Tripulantes voltam a reunir se houver nova proposta da TAP
A assembleia geral do sindicato dos tripulantes ficou suspensa, podendo ser convocada uma nova reunião de emergência com antecedência mínima de 24 horas caso a TAP faça nova proposta.
Os associados do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) voltarão a reunir-se em assembleia geral caso a TAP faça uma proposta melhorada aos tripulantes de cabina. A reunião desta quinta-feira ficou suspensa, mas pode ser marcada uma nova com antecedência mínima de 24 horas.
“O presidente da mesa da assembleia geral decidiu deixar a assembleia geral em aberto, podendo convocar a sua continuação com uma antecedência mínima de 24 horas, com a anuência dos associados presentes”, diz o comunicado enviado aos tripulantes filiados no SNPVAC, a que o ECO teve acesso. “Esta decisão prende-se com a garantia da total salvaguarda do direito de participação de todos os associados, no caso de vir a ser apresentada uma nova proposta por parte da TAP“, justifica.
Os associados do SNPVAC rejeitaram esta manhã a mais recente proposta laboral apresentada pela TAP, mantendo o pré-aviso de greve para os dias 25 a 31 de janeiro. A proposta foi chumbada por 95,8% dos 895 associados do SNPVAC presentes (ou representados por procuração), segundo fonte do sindicato. Só 29 votaram favoravelmente e 9 abstiveram-se.
Um desfecho contrário ao que era esperado pelo ministro das Infraestruturas, que esteve reunido com o presidente do SNPVAC, Ricardo Penarroias, antes da assembleia geral. “Perante a informação prestada pela direção do sindicato sobre o acordo alcançado, o ministro está convicto de que a Assembleia Geral do SNPVAC dará um passo decisivo para a melhoria da situação dos trabalhadores e da companhia aérea, permitindo evitar uma greve de 7 dias que causaria um grave dano à empresa“, diz o comunicado divulgado pelo ministério.
“Foi, provavelmente, uma das maiores votações de sempre e é um sinal que espero que a administração, espero que o Governo entenda de uma vez por todas. A insatisfação é gigante, a insatisfação atingiu níveis que não basta chegarmos a 12 de 14 propostas”, disse o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Ricardo Penarróias, em declarações à agência Lusa.
“A demonstração dessa nossa abertura ao diálogo é, sem dúvida, o facto de nós, excecionalmente, termos deixado a assembleia-geral em aberto, para poder ser marcada uma assembleia em 24 horas, para poder ser decidida ou não a retirada do pré-aviso de greve”, afirmou o presidente do SNPVAC. Perante os resultados da votação de hoje, “a análise feita é de que, neste momento, [a TAP] não poderá fugir muito dos 14 pontos na sua totalidade”.
A TAP divulgou esta quinta um comunicado onde estima que a paralisação de sete dias tenha um custo direto e indireto de até 68 milhões de euros, pondo em causa o alívio negociado nos cortes salariais. Justifica também porque rejeita os dois pontos onde não existe acordo.
A manutenção da greve “deita por terra todo o trabalho de aproximação entre as partes”, afirma a companhia aérea. “Teria sido do mais elementar bom senso e de justiça para todos, tripulantes de cabina e demais trabalhadores da TAP, seus clientes, parceiros e acionistas, que somos todos nós, ter evitado deitar a perder todo o esforço coletivo que tem sido feito até agora e que tão bem encaminhado estava para chegar a bom porto”.
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