Costa Silva responde a Marcelo: resultados económicos ainda não se sentem devido à inflação
"A performance da economia não é sentida em toda a velocidade cruzeiro devido à inflação", disse o Costa Silva, em resposta ao Presidente que lamenta que grandes números ainda não se sentem no bolso.
Depois da declaração ao país, na qual prometeu uma vigilância mais apertada ao primeiro-ministro, porque este optou por manter João Galamba nas funções de ministro das Infraestruturas, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou que “os grandes números da economia” ainda não se “traduzam no bolso dos portugueses”. António Costa Silva aproveitou a passagem no Parlamento esta quarta-feira para responder ao Chefe de Estado: “A performance da economia não é sentida em toda a velocidade cruzeiro devido à inflação”.
Na visita ao Banco Alimentar contra à Fome, no fim de semana, o Presidente da República sublinhou que Portugal está numa “situação um pouco estranha”, já que os números em termos globais “são melhores do que em outros países europeus, em termos de crescimento, com o turismo e as exportações a subirem”.
Mas “a procura interna, quer dizer aquilo que é o consumo das pessoas cá dentro, apesar dos muitos estrangeiros com dinheiro que vivem cada vez mais em Portugal, desceu no primeiro trimestre. Por um lado é bom, significa que o que vem de fora está a contribuir para a nossa economia, mas aquilo que é de dentro ainda está à espera de ver aquele alívio financeiro que permita –não só com as ajudas sociais, mas sobretudo com diminuição do nível de preços – recuperar o poder de compra dos portugueses”, sustentou.
António Costa Silva contrapôs a análise do Chefe de Estado com os números do consumo privado, que cresceu 5,7% o ano passado, sendo um dos indicadores que ajudaram a explicar o crescimento de 6,7% em 2022 e que voltou a crescer 2,5% no primeiro trimestre. “Significa que se está a aumentar é uma consequência dos efeitos na economia dos salários e das políticas de apoio às empresa se famílias”, frisou o responsável aos deputados.
Ora, o consumo privado corresponde à despesa com bens e serviços, realizada pelos particulares residentes, destinada à satisfação direta das necessidades e preferências individuais. E a procura interna ao agregado que engloba as seguintes componentes do PIB: Consumo privado, Consumo público e Formação bruta de capital.
O INE avançou que “o contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB se manteve positivo no primeiro trimestre, mas inferior ao observado no trimestre precedente, em resultado da desaceleração do consumo privado e da redução do investimento”. Mas como ainda só existe a estimativa rápido do PIB, não é possível quantificar as duas variáveis usadas por ambos os responsáveis.
Para o inquilino da Horta Seca, “a economia está sempre no centro da vida”. “É um erro separá-la, porque tem a ver com o bem-estar”.
O ministro da Economia usou toda a sua intervenção inicial na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas para desfiar os bons resultados da economia nacional, seja do turismo às exportações, passando pela atração de IDE e pelo registo de patentes. Mas se Portugal, por exemplo no turismo, continua a bater recordes nos primeiro três meses deste ano, o responsável reconhece que “a performance não é sentida em toda a velocidade cruzeiro devido à inflação”.
Mas, sublinhou, “é preciso perceber que abril foi o sexto mês consecutivo que a inflação está a descer” – os 7,4% de março desaceleraram para 5,7% em abril. Uma desaceleração que se fez sentir também ao nível da inflação subjacente (a que não tem em conta os produtos energéticos e alimentares).
Esta não foi, aliás, a primeira vez que Costa Silva respondeu diretamente ao Chede de Estado. Logo na segunda-feira fez questão de dizer que acredita que os portugueses vão sentir no bolso a evolução da economia portuguesa. “A sexta redução mensal da inflação em abril, os preços mais baixos da energia nos mercados internacionais, assim como a descida de preços de algumas as matérias agrícolas – a conjugação destes fatores, cedo ou tarde, vai verificar-se nos bolsos dos portugueses”, disse em declarações aos jornalistas.
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