Empresa australiana recusa pagar resgate exigido por hackers
Mutuante recusa-se a pagar resgate a ciber-criminosos depois de milhões de registos de clientes terem sido roubados. A Latitude Financial não vê benefício para os consumidores em recompensar crime.
A empresa australiana Latitude Financial afirmou, nesta terça-feira, que recusou pagar o resgate exigido por piratas informáticos que roubaram os dados pessoais de milhões de clientes.
A empresa financeira de crédito informou, em março, que os hackers tinham roubado a informação pessoal de cerca de 14 milhões dos seus clientes australianos e neozelandeses.
A Latitude Financial disse ter recebido recentemente uma nota de resgate do grupo e que a ignorou, de acordo com os conselhos do Governo.
“Não recompensaremos comportamentos criminosos, e não acreditamos que o pagamento de um resgate resulte na devolução ou destruição de informação roubada”, afirmou numa informação enviada à Bolsa de Valores australiana.
Segundo a empresa, foram roubadas 7,9 milhões de cartas de condução australianas e neozelandesas, assim como dados de 53 mil passaportes.
Mais de seis milhões de registos que contêm informações como nomes, moradas, números de telefone e datas de nascimento foram também roubados.
A ministra dos Assuntos Internos australiana, Clare O’Neil, disse que ceder a hackers “apenas alimenta o modelo empresarial de resgate“.
“Comprometem-se a tomar medidas em troca de pagamento, mas muitas vezes perseguem novamente empresas e indivíduos”, acrescentou.
Nos últimos meses, os hackers atacaram algumas das maiores empresas da Austrália, numa série de ataques separados que colocaram as autoridades em alerta máximo.
Hackers russos foram acusados de aceder a milhares de registos médicos do gigante de seguros australiano Medibank, numa tentativa de resgate mal sucedida, no final de 2022.
A empresa de telecomunicações Optus também sofreu uma violação maciça de dados em setembro de 2022. Os criminosos conseguiram então aceder a data de cerca de 9,8 milhões de pessoas.
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