“Cá estaremos os quatro anos para executar até ao último cêntimo o PRR”. Palavra dada de Costa
Perante as ameaças de dissolução do Parlamento, líder do PS reafirma que "continua a ser um princípio fundamental da democracia respeitar a vontade popular", pouco mais de um ano após as legislativas.
O Partido Socialista está pronto para cumprir o mandato do Governo até ao final da legislatura, em 2026. O líder dos socialistas, António Costa, responde a eventuais ameaças de dissolução da Assembleia com o “respeito pela vontade popular” e pela execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) até ao fim. A partir do Porto, no Superbock Arena –Pavilhão Rosa Mota, na festa de aniversário dos 50 anos do PS, o secretário-geral dos socialistas garante que chega para toda a direita.
“Que não se iluda a direita: sabemos que Roma e Pavia não se faz num dia e que o PRR é para ser executado em quatro anos. Não se executa num ano. Cá estaremos os quatro anos para executar até ao último cêntimo o PRR e liderar a maior oportunidade de transformação estrutural da economia portuguesa que temos tido nos últimos anos”, reafirmou o primeiro-ministro, numa altura em que o Governo tem sido afetado pelas polémicas da comissão de inquérito à TAP.
"Que não se iluda a direita: sabemos que Roma e Pavia não se faz num dia e que o PRR é para ser executado em quatro anos. Não se executa num ano. Cá estaremos os quatro anos para executar até ao último cêntimo o PRR e liderar a maior oportunidade de transformação estrutural da economia portuguesa que temos tido nos últimos anos”
O discurso de 25 minutos serviu sobretudo para pontuar as medidas dos últimos meses do Governo em resposta à inflação e à quebra de rendimentos. O acordo com a produção e a distribuição para tentar controlar os preços nos supermercados, os novos apoios sociais e as apostas na habitação foram algumas das medidas mencionadas.
A parte mais política ficou praticamente de fora do discurso, com pouco mais de 20 minutos. Para António Costa, a agenda diária “não é a das polémicas mediáticas”, mas sim “a vida dos portugueses”. No entanto, foi praticamente no final do discurso que surgiu o único nome de um partido, por conta do PRR e tendo como ponto de partida a ameaça do “diabo”, uma referência implícita ao antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho em 2016.
“Eles [a direita] têm bastante pressa de se verem livres de nós. Já tentaram ver-se livres de nós com diabo; agora até tentam ver-se livres de nós com o Chega. Mas não chegam para nós e nós chegaremos para eles porque connosco eles não passam.”
Mais discreta foi a mensagem do PS para o Presidente da República, que nos últimos dias tem falado na palavra dissolução como cenário político possível tendo em conta as polémicas que envolvem o Governo. António Costa recuperou a expressão “é preciso respeitar a vontade popular” para lembrar: “continua a ser um princípio fundamental da democracia respeitar a vontade popular”.
O líder do PS recordou ainda o resultado da última disputa eleitoral. “Nas últimas legislativas, os portugueses deram uma mensagem muito simples: queremos estabilidade política e estabilidade nas políticas para ter progresso, garantia de melhoria do emprego, do rendimento e do crescimento do país.”
António Costa foi mais explícito no momento seguinte: “em democracia, temos o dever de honrar os nossos mandatos e de cumprir os compromissos com os cidadãos. Quanto não os cumprimos, não honramos a democracia. Quando se põe em causa os mandatos conferidos pelo povo, está-se a pôr em causa a democracia. Quem quer democracia forte respeita os mandatos. Quem tem os mandatos honra os compromissos”.
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