Wall Street fecha em baixa com agitação na China e declarações de banqueiros
A política chinesa de Covid zero e as suas consequências económicas levou Wall Street ao vermelho no início da semana. E vem aí uma bateria de indicadores a ter em conta.
A bolsa nova-iorquina encerrou esta segunda-feira em baixa, com os investidores preocupados com as eventuais consequências sobre a economia chinesa das medidas anti-coronavirus dos dirigentes de Pequim, bem como por declarações de dirigentes da Reserva Federal (Fed).
Os resultados finais indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 1,45%, o tecnológico Nasdaq recuou 1,58% e o alargado S&P500 cedeu 1,54%. “Os investidores parecem apenas focados na política anti-covid da China”, comentou Art Hogan, da B. Riley Wealth Management.
Depois das manifestações espontâneas dos últimos dias, para reclamar um levantamento, total ou parcial, das restrições sanitárias ligadas á ressurgência do coronavírus, o governo chinês respondeu hoje com o destacamento de efetivos policiais consideráveis, nomeadamente em Xangai e Pequim.
“Começámos com o pé esquerdo com a contestação na China e depois com vários membros da Fed, que fizeram declarações agressivas, com uma linguagem dura sobre política monetária”, especificou Jack Ablin, da Cresset Capital.
“Há ainda trabalho a fazer” em matéria de política monetária, estimou o presidente o presidente do banco da Fed em Nova Iorque, John Williams, que entende que jugular a inflação “vai levar tempo”. “Ainda temos caminho a fazer”, reforçou James Bullard, presidente do banco da Fed em St. Louis, para quem a taxa de juro de referência deve subir do intervalo atual de 3,75% a quatro por cento para cinco por cento a 5,25%.
“Tudo parece ir no sentido de uma menor assunção de risco” pelos investidores, segundo Jack Ablin, com, em particular, um mau vento obre as matérias-primas e a valorização do dólar, valor refúgio por excelência.
Para Art Hogan, a prudência dos investidores explica-se também pelo programa da semana, carregado de indicadores e intervenções de banqueiros centrais, em particular do da Fed, Jerome Powell, na quarta-feira. No dia seguinte será a vez de ser conhecido o índice de preços na produção e a seguir o relatório mensal sobre o emprego nos EUA, na sexta-feira.
“É preciso que os três sejam satisfatórios para que os investidores encontrem,a via da valorização”, preveniu Art Hogan, referindo-se a uma inflação em desaceleração, um mercado de trabalho vigoroso e um tom contido de Powell.
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