Conversas com Energia. Economia circular dá vida ao “artivismo” de Bordallo II
O artista plástico foi o convidado da primeira sessão da terceira edição do Conversas com Energia, trazendo para a conversa com os alunos Escola Superior de Educação de Lisboa a economia circular.
É através da arte que o artista plástico Bordallo II promove o seu ativismo por uma sociedade mais ambiental e socialmente sustentável. Sejam em ruas, edifícios, ou no meio da floresta, o objetivo do escultor português é difundir e comunicar o seu “artivismo” com o público recorrendo à reutilização de materiais descartados para concretizar as suas obras.
“Com a arte conseguimos comunicar com o público e uso a plataforma “rua” para fazer isso. O grande desafio é fazer algo com qualidade artística e que consiga comunicar com as pessoas“, revelou o artista durante uma conversa com os alunos de mestrado da Escola Superior de Educação de Lisboa no âmbito da iniciativa da Fundação EDP, a Novo Verde e a ERP Portugal, Conversas com Energia, do qual o ECO/Capital Verde é media partner.
Através do reaproveitamento de materiais em fim de vida, Bordallo II dá vida às suas obras, nomeadamente, à série Big Trash Animals, composta por retratos de animais. Estas obras, considera o artista, “retratam a natureza” e são compostas “com aquilo que as destrói”.
Em parceria com entidades que fazem a recolha de lixo e, por vezes, câmaras municipais, chegam ao estúdio do artista diversas peças, desde capacetes, mangueiras, para-choques, partes de ecopontos ou pedaços de plástico que são adaptados ou transformados para ajudar a elaborar os retratos destes animais.
“A economia circular desempenha um papel importante nas minhas obras“, referiu o artista, aos alunos, sendo o seu trabalho um veículo para promover debates para uma “sociedade mais sustentável”.
Mas Bordallo II não se fica por aqui e usa a sua plataforma “rua” para incidir luz sobre temas mais político-sociais, como a igualdade de género, racismo, pobreza ou a guerra, tendo como intuito “provocar” o debate “mas não criar campos de batalha onde as pessoas se afastam”.
A diferença destas obras com as Big Trash Animals é que estas intervenções da série Provoke, ilegais e nunca assinadas, nascem naquilo que o escultor considera ser “mobiliário urbano“: passadeiras, bocas-de-incêndio, grades, multibancos ou semáforos.
“As pessoas tornaram-se um pouco egoístas. Vimos lados políticos a crescer que nos preocupam. A diversidade é fundamental para vivermos em harmonia. A não-aceitação é a guerra”, defende.
O Conversas com Energia faz parte de uma iniciativa lançada pela Fundação EDP e do qual o ECO/Capital Verde é media partner. Estas sessões com jovens estudantes entra agora na terceira edição decorre no âmbito da exposição “Plástico: Reconstruir o nosso Mundo”, uma co-produção do Maat, do Vitra Design Museum e do V&A Dundee, que analisa a história com mais de 150 anos deste material artificial, bem como a narrativa tão espantosa quanto preocupante da sua invenção e disseminação, com um olhar voltado para o futuro.
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