Setor energético português deve mobilizar 60 mil milhões até 2030
Esta estimativa é considerada pelo ministro do Ambiente "conservadora".
O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, espera que o setor energético em Portugal mobilize, até 2030, 60 mil milhões de euros de investimento. A grande fatia diz respeito ao leilão de eólico offshore.
Esta avaliação, considerada pelo ministro “conservadora”, baseia-se nos objetivos estabelecidos nos vários planos que enquadram as políticas de transição energética e de descarbonização do setor energético.
“Este é sobretudo investimento privado, mobilizado por empresas nacionais e estrangeiras” e “o interesse demonstrado leva-nos a crer que o investimento será ainda superior ao que estimamos e atingido em menos tempo”, indicou o ministro, numa audição da Comissão de Energia que decorreu esta quarta-feira.
Começando pela fatia de leão: o investimento estimado para o leilão de 10 gigawatts para instalar eólicas offshore no mar português cifra-se entre entre 30 e 40 mil milhões de euros. Além disso, à capacidade de energia produzida a partir do sol, será necessário aumentá-la em 6,4 GW, o que representa um investimento entre 4,3 e 4,7 mil milhões de euros e, no caso do eólico mais tradicional, será necessário aumentar a capacidade em 3,4 GW, o que representa um investimento entre 4 e 4,5 mil milhões de euros.
No que diz respeito à rede de transporte de energia, estão aprovados montantes de de 430 milhões de euros, até 2026.
A Estratégia Nacional para o Hidrogénio prevê ainda um investimento em projetos de produção entre sete mil milhões e nove mil milhões de euros. E, como nem todo o investimento é privado, a estratégia será acompanhada de apoios ao investimento e à produção de 900 milhões de euros até 2030. A estes valores, junta-se ainda o investimento no corredor verde de gasodutos, estimado em 204 milhões de euros pelo ministério, sem contar com os enablers.
Há ainda que ter em conta os apoios no âmbito do POSEUR e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que se cifrarão em 760 milhões de euros, na soma, respetivamente, de 150 milhões e 610 milhões de euros.
“O potencial transformacional destes investimentos é enorme”, já que “uma economia descarbonizada, assente no primado das energias limpas, renováveis e de caráter endógeno permite-nos crescer mais – e melhor”, acredita Duarte Cordeiro.
(Notícia atualizada às 11:01)
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