BCE levanta o pé do acelerador e sobe taxas em 25 pontos base para 3,25%
Banco Central Europeu voltou a subir as taxas diretoras, mas de forma mais moderada. A taxa de depósitos fica nos 3,25%, o valor mais elevado dos últimos 15 anos.
O Banco Central Europeu (BCE) interrompeu um ciclo de fortes subidas das taxas diretoras, anunciando esta quinta-feira uma subida de apenas 25 pontos base nas taxas de juro do euro, como era esperado pelo mercado e antecipado por vários responsáveis do BCE.
“As perspetivas de inflação continuam a ser demasiado elevadas durante demasiado tempo. Tendo em conta as atuais pressões inflacionistas elevadas, o Conselho do BCE decidiu hoje aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base”, refere a autoridade monetária em comunicado.
Esta decisão, anunciada esta quinta-feira, acontece depois de, entre julho e março, o BCE ter realizado três aumentos de 50 pontos base e três de 75 pontos base.
Com este último aumento das taxas de juro, o Comité de Política Económica do BCE eleva a taxa dos depósitos para 3,25%, o valor mais elevado desde outubro de 2008, e as taxas de juro aplicáveis às operações de refinanciamento e de cedência de liquidez passaram para 3,75% e 4%, respetivamente.
“A inflação global diminuiu nos últimos meses, mas as pressões subjacentes sobre os preços permanecem fortes“, justifica o BCE, sublinhando que, “simultaneamente, os anteriores aumentos das taxas estão a ser transmitidos de forma vigorosa às condições monetárias e de financiamento da área do euro, embora os desfasamentos e a força da transmissão à economia real permaneçam incertos.”
Antecipando o resultado desta quinta-feira do BCE, Franck Dixmier, diretor global de Investimentos em obrigações da Allianz Global Investors (AllianzGI), revelou que “ao contrário da Fed, o Banco Central Europeu ainda está longe do fim do ciclo de endurecimento da política monetária”, antecipando assim que, na próxima reunião do BCE, a ser realizada em junho, o BCE volte a aumentar mais 25 pontos base as taxas de juro.
Além da subida das taxas de juro, o BCE revela que continuará a reduzir a carteira do programa de compra de ativos (APP) do Eurosistema a um “ritmo medido e previsível.” “Em consonância com estes princípios, o Conselho do BCE espera descontinuar os reinvestimentos ao abrigo do APP a partir de Julho de 2023”, lê-se no comunicado.
O BCE nota ainda que os reinvestimentos ao abrigo do programa de compra de ativos devido à emergência pandémica (pandemic emergency purchase programme – PEPP) irá estender-se pelo menos até ao final de 2024.
“Em qualquer caso, a futura descontinuação da carteira do PEPP será gerida de forma a evitar interferências com a orientação adequada da política monetária”, refere a entidade liderada por Chirstine Lagarde.
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