Inflação ainda é “preocupação fundamental” mas líderes europeus esperam que continue a cair
Os chefes de Governo e de Estado da União Europeia defendem que "é essencial que o processo de desinflação prossiga".
Os líderes da União Europeia (UE), hoje reunidos em Bruxelas, admitiram que a inflação ainda é uma “preocupação fundamental”, mas disseram esperar que a taxa continue a descer, quando as economias comunitárias crescem “com uma dinâmica reduzida”.
“A inflação continua a ser uma preocupação fundamental e é essencial que o processo de desinflação prossiga. Continuamos unidos na nossa firme determinação de aumentar a resiliência e a competitividade das nossas economias”, lê-se numa declaração da Cimeira do Euro, hoje realizada em formato inclusivo (com todos os países da UE e não só da moeda única), em Bruxelas.
No documento, acordado pelos chefes de Governo e de Estado da UE, é salientando que as economias comunitárias “deram provas de uma resistência notável face aos numerosos choques económicos e continuam a crescer, embora com uma dinâmica reduzida”.
Um dia depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado que deixou as taxas de juro inalteradas, o que acontece pela primeira vez desde julho de 2022 e se deve ao abrandamento da inflação, os líderes da UE vincam que “as regras de coordenação das políticas orçamentais nacionais são essenciais para uma coordenação eficaz das políticas na União Económica e Monetária e para apoiar a resiliência e a estabilidade da economia da área do euro e da União Europeia no seu conjunto”.
A Cimeira do Euro realizou-se no segundo dia de um Conselho Europeu em Bruxelas marcado pelas tensões no Médio Oriente.
Nas previsões macroeconómicas de verão, divulgadas em meados de setembro, a Comissão Europeia reviu em baixa a previsão de inflação este ano na zona euro, para 5,6%, referindo que a apertada política monetária “está a funcionar”, mas alertou para perdas de rendimento e piorou a projeção para 2024.
Também nesse dia, o executivo comunitário divulgou que a atividade económica “muito fraca” dos últimos meses na zona euro e UE, que deverá manter-se, motivou uma revisão em baixa das projeções para crescimento económico em 2024, para 1,3% e 1,4%.
A taxa de inflação tem vindo a baixar nos últimos meses após registar valores históricos devido à reabertura da economia pós-pandemia de covid-19, à crise energética e às consequências económicas da guerra na Ucrânia, mas ainda assim acima do objetivo de 2% fixado BCE para a estabilidade dos preços. Para o atingir, o BCE tem apertado a política monetária com sucessivos aumentos das taxas de juro, agora a um ritmo mais lento.
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