Metade dos créditos da casa teve taxa fixa ou mista em julho
Juro dos novos empréstimos para a compra de casa teve aumento ligeiro em julho. Ainda assim, a subida das taxas para máximos de 2012 atira cada vez mais famílias para regime fixo ou misto.
Praticamente metade dos novos contratos de empréstimos para a compra de habitação celebrados em julho teve taxa fixa ou mista, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal, com cada vez mais famílias a procurarem proteger-se da subida dos juros.
Os bancos concederam 1,58 mil milhões de euros em novos créditos da casa naquele mês, o que representa uma redução de 75 milhões em relação a junho, segundo o supervisor.
Em média, deram aqueles empréstimos com uma taxa de juro de 4,24%. Há 18 meses que a taxa dos empréstimos da casa está a subir, refletindo o disparo das Euribor devido ao aperto da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) para controlar a inflação. O aumento de julho foi, ainda assim, de apenas 0,01 pontos percentuais, o mais baixo deste ciclo de subidas que, apontam todos os sinais, está mais perto do fim. Em todo o caso, a taxa de juro do crédito da casa está em máximos desde fevereiro de 2012.
A subida dos juros está a fazer com que cada vez mais famílias prefiram a taxa fixa ou mista (isto é, empréstimos com taxa de juro fixa num período inicial do contrato, seguido de um período em que a taxa de juro é variável) à taxa variável. Em julho, 49% dos novos contratos tiveram aqueles dois regimes, rompendo com uma tradição de longa data de um mercado em que a taxa variável é rainha.
“O peso dos empréstimos com taxa de juro fixa ou mista tem aumentado de forma muito evidente ao longo do último ano: de um valor que historicamente rondava os 15%, passou para quase metade das novas operações de crédito”, observa o Banco de Portugal, apontando que a subida tem ocorrido sobretudo nos contratos com taxa mista.
Em julho, a taxa mista esteve presente em 39% dos novos contratos da casa, enquanto a taxa fixa foi celebrada em 10%.
Segundo o Banco de Portugal, a prestação média mensal do stock de empréstimos para habitação própria permanente aumentou oito euros em julho, fixando-se nos 399 euros. A instituição liderada por Mário Centeno frisa que “o aumento verificado em julho é inferior ao dos quatro meses anteriores, que, em média, foi de dez euros”. Comparando com o período homólogo, verifica-se que a prestação média mensal subiu 105 euros.
Em relação aos outros tipos de empréstimos a particulares, também se registaram aumentos nas taxas de juro médias das novas operações celebradas em julho, designadamente para consumo (de 8,60% para 8,85%) e para outros fins (de 5,30% para 5,42%).
No que diz respeito às empresas, a taxa de juro média dos novos empréstimos aumentou de 5,5% em junho para 5,72% em julho, o valor mais elevado desde 2013.
(Notícia atualizada às 12h01)
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