Promotores pedem “urgência” no lançamento do primeiro leilão de baterias
Setor do armazenamento aguarda pela publicação da estratégia nacional e daquele que será o primeiro leilão, considerando-os instrumentos dinamizadores para o setor.
Os promotores ainda estão à espera da publicação do diploma que regulamenta a estratégia nacional para o armazenamento de energia que incluirá, além das baterias de lítio a nível comercial, industrial e em grande escala, a aposta nas centrais hidroelétricas com albufeira e sistemas de bombagem. Até lá, sinalizam com otimismo o lançamento do futuro leilão de baterias já prometido pelo Governo. “Leilões são sempre bem vindos, mas venham eles com regras que sejam cumpridas“, alertou João Amaral, CTO & country manager da Voltalia Portugal.
Como escalar as baterias em grande escala foi o tema que marcou o segundo painel da conferência Catch the Sun, promovida pela Huawei em parceira com o ECO. Os intervenientes no debate não deixam margens para a dúvidas: a regulação desempenha um fator decisivo na dinamização de um setor que vai dando os primeiros passos no rumo à massificação, à semelhança do que aconteceu com a indústria dos painéis fotovoltaicos.
“Enquanto tivermos um modelo em que a Direção Geral de Energia e Geologia demora até um ano e meio a legalizar uma planta, nunca podemos ambicionar atingir as metas a que nos propomos“, alertou Celso Leão, administrador e fundador da Ertec, durante a sua intervenção, fazendo referência ao Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) 2030. Até ao final da década, o Governo pretende ter 1 gigawatt (GW) de armazenamento em baterias instalado, enquanto a capacidade proveniente da bombagem nas centrais hidroelétricas deverá saltar de 3,5 GW em 2025 até 3,9 GW em 2030.
O responsável pela Ertec aponta que a estratégia nacional para o armazenamento energia será uma decisão “muito bem-vinda” e “dinamizadora do setor”, salientando, no entanto que o diploma que deverá sair “em breve” deverá garantir, simultaneamente, “liberdade para que os promotores e operadores desenvolvam a sua atividade”.
Para Edgar Moreira, CEO da EnergyCon, empresa especializada na área do solar, o grupo de trabalho encarregue de fazer a elaboração desta estratégia definiu um plano preliminar que à primeira vista parece-lhe “bem estruturado”. O problema prende-se com quando é que a proposta será publicada em Diário da Republica.
Igualmente dinamizador seria um leilão para a implementação de baterias. De acordo com o Expresso, a ideia do Governo (demissionário) seria lançar as orientações até ao final deste ano, juntamente com um leilão para a prospeção de lítio. Mas com dissolução do Parlamento e a convocação de eleições, os planos poderão ficar em pausa. O futuro leilão de baterias deverá apoiar o CAPEX destes projetos, e para o country manager da Voltalia faz sentido que assim seja, “devido à falta de maturidade do setor face aos painéis fotovoltaicos”.
Segundo o CEO da EnergyCon, a materialização deste leilão torna-se cada vez “mais urgente“, dando nota que o seu atraso poderá levar a algumas empresas a desistir de investir em Portugal.
“Temos clientes de grande escala que estão a reconsiderar se vão avançar com investimentos ou não. Falamos de projetos a 30 e 40 anos e que se não houver viabilidade financeira não avançam“, apontou, durante a sua intervenção no painel. “Os leilões de armazenamento podem facilitar que os projetos avancem a maior velocidade”, sublinhou.
Assista aqui a conferência Catch the Sun na íntegra:
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