrigação de comunicação mensal das declarações retributivas à Segurança Social por parte das entidades empregadoras passando a existir o princípio de necessidade de comunicação à Segurança Social, somente em caso de alterações;
  • Eliminação da obrigação de declaração trimestral à Segurança Social por parte dos trabalhadores independentes;
  • Criação de novos canais de pagamento à Segurança Social, nomeadamente online, o que permitirá simplificar o pagamento mensal;
  • Acordar termos de sustentabilidade e competitividade do setor da saúde;
  • Implementação de um plano de pagamento de dívidas de saúde, no âmbito dos Hospitais E.P.E., assegurando-se para este fim, no prazo de três anos, a injeção de 1.500.000.000 euros;
  • Reporte periódico do Governo da aplicação da comporta regulatória;
  • Alargamento do mecanismo de reembolso do montante equivalente ao IVA em projetos financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) às associações empresariais e às associações de empregadores e de trabalhadores;
  • Limitação, para micro, pequenas e médias empresas (MPME), em 50% do 3.º Pagamento por Conta de IRC de 2022;
  • Avaliação, no âmbito do Fórum das Confederações junto da Autoridade Tributária e Aduaneira, de medidas de simplificação fiscal;
  • Implementação de mecanismos de simplificação de procedimentos de licenciamento para produção de energia e eficiência energética e hídrica;
  • Reforço da medida APOIAR.PT dirigida ao setor do alojamento, restauração e similares, e de outras atividades turísticas;
  • Reforço das verbas de promoção do destino Portugal 2022-2025 em mercados de elevado potencial, designadamente no atual contexto económico e financeiro internacional, ou que contribuam para a redução da sazonalidade e dispersão territorial dos fluxos turísticos;
  • Efetivação do mecanismo de restituição do IVA suportado e não dedutível com as despesas relativas à organização de congressos, feiras, exposições, seminários, conferências e similares, nos termos do n.º 2 do artigo 21.º do Código do IVA, avaliando a possibilidade de evolução do regime;
  • Aprovar a Agenda para a Competitividade do Comércio e dos Serviços, assente em crescimento e inovação (capacitação, transições verde e digital) e competitividade urbana e coesão territorial (conhecimento e informação – cadastro comercial, regeneração urbana das áreas comerciais e promoção e marketing);
  • Adicionalmente, o Governo adotará novas medidas no quadro da mitigação do aumento dos custos de energia para as famílias e para as empresas, num total de cerca de 3.000 milhões de euros;

Leia aqui na íntegra o Acordo de Rendimentos

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Agricultores vão ter apoio “imediato” no combustível

  • Lusa
  • 9 Outubro 2022

Apoio equivale a dez cêntimos por litro, tendo em consideração os consumos de gasóleo agrícola reportados ao último ano completo.

O Governo vai avançar com um apoio “imediato” aos agricultores com o objetivo de mitigar o aumento do preço dos combustíveis, no total de 10 cêntimos por litro de gasóleo agrícola, segundo o acordo de Concertação Social, assinado este domingo.

O acordo de médio prazo para melhoria de rendimentos, salários e competitividade é esta tarde assinado entre o Governo e os parceiros sociais, à exceção da CGTP, que deverá ficar de fora, numa cerimónia no Palácio Foz, em Lisboa, com o primeiro-ministro, António Costa. A versão final do documento, a que a Lusa teve acesso, prevê um “apoio extraordinário imediato aos agricultores para mitigar o aumento do preço dos combustíveis”.

O apoio é “equivalente à taxa de carbono, à redução da taxa unitária do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) do gasóleo agrícola para o mínimo legal e a uma compensação pelo IVA, no total de 10 cêntimos por litro tendo em consideração os consumos de gasóleo agrícola reportados ao último ano completo“, lê-se no documento.

O acordo estipula ainda, para 2022 e 2023, um reforço de 20% para 40% da majoração, em sede de IRS e IRC, dos gastos com rações para animais, fertilizantes e adubos, corretivos orgânicos e minerais e extensão para a água para rega.

Já no âmbito da mobilidade sustentável, o acordo prevê a implementação de um plano de abate de automóveis ligeiros de passageiros em fim de vida e o alargamento do gasóleo profissional ao transporte público coletivo de passageiros e a criação do “Gás Profissional” para o transporte pesado de mercadorias.

Ainda entre as novidades da versão final do documento está uma “extensão da isenção da taxa liberatória de IRS aplicável aos trabalhadores agrícolas não residentes às primeiras 50 horas de trabalho suplementar“.

Por sua vez, na medida que prevê o aumento das indemnizações de 12 para 14 dias nas situações de despedimento coletivo ou extinção do posto de trabalho deixou de constar o prazo para implementar a mesma, que estava previsto na versão anterior (a partir de 2023).

No documento, também as alterações que estavam propostas na versão anterior em relação ao Fundo de Compensação do Trabalho (FCT) são modificadas. Os parceiros irão discutir a reconversão do FCT para permitir às empresas “financiar a qualificação e a formação certificada dos trabalhadores” ou “apoiar a autonomização dos jovens trabalhadores, suportando uma parte dos encargos com habitação”.

Para discussão ficará também o reforço do Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT) “com transferência excecional do FCT, de forma a garantir capacidade de resposta face ao histórico de sinistralidade”. O acordo define ainda o “fim das contribuições para o FCT e, durante a vigência do acordo, a suspensão das contribuições mensais para o FGCT”.

No âmbito da fiscalidade, o novo documento introduz como medida a “efetivação do mecanismo de restituição do IVA suportado e não dedutível com as despesas relativas à organização de congressos, feiras, exposições, seminários, conferências e similares (…), avaliando a possibilidade de evolução do regime”.

O Governo e os parceiros sociais, à exceção da CGTP, chegaram no sábado a um acordo de médio prazo para a melhoria dos rendimentos, salários e competitividade, que tem a validade da legislatura (até 2026). Entre as medidas previstas no acordo está ainda uma valorização dos salários de 5,1% em 2023, de 4,8% em 2024, de 4,7% em 2025 e de 4,6% em 2026. “A valorização anual tem como objetivo assegurar um aumento não inferior a 20% do rendimento médio por trabalhador em 2026 face a 2022”, sublinha o Governo.

O documento define ainda a evolução do salário mínimo nacional, dos atuais 705 euros para 760 euros em 2023, para 810 euros em 2024, para 855 euros em 2025 e para 900 euros em 2026. Além do Governo, integram a Concertação Social a CIP – Confederação Empresarial de Portugal, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação do Turismo (CTP), a Confederação dos Agricultores (CAP), a UGT e a CGTP.

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Parceiros sociais acordam plano de pagamento de dívidas de saúde de 1.500 milhões

  • Lusa
  • 9 Outubro 2022

Acordo prevê um plano de pagamento de dívidas de saúde em três anos, no âmbito dos hospitais EPE.

O acordo de Concertação Social, que será assinado este domingo entre parceiros e Governo, prevê a injeção de 1.500 milhões de euros para um plano de pagamento de dívidas de saúde em três anos, no âmbito dos hospitais EPE.

A medida consta da versão final do acordo de médio prazo para melhoria de rendimentos, salários e competitividade, a que a Lusa teve acesso, que esta tarde será assinado pelo Governo e parceiros sociais, à exceção da CGTP, que deverá ficar de fora, numa cerimónia com o primeiro-ministro, António Costa, no Palácio Foz, em Lisboa.

O documento prevê a “implementação de um plano de pagamento de dívidas de saúde, no âmbito dos Hospitais E.P.E. [Entidades Públicas Empresariais], assegurando-se para este fim, no prazo de três anos, a injeção de 1.500 milhões de euros“. Este plano de pagamento será depois definido com os parceiros sociais, em sede da Comissão Permanente de Concertação Social.

Os parceiros sociais comprometem-se ainda a “acordar termos de sustentabilidade e competitividade do setor da saúde em que as empresas se comprometam no esforço de limitação do crescimento da despesa pública”.

As empresas do setor da saúde devem ainda contribuir para “os objetivos de eficiência energética” e o Estado ponderar “a revisão dos preços regulados dos bens e serviços da saúde”, apoiando a internacionalização das empresas, indica o documento.

O Governo e os parceiros sociais, à exceção da CGTP, chegaram no sábado a um acordo de médio prazo para a melhoria dos rendimentos, salários e competitividade, que tem a validade da legislatura (até 2026). O acordo será assinado esta tarde no Palácio Foz, em Lisboa, numa cerimónia com o primeiro-ministro, António Costa, na véspera da entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2023 no parlamento.

Entre as medidas previstas no acordo está ainda uma valorização dos salários de 5,1% em 2023, de 4,8% em 2024, de 4,7% em 2025 e de 4,6% em 2026. “A valorização anual tem como objetivo assegurar um aumento não inferior a 20% do rendimento médio por trabalhador em 2026 face a 2022”, sublinha o Governo. O documento define ainda a evolução do salário mínimo nacional, dos atuais 705 euros para 760 euros em 2023, para 810 euros em 2024, para 855 euros em 2025 e para 900 euros em 2026.

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De Portugal para a Antártida, o novo navio de luxo que custou 90 milhões

Novo navio oceânico World Traveller custou 90 milhões de euros, excedendo o orçamento inicial. Criou 120 postos de trabalho, gerando impacto económico no país e colocando-o no mapa mundial.

“Infelizmente com os preços a subir e a inflação, o orçamento do World Travellerultrapassou os 90 milhões de euros, excedendo [o orçamento inicial]. Mas é um investimento interessante para Portugal”, tendo em conta que cria “impacto económico, porque envolve milhares de técnicos e profissionais, e no mínimo 80 empresas portuguesas que contribuíram para o sucesso e construção deste navio”, começa por afirmar o empresário Mário Ferreira ao ECO/Local Online.

Além dos 120 postos laborais que este navio cria em alto mar, também gera “um grande impacto económico nacional e internacional, porque a empresa [Mystic Cruises] tem sede em Portugal, mas tudo o que vende nos EUA vem para as contas portuguesas e para Portugal”, assegura o presidente do grupo Pluris Investments, através do qual detém uma posição no capital da TVI e a empresa de cruzeiros Douro Azul.

Outra cartada a favor de Portugal é o navio — que vai viajar sobretudo para Antártida com partida do sul da Argentina –, ser uma montra de produtos nacionais ao utilizar, por exemplo, peças da Vista Alegre, uma marca de renome de Ílhavo, mostrando todo o potencial do território português. “O World Traveller é também um embaixador de produtos portugueses“, frisa o empresário após a tradicional cerimónia de troca de placas comemorativas desta 1ª visita ao quarto navio oceânico, no Terminal do Porto de Leixões, em Matosinhos, construído pela West Sea – Estaleiros Navais, em Viana do Castelo, para reforçar a frota da Mystic Cruises.

Mário Ferreira adianta ainda que já está em construção, no estaleiro de Viana de Castelo, um quinto navio, envolvendo o mesmo valor de investimento do World Traveller que, este sábado, foi visitado por 1200 pessoas. “O futuro paquete vai estar pronto a navegar no verão de 2024“, avança o empresário, enquanto percorre os luxuosos corredores do navio, decorado com com fotografias de emblemáticas embarcações e requintados apontamentos de decoração.

Sem querer adiantar muito sobre as dificuldades que a West Sea – Estaleiros Navais já viveu e a alavanca que a construção destes navios tem sido para a empresa de Viana do Castelo, Mário Ferreira sublinha apenas: “Não tenho dúvidas de que contribuímos para o sucesso do estaleiro“.

Estas viagens são muito caras para a maioria da bolsa dos portugueses, tendo em conta que “uma noite pode rondar entre os 800 e os mil dólares por pessoa.

Mário Ferreira

CEO da Mystic Cruises

Depois do World Explorer entregue em 2019, o World Voyager em 2020 e o World Navigator em 2021, a empresa tem agora este novo navio de luxo. Ainda assim, estes não são cruzeiros para a carteira de qualquer pessoa. É o próprio Mário Ferreira que o admite: “Estas viagens são muito caras para a maioria da bolsa dos portugueses, tendo em conta que “uma noite pode rondar entre os 800 e os mil dólares por pessoa“. O empresário explica que a empresa não vende estas viagens em Portugal, mas sim, nos EUA”.

Afinal, o que torna este navio tão diferente em relação aos demais existentes? “Existem muito pouco navios oceânicos no mundo com esta qualidade de interiores, este luxo e conforto“, além de ter a capacidade de empreender viagens de expedição em mares longínquos e de difícil navegação, responde o empresário ao ECO/Local Online entre apertos de mão e abraços de parabéns pela embarcação.

“Tem 126 metros de comprimento, um casco que foi feito para poder andar em águas com gelo, e a proa está preparada para quebrar gelo até um metro de altura, além de chegar a zonas da Antártida, Gronelândia, Antártico ou Noruega. Vamos a portos onde os grandes navios não entram”, destaca Mário Ferreira.

Outro dos trunfos deste navio é a aposta na sustentabilidade ambiental. “As águas residuais são tratadas, recolhidas e o que sai é uma água limpa. Nada é despejado para o mar. Os lixos são todos reciclados”, resume o empresário que entregou o design de interiores à imaginação e criatividade da dupla Artur Miranda e Jacques Bec, da empresa de arquitetura de interiores Oitoemponto que fez uma visita guiada ao ECO no navio.

Desde o glamour à seleção da paleta cromática, entre o azul, o branco e o amarelo, as 1200 pessoas que visitaram o World Traveller puderam constatar o toque pessoal de Artur Miranda e Jacques Bec nesta embarcação com cem quartos e capacidade para 200 passageiros.

Tem 126 metros de comprimento, um casco que foi feito para poder andar em águas com gelo, e a proa está preparada para quebrar gelo até um metro de altura, além de chegar a zonas das Antártida, Gronelândia, Antártico ou Noruega. Vamos a portos onde os grandes navios não entram.

Mário Ferreira

CEO da Mystic Cruises

“Tem um look moderno, simples, alegre e mediterrânico“, descreve Artur Miranda enquanto mostra os vários espaços dos sete decks do navio. A dupla precisou de dois anos para realizar o projeto de decoração das várias valências, desde um anfiteatro com capacidade para mais de 180 pessoas que funciona como sala de cinema ou espaço para outros espetáculos, além da piscina, sauna, SPA, ginásio, quartos de luxo, bar e restaurantes. Um médico e um enfermeiro deverão estar sempre a bordo durante os cruzeiros.

A primeira viagem teste está já agendada para o próximo fim de semana, entre Lisboa e Cádiz, e com uma tripulação de várias nacionalidades e com as mais variadas experiências em alto mar. E com toda a segurança, segundo garante o empresário. “Tem tecnologia de topo, desde radares, câmaras térmicas, umas cartas especiais assim como o sonar que encontra gelo que podemos não ver à noite“, descreve o capitão Albuquerque que já é um veterano nestas andanças. “O primeiro navio de cruzeiros que comandei foi em 1990. Já comandei viagens desde a Europa, passando pelo Brasil, EUA, África. Já percorremos o mundo“, lembra com emoção por agora embarcar nesta nova aventura.

Tem sido uma experiência enriquecedora. “Independentemente da responsabilidade, contactamos com várias culturas de diferentes países e isso é uma experiência única e também temos tripulação de várias nacionalidades”, lembrando que a viagem mais longa que fez durou 30 dias. Agora, o capitão está pronto para “governar o navio ou fazer leme” e viver novas experiências. Adianta, contudo, que “há cada vez mais procura de passageiros alemães, americanos e canadianos“.

Já a segunda oficial Melissa, por exemplo, é das tripulantes mais novas, e está na ponte que é a “área que se pilota, que faz com que o navio ande”, explica enquanto descreve que marca rotas, faz itinerários, apontando para a tecnologia de ponta à sua frente.

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