Parpública vai injetar mais 150 milhões na Efacec. Venda à Mutares deve ser assinada esta terça-feira
Banco de Fomento vai comprar 35 milhões em obrigações convertíveis que a Efacec vai emitir. Compra será feita através do Fundo de Capitalização e Resiliência com um prazo de seis anos.
A venda da Efacec ao fundo alemão Mutares deverá ser assinada esta terça-feira, mas para a conclusão da operação será determinante a injeção de mais 150 milhões de euros da Parpública na empresa. Um montante ao qual vão somar mais 35 milhões de euros em obrigações convertíveis que a Efacec vai emitir e o Banco de Fomento vai comprar.
A assinatura da reprivatização da empresa, que já teve como acionista Isabel dos Santos, põe assim um ponto final a um processo que se arrasta desde 2 de julho de 2020. O Conselho de Ministros da semana passada deu luz verde à “resolução que aprova a minuta de instrumento jurídico e demais condições relativas à conclusão do processo de reprivatização da Efacec Power Solutions”, mas não foram adiantados quaisquer detalhes.
Para já é certo que Ângelo Ramalho se vai manter à frente dos destinos da empresa, porque o fundo alemão quer assegurar uma continuidade durante o processo de reestruturação. E, segundo o Expresso, entrará Jorge Barreiros para o cargo de administrador financeiro (CFO), em substituição de Manuel Alberto Pontes Ferreira que saiu deixando um lugar vago que era necessário preencher.
As negociações com a Mutares foram desde início envoltas em enorme secretismo não só porque o fundo é cotado em bolsa, mas também dada a dureza das mesmas. Um bom exemplo foi o haircut que o Estado, bancos e obrigacionistas sofreram como condição para viabilizar o negócio.
A proposta da Mutares pressupunha uma perda inicial para o Estado de, pelo menos, 112,8 milhões de euros (100%) – verba que poderá vir a ser recuperada no futuro, embora não se saibam quaisquer detalhes sobre o funcionamento deste mecanismo – e os bancos 80% da dívida. Já aos obrigacionistas era pedido um corte de 50%, valor que foi reduzido para 10% (5,8 milhões de euros) e aprovado na assembleia-geral de 12 de outubro.
No total, a proposta da Mutares tinha subjacente um perdão de dívida de quase 182 milhões de euros, que acabou por ficar por 151,3 milhões. Consequentemente, a Parpública vai ter de injetar 150 milhões de euros adicionais, ao que o ECO apurou, e não os 50 milhões que se falou inicialmente.
O ministro da Economia já tinha alertado que os encargos da reprivatização dos 71,73% que detém na Efacec poderiam ser superiores ao esperado. “Os encargos não vão ser muito maiores do que aqueles que estavam projetados e que estimávamos”, disse em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios.
Já a compra das obrigações convertíveis será feita através do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) com um prazo de seis anos, tal como o ECO avançou. Em causa estão 35 milhões de euros, sendo que inicialmente se admitiu que o BPF poderia chegar a comprar até 50 milhões em obrigações.
A formalização da venda poderá só acontecer após o fecho dos mercados devido às obrigações de reporte da Mutares que é cotada em bolsa.
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