ODS na estratégia das empresas portuguesas? Sim na teoria, nem tanto na prática

Apesar das dificuldades, o alinhamento estratégico das empresas em estudo com os ODS aumentou entre 2022 e 2023.

As empresas portuguesas reconhecem a importância de incorporar Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na sua estratégia, mas na prática, muitas delas, sobretudo pequenas e médias empresas, reconhecem que não têm um grau elevado de incorporação destes princípios.

A conclusão é do Relatório do Observatório dos ODS nas Empresas Portuguesas, realizado pela Universidade Católica. 86,9% das grandes empresas consideram importante que os ODS estejam incorporados na sua estratégia e 82% dizem ter níveis altos de incorporação. Nas PME, a discrepância é maior: embora 68,6% atribua importância a esta incorporação, só 35,4% o fazem a um nível “elevado”.

Assim, a Católica aponta um hiato (gap) “entre a incorporação dos ODS na estratégia e a sua efetiva implementação”.

Também no reporte há uma diferença substancial: enquanto que 96,7% das grandes empresas publicam relatórios com informação de sustentabilidade, apenas 14,8% das PME o fazem. Isto apesar de ambos os grupos apresentarem melhorias face ao ano anterior. E a referência a indicadores para os ODS, presente em 48% dos relatórios das empresas de grande dimensão, só consta de 19% dos relatórios das PME.

Quanto aos ODS mais valorizados, o “trabalho digno e crescimento económico” é unânime, entre PME e grandes empresas. No entanto, as PME deixam de fora a ação climática, tanto do ponto de vista estratégico como entre aqueles para os quais mais contribuem.

No mesmo exercício, é detetado que as principais barreiras à adoção de ODS incluem a falta de conhecimento de como operacionalizar, falta de conhecimento dos próprios ODS, a falta de recursos e a falta de um plano de negócios com boas perspetivas (business case).

Apesar das dificuldades, “o alinhamento estratégico das empresas em estudo com os ODS aumentou” entre 2022 e 2023 e “a maioria das empresas vê os ODS como uma oportunidade de negócio e percebe de forma positiva o impacto da sustentabilidade nas suas operações”, conclui o relatório.

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