📹 Como a Netflix quer acabar com a partilha de palavras-passe

A Netflix quer acabar com as contas partilhadas. Para isso, anunciou novas regras esta semana. Saiba o que de fazer para não perder o seu conteúdo favorito.

A Netflix quer acabar com as contas partilhadas. Para isso, anunciou novas regras esta semana. Os utilizadores que acederem à conta fora de casa têm de de confirmar que o dispositivo que está a utilizar a conta está autorizado a fazê-lo. Neste vídeo, pode saber o que tem de fazer para não perder o seu conteúdo favorito.

http://videos.sapo.pt/ZVj7WaC0fGVISvk91oPN

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

País “está a desistir” de Costa e Presidente da República pôs Governo “a prazo”, diz Rui Rocha

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2023

Novo líder da IL considera que o modelo de governação de António Costa "está esgotado" e que o país "está a desistir" do primeiro-ministro. Marcelo "pôs este Governo de maioria absoluta a prazo", diz.

Com um Governo que o Presidente da República “pôs a prazo”, o novo líder da IL, Rui Rocha, considera que o primeiro-ministro “já desistiu do país”, mas também os portugueses estão a desistir de António Costa, incluindo a função pública.

“O que nós queremos mesmo é que, depois de uma próxima eleição, o país tenha condições para se tornar um país diferente porque o modelo que temos de governação de António Costa, o modelo de sociedade, o modelo de economia está esgotado e vemos até que António Costa já desistiu do país e o país também está a desistir de António Costa“, afirma, em entrevista à agência Lusa, Rui Rocha, eleito presidente da IL há duas semanas numa convenção eletiva muito dividida e crispada.

Na análise de Rui Rocha, esta desistência está patente no núcleo essencial do apoio de António Costa quando se vê “professores na rua ou médicos a marcar greves”, ou seja, uma “grande contestação” ao chefe de executivo “vinda de dentro das suas bases naturais de apoio, nomeadamente na função pública”. “Acho que os próprios funcionários públicos estão a perceber que este modelo de gestão vai contra os seus próprios interesses”, disse, antecipando por isso “ventos de mudança”.

Depois de no discurso de encerramento da convenção ter passado uma espécie de “certidão de óbito” a um Governo “completamente esgotado e politicamente morto”, o novo presidente da IL reitera que há sinais de “degradação rápida” no executivo socialista, mas recusa fazer futurologia. “A maioria absoluta não serve para nada de útil para o país, mas pode servir para António Costa se agarrar ao lugar muito para lá do prazo de validade das suas soluções políticas”, admite.

Rui Rocha faz questão de referir que o próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “pôs este Governo de maioria absoluta a prazo, colocando 2023 como um ano em que é preciso apresentar a obra”.

O Presidente da República ainda não desistiu de António Costa porque o põe a prazo, mas claramente tem uma visão já menos benévola daquilo que é o exercício governativo”.

Rui Rocha

Líder da Iniciativa Liberal

“O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa falou de uma maioria que não tem sido de obra e dá esta última oportunidade ao Governo António Costa, no ano de 2023, para se tornar uma maioria absoluta de obra. Creio que o Presidente da República é um bocadinho mais otimista do que eu”, afirma, insistindo que este governo e o seu primeiro-ministro “não são reformáveis”.

Depois de na moção de estratégia global que levou à convenção, o líder liberal ter sido muito crítico da atuação de Marcelo Rebelo de Sousa no último ano, Rui Rocha aponta que “o Presidente da República ainda não desistiu de António Costa porque o põe a prazo, mas claramente tem uma visão já menos benévola daquilo que é o exercício governativo”. “Tal como o primeiro-ministro disse, o Governo pôs-se a jeito e eu creio que o Presidente da República finalmente percebeu isso”, afirma.

Questionado sobre a solução governativa encontrada depois das legislativas de 2015, a chamada “geringonça”, o líder da IL defende que esta “foi um expediente utilizado por António Costa na altura para conseguir ir para o poder”.

“Vimos claramente, apesar das promessas, que António Costa, quando agora teve maioria absoluta, tinha dito que ia envolver os partidos da geringonça nessas soluções, creio que não o tem feito. Pelo menos o PCP e o Bloco de Esquerda têm-se queixado muito disso”, acrescenta.

Voto na IL é o único que garante que PS sai do poder e que Chega não entra

O novo presidente da IL defende que o voto nos liberais é “o único” que “garante que o PS sai do poder e que o Chega não entra” e desafia o PSD a abrir o jogo sobre entendimentos pós-eleitorais.

Em entrevista à agência Lusa, Rui Rocha assume que a “imagem do partido beneficiaria se, em alguns momentos, a discussão tivesse sido um pouco mais ponderada”, apesar de considerar que não é num fim de semana que se define o partido, mas sim em todo o trajeto já feito e na ação política futura.

Sobre eventuais coligações pós-eleitorais, o novo líder da IL enfatiza a importância da clareza e da “lealdade democrática”, defendendo que os liberais têm sido claros no seu posicionamento: uma via de entendimento com o PSD mas sem “qualquer participação de partidos extremistas”.

“Aquilo que resulta é que, neste momento, com as posições conhecidas, o voto na Iniciativa Liberal é o único voto que garante que o PS sai do poder e que o Chega não entra no poder”, defende.

Rui Rocha explica que tem tido preocupação de ser “muito claro” desde já sobre “quais são os pontos essenciais para um possível entendimento” depois das eleições com o PSD e que por isso mesmo será preparado “nos próximos tempos um caderno de encargos” com as condições dos liberais.

Desse caderno de encargos com as “matérias decisivas para um eventual entendimento”, adianta o liberal, fará parte o sistema eleitoral, a redução da carga fiscal, a redução da despesa pública em percentagem do PIB, as questões constitucionais, a liberdade de escolha na saúde e na educação, e a desburocratização.

“Nós também tivemos, na semana que termina, um congresso em que o Chega disse que quer lugares no Governo para apoiar algum tipo de entendimento com o PSD. E, portanto, há aqui desde logo uma diferença: nós situamo-nos nas ideias, outros situam-se nos cargos, independentemente das ideias. Não é essa a forma de fazer política da Iniciativa Liberal”, compara.

Rui Rocha contra “obras faraónicas de utilidade duvidosa” pede “bom senso” na gestão da JMJ

O novo presidente da IL, Rui Rocha, pede “bom senso” na gestão da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e lembra que está em causa o dinheiro dos contribuintes, defendendo que “obras faraónicas de utilidade duvidosa” não fazem sentido.

“O Presidente da República, quando se soube que a Jornada Mundial da Juventude vinha para Portugal, fez uma declaração efusiva e disse ‘Conseguimos. Lisboa, Portugal, conseguimos’. Eu diria que agora olhamos para isto e dizemos “Lisboa, Portugal, esbanjamos’”, responde Rui Rocha, em entrevista à agência Lusa, quando questionado sobre a polémica em torno da organização da JMJ.

Há um défice de gestão, há um défice de bom senso naquilo que são estes eventos e, em geral, na gestão das atividades públicas e do dinheiro público que no final do dia é dinheiro dos contribuintes. Isso é a preocupação que nós temos”.

Rui Rocha

Líder da Iniciativa Liberal

Na opinião do novo líder da IL, “tem faltado genericamente é bom senso”. O dirigente liberal considera que, tal como acontece noutros grandes eventos, “nada é preparado atempadamente”, criticando “uma displicência na gestão” de todo o processo.

Há um défice de gestão, há um défice de bom senso naquilo que são estes eventos e, em geral, na gestão das atividades públicas e do dinheiro público que no final do dia é dinheiro dos contribuintes. Isso é a preocupação que nós temos”, enfatiza.

Apesar de as coisas não terem sido acauteladas antes, Rui Rocha defende que agora é “preciso tomar decisões” porque senão é a própria JMJ que “fica em causa” e seria “um vexame que Portugal não deveria correr o risco de passar”.

“Creio que depois de uma discussão inicial, todos estamos de acordo que obras faraónicas de utilidade duvidosa, no mínimo, não fazem sentido e, portanto, o princípio do bom senso deve impor-se na gestão destas questões”, afirma.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Venda de carros elétricos em janeiro bate recorde

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2023

Em janeiro, foram registados 2.258 carros ligeiros de passageiros e 165 ligeiros de mercadorias, isto é, um aumento de 134,5% e 57,1%, respetivamente, face a janeiro de 2022. É o melhor mês de sempre.

O número de novos carros 100% elétricos ultrapassou a fasquia das duas mil unidades pelo terceiro mês consecutivo. Em janeiro, foram registados 2.258 veículos ligeiros de passageiros e 165 ligeiros de mercadorias, isto é, um aumento de 134,5% e 57,1%, respetivamente, face a igual período do ano passado, segundo os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), cedidos ao Público (acesso pago). É o melhor mês de sempre.

“Continuamos a assistir a uma evolução gradual, tanto em Portugal como noutros países. Os números de janeiro, que traduzem o melhor mês de sempre em termos de vendas de elétricos, explicam-se com uma carteira de encomendas que já vinha de 2022″, aponta o secretário-geral da ACAP, ao mesmo jornal. Hélder Pedro explica ainda que estas encomendas não tinham sido entregues porque “algumas das fábricas que alimentam o mercado europeu estiveram concentrados nas entregas em mercados como o alemão”.

No mês passado, o número total de novas matrículas cresceu 43% para 17.455 veículos. No que toca especificamente aos veículos ligeiros, que representam 84% das vendas mensais, o aumento foi de 48,4% para 14.639 carros. Ainda assim, as vendas em janeiro de 2023 ainda estão 9,5% abaixo de janeiro de 2019.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há 90 empresas interessadas na semana de quatro dias de trabalho, diz ministra

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2023

As empresas interessadas em aderir ao projeto da semana de quatro dias de trabalho são de vários setores, sobretudo da indústria, comércio, informação e comunicação, revelou Ana Mendes Godinho.

O número de empresas que manifestaram interesse em aderir ao programa-piloto da semana de trabalho de quatro dias totaliza 90, disse a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

“Temos neste momento, 90 empresas que manifestaram interesse em participar” no projeto, disse a ministra em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, acrescentando que o prazo para a inscrição nos projetos-piloto termina dia 15.

Segundo a ministra, as empresas interessadas em aderir ao projeto da semana de quatro dias de trabalho são de vários setores, sobretudo da indústria, comércio, informação e comunicação, com variedade geográfica e de diferentes dimensões.

Ana Mendes Godinho revelou ainda que, no âmbito do processo de digitalização do ministério, entra em vigor no próximo mês o apoio judiciário na hora para quem precisa de apoio no acesso à justiça.

Quanto às alterações laborais no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, a ministra garantiu que, assim que a legislação entrar em vigor, será publicado o diploma que define o limite de isenção para as despesas com teletrabalho.

Já perante o intensificar da contestação social, a governante disse que “estamos num momento em que é evidente que a valorização dos salários é crítica do ponto de vista social”.

Ana Mendes Godinho assumiu que o salário mínimo “é mesmo o mínimo, abaixo do qual não é admissível que alguém esteja a trabalhar”, mas não se comprometeu com aumentos intercalares no âmbito do processo de avaliação da aplicação do acordo de rendimentos e competitividade assinado em outubro na Concertação Social.

Entre as medidas previstas no acordo, a ministra realçou uma medida dirigida às empresas que contratem jovens com contratos permanentes e um valor mínimo de 1.320 euros de vencimento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Presidente dos EUA deu ordem para Força Aérea abater balão-espião chinês. China critica decisão

  • Lusa e ECO
  • 5 Fevereiro 2023

Estados Unidos abateram o alegado balão-espião chinês que sobrevoava o território norte-americano. Pequim critica decisão e acusa governo Biden de “violar gravemente as convenções internacionais”,

O Presidente dos EUA, Joe Biden, assumiu que deu a ordem para aviões caça da Força Aérea abaterem o alegado balão espião chinês que sobrevoava o território norte-americano desde terça-feira.

De acordo com fontes militares, está em curso uma operação para recuperar os destroços do balão abatido sobre as águas da costa leste dos Estados Unidos, quando voava a 60.000 pés.

O balão foi abatido por aviões caças da Força Aérea, segundo fontes militares. “Eles abateram (o balão) com sucesso e quero elogiar os nossos pilotos que o fizeram”, disse Biden, agradecendo à Força Aérea.

Também o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, confirmou o abate do aparelho chinês, considerando que a operação da Força Aérea foi um sucesso.

Em comunicado, Austin esclareceu que o dispositivo “que foi usado pela República Popular da China na tentativa de monitorizar locais estratégicos no território continental dos Estados Unidos” foi abatido por dois aviões caça sobre as águas do Atlântico, em frente à costa da Carolina do Sul.

Ao longo do dia, fontes governamentais já tinham admitido a possibilidade de o balão ser abatido e o tráfego aéreo já tinha sido restringido em três aeroportos do sudeste dos Estados Unidos.

Os media norte-americanos estão a citar fontes que relatam ter visto o balão a ser abatido, depois de vários aviões caça terem sobrevoado a área onde ele se encontrava, na costa leste, tendo sido “atingido por um míssil ou dispositivo semelhante”.

Inicialmente, o Pentágono (Departamento de Defesa norte-americano) recomendou que nenhuma ação fosse tomada contra o balão, por questões de segurança, alegando que os destroços poderiam cair sobre a população. Logo que o balão sobrevoou o Oceano Atlântico, foi abatido.

China critica EUA por abaterem balão-espião

O Governo chinês criticou fortemente a decisão dos Estados Unidos de abaterem o balão-espião chinês que sobrevoou o país esta semana, acusando o governo Biden de “violar gravemente as convenções internacionais”, escreve o Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China declarou o seu “forte descontentamento e protesto” contra a decisão dos EUA e reiterou que o dispositivo se tratava de um engenho de “uso civil” que entrou no espaço aéreo norte-americano devido ao mau tempo.

A presença deste dispositivo chinês – que as autoridades norte-americanas admitiram ser um engenho de vigilância – no espaço aéreo dos Estados Unidos provocou a mais recente crise diplomática entre Washington e Pequim e levou à suspensão da viagem que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, planeava fazer à China.

No sábado, Pequim admitiu que o balão lhe pertence, mas garantiu que se trata de “um dispositivo civil para fins meteorológicos”. “Esta situação foi completamente inesperada, mas os factos são muito claros. Trata-se de um dispositivo civil para fins meteorológicos”, insistiu no sábado um porta-voz da diplomacia chinesa.

Este porta-voz acrescentou que o aparelho foi afetado pelas correntes geradas pelos ventos de oeste das zonas centrais do planeta e que, “pelo facto de a sua capacidade de manobra ser muito limitada, acabou por se desviar muito da sua trajetória prevista”.

“A China sempre agiu em estrita conformidade com o Direito Internacional e respeita a soberania e integridade territorial de todos os países. Não temos intenção de violar e nunca violamos o território ou espaço aéreo de qualquer país soberano”, garantiu a diplomacia chinesa.

(Notícia atualizada às 11h52 com as declarações do dos Negócios Estrangeiros da China).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Líder do CDS-PP diz que a renacionalização da TAP foi capricho ideológico da esquerda

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2023

"O que temos com a renacionalização da TAP é um capricho feito de ideologia por parte de uma esquerda que ascendeu ao poder", afirmou Nuno Melo.

O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, disse no sábado que a renacionalização da TAP foi um capricho da esquerda e rejeitou uma “gestão com ideologia” das empresas públicas ou de capitais públicos.

“As empresas públicas ou de capitais públicos não podem ser geridas com ideologia. Têm de apresentar resultados. O que temos com a renacionalização da TAP é um capricho feito de ideologia por parte de uma esquerda que ascendeu ao poder”, afirmou Nuno Melo, em declarações aos jornalistas na convenção de autarcas, em Oliveira do Bairro.

O presidente do CDS-PP manifestou a expectativa de que a comissão de inquérito à TAP, ajude a esclarecer a verdade, considerando que tudo o que tem a ver com a TAP “deve ser público”.

Aos jornalistas explicou que uma reprivatização da empresa significa que “neste meio caminho não houve, nem sentido para a renacionalização, muito menos, por ventura para os mais de 3,2 mil milhões de euros, que os contribuintes já tiveram de entregar em favor de uma empresa”.

Nuno Melo lembrou que Portugal é feito de muitas empresas públicas e privadas e refere que o dinheiro dos contribuintes deve ser utilizado com “muito melhor critério”.

Relativamente às manifestações e greves dos professores, considerou que estes têm “muitas reivindicações que são justas” e que os pais têm “todas as razões para estarem preocupados”.

O líder do CDS-PP afirmou ainda que compete ao Governo resolver quer as reivindicações dos professores quer a resposta que tem de ser dada aos pais.

Para Nuno Melo, se o problema se “perpetua significa que o governo não lhe dá resposta”. “A pior coisa que o Governo pode fazer a este propósito é tentar virar contra os professores a opinião pública, pelo contrário tem de lhes dar resposta”, reafirmou.

Nuno Melo comentou ainda o facto de, há poucos dias o Governo ter assinalado um ano de maioria absoluta, referindo que avaliação “está à vista”. “Neste momento, temos governo por causa dessa maioria absoluta, não por nenhuma razão de mérito da governação. Tivemos desde março, em nove meses, a substituição de 13 governantes e a cada substituição tivemos a correspondência com um caso, quase sempre com grande relevância institucional e por vezes, com relevância criminal” concluiu.

O presidente do CDS-PP deu ainda nota que decorrerá no segundo semestre de 2023 o congresso programático do partido.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cerco à Rússia aperta. Há novo teto para mais produtos petrolíferos

“Está em causa uma significativa ampliação a todo um conjunto de produtos petrolíferos (derivados)”, como exemplo o diesel ou a querosene.

O cerco à Rússia, no que diz respeito a sanções económicas, aperta este domingo. 5 de fevereiro é o dia em que as restrições que já estavam em vigor sobre o petróleo russo, desde dezembro, são alargadas a produtos derivados do petróleo, como o diesel.

Em dezembro, entraram em vigor tetos ao preço do “ouro negro”. União Europeia (UE), as sete economias mais ricas do mundo (G7) e a Austrália determinaram que, todo o petróleo transportado em navios teria de ter um preço máximo de 60 dólares, proibindo as empresas de transporte marítimo de fazer circular o petróleo russo a não ser que ele seja vendido abaixo do limite. Estas não poderão ser financiadas, nem poderão ser-lhes feitos seguros, se não respeitarem esta exigência. Assim, estes países esperavam ter efeitos no preço do petróleo russo para lá das respetivas fronteiras.

Este fevereiro, vão passar a haver mais produtos na lista. “Está em causa uma significativa ampliação a todo um conjunto de produtos petrolíferos (derivados)”, indica o fiscalista e especialista em Energia Filipe Vasconcelos Fernandes, dando como exemplo o diesel ou a querosene (óleo de parafina).

Mas porquê? A economia russa “depende muito” das receitas da venda de petróleo, indica Henrique Tomé, analista da XTB e, desta forma, limita-se a receita da Rússia nas suas exportações de petróleo sem interromper o abastecimento mundial, acrescenta Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa. Desta forma, vai-se estrangulando a economia russa de forma a apoiar a Ucrânia, depois de Moscovo ter invadido este país vizinho, numa guerra que se estende há praticamente um ano.

"Estes produtos [derivados do petróleo] ficam agora cobertos pelas restrições, fechando-se o buraco legal que Moscovo tinha vindo a aproveitar.”

Ricardo Evangelista

Activtrades

“Até aqui Moscovo tinha tentado contornar as restrições às exportações de petróleo, refinando-o na Rússia e exportando depois produtos derivados como o diesel. Estes produtos ficam agora cobertos pelas restrições, fechando-se o buraco legal que Moscovo tinha vindo a aproveitar”, explica Ricardo Evangelista, analista da Activtrades.

O teto ao petróleo foi definido nos 60 dólares (embora exista alguma flexibilidade consoante a evolução do mercado). No caso destes produtos derivados, a Comissão Europeia tem outra proposta: um limite de preço de 100 dólares por barril para produtos petrolíferos russos premium, tais como o diesel, e um limite de 45 dólares por barril para produtos com desconto, como destilados, sobretudo combustíveis para aquecimento e geradores de energia, aponta Paulo Rosa. Prevê-se que também possam ser ajustáveis ao longo do tempo, assinala ainda Filipe Vasconcelos Fernandes.

E se os limites não forem cumpridos? As multas, descreve o Banco Carregosa, podem ser criminais ou não criminais, de 1 a 5% da receita global da entidade em causa, e exclusão do acesso a financiamento público, incluindo procedimentos de licitação, subvenções e concessões. Há exceções: Croácia e Bulgária, por exemplo, podem continuar a receber o petróleo russo sem estarem sujeitos a estas limitações.

Compras dificultadas podem pressionar preços

Nos últimos trimestres a União Europeia conseguiu, com “relativo sucesso”, indica Paulo Rosa, diversificar as suas fontes energéticas em termos geográficos, ficando menos dependente do petróleo russo. As importações de petróleo Russo pela Europa têm vindo a diminuir tendo representado apenas 14% no último trimestre de 2022, uma diminuição de mais de 10% face ao mesmo período de 2021, com a diferença a ser compensada pela Arábia Saudita, EUA e Azerbaijão, relata Ricardo Evangelista.

A Rússia será obrigada a exportar para os seus parceiros comerciais como a China, Cazaquistão ou Turquia. A UE pode abastecer-se usando mercados alternativos como a Arábia Saudita, Kuwait, Noruega, Argélia, Angola, enumera a XTB. Do lado de Moscovo, existe ainda a hipótese de reduzir a própria produção (ao que indicam os dados, entre 5% a 7%). No caso do diesel, que é talvez o mais relevante, existem as alternativas China ou Índia (mais dificilmente EUA, atendendo ao estado das reservas domésticas), completa Filipe Vasconcelos Fernandes.

Mas “para a Europa poderá não ser tão fácil encontrar [agora] alternativas no mercado como tem sido com o petróleo”, ressalva Evangelista. Para Filipe Vasconcelos Fernandes, “é inequívoco que a UE sofrerá consequências ao nível da escassez de disponibilidades de produtos petrolíferos”.

Os desequilíbrios na balança da oferta e da procura, geralmente, têm consequências ao nível dos preços. Neste caso, “o cenário dependerá não só da facilidade com que se encontrem alternativas no mercado global, mas também de outros fatores como por exemplo os níveis de procura global determinados pelo ritmo da reabertura da economia Chinesa e também por uma recessão, ou não, no Ocidente”, pesa Ricardo Evangelista.

A partir daqui, as visões dividem-se. Com a Europa e respetivos aliados a serem obrigados a considerar outras fontes de petróleo e derivados, podem aumentar os custos de transporte e logística, fazendo com que o preço dos refinados e da energia subam, prevê Vítor Madeira, da XTB.

Por outro lado, ressalva o colega Henrique Tomé, as perspetivas sobre os preços são de baixa, dado que estamos a entrar numa fase em que a atividade económica está a diminuir e a diminuição na procura deverá penalizar os preços do petróleo. O Banco Carregosa também sublinha que, nos últimos meses, os preços do petróleo têm descido.

“Teremos que esperar para ver qual será o impacto deste apertar das restrições”, conclui a Activtrades.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Leiria quer base aérea de Monte Real no estudo de localização do novo aeroporto

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2023

Câmara de Leiria defendeu perante a CTI que a base aérea de Monte Real configura "uma alternativa de implementação em prazo mais curto que as alternativas até agora conhecidas" para o novo aeroporto.

A Câmara Municipal de Leiria reclamou junto da Comissão Técnica Independente (CTI) a construção do futuro aeroporto a norte do rio Tejo e a inclusão da Base Aérea de Monte Real no lote de localizações em análise.

Tendo em conta que Leiria, ao ser contemplada com uma paragem da Alta Velocidade, fica a apenas a 40 minutos de Lisboa (e 50 do Porto), a Base de Monte Real passa a reunir condições para ser encarada numa dupla perspetiva“, justificou o executivo municipal liderado pelo socialista Gonçalo Lopes.

No documento enviado esta quinta-feira à CTI, o executivo municipal defendeu, por um lado, que a região passa a ser “opção de localização do futuro aeroporto, ou, por outro, como base de dimensão regional”.

Uma base, especificou, “especialmente vocacionada para assegurar serviço aeroportuário à região Centro, atualmente a única região do país sem aeroporto, registando uma crescente procura internacional”.

Numa nota de imprensa enviada este sábado à agência Lusa, o executivo municipal referiu que “esta posição reforça uma missiva enviada ao primeiro-ministro, António Costa, no dia 7 de outubro de 2022, na sequência da apresentação do Projeto de Alta Velocidade Ferroviária”, que contempla uma paragem em Leiria.

“Acreditamos que, perante este novo contexto, Leiria poderá dar um contributo para a resolução do estrangulamento que Portugal regista neste momento no que diz respeito à capacidade aeroportuária”, defendeu o executivo no documento.

Neste sentido, o município defendeu perante a CTI que Monte Real configura “uma alternativa de implementação em prazo mais curto que as alternativas até agora conhecidas”.

O documento destacou que o presidente da Câmara Municipal de Leiria “tem vindo, de forma insistente, a defender a abertura da Base Aérea de Monte Real ao tráfego civil, uma pretensão antiga de amplo consenso na região”.

Gonçalo Lopes defendeu ainda que “o futuro aeroporto deve localizar-se a norte do rio Tejo”, já que, atualmente, “existe apenas uma infraestrutura aeroportuária internacional a norte” do rio.

“Uma escolha a sul do Tejo deixaria uma imensa região [entre os rios Tejo e Douro] desprovida de um aeroporto que alimente a mais que justa ambição de crescimento, desenvolvimento e abertura ao mundo da população aqui residente”, sublinhou.

O autarca lembrou que “a sul do Tejo, encontram-se 1.980.199 residentes, correspondentes a 19% da população nacional, enquanto a norte residem 7.877.394 pessoas, o que corresponde a 76%” da população.

Entendo que, perante este cenário, a Base Aérea de Monte Real deve ser considerada como uma solução válida a incluir na avaliação, sendo, na minha ótica, a que melhor defende o interesse nacional”, justificou. No entender do autarca socialista, “hoje em dia as distâncias não devem ser medidas em quilómetros mas sim em minutos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

TAP tem representante dos trabalhadores na administração. Se não garante paz social, garante o quê?

João Duarte foi eleito em junho de 2021 como representante dos trabalhadores no conselho de administração da TAP. Cerca de 19 meses volvidos, os sindicatos dividem-se na avaliação do cargo.

A existência de um representante dos trabalhadores na administração das empresas do Estado está consagrada na Constituição. Diz o artigo 89.º que “nas unidades de produção do setor público é assegurada uma participação efetiva dos trabalhadores na respetiva gestão”. A realidade não podia ser mais distinta. A TAP é uma rara exceção numa prática que é comum na Alemanha e noutros países da Europa do Norte. Passados 19 meses, os sindicatos dividem-se na avaliação. João Duarte defende-se e argumenta que a legislação é um espartilho. Diz que o conselho de administração só soube de algumas polémicas pela Comunicação Social e deixa recomendações à comissão executiva.

A ideia da nomeação de um representante dos trabalhadores como administrador não executivo do conselho de administração da TAP partiu do anterior ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. Segundo defendeu a tutela em 2021, permitiria “aos trabalhadores serem parte das decisões que se tomam na empresa, acompanhando mais de perto tanto os seus sucessos como as suas dificuldades”. Dava também ao conselho de administração a possibilidade de “ouvir mais de perto a voz dos trabalhadores e avaliar de forma mais informada o impacto que as decisões tomadas têm na forma de trabalhar dos milhares de pessoas que fazem, todos os dias, a vida do grupo TAP”.

Foi organizada uma eleição no início de junho daquele ano, que contou com seis candidatos. Votaram 46,6% dos trabalhadores, segundo noticiou, na altura, a agência Lusa. João Pedro da Conceição Duarte, chefe de cabina da companhia aérea desde 1992, foi o mais votado, com 42,51% dos votos. Bateu o economista Ricardo Paes Mamede, proposto pelos sindicatos dos trabalhadores de terra, que ficou em segundo com 19,98%. Entrou, nesse mesmo mês, no conselho de administração liderado por Manuel Beja (chairman) e Christine Ourmières-Widener (CEO).

Com 19 meses no cargo, marcados por uma enorme tensão entre trabalhadores e gestão executiva, a avaliação do cargo e do trabalho do representante dos trabalhadores no conselho de administração (CA) da TAP não é unânime. “Para nós não faz sentido. É inócuo. É só para dizerem que está lá um representante dos trabalhadores e que eles são incluídos nas decisões”, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA). “Não conheço nenhuma posição pública do representante dos trabalhadores”, diz Paulo Duarte, questionando o papel de João Duarte nas polémicas que têm vindo a lume — “soubemos tudo pela Comunicação Social” — e na tensão social que se tem vivido na empresa: “Podia não ter evitado, mas percebia-se que a pessoa estava preocupada”.

“Antes de iniciar funções, contactei todos os sindicatos e estabeleci com todos uma relação de abertura, de cooperação e de franqueza para que possamos trabalhar todos juntos. E, de facto, tenho tido mais proximidade com uns do que com outros. Se falar com todos, acredito que a maioria não terá essa opinião”, afirma João Duarte. “Desde o primeiro dia tenho tentado criar um clima de diálogo e confiança que credibilize o papel dos trabalhadores, contribuindo com informação, sugestões e oportunidades de melhoria”. Por exemplo, adianta, “ter submetido à apreciação da comissão executiva estudos sobre as condições profissionais de algumas categorias; a análise comparativa entre a performance de trabalho na TAP em comparação com outras congéneres; e propor medidas que se traduziram em poupança”.

Para entender melhor a utilidade do administrador no conselho de administração, e não querendo ser injusto, seria interessante o sindicato ter acesso às atas do concelho de administração para perceber o sentido de voto do administrador que “representa os trabalhadores”, nomeadamente quando os administradores deliberam sobre matérias que podem afetar negativamente a vida dos trabalhadores, nomeadamente a dos tripulantes da TAP.

Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), que representa os tripulantes, afirma que existiram “alguns contactos com o intuito de discutir alguns dos problemas que afetam os tripulantes”. No entanto, “seria interessante o sindicato ter acesso às atas do concelho de administração para perceber o sentido de voto do administrador que ‘representa os trabalhadores’, nomeadamente quando os administradores deliberam sobre matérias que podem afetar negativamente a vida dos trabalhadores, nomeadamente a dos tripulantes da TAP”.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) diz que “o administrador em questão tem mostrado toda a disponibilidade e abertura para uma reunião, que o SPAC saúda, embora a dinâmica laboral nos últimos dois anos na TAP não tenha deixado oportunidade para a marcação de um encontro. O SPAC espera agendar em breve esse encontro, acreditando que dará frutos no futuro, em benefício da TAP e dos seus trabalhadores”. O ECO contactou também o Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves e o Sindicato Nacional Dos Trabalhadores da Aviação Civil, que não se quiseram pronunciar. Foi também contactada a Comissão de Trabalhadores da TAP, que não respondeu. O mesmo aconteceu com o Ministério das Infraestruturas.

Nas redes sociais também surgiram críticas. João Duarte criou uma conta no Facebook apenas para a apresentação da sua candidatura, onde colocou alguns vídeos. Se os comentários iniciais congratulam o tripulante pela vitória eleitoral, os mais recentes questionam o seu trabalho. Um deles pega no seu slogan de campanha “Transparência, Agregação, Proximidade” para o acusar de ser “transparente, desagregado e longínquo”. “Eu sei que nas redes sociais, onde não estou presente, há colegas que manifestam a sua relutância e não estão de acordo com a forma como exerço este cargo. Mas penso que não vai encontrar um colega que diga que eu não respondi, que não atendi o telefone, que o tratei mal. Antes pelo contrário”, refuta o RT.

Se eu vier – como acontece com alguns sindicatos, que o fazem dentro da sua estratégia – criticar em público a administração ou pessoas individualmente, estarei a queimar pontes dentro do conselho de administração.

João Duarte

Administrador não executivo da TAP em representação dos trabalhadores

“Considero, por uma questão de obrigação legal mas também de posicionamento estratégico, que o RT deve ser a voz dos trabalhadores dentro do conselho de administração e não fora. Se eu vier — como acontece com alguns sindicatos, que o fazem dentro da sua estratégia — criticar em público a administração ou pessoas individualmente, estarei a queimar pontes dentro do conselho de administração”, argumenta João Duarte. “Por regras internas da empresa e por legislação nacional, estou obrigado ao dever de sigilo em relação às matérias que são abordadas dentro do CA. Tenho estes dois espartilhos legais”, diz também.

Claro que o meu silêncio não é um silêncio de anuência. Não estou de acordo com tudo aquilo que é feito. Mas penso que, por sentido de responsabilidade e até de dever de confidencialidade, devo ter discrição sobre matérias em que sei que muitos colegas gostariam que fosse mais vocal”, acrescenta o chefe de cabina, que suspendeu a atividade para ser administrador não executivo, por imperativo do Código das Sociedades Comerciais.

Sem entrar em casos concretos, pela dinâmica natural, por vezes há decisões que só chegam ao conhecimento dos administradores não executivos pela Comunicação Social.

João Duarte

Administrador não executivo da TAP em representação dos trabalhadores

Nos últimos meses têm sido várias as polémicas a envolver a comissão executiva da TAP, como a intenção de substituir a frota por BMW (entretanto abortada), a atribuição de um plafond de 450 euros da Uber a diretores sem carro, a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis ou, mais recentemente, o bónus de dois milhões de euros que a CEO poderá receber. João Duarte revela que os administradores não executivos não foram informados previamente de todas estas situações: “Sem entrar em casos concretos, pela dinâmica natural, por vezes há decisões que só chegam ao conhecimento dos administradores não executivos pela Comunicação Social”. O que justifica com a delegação de poderes que é dada à comissão executiva, que toma decisões “que não têm de ser partilhadas com a restante administração”.

“Depois de as situações serem públicas, analisamos internamente e é-nos dada informação sobre porque aconteceu e como é que aconteceu”, relata o RT. A comunicação por parte da comissão executiva liderada por Christine Ourmières-Widener pode ser melhorada, considera ainda. “Em qualquer organização há sempre oportunidades de melhoria. Estão a caminho de serem implementadas. Não posso dizer que seja tudo perfeito”. “Além da prestação de informação, é também importante concretizar uma gestão espartana, em particular enquanto não houver reposição das condições salariais e não for evidenciado um contributo com saldo positivo para o país”, defende.

O administrador não executivo rejeita que a elevada conflitualidade social na empresa, que levou já à realização de dois dias de greve dos tripulantes de cabina a 8 e 9 de dezembro, possa significar que não está a cumprir a função para que foi nomeado. “O importante papel dos sindicatos não é substituível, nem pode ser limitado pelo representante dos trabalhadores. No meu entendimento, são complementares, também com a Comissão de Trabalhadores, tendo papéis distintos”, responde. “Como foi demonstrado recentemente, os trabalhadores que consideraram fazer greve ou chegaram mesmo a marcar souberam conciliar a defesa dos seus direitos com o sentido de responsabilidade”, defende.

Um modelo para o futuro?

Além da TAP, também a SATA tem um representante dos trabalhadores. A companhia aérea açoriana criou, de resto, o cargo muito antes, em 1980, como conta o Expresso. João Duarte não tem dúvidas de que o cargo deve continuar a existir, argumentando que algumas situações foram resolvidas ou melhoradas pelo facto de “haver um representante dos trabalhadores que tem uma facilidade de receber contactos dos colegas, que não existe com qualquer outro administrador”. E dá um exemplo desta semana, sem detalhes: “Na base do Porto havia uma queixa de alguns colegas de uma determinada área e que tinham uma sugestão de melhoria. Eu fiz chegar essa sugestão ao diretor operacional, que depois me encaminhou para uma chefia intermédia. Na altura não houve muita recetividade para a mudança, mas na quarta-feira ligaram-me a dizer que a tinham implementado parcialmente e que estava a ter bons resultados”. Os contactos do RT estão disponíveis internamente na empresa. Existe também um canal de informação dedicada na intranet da TAP, acessível a todos os trabalhadores.

Ao abrigo do Código das Sociedades Comerciais sou um administrador não executivo igual aos outros, sem mais direitos ou mais deveres que os outros.

João Duarte

Administrador não executivo da TAP em representação dos trabalhadores

João Duarte assinala que, apesar da representação dos trabalhadores nas empresas públicas estar na Constituição, o Código das Sociedades Comercias (CSC) não o prevê. “Ao abrigo do CSC sou um administrador não executivo igual aos outros, sem mais direitos ou mais deveres que os outros”, diz. “Tem sido um desafio para a empresa [definir] como se posiciona com um RT não executivo. Esta questão do canal interno. Nenhum outro não executivo tem um canal interno. Foi entendido que não há impedimento legal.”

“Além de uma disposição constitucional, é uma boa prática de governance seguida com sucesso em muitos países, em especial no norte da Europa. Do ponto de vista dos princípios ESG [ambientais, sociais e de bom governo] demonstra uma preocupação com a vertente social, cada vez mais crítica na relação com credores, fornecedores e investidores, quer para empresas privadas, quer públicas com dimensão relevante”, argumenta o administrador.

Paulo Duarte, do SITAVA, não concorda com a figura do RT. “Este cargo não é um representante dos trabalhadores, é um administrador não executivo da TAP que foi eleito pelos trabalhadores. O modelo não funciona porque é feito para não funcionar, desde logo por causa das obrigações de confidencialidade”, considera.

Conferência de imprensa do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil - 16FEV22
Tiago Faria Lopes, presidente do SPAC.Hugo Amaral/ECO

Opinião diferente tem o sindicato dos pilotos. “O SPAC considera que o administrador eleito em representação dos Trabalhadores tem uma missão bastante importante e útil para todos, uma vez que as suas funções preveem a possibilidade de levar ao conhecimento, para debate e tratamento ao mais alto nível na empresa, temas do interesse dos trabalhadores da TAP”, responde. “A direção do SPAC defende que este perfil de administrador será de manter no futuro, encarando-o como uma primeira oportunidade para levar a cabo iniciativas de melhoria de processos internos na empresa”, acrescenta.

O SNPVAC não tem ainda uma opinião definitiva sobre o cargo na TAP ou a sua aplicação noutras empresas. Embora considere que a eleição de um administrador em representação dos trabalhadores da companhia aérea “é, só por si, um sinal positivo na relação entre as diversas partes que compõem uma empresa com a dimensão da TAP”. “Não consolidámos a nossa opinião na TAP e, por maioria de razão, não temos opinião sobre outras empresas. Diria que estamos numa fase de aprendizagem mútua“, diz também fonte oficial do sindicato.

João Duarte garante que não concorreu por dinheiro e que recebe menos agora do que nas funções que tinha em 2019, altura em que não existiam ainda cortes salariais. Segundo o último relatório de governo societário, aufere agora uma remuneração brutal anual de 58.800 euros. “Quinze dias a três semanas antes de ser eleito, não fazia ideia que iria ser administrador da TAP. Só avancei porque estávamos na iminência de ter como representante dos trabalhadores um não trabalhador. Achei que não fazia sentido”, explica. “Com espírito de sacrifício tentarei levar este cargo até ao final, porque é importante que resulte bem e continue para o futuro”, remata.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministro da Saúde garante que nenhuma maternidade vai ser fechada

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2023

Pizarro garantiu que nenhuma maternidade em Portugal vai ser encerrada, nem mesmo as maternidades em situação difícil como acontece em algumas no interior do país com "rarefação de profissionais".

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu este sábado, no Porto, que nenhuma maternidade em Portugal vai ser encerrada, nem mesmo as maternidades em situação difícil como acontece em algumas no interior do país com “rarefação de profissionais”.

“Nós não vamos encerrar nenhuma maternidade. […] Temos uma situação que eu não escondo e que é muito difícil. Envolve algumas maternidades, nomeadamente nas zonas do interior do país, com uma grande rarefação de profissionais. Mas essas são mesmo zonas onde nós temos que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para manter as maternidades em funcionamento, porque as pessoas podem ser menos numerosas, mas são portugueses como os outros, têm direito ao SNS e são sítios onde a distância a percorrer é maior”, declarou Manuel Pizarro aos jornalistas.

À margem da cerimónia para assinalar o Dia Mundial do Cancro, que decorreu no Porto esta manhã, no Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Manuel Pizarro recordou que encerrar maternidades teria dois efeitos.

“Nalguns casos deixaria as mães demasiado longe da maternidade mais próxima. Isso seria um problema. Noutro caso, isso conduziria ao encerramento de maternidades onde está a ser feita a formação de jovens especialistas. Ora isso é mesmo o contrário do que nós queremos”, afirmou, reforçando a ideia de que Portugal tem necessidade de mais especialistas de ginecologia obstetrícia.

Questionado sobre qual seria o modelo certo para combater o facto de as maternidades estarem num sistema de rotatividade, Manuel Pizarro considera que esta solução tem provado que funciona bem.

Acho que a solução que nós encontrámos francamente tem provado funcionar bem, isto é, temos garantido qualidade e segurança às mães e às crianças que nascem e temos garantido previsibilidade e tranquilidade às populações desde que adotámos este modelo de funcionamento alternado, programado com previsibilidade”.

“O modelo da rotatividade está a ser trabalhado pela direção executiva [do SNS] e é o que devemos fazer. Tomámos medidas, acompanhamos a sua implementação e depois procuramos avaliar o que é que aconteceu”, explicou.

“A primeira avaliação foi feita em relação aos dois fins de semana do Natal e do Ano Novo, que são sempre os mais difíceis do ponto de vista dos recursos humanos, onde as coisas correram muitíssimo bem. Nasceram 849 crianças nas maternidades do SNS [Sistema Nacional de Saúde] e com total segurança e tranquilidade”, declarou Manuel Pizarro, reiterando que o modelo vai continuar com “adaptações” no primeiro trimestre de 2023 e, que no final, vão fazer-se as devidas avaliações

Segundo Manuel Pizarro, se houver alguma coisa a corrigir vai corrigir-se. “Se houver condições para melhorar, melhora-se. A direção executiva do SNS está a fazer esse trabalho, acho que com grande competência”, conclui.

À margem da cerimónia Dia Mundial do Cancro, o ministro da Saúde considerou que o rastreio do cancro da mama está “francamente bem”, mas admite que o do cancro do colo do útero não ainda não recuperou desde a pandemia e o do cancro colorretal é díspar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

📹Veja as greves dos professores agendadas para os próximos tempos

O arranque do ano tem sido marcado por várias greves dos professores e do pessoal não docente. Pelo menos até 24 de fevereiro, há vários pré-avisos de greve entregues. Veja quais. 

O arranque do ano tem sido marcado por várias greves dos professores e do pessoal não docente, numa altura em que Governo e sindicatos discutem o modelo de colocação e vinculação dos professores. Pelo menos, até 24 de fevereiro, há vários pré-avisos de greve entregues. Veja quais.

http://videos.sapo.pt/y4a3BoBV7zgb13OM5sKc

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Resgate de PPR para crédito à habitação sem limite de valor e de data de subscrição

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2023

O resgate antecipado de PPR para pagamento de empréstimo da casa pode ser feito, sem penalização, ao longo de 2023 independentemente do valor a levantar e da data da subscrição.

O resgate antecipado de PPR para pagamento de empréstimo da casa pode ser feito, sem penalização, ao longo de 2023 independentemente do valor a levantar e da data da subscrição, segundo o Ministério das Finanças. “Os contribuintes que solicitem o resgate parcial ou total do PPR em 2023 para pagamento de prestações de contratos de crédito à habitação própria e permanente podem fazê-lo, sem qualquer limite quanto ao montante ou quanto ao período temporal já decorrido desde a subscrição, não sendo também penalizados“, afirmou, em resposta à Lusa, fonte oficial do Ministério das Finanças.

No caso de o reembolso antecipado ser feito para outro fim que não o do pagamento das prestações do empréstimo da casa, terão de ser observados dois limites para que não haja penalização: por um lado, o valor do reembolso, que está limitado ao Indexante de Apoios Sociais (IAS) e, por outro, tem de incidir sobre as entregas (subscrições) realizadas até 30 de setembro de 2022.

Os contribuintes detentores de planos poupança reforma (PPR) podem resgatar o PPR, sem penalizações, até ao limite mensal do IAS antes de decorridos 5 anos após a subscrição, desde que o reembolso seja relativo a valores subscritos até 30 de setembro de 2022“, precisou a mesma fonte oficial.

Aos valores subscritos e investidos após aquela data de 30 de setembro de 2022, aplicam-se as regras previstas na lei – quer no Decreto-Lei n.º 158/2002, quer no Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF).

O Ministério das Finanças refere ainda que as duas situações (resgate sem motivo específico ou resgate para pagamento de crédito) “são cumulativas“, ou seja, “um mesmo contribuinte pode simultaneamente recorrer aos dois tipos de resgate de PPR, dentro dos limites estabelecidos“.

O valor limite mensal do IAS (que em 2023 está fixado em 480,43 euros) é apurado “por contribuinte e não por apólice ou instituição financeira”, afirmou ainda a mesma fonte oficial, sendo apenas possível solicitar mensalmente um reembolso até ao valor do IAS, ainda que esse limite possa resultar de mais do que uma apólice.

A possibilidade do resgate antecipado de planos poupança-reforma (PPR), de planos poupança-educação (PPE) e de planos poupança-reforma/educação (PPR/E) sem as penalizações que habitualmente lhe estão associadas (como a devolução do benefício fiscal em sede de IRS) está prevista na lei publicada em outubro do ano passado, que contempla várias medidas para mitigar o impacto da subida da inflação no rendimento das famílias.

No Orçamento do Estado para 2023, esta medida foi reforçada, com a lei orçamental a determinar que “durante o ano de 2023 é permitido o reembolso parcial ou total do valor dos planos-poupança [PPR, PPE e PPR/E] para pagamento de prestações de contratos de crédito garantidos por hipoteca sobre imóvel destinado a habitação própria e permanente do participante, bem como prestações do crédito à construção ou beneficiação de imóveis para habitação própria e permanente, e entregas a cooperativas de habitação em soluções de habitação própria permanente, sendo dispensadas da obrigação de permanência mínima de cinco anos para mobilização sem a penalização” prevista no EBF.

Desta forma, ao longo de 2023, os resgates antecipados usufruem das mesmas condições que a lei prevê para quem se encontra em situação de desemprego de longa duração, incapacidade permanente para o trabalho ou doença grave.

O Estatuto dos Benefícios Fiscais concede um benefício em sede de IRS equivalente a 20% dos valores aplicados no PPR até ao limite de 400 euros por contribuintes (se este tiver até 35 anos de idade), 350 euros (tendo entre 35 e 50 anos de idade) e 300 euros (tendo mais de 50 anos).

A fruição do benefício (…) fica sem efeito, devendo as importâncias deduzidas, majoradas em 10%, por cada ano ou fração, decorrido desde aquele em que foi exercido o direito à dedução, ser acrescidas à coleta do IRS do ano da verificação dos factos, se aos participantes for atribuído qualquer rendimento ou for concedido o reembolso dos certificados, salvo em caso de morte do subscritor ou quando tenham decorrido, pelo menos, cinco anos a contar da respetiva entrega e ocorra qualquer uma das situações definidas na lei“, determina o EBF.

Em 2023, esta penalização está suspensa para resgates antecipados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.