Greve parcial na CP alargada até 6 de agosto
A greve vai afetar os comboios especiais disponibilizados pela empresa para a Jornada Mundial da Juventude, alerta o presidente da SFRCI.
A greve parcial dos revisores e trabalhadores das bilheteiras na CP foi alargada até ao dia 6 de agosto, abrangendo o período em que decorre em Lisboa a Jornada Mundial da Juventude. Os revisores e trabalhadores das bilheteiras iniciaram uma greve parcial no dia 5 de junho que se prolonga até 5 de julho, para contestar a “falta de equidade” salarial na CP – Comboios de Portugal.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), Luís Bravo, adiantou que a situação ainda não está resolvida e que os trabalhadores estão “descontentes”, pelo que na quarta-feira entregaram novo pré-aviso de greve para o período entre 6 de julho e 6 de agosto.
“De 6 a 10 de julho vamos ter uma greve parcial à sétima hora dos trabalhadores em Cascais. De 12 a 18 de julho a greve é ao trabalho extraordinário em todo o país. Durante todo o mês os trabalhadores farão greve aos comboios especiais e aos que têm mais de oito carruagens”, destaca.
De acordo com Luís Bravo, a greve vai afetar [em agosto] os comboios especiais disponibilizados pela empresa para a Jornada Mundial da Juventude. “Estes comboios especiais são normalmente disponibilizados pela empresa para eventos especiais como concertos e neste caso vai afetar os da Jornada da Juventude, para a qual estão previstos 48 comboios especiais”, afirma.
Luís Bravo adiantou também que os trabalhadores vão fazer greve a comboios com mais de oito carruagens, explicando que há muitas obras em curso nas estações e tem havido casos em que os comboios param fora da gare, o que tem causado alguns incidentes com utentes.
A adesão à greve dos revisores e bilheteiras da CP tem sido “superior ao expectável”, segundo o sindicato. “Hoje decorre já uma greve na zona norte. Todos os trabalhadores a norte de Pombal estão em greve aos turnos que ultrapassam as 18 horas. A taxa de supressão é enormíssima a norte. No fundo mais uma vez os trabalhadores estão a mostrar à empresa que não é aceitável num momento de crise que os salários mais altos sejam os mais beneficiados”, diz.
O sindicato tem contestado o que diz ser a “falta e equidade na CP” e teme que sejam colocados em causa os postos de trabalho. A operadora já veio garantir que isso não irá acontecer, tendo chegado a acordo com os restantes sindicatos.
“Há mais de 10 anos que não acontecia. Havia aumentos, mas eram equitativos. A aplicação do aumento complementar atribuído pelo Governo na CP foi feita de forma desigual, prejudicando os trabalhadores com mais baixos salários. Os trabalhadores estão igualmente descontentes com o facto de estarem a ser postos em causa postos de trabalho de revisores” porque estão a ser retirados da função de acompanhamento de marcha.
Luís Bravo referiu que o sindicato teve uma reunião na terça-feira com a empresa, mas que não foi conclusiva.
A greve convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), com especial incidência nas bilheteiras e nos revisores da CP, levou à supressão de 3.938 comboios entre 5 de junho, quando se iniciou, e quarta-feira, segundo a CP. Assim, de um total de 19.908 comboios programados para este período, foram realizados 15.970, indicou à Lusa a transportadora ferroviária.
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