Escritórios de advogados avançam com teletrabalho durante Jornada Mundial da Juventude
A "enchente" de pessoas na capital devido à Jornada Mundial da Juventude levou as empresas a adotar o teletrabalho. As firmas de advogados estão abertas a este regime, mas algumas "fecham-se em copas"
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) está a chegar à cidade de Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas. Face a esta “enchente” na capital, várias empresas, como a Ageas Portugal, o banco BPI e a Vodafone, já avançaram que vão adotar o trabalho remoto nos escritórios de Lisboa. À Advocatus, as sociedades de advogados admitiram que também vão permitir o teletrabalho, mas algumas “fecharam-se em copas”.
A Abreu Advogados é uma das firmas que assumiu que vai recomendar o trabalho remoto aos colaboradores durante a semana da Jornada Mundial da Juventude, sendo uma das parceiras jurídicas do evento. O escritório vai apenas manter os serviços mínimos presenciais.
“As razões desta decisão prendem-se com a elevada afluência de pessoas durante essa semana, aliada ao anúncio de greve da CP para o mesmo período e em linha com a comunicação da Câmara Municipal de Lisboa que alertava para os obstáculos de acessibilidade com impacto direto no acesso aos nossos escritórios. Desta forma, decidimos manter serviços mínimos presenciais, recomendando o teletrabalho“, explicou Matilde de Mello Cabral, COO da Abreu.
Também a PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados revelou que vai adotar o regime de trabalho remoto voluntário devido aos “constrangimentos de trânsito esperados em Lisboa”. “Não obstante, o escritório de Lisboa estará a trabalhar normalmente sendo asseguradas todas as reuniões ou iniciativas presenciais“, avançou Susana Santos Valente, sócia e membro da Comissão Executiva.
Apesar de já ter atualmente implementado o modelo de trabalho híbrido, a Sérvulo & Associados explicou à Advocatus que durante o período da Jornada Mundial da Juventude irá adotar o trabalho remoto como regime preferencial, “assim se obviando aos constrangimentos de mobilidade previstos, isto sem prejuízo das situações em que a presença física seja indispensável ou de alguma situação excecional”.
Sem se pronunciar claramente sobre o tema, a Linklaters apenas avançou que está a par dos possíveis constrangimentos no acesso e circulação em Lisboa durante a Jornada Mundial da Juventude e que se vão adaptar ao que acharem mais benéfico em função das circunstâncias.
“A nossa política de teletrabalho já permite que a maioria dos nossos colaboradores possa optar entre trabalho remoto e presença física no escritório de um modo que nos parece adequado para lidar com as recomendações conhecidas e os constrangimentos esperados em relação às JMJ. Para já, e face à informação conhecida nesta data, tencionamos manter o funcionamento do escritório – física e remotamente – de modo a termos sempre plena capacidade para ir ao encontro das necessidades dos nossos clientes. Caso se justifique, adotaremos as medidas adicionais de flexibilidade que acharmos necessárias até à data”, referiu fonte oficial do escritório.
Por outro lado, a CCA Law Firm não vê necessidade de adotar medidas excecionais e transitórias para o período em que decorrerá a Jornada Mundial da Juventude. Teresa Rocha, diretora de Recursos Humanos, explicou que o escritório já possui várias políticas internas que permitem que os colaboradores se possam adaptar, ao longo do ano, a “situações deste tipo (e outras) que possam eventualmente surgir”.
“Se por um lado temos a nossa política de home office já bem sedimentada, permitindo que beneficiem de dois dias por semana de trabalho remoto, por outro, e no início de 2023, implementámos ainda um novo programa, o CCA Nómada. Este programa foi criado para que as pessoas da CCA possam melhor equilibrar a sua vida pessoal/profissional, incentivando a que o trabalho possa ser realizado remotamente até 30 dias consecutivos por ano. Assim, é possível fazer face a quaisquer circunstâncias pessoais que possam existir, oferecendo uma outra liberdade e flexibilidade para a realização de funções”, acrescentou Teresa Rocha.
Apesar da abertura de alguns escritórios, outros “fecharam-se em copas”. Questionadas pela Advocatus, a PLMJ, Cuatrecasas, DLA Piper, Eversheds Sutherland FCB, Garrigues, Gómez-Acebo & Pombo, Miranda & Associados, TELLES, SRS Legal, Vieira de Almeida, Uría Menéndez-Proença de Carvalho e Morais Leitão optaram por não se pronunciar sobre o tema. A CMS apenas sublinhou que ainda não tomou uma posição.
Câmara Municipal de Lisboa recomenda teletrabalho
Face à Jornada Mundial da Juventude, a Câmara Municipal de Lisboa vai dar tolerância de ponto aos trabalhadores do município no dia 4 de agosto e recomendou teletrabalho entre o dia 31 de julho e 3 de agosto.
“No período de 31 de julho a 3 de agosto, os trabalhadores que não integrem as equipas operacionais de apoio ao evento e cujas funções o permitam deverão praticar teletrabalho por forma a racionalizar a circulação na cidade de Lisboa”, recomendou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, em despacho. No total, o município de Lisboa conta com cerca de dez mil trabalhadores.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica. As principais cerimónias da JMJ vão ter lugar no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Escritórios de advogados avançam com teletrabalho durante Jornada Mundial da Juventude
{{ noCommentsLabel }}