Banco de Fomento escolhe 16 capitais de risco para o Programa de Venture Capital

Investimentos mais avultados (60 milhões) são da Biovance Capital Partners e da Indico Capital Parners. A primeira propõe ir buscar 44 milhões de capital privado e a segunda apenas 25 milhões.

O Banco de Fomento selecionou 16 capitais de risco para operacionalizarem o Programa de Venture Capital. Estas sociedades, escolhidas de um leque de 44, vão receber 400 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência, para potenciarem um investimento de 652,25 milhões na capitalização de empresas viáveis, anunciou a instituição liderada por Celeste Hagatong e Ana Carvalho.

“Dando cumprimento ao dever de audiência prévia, o Banco Português de Fomento comunicou os resultados das candidaturas ao Programa de Venture Capital a cada uma das 44 sociedades gestoras, tendo sido selecionadas 16 candidaturas que correspondem a operações no valor de 400 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência, potenciando um investimento de 652,25 milhões de euros na capitalização de empresas viáveis”, explica o comunicado da instituição.

Este Programa de Venture Capital, lançado pelo Banco de Fomento a 17 de janeiro, tem uma dotação de até 400 milhões de euros, através de fundos do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) que foi lançado no contexto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e destina-se a apoiar o investimento em empresas prioritariamente nas fases de arranque, através da subscrição de fundos de capital de risco geridos por intermediários financeiros.

Ora, as Sociedades de Capital de Risco, Sociedades Gestoras de Capital de Risco ou entidades equivalentes selecionadas têm agora de assegurar a subscrição de fundos com uma dotação mínima de 20 milhões de euros cada, sendo a comparticipação máxima do FdCR, de 70% da dotação total de cada fundo, e o investimento entre 10 e 35 milhões de euros por fundo, o que pressupõe uma comparticipação privada de, pelo menos, 30% do capital total de cada fundo.

As duas capitais de risco que se propõem fazer o investimento mais avultado (60 milhões de euros) é a Biovance Capital Partners e a Indico Capital Parners. Mas a primeira propõe ir buscar 44 milhões de capital privado e a segunda apenas 25 milhões.

O máximo que estas sociedades gestoras obtêm do Fundo de Capitalização e Resiliência é 35 milhões de euros. É o caso da Draycott (que se candidatou ao Consolidar, mas depois desistiu), IMGA SGOIC e Indico. No extremo oposto está a ISQ SCR que apenas irá receber dez milhões e a Portugal Capital Ventures (a capital de risco do Estado que também acabou por ser excluída do Consolidar) que receberá 12 milhões, tal como a Biven Capital Parners, sendo que ambas se propõem ir levantar apenas oito milhões junto dos privados.

O Banco explica que foram alocados os valores de investimento que as capitais de risco solicitaram, “por ordem decrescente de mérito, tendo sido aplicada uma metodologia de rateio do valor remanescente, assegurando-se o cumprimento do valor mínimo de investimento previsto pelo FdCR”, o fundo financiador dos programas Consolidar e de Recapitalização Estratégica, assim como do Deal-by-Deal.

As 16 capitais de risco selecionadas, do conjunto de 44 entregues até ao prazo limite de 14 de fevereiro, “receberam uma avaliação média de 2,4, muito acima da pontuação global mínima de 1,6 estabelecida no âmbito do concurso”, precisa o Banco de Fomento.

Este programa foi lançado inicialmente com uma dotação de 200 milhões de euros, mas a forte afluência de candidaturas levou à duplicação da mesma. As 44 candidaturas tinham subjacente um investimento de 877 milhões de euros, segundo revelou a presidente executiva do banco, Ana Carvalho.

Estes 44 candidatos foram notificados, ao abrigo do direito a audiência prévia para, “caso assim o entendam, se poderem pronunciar por escrito no prazo de dez dias úteis”, explica o comunicado. “Em função da pronúncia de interessados, o BPF poderá rever a sua decisão”, acrescenta a nota. “Após o término do período de audiência prévia, e não se verificando eventos que obriguem a alterações na ordenação, segue-se a comunicação da seriação final das candidaturas submetidas ao Programa de Venture Capital e a contratação das operações”, conclui o comunicado. Recorde-se que no caso do Consolidar, o programa foi suspenso por ordem do Tribunal depois de uma capital de risco contestar a decisão do banco.

(Notícia atualizada com mais informação)

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