“Em Portugal acabámos por pagar um crescimento que não nos interessa”, diz Centeno
O governador do Banco de Portugal diz que Portugal tem "estádios vazios" e que os potugueses se tornaram "muito mais seletivos, muito mais exigentes com o conceito de investimento”.
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, defendeu esta quinta-feira a importância do investimento público para o crescimento do país e considerou que existe maior exigência sobre a sua alocação.
“O ciclo de investimento em Portugal é muito importante para definir a qualidade e a velocidade do crescimento” no país, disse Mário Centeno durante um painel de debate que partilhou com o governador do Banco de Espanha, Pablo Hernández de Cós, e o vice-presidente, Banco Europeu de Investimento (BEI), Ricardo Mourinho Félix, na conferência “investir e financiar a resiliência e a renovação na Europa”, em Lisboa.
O governador do Banco de Portugal (BdP) realçou que os períodos de crescimento em Portugal estão associados ao investimento e às exportações. Ao longo da sessão, o responsável do supervisor bancário português argumentou que o país necessita de investimento público, mas salientou que se tornou mais “exigente”.
“Por exemplo, em Portugal acabámos por pagar um crescimento que não nos interessa”, defendeu. “Temos estádios vazios…Tornámo-nos muito mais seletivos, muito mais exigentes com o conceito de investimento”, disse o governador do Banco de Portugal.
Para Mário Centeno, esta exigência é necessária: “É isso que somos agora e acho que é bom, é um desenvolvimento muito bom”. “2023 e os anos seguintes são críticos. São críticos porque precisamos de voltar a crescer”, sublinhou.
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