Benfica SAD confirma ser arguida no processo “Fora de Jogo”
A Benfica SAD confirmou ter sido constituída arguida em processo que incide sobre suspeitas de fraudes e branqueamento envolvendo contratos e transferências que ascendem a 58 milhões de euros.
A Benfica SAD confirmou ter sido constituída arguida no âmbito do processo “Fora de Jogo”, que incide sobre suspeitas de fraudes e branqueamento envolvendo contratos e transferências de jogadores, que ascendem a 58 milhões de euros.
“A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD vem confirmar que (…) foi constituída arguida no âmbito de um processo que está em segredo de justiça”, segundo comunicado disponível no sítio da equipa.
A entidade sublinhou que “manifestou a sua total disponibilidade e abertura para colaborar com as entidades competentes como sempre aconteceu até aqui”.
Também a Sporting SAD já confirmou ter sido constituída arguida no processo, que incide sobre diversos contratos e transferências de jogadores de futebol, entre 2015 e 2017.
Mais de 60 buscas visaram, nesta quarta-feira, o Benfica, FC Porto e Sporting, além de escritórios de advogados e de contabilidade e diversas residências.
Segundo nota divulgada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), as diligências estão a ser efetuadas nas áreas de Lisboa, Porto, Braga, Viana do Castelo, Aveiro e Setúbal, e investigam factos ocorridos entre 2014 e 2022, sobre os quais “existem indícios de vantagens patrimoniais ilegítimas, fiscais e contra a segurança social, no valor global de mais de 58 milhões de euros”.
Em causa nos inquéritos que originaram esta operação estão “suspeitas de prática de crimes de fraude fiscal qualificada, fraude contra a segurança social e branqueamento de capitais, ligadas com celebração ou renovação de contratos de trabalho desportivo, pagamento de comissões e circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios, bem como utilização de direitos de imagem”.
As diligências contam com a participação de aproximadamente 250 elementos, entre inspetores da Autoridade Tributária (AT), militares da Guarda Nacional Republicana (GNR), procuradores do Ministério Público, juízes e representantes da Ordem dos Advogados.
Sob a direção do DCIAP, a investigação envolve também a Unidade dos Grandes Contribuintes e a Direção de Serviços de Investigação de Fraude e de Ações Especiais da AT, bem como a Unidade de Ação Fiscal da GNR.
As buscas já tinham sido confirmadas à Lusa por fontes oficiais de Benfica e Sporting, tendo ambas assegurado que os dois clubes colaboraram com as autoridades. Entretanto, também o FC Porto divulgou um comunicado a confirmar a realização de buscas nas suas instalações e a garantir que está pronto para “disponibilizar todos os elementos” que sejam solicitados.
A operação foi avançada pelo Correio da Manhã, que deu conta das buscas relacionadas com a investigação de um alegado esquema de fraude envolvendo transferências de futebolistas.
O Correio da Manhã associa estas buscas à operação “Fora de Jogo”, que decorre há vários anos e conta com dezenas de arguidos, num processo que terá sido desencadeado por documentos acedidos por Rui Pinto, o principal arguido do processo “Football Leaks”.
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