Governo admite construção de barragem no Ocreza

  • Lusa
  • 14 Outubro 2022

"Vamos colocar em discussão um conjunto de hipóteses que estamos a estudar na APA, de entre as quais a possibilidade da construção de uma barragem no rio Ocreza”, disse o ministro Duarte Cordeiro.

O Governo anunciou, esta sexta-feira ,que vai colocar à discussão um conjunto de hipóteses que está a estudar com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), de entre as quais a construção de uma barragem no rio Ocreza.

“Já tivemos a oportunidade de reunir com as comunidades intermunicipais dos territórios que abrangem o Tejo [rio]. Em breve vamos fazer uma reunião pública, onde vamos colocar em discussão um conjunto de hipóteses que estamos a estudar na APA, de entre as quais a possibilidade da construção de uma barragem no rio Ocreza não muito longe daqui”, afirmou o ministro do Ambiente. Duarte Cordeiro falava em Castelo Branco, numa conferência de imprensa conjunta com a ministra da Agricultura, realizada após a reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca (CPPMAES).

A criação de um reforço de capacidade armazenada, em barragem, no rio Ocreza é um tema que já tem alguns anos de discussão e uma solução que tem sido defendida, nomeadamente, por vários autarcas de Castelo Branco. Questionado sobre esta hipótese, o governante salientou que ela vai ser colocada à discussão.

“Também podemos considerar que o mecanismo de financiamento dessa [barragem do Ocreza] ou de outras soluções para reforçar os caudais ecológicos e a capacidade de captação de água seja a partir daquilo que pode ser o lançamento de uma nova concessão para a barragem do Cabril”, sustentou.

O próprio PSD questionou o Governo em abril deste ano sobre os estudos desenvolvidos pela APA sobre a construção de uma barragem no rio Ocreza e sobre a transferência de água a partir da barragem do Cabril. Numa pergunta apresentada na Assembleia da República e dirigida ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, os deputados do PSD recordaram que, em 2019, o Governo solicitou à APA “a elaboração de um estudo referente à construção de uma barragem no rio Ocreza, que contribuiria para a regularização do rio Tejo”.

“É necessário avaliar as soluções que estão a ser ponderadas e escrutinar a sua relevância em prol do interesse nacional”, sustentaram os sociais-democratas. Neste âmbito, os parlamentares requereram “ao Ministério do Ambiente e Ação Climática os estudos desenvolvidos pela Agência Portuguesa do Ambiente sobre a construção de uma barragem no rio Ocreza e sobre a transferência de água a partir da barragem do Cabril”.

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, afirmou ainda que a construção do regadio a sul da Gardunha está, neste momento, em avaliação de condicionantes. “A Câmara Municipal de Castelo Branco apresentou uma candidatura, no âmbito do Plano Nacional de Regadios para o aproveitamento hidroagrícola da Gardunha que está neste momento em avaliação de condicionantes. E, uma das condicionantes é a disponibilidade da água”, afirmou a governante, na mesma conferência de imprensa.

A concretização do regadio ao sul da Gardunha é um projeto há muito reclamado, nomeadamente, pelos agricultores e pelos próprios municípios de Castelo Branco e do Fundão. Contudo, em relação à autarquia albicastrense, o atual presidente, Leopoldo Rodrigues (PS), opõe-se à obra que utilizará a água da albufeira de Santa Águeda.

O autarca tem argumentado que não defende este projeto, porque há o risco de se ficar sem água para consumo humano. Maria do Céu Antunes salientou que a albufeira de Santa Águeda é de “fins múltiplos” que serve para o abastecimento público e serve para a agricultura.

“Nesse sentido estamos a avaliar e estamos convictos que aquilo que é o trabalho conjunto dos dois ministérios [Ambiente e Agricultura] vamos encontrar forma de potenciar esses dois usos, a bem do desenvolvimento desta região onde a agricultura tem um peso muito importante”, sublinhou.

Espanha não cumpriu Convenção de Albufeira em relação aos rios Douro e Tejo

O Governo português anunciou ainda que Espanha não cumpriu com o estabelecido na Convenção de Albufeira para os rios Douro e Tejo, frisando que em relação ao primeiro forneceu 91% do caudal anual e no Tejo, 86% do caudal estabelecido.

“Tivemos oportunidade de falar sobre a questão da Convenção de Albufeira. Quero dar nota que as bacias do Minho e do Lima, apesar de se terem verificado as situações de exceção, Espanha garantiu o lançamento de 99% desse caudal previsto na convenção”, afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática.

Duarte Cordeiro salientou que em relação aos rios Douro e Tejo, “Espanha não cumpriu aquilo que é o caudal anual, apesar de ter cumprido aquilo que são os caudais semanais relativamente à convenção [de Albufeira]”. “No Douro forneceu apenas 91% do caudal anual e no Tejo, apenas 86% do caudal que estava estabelecido na convenção”, sustentou. O governante explicou que foi acordado entre os governos dos dois países ibéricos uma declaração conjunta: “Será feita uma reunião ao mais alto nível, neste caso com a minha colega espanhola [do Ambiente], até ao final do ano”.

O ministro salientou que tendo em conta as previsões meteorológicas que apontam para um mês de outubro mais quente do que a média, o governo vai continuar, com muita atenção no que diz respeito à monitorização dos caudais que são libertados durante este período.

“Quero dar nota que na primeira semana de outubro, os caudais lançados por Espanha foram cumpridos. Para minorar os efeitos da seca, os países [Portugal e Espanha] acordaram em reforçar aquilo que é o mecanismo de acompanhamento dos regimes dos caudais e tem existido reuniões quinzenais, desde julho, entre ambas as autoridades”, frisou.

Duarte Cordeiro garantiu que este é um trabalho que vai continuar a ser realizado “com muita atenção da parte do nosso país”. “Procuramos, do nosso lado cumprir, mas também procuramos que os nossos parceiros cumpram as suas responsabilidades relativamente a esta convenção [Albufeira]”, concluiu.

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Costa acredita que França “não vai querer estar isolada” no apoio ao novo gasoduto

  • Lusa
  • 14 Outubro 2022

Primeiro-ministro assumiu que França seria a “solução natural” de passagem do gasoduto, não descartando “outras soluções mais difíceis e mais caras”.

O primeiro-ministro português, António Costa, que esteve hoje reunido com o chanceler Olaf Scholz e o homólogo espanhol, Pedro Sánchez, assumiu que França “não vai seguramente querer estar isolada” na posição comum de apoio ao novo gasoduto ibérico.

“Temos trabalhado os três (Portugal, Espanha e Alemanha) para que a França se possa mostrar de novo aberta a esta solução (…) À volta do Conselho não vai seguramente querer estar isolada nesta posição que é comum”, apontou António Costa aos jornalistas, assumindo que o executivo de Paris nem sempre esteve contra este projeto.

O primeiro-ministro português acrescentou que existem agora dois “novos argumentos” que devem convencer o presidente francês, Emmanuel Macron, a apoiar o projeto “Midcat”, um gasoduto que ligue a Península Ibérica ao resto da Europa através dos Pirenéus. “A infraestrutura que pode servir para o gás, pode servir também para o hidrogénio verde (…) e, até agora, parte importante da Europa, por exemplo aqui a Alemanha, era abastecida através da Rússia”, realçando a necessidade de serem encontradas soluções alternativas de energia, não estando “tão dependentes de um só fornecedor”.

Aos jornalistas no final da reunião na Chancelaria Federal, Costa assumiu que França seria a “solução natural” de passagem do gasoduto, não descartando “outras soluções mais difíceis e mais caras”. “A Península Ibérica tem não só a capacidade de produzir energia renovável, e em particular o hidrogénio verde no futuro. Mas também pela sua posição geográfica ser um ponto de descarga de gás natural proveniente dos Estados Unidos, da costa africana, Trinidad e Tobago”, recordou.

A reunião entre Costa, Sánchez e Scholz acontece uma semana antes dos chefes de Estado e de governo da União Europeia terem encontro marcado em Bruxelas, a 20 e 21 de outubro, para a Cimeira do Conselho Europeu, onde deverão ser decididas medidas para a intervenção no mercado energético.

Foi uma reunião de preparação do próximo Conselho Europeu onde espero que possamos avançar em tomar decisões concretas sobre aquilo que é mais urgente, que é podermos ter medidas que estabilizem duradouramente os mercados de energia. Precisamos de dar, quer as famílias, quer as empresas, expectativas daquilo que vai acontecer no próximo ano”, sustentou em declarações aos jornalistas.

No final da reunião foi ainda divulgado um comunicado conjunto onde os três líderes assumem o “inquebrável apoio à Ucrânia durante o tempo que seja necessário”. António Costa, na qualidade de secretário-geral do Partido Socialista português, tem agora um encontro de líderes que decorrerá ao jantar no âmbito do Congresso do Partido Socialista Europeu (PSE).

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Truss não acalma mercados: libra cai e juros da dívida agravam

Analistas esperavam uma inversão de marcha a 100% e ficaram desapontados com anúncio de reversão parcial do “mini-orçamento” que lançou o Reino Unido para o caos.

“U-turn” ou, em português, inversão de marcha. Era o que esperavam os analistas e investidores quando Liz Truss falou aos jornalistas ao início da tarde, já depois de ter afastado Kwasi Kwarteng do cargo de ministro das Finanças. Num esforço para recuperar a credibilidade, a primeira-ministra anunciou uma reversão parcial do “mini-orçamento” que lançou o Reino Unido no caos financeiro nas últimas semanas. Não foi o suficiente para tranquilizar os mercados.

A libra caiu contra o dólar esta sexta-feira, recuando cerca de 1,3% para 1,1183 dólares – nos últimos dias chegou a bater num mínimo de sempre nos 1,0327 dólares.

Libra em mínimos históricos

Fonte: Reuters

Já as obrigações do Tesouro a dez anos – as chamadas gilts – viram os juros agravarem 17 pontos base para os 4,371%, o valor mais elevado desde a crise financeira mundial, em 2008, já lá vão 14 anos.

O que anunciou Truss? Além de trocar o ministro das Finanças, com Kwarteng a sair do cargo apenas 38 dias depois de o ter assumido para dar lugar a Jeremy Hunt, a primeira-ministra britânica adiantou que o imposto sobre as empresas vai subir para 25%, deixando cair congelamento nos 19% que previa o plano inicial.

Juros das gilts disparam

Fonte: Reuters

Com isto, Truss, que admitiu que estava a ir “além e depressa demais” para o desejo dos mercados, garantirá uma receita fiscal adicional de 18 mil milhões de libras, mas vai ter de se esforçar mais para equilibrar as contas públicas e restaurar a calma dos mercados. Os analistas dizem que um plano credível terá de incluir medidas no valor de 60 mil milhões em cortes na despesa pública e aumentos de impostos.

“Fazer uma inversão de marcha forçada não dá realmente a impressão de que Liz Truss está a avançar com um plano de política confiável”, referiu Richard McGuire, chefe de estratégia de taxas do Rabobank, citado pela agência Reuters.

“Não vejo como essa conferência de imprensa terá feito muito para reforçar o apelo do Reino Unido em relação aos investidores estrangeiros. Vemos a fraqueza da libra esterlina… esperaria que as gilts e a libra permanecessem sob pressão daqui para frente”, acrescentou. Cresce agora a tensão em torno do Banco de Inglaterra, que disse que ia terminar as compras de emergência de obrigações esta sexta-feira.

Na véspera, a libra recuperou terreno com os investidores na expectativa de uma completa inversão de marcha em relação ao “malfadado” plano fiscal de Kwarteng e Truss, mas não foi isso que aconteceu.

“O mercado criou expectativas de que quase todo o mini-orçamento ia ser cancelado, quando vemos a inversão apenas na taxa de imposto sobre as empresas… foi um desapontamento”, sublinhou Michael Borw, da Caxton.

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Coimbra vai aplicar taxa turística de um euro

  • Lusa
  • 14 Outubro 2022

A taxa turística tem como objetivo fazer "face aos custos relacionados com o incremento da presença de turistas" na cidade. O concelho registou 709 mil dormidas em 2019.

A Câmara de Coimbra vai aplicar uma taxa turística no valor de um euro para fazer “face aos custos relacionados com o incremento da presença de turistas” na cidade, anunciou esta sexta-feira o município. O executivo vai votar, na segunda-feira, o projeto de Regulamento da Taxa Municipal Turística de Coimbra, que propõe a aplicação de uma taxa de um euro, afirmou a Câmara Municipal, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

O assunto já tinha sido discutido a 5 de setembro, sendo agora apresentado o regulamento, já com um valor de taxa definido para 2023. “A forte atração turística acarreta, pelo incremento populacional que constitui, um aumento substancial de gastos dos cofres do município, em diversos domínios“, justifica a proposta dos serviços municipais que irá a discussão em reunião do executivo.

A proposta considera que a aplicação de uma taxa de um euro por dormida permite ao município “manter e reforçar as suas marcas distintivas, numa ótica de turismo sustentável, salvaguardando que a qualidade de vida dos seus habitantes não seja afetada pelo aumento da procura por parte dos turistas”.

“O valor estimado de receita irá permitir fazer face à cobertura de parte dos encargos gerados, diretamente relacionados com a população turística”, acrescenta o documento. De acordo com a nota de imprensa da Câmara de Coimbra, o concelho registou 709 mil dormidas em 2019. Após a aprovação do regulamento, o projeto segue para consulta pública pelo prazo de 30 dias úteis.

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Novos casos e óbitos por Covid voltam a recuar. Mas internamentos sobem

  • ECO
  • 14 Outubro 2022

Entre 4 de outubro e a passada segunda-feira, 10 de outubro, foram registados 6.760 novos casos de infeção e mais 36 mortes por Covid-19 em Portugal.

Entre 4 de outubro e a passada segunda-feira, 10 de outubro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 6.760 novos casos de Covid-19, em termos acumulados, isto é, menos 8.017 face aos registados na semana anterior. O boletim desta sexta-feira indica ainda que, neste período, morreram 36 pessoas com a doença, menos nove óbitos em relação aos sete dias anteriores.

O número de internamentos agravou-se. Numa semana houve mais 25 internamentos, para um total de 420, dos quais mais oito em cuidados intensivos. A maioria destas entradas no hospital, 321, registou-se nas pessoas com mais de 60 anos, num momento em que se acelera uma nova dose de reforço da vacina contra a Covid entre a população mais vulnerável à doença.

Lisboa continua a ser a região do país com mais casos confirmados, 2.301, ainda que seja de assinalar uma rápida desaceleração dos casos comunicados às autoridades de saúde. Com o país a sair da situação de alerta pela pandemia – e o fim do isolamento obrigatório dos infetados por Covid –, em Lisboa registaram-se menos 3.178 casos positivos na última semana.

A região norte segue-se nos casos reportados, 1.825, e repete-se uma queda significativa de 2.509 face à semana anterior. Em todas as razões do país morreram menos pessoas por Covid, com exceção dos Açores, que registou uma morte.

Pode consultar abaixo o último relatório da DGS:

 

 

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PSD fala em “atmosfera quase irrespirável” com alegadas incompatibilidades no Governo

  • Lusa
  • 14 Outubro 2022

"Há uma lei. A lei está em vigor e é preciso que todos tenhamos a certeza de que ela está a ser cumprida”, disse Luís Montenegro sobre os casos de alegada incompatibilidade no Governo.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou esta sexta-feira estar criada “uma atmosfera quase irrespirável” com os sucessivos casos de alegada violação da lei das incompatibilidades por parte de membros do Governo.

“Está criada uma atmosfera quase irrespirável”, respondeu o líder social-democrata aos jornalistas, quando questionado sobre mais um caso de alegadas incompatibilidades no Governo, que envolve a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Luís Montenegro, que falava em Vendas Novas, no final do programa “Sentir Portugal” pelo distrito de Évora, voltou a defender que “é urgente” que as autoridades judiciais apurem “se a lei está ou não a ser cumprida”.

“Não vale a pena estar a ir mais longe do que aquilo que é a essência dessa matéria. Há uma lei. A lei está em vigor e é preciso que todos tenhamos a certeza de que ela está a ser cumprida”, vincou. O presidente do PSD considerou que, “se a cada dia aparecerem mais dúvidas” sobre incompatibilidades de membros do Executivo socialista, “com certeza que está colocada em causa a autoridade do Governo”.

Lembrando casos de “descoordenação” e de “declarações desrespeitosas” de membros do Governo, Montenegro vincou que as notícias sobre alegadas incompatibilidades vão “engrossar as dificuldades” para o país ter “um governo eficaz”.

As autoridades judiciais têm de cumprir a sua tarefa de apurar se a lei foi cumprida ou não e é isso que espero que se faça, com rapidez e urgência”, para também “tranquilizar o país relativamente à esfera de atuação plena de um membro do Governo”, acrescentou.

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Musk pede aos EUA para financiar o seu sistema de satélites na Ucrânia

  • Lusa
  • 14 Outubro 2022

O sistema de satélites está a custar 20 milhões de dólares por mês à SpaceX. Musk pergunta ainda "se um fornecedor comercial está a ajudar os EUA e se torna um alvo, os EUA devem-lhe proteção?”.

O Departamento de Defesa dos EUA recebeu um pedido do fundador da SpaceX, Elon Musk, para que assuma o financiamento da sua rede de satélites que fornece comunicações para as forças militares ucranianas contra a invasão russa. Uma fonte do Departamento de Defesa norte-americano disse que o assunto foi discutido em várias reuniões e que líderes políticos e altas patentes das Forças Armadas estão a avaliar o assunto.

O sistema Starlink, construído pelas empresas de Musk, com mais de 2.200 satélites de baixa órbita, forneceu Internet de banda larga a mais de 150.000 estações terrestres ucranianas. Musk estima que esse sistema de satélites está a custar 20 milhões de dólares (valor idêntico em euros) por mês à SpaceX, para atender às necessidades de comunicação da Ucrânia.

O pedido do homem mais rico do mundo para que o Pentágono assuma as centenas de milhões de dólares deste custo surge no momento de um conflito no Twitter entre Musk e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Numa troca de mensagens no Twitter, na semana passada, Musk argumentou que, para alcançar a paz, a Rússia devia ter permissão para manter a Península da Crimeia, que anexou em 2014, defendendo ainda que a Ucrânia devia adotar um estatuto neutro, abandonando a intenção de aderir à NATO.

Musk também iniciou uma sondagem no Twitter perguntando se “a vontade do povo” deveria decidir se as regiões anexadas continuam parte da Ucrânia ou se tornam parte da Rússia. Numa resposta sarcástica, Zelensky criou uma outra sondagem no Twitter perguntando “de qual Elon Musk gosta mais?: ‘Aquele que apoia a Ucrânia’ ou ‘Aquele que apoia a Rússia’”.

Musk respondeu a Zelensky que “ainda” apoiava a Ucrânia, mas que estava convencido de que “a escalada maciça da guerra causará grandes danos à Ucrânia e possivelmente ao mundo”. O pedido de Musk para que o Pentágono comece a pagar a conta de manutenção de satélites ocorre quando a Força Espacial e o Pentágono estão a analisar como os fornecedores comerciais podem desempenhar um papel na segurança nacional.

Em março, o comandante do Exército do Comando Espacial dos EUA, general James Dickinson, disse que ter muitos fornecedores a prover os recursos necessários, como as imagens de satélite de comboios russos, tornou-se essencial, porque liberta recursos de satélite militares limitados para se concentrar noutras missões.

Musk também levantou uma outra questão que vários fornecedores e o próprio Pentágono estão a avaliar, à medida que o espaço se torna uma parte crítica das operações em tempo de guerra: “Se um fornecedor comercial está a ajudar os EUA e se torna um alvo, os EUA devem-lhe proteção?”. Musk colocou esta pergunta no Twitter lembrando que as suas empresas tiveram de se defender de ataques cibernéticos, alegadamente por retaliação pela sua ajuda à Ucrânia.

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Sociais-democratas europeus veem Portugal e Espanha como “modelos de fortaleza”

  • Lusa
  • 14 Outubro 2022

“Pedro e António: estão a fazer as coisas bem”, afirmou Achim Poch, secretário-geral do Partido Socialista Europeu (PSE).

O Partido Socialista Europeu iniciou esta sexta-feira o seu congresso, em Berlim, destacando Portugal e Espanha como “modelos de fortaleza” dentro desta família política e com advertências ao reforço da extrema-direita em Itália e em outros países do bloco comunitário. “Pedro [Sánchez] e António [Costa]: estão a fazer as coisas bem”, afirmou Achim Poch, secretário-geral do Partido Socialista Europeu (PSE), na mensagem de abertura do congresso, a decorrer na capital alemã sob o lema “Com coragem. Pela Europa”.

O primeiro-ministro português e o chefe do Governo espanhol irão intervir no sábado na reunião partidária. O avanço da direita radical deve constituir “uma chamada de advertência” ao conjunto das democracias liberais europeias e face ao qual os socialistas e sociais-democratas europeus devem “responder com força”, prosseguiu Achim Poch.

A primeira sessão plenária, que decorre esta sexta, está centrada na eleição do novo presidente da formação, o ex-primeiro-ministro sueco Stefan Lofven, figura de referência da social-democracia sueca, que sucederá ao búlgaro Sergei Stanischev, na liderança do PSE desde 2011. Nos dois dias da reunião, e em diversas sessões, serão abordados os grandes desafios multilaterais do momento, da guerra da Ucrânia às alterações climáticas, da resposta à crise energética ao combate à inflação.

Lofven representa uma das grandes famílias da social-democracia europeia, por ser a formação que dominou a vida política sueca durante décadas. No entanto, a abertura do congresso do PSE significou um momento amargo para o partido, quando em Estocolmo foi hoje anunciada a nova coligação governamental liderada pelo conservado Ulf Kristensson e que será apoiada pelos Democratas Suecos (SD), uma formação de extrema-direita.

Na sessão de sábado, a par de Sánchez e Costa, também intervirá a ex-primeira-ministra sueca Magdalena Andersson, cujo partido foi o mais votado nas eleições de setembro passado com 30% dos votos expressos, apesar de a coligação que liderava ser ultrapassada pelo bloco das direitas. Também estão presentes na reunião de Berlim a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, entre outros líderes europeus.

O Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, a vice-presidente do Parlamento Europeu, Katarina Barley, e o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, também marcam presença. A guerra na Ucrânia será o tema dominante do congresso, com Scholz a referir-se à situação, na quinta-feira, através de uma declaração prévia e na qual advertiu ao que definiu de “cruzada contra o Ocidente” que considera estar a ser movida pelo Presidente russo, Vladimir Putin, contra o conjunto das “democracias liberais” à escala global.

A presença da finlandesa Sanna Marin e da sueca Magdalena Andersson no encontro assinala a mudança de rumo dos dois países nórdicos na sequência do conflito na Ucrânia, com Helsínquia e Estocolmo a prescindirem da sua tradicional neutralidade militar e a pedirem a adesão à NATO. À margem do congresso, Sánchez e Costa reúnem-se com Scholz para discutir, entre outras matérias, assuntos relativos ao “abastecimento energético” na UE.

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Finlândia só admite adesão à NATO em simultâneo com a Suécia

  • Lusa
  • 14 Outubro 2022

O presidente turco aceitou que o seu país ratifique o ingresso da Finlândia na NATO, mas não da Suécia,

O Presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, rejeitou esta sexta-feira a possibilidade de o seu país aderir à NATO a um ritmo diferente da Suécia, face à recusa da Turquia em ratificar de momento o ingresso de Estocolmo na Aliança Atlântica.

Na semana passada, o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan anuiu a que o seu país ratifique o ingresso da Finlândia na NATO, mas não da Suécia, alegando que o Governo sueco ainda não cumpriu o acordo em torno do combate ao que designa de “terrorismo curdo”. Em declarações aos media, Niinisto defendeu que os dois países nórdicos devem cooperar para uma adesão simultânea à NATO. “Iniciámos este processo com a Suécia e vamos prossegui-lo com a Suécia”, disse.

“O facto de se especular sobre uma admissão da Finlândia antes da Suécia é algo que serve os interesses de outros, e não os nossos”, insinuou Niinisto. A Finlândia e a Suécia formalizaram em maio passado o seu pedido de adesão à NATO de forma conjunta, após décadas de não-alinhamento, uma decisão justificada pela alteração do quadro de segurança europeu na sequencia da invasão russa da Ucrânia.

O processo de adesão dos dois países escandinavos registou uma celeridade sem precedentes, e em apenas cinco meses 28 dos 30 Estados-membros da Aliança ratificaram o seu ingresso, com as exceções da Turquia e Hungria. O Presidente Tayyip Erdogan, que de início bloqueou o processo de ratificação ao argumentar que os dois países candidatos forneciam proteção e apoio a curdos definidos de “terroristas”, prescindiu do seu veto em junho durante a cimeira da NATO em Madrid.

Em troca, Ancara impôs um conjunto de condições à Finlândia e Suécia, incluindo a extradição dos ativistas curdos que considera “terroristas” e o fim do veto à exportação de armamento para a Turquia, uma medida aceite por Helsínquia e Estocolmo.

Segundo Erdogan, o seu país está agora disposto a ratificar o ingresso da Finlândia na NATO, mas está disposto a bloquear o acesso da Suécia “enquanto as organizações terroristas continuem a manifestar-se na rua e estiverem presentes no parlamento sueco”.

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Banco de Fomento prevê assinar primeiros contratos de capitalização esta semana

Em causa estão 11 empresas escolhidas a 30 de junho para ter apoio do Programa de Recapitalização Estratégica. Esperam 36 milhões há mais de três meses.

O Banco de Fomento prevê assinar os primeiros contratos para a capitalização de empresas na próxima semana, avançou ao ECO fonte oficial da instituição. Mas não avança uma data para os 36 milhões de euros chegarem às empresas.

Em causa estão 11 empresas que foram escolhidas a 30 de junho para aceder a este apoio do Programa de Recapitalização Estratégica, no âmbito do Quadro Temporário de Auxílio Estatal (que terminou a 30 de junho de 2022). Mas as minutas dos contratos apenas chegaram às empresas na sexta-feira 23 de setembro, tal como o ECO avançou.

“O processo de negociação das minutas contratuais encontra-se em curso, prevendo-se a assinatura dos primeiros contratos durante a próxima semana”, confirmou ao ECO fonte oficial da instituição liderada por Beatriz Freitas.

O processo de negociação das minutas contratuais encontra-se em curso, prevendo-se a assinatura dos primeiros contratos durante a próxima semana.

Fonte oficial do Banco de Fomento

Ora, sem a assinatura dos contratos, as empresas não poderão ter acesso ao financiamento de 36,61 milhões de euros. Um valor revisto em baixa em 40 milhões de euros depois de Mário Ferreira ter prescindido do empréstimo para a capitalização da Douro Azul, uma desistência justificada pelo próprio pela pressão mediática em torno do mesmo.

O banco ainda liderado por Beatriz Freitas – a nova administração ainda não recebeu luz verde do Banco de Portugalnão se compromete com nenhuma data para entregar as verbas às empresas, quando questionado nesse sentido.

Como condição deste reforço de capitalização, as empresas tinham de fazer um investimento na sua área de negócio que ronda um terço do montante global do apoio, como explicou ao ECO o responsável de uma das empresas. E a demora na conclusão deste processo dificulta o processo, porque com a persistência da guerra na Ucrânia os preços subiram e algumas cadeias de abastecimento, nomeadamente de equipamentos, estão ainda mais pressionadas.

O ministro da Economia reconheceu que os resultados deste programa ficaram “aquém do desejado” e, por isso, a tutela irá estudar com a nova administração do banco a possibilidade de rever os critérios para a atribuição destes apoios. “As políticas públicas primeiro são desenhadas e depois afinadas”, justificou, destacando a necessidade de haver uma consonância entre os critérios e o tecido empresarial.

“Sabemos que a resposta não foi aquilo que pensávamos e, portanto, vamos ter, talvez, alguma flexibilidade de alguns critérios para permitir que o programa se transforme, realmente, no programa motor da economia”, disse Costa Silva no Parlamento no final de setembro.

O ECO questionou o banco se já está a ser feito algum trabalho de revisão dos critérios. A instituição garante que “o trabalho realizado” passa “pelo contacto permanente não só com os candidatos e respetivos coinvestidores, mas também com potenciais candidatos e potenciais coinvestidores”, para “ir aferindo em que medida as regras estabelecidas constituem um impedimento à concretização de operações e apresentação de candidaturas”.

As conclusões preliminares apontam para, pelo menos, três “possíveis impedimentos principais”:

  • Os termos e condições propostos pelos potenciais coinvestidores não serem aceitáveis para os potenciais candidatos, um problema que o banco entende não ser resolúvel com uma alteração das regras.
  • Os potenciais candidatos não cumprirem as condições de elegibilidade. E nesse caso, o banco não considera “recomendável a alteração das condições de elegibilidade”, porque estão em causa quase sempre “questões legais e regulatórias, nomeadamente resultantes do PRR”. “Apenas a condição relacionada com o plano de negócios poderia ser suavizada mas, neste caso, o Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) ficaria exposto a um risco superior, eventualmente excessivo”, alerta o banco, nas respostas enviadas ao ECO.
  • Os potenciais candidatos não atingirem a pontuação mínima de 1,7 nos critérios previstos na matriz de seleção. Também aqui uma alteração poderia implicar correr “o risco de acolher empresas cujo caráter estratégico seria mais questionável”. Isto porque a matriz “oferece alguma flexibilidade aos potenciais candidatos, nomeadamente no critério 1”. “Os restantes 7 critérios são de verificação objetiva”.

Janela A já recebeu 27 candidaturas. Estão em análise

O Programa de Recapitalização Estratégica que ascende a 400 milhões de euros está a ser operacionalizado em duas janelas. A primeira a ser anunciada foi a janela B, com a escolha de 12 empresas que passam a 11 após a desistência de Mário Ferreira. Os 40 milhões que tinham sido concedidos em empréstimo à Pluris transitaram para a janela A, cujo período de investimento só termina a 31 de dezembro deste ano. As candidaturas podem ser apresentadas em contínuo até lá e são apreciadas numa lógica de first come-first served.

Até ao momento já foram recebidas 27 candidaturas. Mais uma face ao último balanço, avançou o Banco de Fomento. “O processo de análise das candidaturas continua em curso, nomeadamente a obtenção de esclarecimentos junto dos candidatos e a negociação dos termos e condições propostos para o investimento pelo Fundo de Capitalização e Resiliência”, precisou fonte oficial.

“Em alguns casos, o processo de aprovação terá de ser precedido pela emissão de pareceres pela Comissão Técnica de Investimento do FdCR”, acrescentou a mesma fonte.

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Ministra da Ciência diz que deixou de deter participação em empresa antes de assumir o cargo

  • Lusa
  • 14 Outubro 2022

“A 18 de março de 2022, foi realizado um pedido de transmissão de quota, através do qual Elvira Fortunato deixou de deter qualquer participação na empresa”, adiantou o ministério.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior assegurou esta sexta-feira que “deixou de deter qualquer participação na empresa” NTPE em 18 de março deste ano, cerca de duas semanas antes de tomar posse no cargo. “A 18 de março de 2022, foi realizado um pedido de transmissão de quota, através do qual Elvira Fortunato deixou de deter qualquer participação na empresa”, adiantou o ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) em comunicado.

Elvira Fortunato tomou posse como ministra em 30 de março. De acordo com o comunicado, a empresa NTPE – Investigação, Desenvolvimento e Comercialização de Transístores e Biossensores Eletrónicos de Papel foi criada em 31 de julho 2018, tendo Elvira Fortunato uma quota de 10,5%.

A 27 de dezembro de 2021, foi realizado um aumento de capital da empresa, tendo Elvira Fortunato ficado com 15,98% da mesma. Este ato foi publicado no portal das Publicações de Atos Societários e de outras entidades a 3 de junho de 2022”, avança ainda o ministério.

Em causa poderá estar um “eventual conflito de interesses”, segundo noticiou a SIC, que adiantou que, ao “contrário do que diz o ministério, no Portal da Justiça não há qualquer comunicação de cessação de atividades de Elvira Fortunato”.

Já sobre o laboratório colaborativo sem fins lucrativos AlmaScience, dedicado à investigação científica, Elvira Fortunato foi administradora, na qualidade de representante da Universidade NOVA de Lisboa, “funções que deixou de exercer aquando da sua nomeação enquanto ministra”. O comunicado confirma que, em 11 de março de 2022, a AlmaScience apresentou à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) uma candidatura para um projeto de investigação, cujo financiamento de 56.257 euros foi anunciado em 27 de julho de 2022.

“A decisão de apresentar este tipo de candidaturas compete à comissão executiva do CoLab AlmaScience, não tendo o conselho de administração qualquer participação nessa decisão”, avançou o gabinete de Elvira Fortunato. Segundo assegurou, a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior “não teve, nem poderia ter tido, qualquer intervenção na aprovação deste financiamento, nem poderá ter em quaisquer outras candidaturas a financiamentos da FCT”.

De acordo com o ministério, o projeto em causa é coordenado pelo UNINOVA (Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa), tendo dois parceiros, o AlmaScience e a Universidade do Minho. “A participação do professor Rodrigo Martins, marido da ministra Elvira Fortunato, ocorre na qualidade de membro de equipa do UNINOVA, com uma participação de 10%”, adianta o MCTES, ao avançar que as candidaturas apresentadas à FCT são avaliadas por painéis compostos por peritos independentes, “predominantemente afiliados a instituições estrangeiras, experientes e de reconhecido mérito e idoneidades, sujeitos ao regime de garantias de imparcialidade”.

Na quarta-feira, o Presidente da República pediu ao parlamento que reveja o regime jurídico sobre as incompatibilidades e impedimentos de titulares de cargos políticos, caso a Assembleia da República “considere relevante e necessária tal reflexão”.

“Com efeito, o emaranhado legislativo complexo tem suscitado ampla controvérsia na sociedade portuguesa, numa matéria essencial para a confiança dos cidadãos nas instituições, a qual resulta de uma imposição constitucional, dúvidas essas que foram expressas, inclusivamente, pelo Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República”, justifica Marcelo Rebelo de Sousa, na nota divulgada no site da Presidência da República.

No mesmo dia, o primeiro-ministro, António Costa, assumiu que não tem dúvidas sobre a “probidade” de como os membros do Governo exercem as suas funções e disse que o executivo não se intromete nos diálogos entre Presidente e Assembleia da República.

“Não são casos nenhuns, nem suscitam dúvidas nenhumas, porque a lei é absolutamente clara sobre eles. Sobre dois deles, pelo menos, houve pareceres do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República. Portanto, da minha parte, não tenho dúvidas nenhumas sobre a probidade da forma como os membros do meu Governo têm exercido as suas funções”, assumiu António Costa. Questionado sobre o pedido de revisão da lei por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro disse que “o Governo não se intromete no diálogo entre o Presidente da República e a Assembleia da República”.

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Espanhol paga pelo menos 0,56 euros por ação na OPA ao Boavista

  • ECO
  • 14 Outubro 2022

Auditor independente fixou um valor abaixo (1 cêntimo por ação) do que a sociedade Jogo Bonito, de Gérard Lopez, apresentou (56 cêntimos) para comprar a totalidade do capital da SAD axadrezada.

O empresário espanhol Gérard Lopez, através da sociedade Jogo Bonito, vai ter de oferecer uma contrapartida de, pelo menos, 0,56 euros por ação na Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a SAD do Boavista, de acordo com o regulador.

O auditor independente contratado para fixar o preço da OPA concluiu que cada ação da SAD boavisteira vale 0,01 euros, “correspondente ao valor mínimo nominal de uma ação em termos legais, tendo em conta que a melhor avaliação atribuiu à sociedade desportiva um valor de 28,6 milhões de euros negativos”.

Sendo “inferior ao montante constante do anúncio preliminar divulgado pela Jogo Bonito e do acordo de compra e venda que esteve na origem da aquisição do controlo da Boavista SAD (0,56 euros por ação), o valor a pagar pelo empresário espanhol “não deverá ser inferior a 0,56 euros por ação”, determinou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em comunicado, o regulador adianta o procedimento relativo ao registo e tendente ao lançamento da referida oferta se encontra em curso.

A SAD do Boavista declarou como “oportuna” a OPA lançada pela sociedade Jogo Bonito, dizendo que “não afeta o normal funcionamento, desenvolvimento e recuperação” desta sociedade desportiva.

A OPA sobre 39,22% do capital e direitos de voto da Boavista SAD foi lançada depois de a CMVM ter concluído no verão passado que o empresário já detinha mais de 50% do capital.

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