Gallagher prevê dificuldades para seguradoras de casco marítimo
Segundo o Diretor de Divisão Marítima da Gallagher, Mike Ingham, é expectável que os custos de sinistros de seguro casco marítimo aumentem nos próximos meses devido à inflação e à retoma da atividade.
De acordo com o Diretor de Divisão Marítima da Gallagher, Mike Ingham, espera-se que o mercado de resseguros apresente às seguradoras de cascos novas dificuldades nas renovações de janeiro devido à inflação e à recuperação da atividade naval. O diretor observa que o mercado já sofre potenciais perdas com as apólices Aviation War e War on Land.
O responsável apontou que estes ramos têm sido tipicamente subscritos em programas combinados, com marítimos e energia, e que existe uma forte possibilidade de procura, por parte das resseguradoras, de aumentos de taxas e retenções líquidas maiores para as seguradoras, e uma potencial separação entre os ramos.
Mike Ingham sublinha: “não há dúvida de que o mercado observará alguns efeitos das consequências das perdas catastróficas seguradas resultantes do Furacão Ian, um dos mais poderosos e prejudiciais de sempre nos EUA. Embora muitos destes danos não estejam relacionados com o setor mar, é esperado que todos os mercados sintam algum efeito desta perda histórica“.
Sobre as pressões inflacionistas, o diretor observa que o seguro de cascos marítimos e maquinarias (H&M) não é imune, salientando que custos crescentes, decorrentes de sinistros, são inevitáveis e dependentes do aumento dos preços do aço e da mão-de-obra.
Mike Ingham observa que o setor das expedições se encontra num momento interessante, uma vez que os efeitos das consequências da pandemia e da guerra na Ucrânia se traduzem num mercado de navegação mais forte, e em oportunidades de lucro, sobretudo nos setores dos contentores e dos granéis secos. “Mesmo os navios offshore, que foram construídos sem perspetivas de utilização, estão a ser utilizados, já que vários países se preparam para reabrir campos de petróleo e gás, anteriormente redundantes, e a reduzir a dependência da energia russa”.
O responsável da Gallagher continuou: “os transportadores de gás também observam elevadas taxas diárias, em consonância com o aumento da procura de gás fornecido por mar, em oposição aos gasodutos provenientes da Rússia. É difícil garantir que o custo das subscrições não irá aumentar nos próximos meses, e as seguradoras de casco estão a tentar, com motivos, negociar com corretores e proprietários em torno de aumentos de taxas inflacionistas. Ao mesmo tempo, entrámos num período de taxas de juro mais elevadas, que se podem manter durante algum tempo”.
Ingham conclui com a sugestão que os aumentos das taxas inflacionistas podiam ser compensados se os proprietários estivessem dispostos a pagar prontamente os prémios numa única prestação, algo que pode ser mais palatável para os proprietários que operam em condições favoráveis do mercado de transporte marítimo.
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