Chairman da TAP demitido diz que atuou com “lealdade” com o ministério das Infraestruturas

Manuel Beja quebra o silêncio e afirma que saída de Alexandra Reis foi aprovada pelo Ministério das Infraestruturas e entendeu que era sua responsabilidade, como chairman, dar-lhe sequência.

Manuel Beja, o presidente do conselho de administração da TAP demitido esta segunda-feira, afirma que cumpriu de forma leal a decisão do ministério das Infraestruturas, então liderado por Pedro Nuno Santos, para a saída de Alexandra Reis e que agiu de “boa fé”.

“Tenho mantido silêncio por dever institucional, e por entender que, como Presidente do Conselho de Administração (PCA), devo reservar a minha intervenção para os espaços próprios. Os desenvolvimentos conhecidos levam-me a tomar uma posição pública sobre a saída da TAP da ex-administradora Alexandra Reis”, começa por escrever Manuel Beja, que foi esta segunda-feira demitido pelos ministros das Finanças.

“Esta saída, que tentei sem sucesso evitar, reflete problemas de governança na empresa. No entanto, foi aprovada pelo acionista, nesta matéria representado pela tutela setorial [o minitério das Infraestruturas]. A partir do momento em que essa indicação foi dada pelo representante do acionista, numa matéria que é da exclusiva responsabilidade deste, entendi que era minha responsabilidade fiduciária, como presidente do conselho de administração, dar-lhe sequência, tendo presente a racionalidade económica apresentada e a legalidade confirmada pela sociedade de advogados contratada para o efeito, através da Presidente da Comissão Executiva”, afirma o chairman, nomeado em junho de 2021.

Foi assim, de boa-fé e segundo a instrução da tutela, que cumpri o meu dever de lealdade na implementação de uma decisão (a composição do CA) que é legitimamente tomada pelo acionista”, acrescenta. “No entanto, é agora claro, o conselho jurídico recebido e executado de boa-fé teve erros”.

“Neste momento em que o acionista decide mudar a composição do CA, e não tendo ainda analisado o relatório final da IGF, deixo uma palavra de profundo agradecimento e reconhecimento a todos os meus colegas, trabalhadores da TAP e membros dos órgãos sociais, cujo esforço e dedicação têm permitido tornar a empresa mais sustentável, e logo, com mais futuro”, termina Manuel Beja.

O presidente do conselho de administração da TAP e a CEO, Christine Ourmières-Widener, foram demitidos pelo Governo esta segunda-feira, na sequência da divulgação do relatório da Inspeção-Geral de Trabalho ao processo de saída de Alexandra Reis, em fevereiro de 2022, com uma indemnização de 500 mil euros.

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