“Esperamos já em 2023 que mais de metade da faturação da knok venha de fora de Portugal”
A knok é uma das oito scaleups a integrar o Scaleup Program da Unicorn Factory Lisboa. Este ano a equipa da empresa, com sede em Matosinhos, deverá crescer para 100 pessoas. Há 15 vagas.
A knok, scaleup tecnológica portuguesa que atua no setor da telemedicina, está a apostar no mercado internacional, com foco no Brasil, América Latina e Europa. “Já em 2023 esperamos que mais de metade da faturação da knok venha de clientes fora de Portugal, pelo que a aposta na internacionalização do negócio é essencial. Nesse sentido, acreditamos que o Brasil será um importante veículo dessa mesma aposta”, adianta José Bastos, CEO da Knok, ao ECO Pessoas. A tecnológica é uma das oito scaleups a integrar o Scaleup Program da Unicorn Factory Lisboa. Este ano a equipa da empresa, com sede em Matosinhos, deverá crescer para 100 pessoas. Há 15 vagas já disponíveis.
Desde 2015, altura da sua fundação, que a knok através da sua solução — que digitaliza a jornada do paciente, desde a triagem remota, até ao acompanhamento pós-atendimento com prescrição eletrónica, questionários clínicos e de experiência, num processo gerido através de smartphone — já realizou mais de 400 mil vídeo consultas. Só no ano passado, a média foi superior a 800 consultas por dia e, em 365 dias, os minutos de consulta realizados foram equivalentes a mais de cinco anos.
Para 2023, ano em que passou a integrar o programa de scaleups na fábrica de unicórnios, os planos são de crescimento, tanto no mercado nacional, como lá fora.
“Naquele que é o “cliente” principal da telemedicina — as seguradoras e planos de saúde — a quota de mercado adquirida pela Knok é realmente já muito significativa. No entanto, não é de 100% e podemos e queremos continuar a crescer. Recentemente, alcançamos um negócio relevante no mercado nacional junto de uma das principais seguradoras que consolidou a sua parceria connosco e reforçamos a carteira de clientes do plano de saúde líder em Portugal”, adianta José Bastos, sem revelar nomes.
Firmamos acordos com várias empresas nacionais — incluindo várias do PSI20 — para programas como saúde mental ou nutrição. Estamos também a cocriar com um grande retalhista um cartão de saúde digital para os seus clientes, entre outros negócios. Cada vez mais a saúde é vista como um bem essencial também na dimensão corporativa e isso oferece várias oportunidades.
Mas há outras linhas de crescimento no mercado português que estão a ser exploradas. “Vemos também que há cada vez mais caminhos de crescimento em Portugal noutros segmentos: firmamos acordos com várias empresas nacionais — incluindo várias do PSI20 — para programas como saúde mental ou nutrição. Estamos também a cocriar com um grande retalhista um cartão de saúde digital para os seus clientes, entre outros negócios. Cada vez mais a saúde é vista como um bem essencial também na dimensão corporativa e isso oferece várias oportunidades”, continua o gestor.
Em Portugal, a scaleup tem ainda o “objetivo de criar alicerces em novos domínios que de alguma forma nos aproximem ainda mais da população como, por exemplo, parcerias com municípios onde a nossa solução de telemedicina e domicílios podem ser um importante complemento, por exemplo, em áreas conhecidas como “desertos de saúde” (zonas onde o acesso é altamente limitado)”, refere. Com uma ressalva. “Não somos nem seremos um substituto do SNS. Queremos ser um complemento deste grande sistema nacional e acreditamos que podemos trazer valor numa gestão de doentes — particularmente os primários — que ajudem a evitar, por exemplo, a visível sobrelotação nas urgências hospitalares que acontecem em grande medida por excesso de casos que poderiam ter seguimento de forma remota.”
Brasil é mercado prioritário
A empresa está ainda apostada no mercado internacional e, já para este ano, espera que metade da sua faturação seja oriunda do mercado externo. Para a knok, a “aposta na internacionalização do negócio é essencial”. E o Brasil “será um importante veículo dessa mesma aposta.”
José Bastos explica porquê. “O Brasil é um mercado com mais de 200 milhões de pessoas que está a fazer um caminho até do ponto de vista regulatório muito favorável à saúde digital. A telemedicina, por exemplo, é vista como um aliado para uma sociedade mais justa do ponto de vista do acesso à saúde. Há um grande envolvimento, até de estruturas locais como municípios, para oferecer o serviço aos seus concidadãos o que leva a um particular apetite de várias empresas públicas e privadas na nossa plataforma, que é vista como o grande facilitador tecnológico que garante que o serviço possa ser executado em escala e com qualidade”, justifica.
Desde junho do ano passado que a knok tem escritório em Curitiba e “uma equipa comercial de cinco elementos que se foca sobretudo no Sudeste, onde São Paulo é o grande atrativo.”
“Também apostaremos estrategicamente na América Latina e Europa mas vivendo de alguma direção orgânica. Por exemplo, estamos neste momento a implementar um grande cliente na Arábia Saudita, com impacto seguro nos nossos resultados de 2023″, revela.
Contratações e crescimento de equipa
Com mais de 80 pessoas, os planos de crescimento passam igualmente pelo reforço ao nível de talento. “A equipa da knok hoje está dimensionada para as exigências do presente e já preparada para alguma escala futura. O crescimento da equipa acompanhará o crescimento que esperamos ter nos diferentes mercados, com particular ênfase na contratação de médicos para Portugal. Esperamos contratar para a área de vendas, operações, gestão de projetos e nas áreas tecnológicas, nomeadamente de engenharia, produto e dados”, diz o CEO.
“Com ritmo comercial que estamos a viver neste início do ano, já temos várias destas posições abertas. Atualmente, são 15 as vagas para contratação. Assim, será com naturalidade que ultrapassaremos a barreira dos 100 colaboradores em 2023, o que é sempre um motivo de orgulho principalmente num contexto a contraciclo com aquele até verificado em grandes empresas tecnológicas a nível mundial”, destaca.
A knok já assegurou mais de 6 milhões de euros em rondas de investimento, a última das quais de 4,4 milhões, no final de 2021.
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