Necessidades de financiamento do Estado aumentam 16% em 2024, para quase 21 mil milhões de euros

Portugal vai recorrer aos mercados para se financiar em 20,6 mil milhões de euros no próximo ano. Mais de dois terços deste montante será gerado pela emissão de obrigações do Tesouro.

O programa de financiamento da República para o próximo ano revela necessidades de financiamento de 20,6 mil milhões de euros, 15,7% acima dos 17,8 mil milhões de euros previstos para este ano.

De acordo com informação divulgada esta quinta-feira pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), “a estratégia de financiamento para 2024 centrar-se-á na emissão de títulos de dívida pública em euros nos mercados financeiros, com a realização regular de emissões de obrigações do Tesouro (OT) para promover a liquidez e o eficiente funcionamento dos mercados primário e secundário.”

Nas previsões da entidade liderada por Miguel Martín, o montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado para o próximo ano deverá situar-se em cerca de 11,9 mil milhões de euros, mais do triplo do valor previsto para 2023, mas menos 14% que o montante contabilizado em 2021.

Sem qualquer relevância no programa de financiamento de Portugal para 2024 estão os Certificados de Aforro, com o IGCP a prever um saldo líquido nulo destes títulos de dívida desenhados para as famílias.

A grande fatia do financiamento do Estado advirá, como sempre, da emissão de obrigações do Tesouro que, com um montante previsto de 13,9 mil milhões de euros de emissões brutas, serão responsáveis por 67% da totalidade das necessidades de financiamento da República. Em 2023, o Estado emitiu 9,4 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro, menos 32% face ao montante que prevê angariar em 2024.

O programa de financiamento da República revela ainda que o financiamento líquido resultante da emissão de Bilhetes do Tesouro produzirá um impacto positivo de 6,1 mil milhões de euros nas contas do Estado. “Será mantida a estratégia de emissão ao longo de toda a curva de curto prazo, combinando prazos mais curtos com prazos mais longos”, refere o IGCP em comunicado.

Os primeiros leilões de Bilhetes do Tesouro estão já agendados para 17 de janeiro com a reabertura de uma linha de 6 meses e o lançamento de uma nova linha a 12 meses com maturidade a 17 de janeiro de 2025, num montante indicativo entre 1.500 milhões e 1.750 milhões de euros.

Para o primeiro trimestre, estão ainda agendados mais duas operações: 21 de fevereiro (lançamento de uma linha a 7 meses e reabertura de uma linha a 11 meses, num montante indicativo entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros) e 20 de março (reabertura de uma linha a 6 meses e lançamento de uma linha a 12 meses, num montante indicativo entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros).

Sem qualquer relevância no programa de financiamento de Portugal para 2024 estão os Certificados de Aforro, com o IGCP a prever um saldo líquido nulo destes títulos de dívida desenhados para as famílias. Para este ano, as contas do Estado apontam para um saldo líquido de 10 mil milhões de euros de Certificados de Aforro.

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