Prestação da casa sobe até 120 euros em setembro com aperto do BCE

Subida das taxas Euribor não dá descanso às famílias. Setembro traz uma nova subida da prestação da casa que pode ir até 120 euros. BCE prepara-se para apertar ainda mais o cinto.

A subida das Euribor continua a ser uma grande dor de cabeça para as mais de 1,3 milhões de famílias com crédito da casa associada a taxa variável. O aperto do Banco Central Europeu (BCE) está a ir diretamente ao bolso dos portugueses por via do aumento da prestação da habitação. Os contratos que forem revistos agora em setembro vão registar agravamentos na prestação entre 9% e 27%, consoante o prazo do indexante, de acordo com as simulações do ECO.

Agosto foi um mês de férias para uma boa parte dos portugueses, mas nem por isso as taxas interbancárias usadas no crédito da casa relaxaram. Pelo contrário, aceleraram ainda mais com os sinais de que o banco central vai continuar a subir os juros diretores para controlar a escalada dos preços.

O BCE já subiu as taxas de referência em 50 pontos base em julho e deverá anunciar uma nova subida da mesma dimensão ou superior agora no início de setembro, quando o conselho de governadores se reunir no próximo dia 8, para responder à inflação que permanece em níveis preocupantes.

Este aperto monetário tem consequências no resto da economia. Os bancos passam a cobrar taxas mais altas nos empréstimos que fazem entre si. São as chamadas taxas Euribor, que são usadas nos contratos de crédito que depois firmam com os clientes: famílias e empresas.

Assim, a prestação da casa evoluiu consoante a Euribor. Se for mais baixa, paga menos ao banco, como aconteceu nos últimos anos. Se aumentar, vai pagar mais pelo empréstimo. Que é o que tem acontecido nos últimos meses, em que estas taxas deixaram de estar em terreno negativo e passaram já para valores acima de 1%, casos dos prazos a seis meses e a 12 meses.

Em Portugal, mais de 1,3 milhões de contratos da casa têm taxa variável, correspondendo a 93% do mercado, e são estes que estão expostos às variações das Euribor. Para bem e, agora, para o mal.

Euribor aproximam-se dos máximos da crise da dívida

Fonte: Reuters

Quanto vai subir a minha prestação?

Se as condições do seu contrato forem revistas em setembro, prepare-se para sentir a pressão do que acabamos de descrever. Vêm aí aumentos como nunca se viu em mais de uma década, reflexo da subida repentina das Euribor.

Tomemos como exemplo um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread (margem comercial do banco) de 1%, se o empréstimo tem como indexante:

  • Euribor a 3 meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá subir para quase 510 euros, mais de 43 euros (+9,3%) em relação à prestação que pagava desde junho;
  • Euribor a 6 meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses irá subir para 541 euros, um aumento de cerca de 87 euros (+19%) em relação à prestação que pagava desde março;
  • Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá subir para 571 euros, mais 122 euros (27,3%) em relação à prestação que pagou no último ano.

Como o ECO explicou, há várias soluções que podem ser consideradas no sentido de reduzir o esforço mensal com o crédito da habitação: amortizar, esticar o prazo, renegociar os seguros e outros produtos bancários, e transferir o crédito habitação poderão ajudar minimizar o impacto da subida dos juros.

Pode também proteger-se das variações das taxas Euribor passando o seu contrato para taxa fixa, como os bancos têm sinalizado, mas faça as contas se essa mudança poderá ser benéfica para o seu caso.

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EDP anuncia a venda de hidroelétrica no Brasil por 240 milhões de euros

  • Lusa
  • 30 Agosto 2022

A empresa receberá 800 milhões de reais (156,2 milhões de euros) após fechar o negócio e o restante depois de cumpridas determinadas condições.

A EDP Brasil anunciou esta terça-feira a venda da hidroelétrica Mascarenhas, localizada no estado brasileiro do Espírito Santos, à Victory Hill Global Sustainable Energy Opportunities, companhia sediada em Londres, por 1,2 mil milhões de reais (240 milhões de euros).

A empresa receberá 800 milhões de reais (156,2 milhões de euros) após fechar o negócio e o restante irá receber conforme condicionantes estabelecidas no processo de renovação de concessão da hidroelétrica. Segundo a EDP Basil, a operação e o preço estão sujeitos à verificação de condições precedentes e ajustes usuais.

A empresa também destacou a negociação está alinhada ao planeamento estratégico da EDP no Brasil “para o ciclo de 2021-2025, que tem como objetivo diversificar o portfólio da companhia e ampliar os investimentos em geração solar e redes, além de rotacionar ativos de geração em maturidade.”

A Usina Mascarenhas tem 198 Megawatt (MW) de capacidade instalada e está localizada no rio Doce, no estado do Espírito Santo. Em junho de 2022 possuía património líquido de 263,5 milhões de reais (51,5 milhões de reais) e uma geração de caixa de 176,5 milhões de reais (34,5 milhões de euros).

“Estamos felizes em anunciar esta transação, que está alinhada ao nosso compromisso estratégico de balancear o nosso portfólio de geração, nos possibilitando reduzir a exposição ao risco hídrico e ampliar o nosso investimento em energia solar”, destacou João Marques da Cruz, CEO da EDP no Brasil. “O anúncio dessa venda demonstra mais uma vez o nosso compromisso em gerar valor aos acionistas, mantendo a nossa disciplina financeira e um balanço robusto”, acrescentou Henrique Freire, CFO da EDP no Brasil.

A Victory Hill Global Sustainable Energy Opportunities tem 2,4 mil milhões de reais (470 milhões de euros) em valor de ativos distribuídos no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália. No Brasil, administra 18 empreendimentos de geração solar. Na aquisição do ativo, haverá a manutenção da atual equipa de colaboradores.

A companhia pretende nomear a Paraty Energia, empresa atuante no setor elétrico brasileiro e especializada em comercialização de energia, consultoria de projetos e operações, como Parceira Operacional. No plano estratégico anunciado para o ciclo 2021-2025, a EDP Brasil destacou pretender atingir 1 Gigawatt (GW) de capacidade instalada em geração fotovoltaica no Brasil.

Nesse sentido, já anunciou, em parceria com a EDP Renováveis, a construção das usinas de Monte Verde, no Rio Grande do Norte e Novo Oriente, em São Paulo.

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Mikhail Gorbachev, último presidente soviético, morre aos 91 anos

Mikhail Gorbachev, que governou como secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética de 1985 a 1991, morreu após uma doença grave e prolongada.

Mikhail Gorbachev, que foi o último líder da União Soviética e pôs fim à Guerra Fria, morreu esta terça-feira aos 91 anos, segundo avançaram agências de notícias russas. Gorbachev tinha uma doença grave e prolongada.

“Mikhail Sergeevich Gorbachev morreu esta noite após uma doença grave e prolongada”, disse o Hospital Clínico Central, citado pela agência de notícias russa RIA Novosti esta terça-feira.

O antigo líder russo nasceu na aldeia de Privolnoye, na parte sudoeste da Rússia soviética, a 2 de março de 1931. Era admirado no Ocidente pelo seu papel no fim da Guerra Fria, sendo que chegou a ganhar o prémio Nobel da Paz em 1990 por esse feito. No entanto, na Rússia era uma figura que dividia opiniões.

Gorbachev, o último presidente soviético, celebrou acordos de redução de armas com os Estados Unidos e parcerias com potências ocidentais para remover a Cortina de Ferro que dividia a Europa desde a Segunda Guerra Mundial e trazer a reunificação da Alemanha.

O político russo não conseguiu no entanto evitar o colapso da União Soviética, acabando assim por ser o seu último presidente. Gorbachev governou como secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética de 1985 a 1991. O funeral, ainda não tem data marcada, terá lugar no cemitério Novodevichy, em Moscovo, onde ficará no jazigo junto da sua mulher.

O presidente russo, Vladimir Putin, já apresentou sentidas condolências e, um pouco por todo o mundo, começam a surgir reações à morte de Gorbachev.

Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, recordou no twitter o homem que foi “essencial para o fim da Guerra Fria e para a transição democrática no Leste da Europa”.

Em reação, a presidente da Comissão Europeia lembrou um “líder respeitado e de confiança” em mensagem na rede social. “Desempenhou um papel crucial para acabar com a Guerra Fria e derrubar a Cortina de Ferro. Abriu caminho para uma Europa livre. Este legado não vamos esquecer”, escreveu Ursula von der Leyen.

Javier Solana, que já foi alto representante da UE para as Relações Externas e Política de Segurança, secretário-geral da NATO e ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, reagiu no twitter, onde escreveu: “Era um grande personagem que não conseguiu completar o que queria. Uma homenagem que não teve em vida, o seu nome merece memória”.

(Notícia atualizada às 22h15)

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Wall Street cai pela terceira sessão consecutiva com receios da Fed. S&P 500 e Nasdaq perdem 1%

A posição agressiva da Fed continua a pesar no sentimento dos investidores, principalmente depois de dados mostrarem que a procura por mão-de-obra não está a abrandar.

A bolsa de Nova Iorque fechou em queda esta terça-feira, naquela que foi a terceira sessão consecutiva no vermelho. Dados económicos, nomeadamente uma subida nas vagas de emprego, alimentaram preocupações de que a Reserva Federal dos EUA tenha mais um motivo para manter a trajetória agressiva de aumentos de juros para combater a inflação.

O índice industrial Dow Jones perdeu 0,95%, para 31.790,31 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 caiu 1,10%, para 3.986,14 pontos. Já o Nasdaq, onde estão listadas as principais empresas de tecnologia, caiu 1,07%, para 11.888,82 pontos.

O S&P 500 já caiu mais de 5% desde que o presidente do Fed, Jerome Powell, reafirmou na sexta-feira a determinação do banco central de aumentar as taxas de juros mesmo perante uma economia em desaceleração.

Além disso, dados económicos revelados esta terça-feira assustaram os investidores, por poderem contribuir para a posição da Fed. Por um lado, a procura por mão-de-obra continua, já que as vagas de emprego nos EUA subiram para 11,239 milhões em julho e o mês anterior foi revisto em alta. Já outras estatísticas indicaram que a confiança dos consumidores recuperou fortemente em agosto, após três quedas mensais consecutivas.

As cotadas do setor de tecnologia destacaram-se nas quedas, como foi o caso da fabricante de chips Nvidia, que caiu 2,11% para os 154,68 dólares.

Nota também para as ações de energia, que caíram a par com os preços do petróleo nos EUA. A Chevron, por exemplo, caiu 2,4% para os 160,62 dólares e a ExxonMobil perdeu 3,79% para os 96,31 dólares.

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Família Bolsonaro comprou mais de 50 imóveis com dinheiro vivo

  • Lusa
  • 30 Agosto 2022

“Qual é o problema de comprar com dinheiro vivo algum imóvel, eu não sei o que está escrito na matéria... Qual é o problema?", questionou o presidente brasileiro.

Uma investigação do jornal UOL concluiu que a família do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, comprou utilizando dinheiro vivo 51 imóveis nos últimos 30 anos.

Desde 1990 até hoje, o Presidente, os seus três filhos mais velhos, a sua mãe, cinco irmãos seus e duas ex-mulheres compraram 107 imóveis, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília, sendo que pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, noticiou o jornal UOL.

Segundo esta publicação, os pagamentos “em moeda corrente nacional”, ao valor de hoje, correspondem a mais de 25 milhões de reais (cerca de cinco milhões de euros).

Jair Bolsonaro já reagiu à investigação e questionou: “Qual é o problema de comprar com dinheiro vivo algum imóvel, eu não sei o que está escrito na matéria… Qual é o problema?”.

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CNE angolana sem reclamações sobre resultados e indefere reclamações sobre atas

  • Lusa
  • 30 Agosto 2022

A Comissão Nacional Eleitoral do país indeferiu ainda liminarmente reclamações sobre atas apresentadas pela UNITA e CASA-CE.

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana anunciou esta terça-feira que não recebeu qualquer reclamação de partidos políticos sobre os resultados definitivos das eleições de 24 agosto e indeferiu liminarmente reclamações sobre atas apresentadas pela UNITA e CASA-CE.

A informação foi transmitida pelo porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, no final da sessão plenária que sucedeu à publicação dos resultados definitivos do escrutínio nacional, dando conta que o plenário apreciou três reclamações e nenhuma estava relacionada com os resultados das eleições.

Segundo Lucas Quilundo, a Convergência Ampla de Salvação de Angola–Coligação Eleitoral (CASA-CE), pretendia, na sua reclamação, que a CNE fizesse a afixação das atas sínteses nas assembleias de voto. “E é claro que não tendo o requerente indicado, como determinada a lei orgânica das eleições gerais, que impõe a necessidade de fundamentação e provas dos factos que alega, o plenário da CNE indeferiu esta reclamação”, disse aos jornalistas.

Duas reclamações da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) foram igualmente apreciadas e indeferidas pelo plenário do órgão eleitoral. “Uma segunda reclamação da UNITA, subscrita pelo seu mandatário, pretendia-se que se pudesse constar ou fazer-se consignar na ata do apuramento das eleições gerais uma reclamação”, explicou Lucas Quilundo,

A recusa, argumentou o comissário nacional da CNE, “deveu-se do facto da mesma ter sido colocada fora de tempo, ou seja, a intenção do mandatário da UNITA em fazer constar da ata a sua reclamação que na altura se desconhecia”. “Não pode ser atendida na medida em que a ata de apuramento nacional já se encontrava aprovada sem qualquer contestação pelo que a matéria não poderia constar”, salientou.

O plenário da CNE indeferiu ainda uma reclamação da UNITA, subscrita pelo seu mandatário junto da Comissão Provincial Eleitoral do Moxico, leste de Angola, que pretendia ver corrigidos resultados obtidos pelo seu partido naquele círculo eleitoral.

“E não foi atendida por falta de legitimidade deste mandatário, na medida em que sendo ele do Moxico não tem legitimidade para arguir junto do plenário da CNE e por esses factos, as mesmas foram liminarmente indeferidas”, sustentou Lucas Quilundo.

O presidente da CNE, Manuel Pereira da Silva, divulgou na segunda-feira a ata de apuramento final das eleições gerais de 24 de agosto, que proclamou o MPLA e o seu candidato, João Lourenço, como vencedores com 51,17% dos votos, seguido da UNITA com 43,95%.

Com estes resultados o MPLA elegeu 124 deputados e a UNITA elegeu 90 deputados, quase o dobro das eleições de 2017. O Partido de Renovação Social (PRS) conquistou dois assentos no parlamento ao somar 1,14% de votos dos eleitores, mesmo número de deputados conquistaram a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e o Partido Humanista de Angola (PHA) com 1,06% e 1,02% de votos, respetivamente.

A coligação CASA-CE, a APN e o P-Njango não obtiveram assentos na Assembleia Nacional, que na legislatura 2022-2017 vai contar com 220 deputados.

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Marcelo lembra que TAP “custa muito dinheiro aos portugueses” e requer exigência

  • Lusa
  • 30 Agosto 2022

“O Estado, todos nós, os que pagamos impostos, estamos a pagar a TAP e, por isso, deve-se ser muito exigente na estratégia de recuperação da TAP”, disse o Presidente da República.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta terça-feira que se deve ser “muito exigente na estratégia de recuperação” da TAP, porque é não só “um compromisso europeu” como também “custa muito dinheiro aos portugueses”.

A Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) foi o tema de uma das 15 perguntas colocadas por alunos da Universidade de Verão do PSD, que decorre em Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, ao Presidente da República, que lhes deu resposta através de videoconferência.

Um dos alunos sociais-democratas quis saber se Marcelo Rebelo de Sousa acha que Portugal deve continuar “a subsidiar e a investir na TAP”, tendo o chefe de Estado começado por retorquir que “não há respostas absolutas para isso”. “As respostas dependem do momento histórico. A questão é: quais são as alternativas? Há uma alternativa melhor?”, questionou de volta o Presidente da República.

Atualmente, é “o Estado, todos nós, os que pagamos impostos, [que] estamos a pagar a TAP e, por isso, deve-se ser muito exigente na estratégia de recuperação da TAP”, destacou. “Porque é um compromisso europeu, porque custa muito dinheiro aos portugueses e porque tem razão de ser porque estamos convencidos de que não há alternativa, porque se houvesse uma alternativa melhor, para os portugueses e para Portugal, devia preferir-se a alternativa”, justificou.

Marcelo recuou ainda às “vésperas da pandemia”, altura em que “estava quase fechado um acordo com uma grande companhia aérea europeia que permitiria, com a composição de capital que então existia, novos voos para a TAP”. Mas “veio a pandemia [e] isso gorou-se”, disse, admitindo que, agora, “pode ser que essa hipótese renasça, pode ser, se a reestruturação for bem feita e tiver bons resultados”.

O objetivo nacional é que “deve ser prosseguido em cada momento, de acordo com aquilo que se entende que é a melhor hipótese alternativa para o país”, defendeu. “Há uma melhor? Vai-se explorar a melhor. Não há uma melhor? Então, tem que se fazer bem feito aquilo que se está a fazer”, avisou.

Porque, “se não é bem feito, é evidente que não consegue sequer salvaguardar uma parceria futura com uma companhia europeia ou não europeia, preferencialmente europeia, que permita realmente sair do impasse em que tem estado um número apreciável de companhias de aviação à escala europeia e mundial”, rematou Marcelo Rebelo de Sousa.

A 18.ª edição da Universidade de Verão do PSD, que arrancou na segunda-feira, decorre até domingo, numa iniciativa tradicional dos sociais-democratas que não se realizou em 2020 e 2021 devido à pandemia de covid-19.

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Oito países concordam em multiplicar produção de energia eólica no Báltico

  • Lusa
  • 30 Agosto 2022

Os oito países signatários – Dinamarca, Alemanha, Polónia, Suécia, Finlândia, Lituânia, Letónia e Estónia – reconhecem que o Báltico poderá produzir até 93 gigawatts de energia eólica em 2050.

Oito países europeus concordaram esta terça-feira em multiplicar por sete, até quase 20 gigawatts, a produção de energia no mar Báltico em 2030 para reduzir a dependência energética da Rússia.

O acordo pretende ser uma “resposta” à invasão russa da Ucrânia através de uma cooperação energética mais coesa que apoie os esforços para “acabar com a dependência da Rússia de combustíveis fósseis ‘o mais rápido possível’ e contribuir para a neutralidade climática”, segundo uma declaração assinada em Copenhaga.

Os oito países signatários – Dinamarca, Alemanha, Polónia, Suécia, Finlândia, Lituânia, Letónia e Estónia – também reconhecem que o Báltico poderá produzir até 93 gigawatts de energia eólica em 2050.

“Todos nós partilhamos um grande potencial de energia eólica marinha, mas enquanto dependermos de combustíveis fósseis, estaremos vulneráveis”, disse a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, em conferência de imprensa, acompanhada pelos seus homólogos da Polónia, Finlândia e dos três países bálticos.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também esteve no encontro, salientando no final que a energia eólica pode ser um contributo “enorme” para a transição energética, embora o seu potencial só possa ser desenvolvido através da cooperação.

Von de Leyen havia dito na segunda-feira, durante uma visita à Eslovénia, que a Comissão Europeia está a preparar uma “intervenção de emergência e reforma estrutural” do mercado da eletricidade para reagir à subida provocada pela elevada subida do preço.

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Sedes quer Portugal a atingir a média do PIB da UE até 2036

  • Lusa
  • 30 Agosto 2022

Entre outras medidas, a Sedes propõe também um “choque fiscal”, para a atração de Investimento Direto Estrangeiro e “melhoria da competitividade das nossas empresas".

Duplicar o PIB português em 20 anos e atingir a média do PIB ‘per capita’ da União Europeia até 2036 é o objetivo da Sedes, que entregou esta terça-feira uma “visão estratégica para o país” ao Presidente da República.

A Sedes – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social apresentou a Marcelo Rebelo de Sousa o livro “Ambição: duplicar o PIB em 20 anos”, no qual defende um programa focado em 12 áreas de forma a acelerar a taxa de crescimento económico de Portugal, através de uma série de reformas.

Entre as mais de 500 páginas do livro, a que a Lusa teve acesso e cuja apresentação pública irá ocorrer na Câmara do Porto em 1 de setembro, a SEDES defende, entre outros, o objetivo de no mínimo atingir a média do rendimento ‘per capita’ da UE até 2040.

Este objetivo significa passar de um PIB a preços correntes de 213 mil milhões de euros em 2021 para 518 mil milhões em 2040. O PIB ‘per capita’ e as paridades do poder de compra, a preços de 2015, passariam de 23.155 euros em 2019 para 27.572 euros em 2030 e cerca de 36.810 euros em 2040, o que representa um aumento de 75% em relação a 2021”, pode ler-se.

Deste modo, estima que ao acelerar a taxa de crescimento do PIB potencial para cerca de 3,2%, tal significaria que o PIB per capita duplicaria todos os 20 anos. Entre os objetivos estão também “equilibrar as contas públicas e externas do país, de forma a reduzir o nível de dívida pública para 90% do PIB até 2030 e continuar a prosseguir o objetivo de atingir a meta do pacto fiscal dos 60% até 2045”.

Para tal, propõe, entre outras medidas, um “choque fiscal”, para a atração de Investimento Direto Estrangeiro e “melhoria da competitividade das nossas empresas”, o que inclui a redução da taxa do imposto sobre o trabalho nas empresas, “cortando a contribuição para a Segurança Social paga pelas empresas em cinco (mais três pontos percentuais em 2025) e dos trabalhadores em dois pontos percentuais” ou reduzir a taxa normal do IVA para 20%, “compensado pela reclassificação de bens e serviços com taxas mais reduzidas, e pelo aumento das receitas da taxa de carbono”.

O “choque fiscal” inclui ainda reduzir a taxa de imposto sobre os lucros das empresas em três etapas dos atuais 30% para 18%, bem como “permitir a dedução total do investimento realizado nos lucros e eliminar a dedução dos juros na base tributável, implementada de forma gradual, tendo em conta o elevado nível de endividamento das empresas” e “permitir o ‘full expensing’ do investimento nas ‘startups’ no pagamento de impostos sobre os lucros nos primeiros 10 anos”, assim como em 2025, aumentar o escalão mínimo do imposto em 10%, reduzir a taxa em todos os escalões em 5%, e reduzir a taxa de IRS do topo de três pontos percentuais.

A SEDES sugere ainda, entre outras medidas, “reformar a capacidade do Estado na formulação e implementação de políticas públicas e de desenvolvimento”, “políticas de reforço de I&D das grandes empresas” ou “reforma do sistema de ensino profissional”.

Relativamente à política energética, a SEDES propõe a reativação das centrais termoelétricas de Sines e do Pego, cuja operação a carvão terminou em 2021, “como diversificação face às centrais a gás, em termos de ‘backup’ térmico para as renováveis intermitentes”.

A associação destaca ainda os “novos e promissores desenvolvimentos na tecnologia nuclear”, o recurso à biomassa para produção de eletricidade e defende a criação de regras comuns para os mercados grossistas de gás e de eletricidade na Europa, bem como para os mercados regulados e liberalizados de eletricidade e gás natural dos Estados-membros da UE.

Nos transportes, a SEDES entende que se deve apostar na construção de uma rede ferroviária em bitola europeia (1.435 milímetros de distância entre carris), deixando de usar a atual bitola ibérica (1.668 milímetros), usada também em Espanha e que faz da Península Ibérica uma “ilha ferroviária”.

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Marcelo insiste que dependência direta do SNS do Ministério mostrou “limites”

Presidente da República defende que dependência direta do SNS teve “limites na sua eficácia” e admite que irá aguardar por regulamentação do diploma para ver as questões “mais esclarecidas”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta terça-feira que a dependência direta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) do Ministério “demonstrou limites na sua eficácia”, numa videoconferência com os alunos da Universidade de Verão do PSD, transmitida pela RTP3.

“Eu tenho uma preferência sobre a forma de gestão do SNS, sempre no quadro público do Ministério da Saúde, mas mais autónoma e mais independente, uma vez que a forma de dependência direta demonstrou limites na sua eficácia”, esclareceu o Presidente da República.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, a pandemia de Covid-19 criou uma “pressão monumental sobre o SNS”, sendo que a avaliação dessa pressão e os seus efeitos “ainda não está totalmente feita”. O Presidente da República acrescentou ainda que o SNS já registava problemas estruturais anteriores, sendo que este serviço já atravessou fases e questões “muito diversas”, do qual destacou o crescente envelhecimento da sociedade portuguesa.

Remetendo para a promulgação do diploma sobre o SNS, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que irá aguardar pela regulamentação e espera para ver questões “mais esclarecidas”, nomeadamente o “esquema de gestão de cúpula, da direção executiva” e o “esquema da conjugação da descentralização, com a transferência das ARS [Administrações Regionais de Saúde] para esse esquema”.

O Presidente da República recusou-se a comentar o caso concreto da demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, e referiu apenas que aguarda a proposta de exoneração “em termos formais”, bem como a proposta de nomeação de substituto.

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Petróleo cai quase 6% e fica abaixo dos 100 dólares por barril

Preocupações com inflação e perspetivas de acordo nuclear com o Irão fazem aprofundar queda no preço do "ouro negro".

O preço do petróleo negociado nos mercados internacionais aprofundou a queda na sessão desta terça-feira, tendo recuado quase 6% para cotar abaixo dos 100 dólares por barril. Os investidores vão pesando na balança os receios em torno do impacto da inflação na procura, mas também as preocupações com a oferta, isto numa altura em que a imprensa iraniana noticia um acordo nuclear.

Os futuros do Brent caíram 5,6%, para 99,25 dólares, no rescaldo da escalada de 4,06% registada na sessão anterior. Enquanto isso, o norte-americano WTI desvalorizou 5,24%, para 91,77 dólares, na sequência e uma subida de 4,24% na segunda.

Brent abaixo dos 100 dólares

A queda aconteceu após uma estação de televisão iraniana ter informado que o Irão e os Estados Unidos chegaram a um acordo nuclear que poderia legitimamente colocar o petróleo do país no mercado de exportação.

É de sinalizar que os traders temiam também um corte na produção por parte do cartel liderado pela Arábia Saudita, que tem reunião marcada para 5 de setembro. Ainda assim, de acordo com a Reuters, esse eventual corte pode coincidir com a entrada no mercado de nova oferta por parte do Irão, com o fecho do acordo nuclear com o ocidente, o que poderia amparar uma eventual redução na oferta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+).

Além disso, preocupações com a inflação, que está perto do território de dois dígitos em muitas das maiores economias do mundo, também pressionam o sentimento. Fenómeno pode levar os bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa a recorrer a aumentos mais agressivos das taxas de juros, o que pode desacelerar o crescimento económico e pesar sobre a procura por combustível.

(Notícia atualizada às 20h25)

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Ministério Público abre inquérito a morte de grávida transferida em Lisboa

Além da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, também o Ministério Público vai investigar a morte de uma grávida depois de ter sido transferida do Santa Maria para o São Francisco de Xavier.

A morte de uma mulher grávida depois de ter sido transferida do Hospital de Santa Maria para o São Francisco Xavier, que o primeiro-ministro admitiu ter sido a “gota de água” que levou ao pedido de demissão da ministra da Saúde, vai ser investigada pelo Ministério Público, segundo avança a CNN e o Jornal de Notícias.

O MP decidiu a “abertura de inquérito”, bem como “a realização de uma autópsia” ao cadáver da mulher de 34 anos, que estava grávida de 31 semanas e faleceu depois de ter sofrido uma paragem cardiorrespiratória durante a transferência de ambulância do Hospital de Santa Maria para São Francisco Xavier.

Além do MP, também a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou que vai analisar o caso. Em comunicado enviado às redações, indicam que “foi determinada a instauração de uma inspeção à transferência de uma utente grávida do Hospital de Santa Maria, integrado no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, E.P.E., para o Hospital de São Francisco Xavier, integrado no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E.P.E., por uma alegada
inexistência de vaga no Serviço de Neonatologia da primeira unidade hospitalar para internar o bebé quando fosse provocado o parto”.

Com esta inspeção, o IGAS tem como objetivo perceber a “razão pela qual a utente foi transferida”, “quem foram os responsáveis pela decisão de transferência e sob que pressupostos clínicos asseguraram que a utente poderia ser transferida em segurança”, “qual era a situação do Serviço de Neonatologia do Hospital de Santa Maria na data da transferência da utente”, “em que circunstâncias ocorreu a morte” e se “existiam soluções alternativas e mais seguras à transferência da utente”.

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