Miranda Sarmento avisa deputados que críticas anónimas são “cobardia que só prejudica” PSD
O líder parlamentar do PSD transmitiu aos deputados que considera que fazer críticas anónimas na comunicação social sob anonimato é uma "profunda cobardia que só prejudica" o partido.
O líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, transmitiu aos deputados que considera que fazer críticas anónimas na comunicação social sob anonimato é uma “profunda cobardia que só prejudica” o partido.
A mensagem de Miranda Sarmento foi enviada aos deputados na sexta-feira à noite, na sequência de uma notícia do Observador que dava conta de que o líder parlamentar do PSD teria travado, na semana passada, um requerimento sobre saúde por ligações profissionais da sua mulher ao visado.
Aos deputados, Miranda Sarmento nega esta versão e reitera que a retirada do requerimento em causa, noticiada pela Lusa, “ficou a dever-se apenas a questões processuais” e aproveitou para deixar um recado à bancada.
“Que haja deputados que entendem que eu não sou um bom líder parlamentar, que não tenho perfil político e que outros seriam melhores líderes, é algo que posso aceitar, sem qualquer problema, quando as críticas são diretas e frontais”, referiu, na mensagem noticiada pelo Público e a que Lusa teve acesso.
No entanto, acrescentou, “que o façam nos jornais, a coberto do anonimato, parece-me de uma profunda cobardia que só prejudica o PSD”.
O líder parlamentar do PSD repudiou que, neste caso, tenha sido envolvida a sua mulher, “que nunca teve nada a ver com a política e que é médica em Santa Maria há mais de vinte anos”.
“É algo tão baixo, reles e indigno que quem o fez só me merece absoluto desprezo”, concluiu.
Na semana passada, o líder parlamentar do PSD disse à Lusa que a direção da bancada tinha decidido retirar um requerimento — enviado à comunicação social horas antes – em que pedia a audição parlamentar urgente do diretor exonerado do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina de Reprodução do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Diogo Ayres de Campos, e do Conselho de Administração do mesmo centro.
Miranda Sarmento justificou então a retirada do pedido por ser “extemporâneo” realizar, naquele momento, qualquer audição sobre o tema.
Na sexta-feira, o Observador noticiou um alegado conflito de interesses denunciado por deputados do PSD, sob anonimato, uma vez que a mulher de Miranda Sarmento trabalhava no departamento dirigido por Ayres de Campos.
No esclarecimento enviado ao jornal e que também partilhou com a bancada, Miranda Sarmento refere que a mulher “trabalha no serviço de ginecologia no Hospital de Santa Maria, respondendo apenas diretamente ao diretor do serviço de Ginecologia, Alexandre Valentim Lourenço (e este reporta diretamente ao Conselho de Administração)”, considerando que tais insinuações carecem de qualquer fundamento.
Este é mais um de uma série de episódios de tensão entre a bancada — herdada da anterior direção de Rui Rio — e a liderança parlamentar. Na última reunião do grupo, na quinta-feira, Miranda Sarmento sentiu necessidade de “esclarecer os deputados” face a notícias que têm sido publicadas nas últimas semanas sobre uma eventual saída antecipada, assegurando que não pretende ir para o Parlamento Europeu e tenciona cumprir o mandato até julho do próximo ano.
Também o presidente do PSD, Luís Montenegro, que cumpre na segunda-feira um ano de mandato, reiterou, no semanário Expresso, “confiança máxima” no líder parlamentar que escolheu pouco depois de ser consagrado em Congresso, e que substituiu no cargo Paulo Mota Pinto, eleito três meses antes.
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