Mariana Vieira da Silva só soube dos incidentes no Ministério das Infraestruturas “numa fase muito final da noite”

  • ECO
  • 21 Maio 2023

A ministra da Presidência diz que só soube dos incidentes de 26 de abril no Ministério da Infraestruturas "numa fase muito final da noite", pelo secretário de Estado da PCM, André Moz Caldas.

A ministra da Presidência, que substituía o primeiro-ministro em férias quando se deram os incidentes no Ministério das Infraestruturas, a 26 de abril, afirma em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios que só foi informada ao final da noite pelo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.

“Durante esse período eu estava efetivamente em substituição do primeiro-ministro. Quando fui contactada sobre esses acontecimentos foi já numa fase muito final da noite. Os contactos que foram feitos já tinham sido feitos e portanto foi numa perspetiva de informação do que tinha ocorrido“, afirma Mariana Vieira da Silva.

“Quando alguma coias acontece num ministério há as pessoas que devem tomar as decisões e estão capacitadas. E aliás têm mais conhecimento sobre a situação causa do que quem não está presente. Depois há uma informação. Se tivesse sido necessária alguma intervenção, certamente teria sido pedida”, acrescentou a ministra da Presidência, que diz ter recebido “uma descrição do que aconteceu”.

Mariana Vieira da Silva afirma que foi informada pelo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, e que depois falou também com o ministro das Infraestruturas.

Em causa estão os incidentes no Ministério das Infraestruturas a envolver Frederico Pinheiro e elementos do gabinete de João Galamba, após o ex-adjunto ter sido exonerado pelo ministro, que alegadamente envolveram agressões. Frederico Pinheiro acabaria por levar o seu computador de trabalho, sendo mais tarde recuperad pelo SIS.

Na entrevista, Mariana Vieira da Silva considera que a comunicação ao SIS é justificada em função da avaliação que foi feita sobre a informação que o computador em causa continha e defende que não chegou a hora do governo sair”.

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Chega quer ouvir secretário de Estado adjunto na comissão de inquérito à TAP

  • Lusa
  • 21 Maio 2023

Partido defende no requerimento apresentado à comissão parlamentar de inquérito que "está em causa a descoberta da verdade material e a própria idoneidade dos governantes em causa".

O Chega apresentou hoje um requerimento para a audição do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro na comissão parlamentar de inquérito à TAP, sobre o envolvimento dos serviços de informação na recuperação do computador do ex-adjunto de João Galamba.

Em comunicado, o partido liderado por André Ventura diz que após a audição na quinta-feira do ministro das Infraestruturas, João Galamba, na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP, “tornou-se evidente que o recurso abusivo e indevido ao SIS partiu do núcleo próximo do primeiro-ministro, senão do próprio”.

“Segundo o ministro das Infraestruturas, terá sido o secretário de Estado Mendonça Mendes que considerou pertinente a intervenção das ‘secretas’, ao arrepio das regras legais vigentes”, lê-se no texto.

Para o Chega, “está em causa a descoberta da verdade material e a própria idoneidade dos governantes em causa” e, por essas razões, o partido apresentou hoje um requerimento para a audição de António Mendonça Mendes.

No sábado, o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro recusou esclarecer qual o papel que teve na chamada dos serviços de informação para a recuperação do computador do antigo adjunto do ministro das Infraestruturas.

À margem do congresso do PAN, que decorreu em Matosinhos, no distrito do Porto, António Mendonça Mendes não respondeu aos jornalistas sobre o seu alegado envolvimento no caso da recuperação do computador de Frederico Pinheiro, depois de João Galamba, ter afirmado na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP que foi aquele governante quem lhe disse para contactar os serviços de informação.

“Eu queria relembrar que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP está a decorrer, tudo aquilo que o Governo tinha a dizer e de relevante nessa matéria já disse”, respondeu quando questionado pelos jornalistas.

Segundo António Mendonça Mendes, “o que é importante é que cada um faça aquilo que tem para fazer, a CPI à gestão da TAP apurará os factos relativamente à gestão da TAP”.

O ministro das Infraestruturas afirmou na sua audição na comissão parlamentar de inquérito na quinta-feira que quem lhe disse em 26 de abril para contactar os serviços de informações foi o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes.

Galamba disse ainda que reportou ao primeiro-ministro, António Costa, já perto da 01:00 da manhã de 27 de abril os acontecimentos no Ministério e lhe contou “que tinha sido chamado o SIS”, chamada que aconteceu horas depois de uma primeira tentativa de contacto em que o chefe do executivo não atendeu.

O ministro confirmou a versão transmitida na véspera pela sua chefe de gabinete – que terá sido Eugénia Correia a reportar ao SIRP (Sistema de Informações da República Portuguesa) e depois contactada pelo SIS –, mas garantiu que não lhe transmitiu qualquer instrução para ligar às ‘secretas’.

“O meu telefonema com António Mendonça Mendes termina depois do telefonema de Eugénia Correia com o SIRP”, afirmou.

O caso está relacionado com a exoneração de Frederico Pinheiro e envolve denúncias contra o ex-adjunto por violência física no Ministério das Infraestruturas e alegado furto de um computador portátil, caso que está a ser investigado pelo Ministério Público.

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Zelensky garante que Bakhmut “não está ocupada pela Federação Russa”

  • ECO e Lusa
  • 21 Maio 2023

O Presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, negou na cimeira do G7 que a cidade de Bakhmut esteja ocupada pelas tropas russas, "ao dia de hoje".

O grupo Wagner e o Governo russo vieram reclamar a conquista de Bakhmut, a cidade no leste da Ucrânia que nos últimos meses tem sido palco de uma sangrenta batalha. O presidente ucraniano pareceu inicialmente admitir, ainda que de forma ambígua, a derrota, mas em declarações este domingo na cimeira do G7 foi muito claro ao dizer que Bakhmut “não está ocupada pela Federação Russa, ao dia de hoje”.

Vladimir Zelensky afirmou que as tropas ucranianas continuam na cidade. “Estamos a lutar graças à coragem do nosso povo, dos nossos guerreiros”, disse em declarações aos jornalistas, citadas pelo The Guardian. “Compreendo claramente o que aconteceu em Bakhmut. Não posso partilhar convosco as visões táticas dos nossos militares”, afirmou ainda.

Algumas horas antes, Zelensky tinha dado uma resposta ambígua. Questionado sobre se Bakhmut estava ocupada pelas tropas russas respondeu: “Não me parece”. Em seguida, virando-se para o jornalista que tinha feito a pergunta, acrescentou: “O que tem de compreender é que não existe nada lá, todos os edifícios foram destruídos“. “Para já, Bakhmut existe apenas nos nossos corações. Não há nada. Bem, muitos soldados russos mortos, mas eles vieram por nossa causa”, disse ainda, segundo o relato da agência espanhola EFE.

O assessor de imprensa de Zelensky, Sergii Nykyforov, fez mas tarde uma publicação no Facebook onde já clarificava a intenção das palavras do presidente, dizendo que ele nega a perda do controlo da cidade, noticia a Reuters.

“Pergunta do repórter: Os russos dizem que capturaram Bakhmut. Resposta do Presidente: Não me parece”. Acrescentou ainda, em ucraniano: “Desta forma, o presidente negou a captura de Bakhmut”.

Zelensky viajou para Hiroxima para participar na cimeira do grupo das sete países mais desenvolvidas, o G7, e foi questionado sobre Bakhmut à saída de uma reunião bilateral com o homólogo norte-americano, Joe Biden.

O chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin, anunciou, no sábado, a conquista total da cidade de Bakhmut. A informação foi confirmada posteriormente pelo Ministério da Defesa da Rússia e saudada pelo Presidente Vladimir Putin.

Os mercenários do grupo Wagner lideraram as forças russas na batalha por Bakhmut, a mais longa e sangrenta desde a invasão da Ucrânia, em 22 de fevereiro de 2022.

Zelensky agradeceu aos soldados que lutaram contra as tropas russas durante oito meses em Bakhmut. “Os nossos defensores em Bakhmut fizeram um bom trabalho e, naturalmente, apreciamos o excelente trabalho que realizaram”, afirmou na cimeira do G7 que decorre até este domingo em Hiroxima, no Japão.

No início do encontro com Biden, Zelensky disse que a Ucrânia “tem uma posição forte no campo de batalha” e que se mantém a expectativa de que lance em breve uma contraofensiva para retomar as regiões ocupadas pelos russos.

Apesar de ser considerada uma cidade sem valor estratégico, a batalha por Bakhmut assumiu uma importância simbólica para ambos os lados, que perderam um grande número de soldados em oito meses de combates. Desconhece-se o número de baixas civis e militares na batalha pelo controlo de Bakhmut, bem como nos 15 meses de guerra na Ucrânia.

Situada a 55 quilómetros da capital da região de Donetsk, a cidade de Bakhmut tinha cerca de 80 mil habitantes antes da guerra.

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Herdeiros de Certificados de Aforro perderam 50 milhões para o Estado numa década

  • ECO
  • 21 Maio 2023

Legislação determina que os Certificados de Aforro que não são reclamados pelos herdeiros revertam para o Estado ao fim de dez anos. Entre 2012 e 2022, foram cerca de 50 milhões de euros.

Os Certificados de Aforro que não sejam reclamados pelos herdeiros ao fim de uma década passam para a posse do Estado. Entre 2012 e 2022, o montante que reverteu para o Fundo de Regularização da Dívida Pública soma já cerca de 50 milhões de euros, noticia o Público.

Vários casos têm ido parar a tribunal. O jornal refere que num desses casos a magistrada apontou que a maioria das decisões têm ido no sentido de o prazo começar a ser contado a partir do momento em que os herdeiros têm conhecimento da existência dos certificados, mas não há um acórdão de uniformização de jurisprudência.

O IGCP alega que quem reclama os certificados mais de uma década depois é negligente e pode ter ficado propositadamente à espera por razões fiscais. Em 2012, o IGCP fez um protocolo com o Instituto dos Registos e Notariado (IRN) que lhe passou a permitir saber quando morrem os aforristas, por forma a poder contactar com eventuais herdeiros, refere ainda o Público.

Os Certificados de Aforro tornaram-se nos últimos meses uma opção de poupança muito popular devido à subida das taxas de juro. O stock aumentou 3.549 milhões de euros em março, um aumento de 14,1% face a fevereiro, totalizando já 28,6 mil milhões de euros, um valor recorde.

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Biden revela novo apoio militar de 375 milhões de dólares para a Ucrânia

  • Lusa
  • 21 Maio 2023

Reforço do apoio militar foi anunciado num encontro com Zelensky à margem da cimeira do G7. Novo pacote está avaliado em 375 milhões de dólares e inclui o mesmo tipo de armamento já enviado.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou hoje o fornecimento de novas armas e munições à Ucrânia durante uma reunião com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, à margem da cimeira do G7 na cidade japonesa de Hiroxima. As novas remessas incluirão “munições, artilharia, veículos blindados”, disse Biden, citado pela agência francesa AFP.

Biden não especificou o valor do novo pacote, mas um alto funcionário norte-americano disse à agência espanhola EFE que está avaliado em 375 milhões de dólares (346 milhões de euros).

A mesma fonte disse que o novo pacote de assistência inclui armas que os Estados Unidos já enviaram à Ucrânia, como artilharia, munições, veículos blindados e foguetes de artilharia de alta mobilidade (Himars).

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a ajuda militar de Washington a Kiev ascendeu a 37,3 mil milhões de dólares (34,4 mil milhões de euros), anunciou hoje o Departamento de Defesa norte-americano.

O anúncio do novo pacote ocorre dias depois de Biden ter autorizado os aliados de Washington a fornecer caças norte-americanos F-16 à Ucrânia.

Zelensky agradeceu a Biden a nova ajuda militar e por estar “ombro a ombro” com ele face à invasão russa da Ucrânia, segundo a EFE.

O líder ucraniano foi o convidado surpresa da cimeira do grupo das sete democracias mais desenvolvidas, o G7, que reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia (UE)

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Deco já recebeu 173 queixas de fraude com cartão Universo, quase tantas como em 2022

  • Lusa
  • 21 Maio 2023

Clientes do Universo reportam pagamentos que dizem ser fraudulentos, em vários casos com recurso a um cartão virtual. Fonte do Universo diz que reembolsa quando transação não é reconhecida.

A Deco recebeu, em pouco mais de quatro meses, 173 queixas de clientes do cartão Universo sobre pagamentos que dizem ser fraudulentos, um número semelhante ao total das situações reportadas durante todo o ano de 2022. Estes números foram adiantados à Lusa por Margarida Zacarias, especialista em assuntos financeiros da Deco Proteste, que sublinha a frequência com que estão a avolumar-se as situações envolvendo este cartão ligado ao grupo Sonae.

Este ano recebemos 173 queixas. O valor é muito semelhante ao recebido durante todo o ano anterior: em 2022 recebemos 176 e, em 2023, em pouco mais de quatro meses, já vamos com 173. Portanto, é uma situação que tem acontecido com frequência”, precisou Margarida Zacarias.

As queixas dos clientes do cartão Universo apresentam um padrão semelhante, afirma a mesma especialista da Deco Proteste. Várias das situações reportadas envolvem “movimentos que foram feitos com um cartão virtual, que o consumidor terá criado na sua área de cliente da instituição, mas a maioria dos consumidores indica que não criou qualquer cartão virtual na aplicação da instituição nem o autorizou”, refere Margarida Zacarias.

Em várias dessas queixas, os clientes referem terem detetado que o seu cartão Universo foi usado para fazer pagamentos a um mesmo destinatário, sendo que num destes casos os movimentos têm data de 08 de março de 2023, apesar de o cliente referir que em ‘email’ enviado à instituição em 16 de novembro de 2022 informou que declinava “qualquer responsabilidade por compras que venham a ser feitas na conta desse mesmo Cartão de Crédito”.

No caso deste cliente, o conhecimento de que o seu cartão estava a ser alvo de fraude chegou no início de abril, através do seu banco, com um alerta “para o pagamento de um valor anormal que, por completo ignorava e ignoro”.

Na queixa dirigida à Deco, este cliente afirma ter contactado “o banco Universo” que “declinou qualquer responsabilidade sobre as operações realizadas”.

Situação semelhante à vivida por outra cliente do mesmo cartão que numa consulta ao extrato reparou que tinha 13 movimentos para um mesmo destinatário no dia 08 de março de 2023, sendo 12 no valor de 281,99 euros e um de 115,49 euros.

“Liguei para o apoio do cartão Universo, a dizer que tinha detetado aqueles movimentos, que não tinha efetuado, e a pedir que os mesmos não fossem descativados nem processados”, refere, adiantando que os movimentos foram descativados no dia seguinte e que, apesar dos alertas que fez e da queixa na polícia, apenas no dia 20 desse mês recebeu um ‘email’ do cartão Universo a informar que tinha sido criado um cartão virtual “e que para tal ter acontecido […] teria usado um código que […] foi enviado para o telemóvel, o que não aconteceu”.

Tal como reportam outros queixosos, também esta cliente recebeu como resposta que “não iam proceder à análise de utilização fraudulenta” [do cartão] nem assumir responsabilidade por entenderem que foi o cliente que ativou os códigos recebidos.

No caso desta cliente, o cartão virtual foi gerado com um ‘plafond’ que é quase o dobro do que lhe foi autorizado quando aderiu ao cartão. “Não faz sentido, mesmo que tivesse sido eu a ativá-lo, e não fui, como é que a entidade deixaria que o ‘plafond’ excedesse o que me tinha sido autorizado?”, questiona.

Em resposta à Lusa, fonte oficial do Universo refere que desde o início da Guerra na Ucrânia “a indústria tem efetivamente detetado o crescimento exponencial de ‘sites’ e práticas fraudulentos” e que, por esse motivo, intensificaram “as comunicações e alertas de boas práticas relativas a segurança e combate à fraude”, alertando os clientes para não fornecerem os dados do seu cartão Universo a ninguém, confirmarem se a página a que acedem é o ‘site’ oficial e para confirmarem sempre a identidade de quem os contactou, chamando a atenção para os três endereços de ‘email’ oficiais do Universo e para os oito números de telefone que a entidade usa para contactar os clientes.

Na mesma resposta, refere que “o Universo procede ao reembolso dos Clientes que foram alvo de fraude sempre que se comprove que a referida transação não é reconhecida nem tiver sido autorizada pelo Cliente (através da introdução de PIN ou de código de SMS de autorização recebido no seu telemóvel)”.

Margarida Zacarias precisa, por seu lado, que, perante uma situação irregular envolvendo pagamentos com cartão, o primeiro passo é solicitar o seu cancelamento e listar os movimentos que não reconhece, lembrando que existe um limite máximo pelo qual pode ser responsabilizado — 50 euros.

“O consumidor só pode ser responsabilizado por um valor superior a 50 euros se a instituição conseguir provar, e tem de documentar essa prova, de que foi o consumidor que fez essa transação ou que atuou de forma fraudulenta ou negligente ou com dolo”, refere a especialista em assuntos financeiros da Deco Proteste, que aconselha os lesados a fazerem queixa junto das autoridades e do Banco de Portugal e em caso de ausência de resposta avançar para uma resolução alternativa de litígios.

Margarida Zacarias afirma também que na maioria dos relatos que têm chegado à Deco “os consumidores não reconhecem o SMS [que a instituição refere que lhe foi enviado para o telemóvel] e indicam que não receberam e que não criaram qualquer cartão”.

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Três resgates consecutivos depois, qual o retrato da economia grega?

  • Joana Abrantes Gomes
  • 21 Maio 2023

Eleitores gregos votam hoje o futuro depois da austeridade, mas a dívida pública do país continua entre as mais elevadas da União Europeia e os salários permanecem pouco competitivos.

Este domingo, 21 de maio, a Grécia vai a votos para eleger um novo governo. Os conservadores do Nova Democracia, o partido no poder, têm caído nas sondagens desde o acidente entre dois comboios que matou 57 pessoas. Mesmo atrás segue a aliança de esquerda liderada pelo antigo primeiro-ministro Alexis Tsipras. Ambos disputam, sobretudo, o voto dos jovens, cujas principais preocupações são a inflação e o crescimento económico. Como se pinta atualmente a economia grega, passada mais de uma década sobre o início da austeridade da troika?

Dívida pública em percentagem do PIB no nível mais baixo desde 2012

A Grécia foi um dos países mais atingidos pela crise financeira mundial de 2008, ficando em vias de entrar em incumprimento quanto ao pagamento da dívida e, assim, ameaçar a viabilidade da Zona Euro. A dívida pública subiu para níveis de tal maneira astronómicos que foram necessários três resgates sucessivos, a par com a implementação de políticas de austeridade.

Mas Atenas conseguiu resistir e tem mostrado sinais de prosperidade. Depois de ter subido para 206% com a pandemia, o rácio da dívida pública grega em relação ao PIB teve uma queda acentuada para 171,3% no ano passado, o seu nível mais baixo desde 2012. O que se deve, em grande parte, à inflação elevada. É uma das taxas de redução da dívida mais rápidas do mundo.

Esta evolução permitiu à Grécia, em agosto passado, sair da situação de vigilância reforçada imposta pela Comissão Europeia. Em 12 anos de assistência financeira, o país conseguiu reembolsar 2,7 mil milhões de euros de empréstimos devidos aos países da Zona Euro antes do prazo previsto.

As mais recentes previsões do Executivo comunitário antecipam que o rácio da dívida pública grega continue a diminuir, para 160,2% do PIB e 154,4% do PIB em 2024. No entanto, continua a ter a dívida mais elevada entre os países da União Europeia (UE) e, simultaneamente, continua a ser um dos países com a percentagem mais elevada de população em risco de pobreza ou de exclusão social.

Inflação abranda com descida dos preços da energia

O último ano foi marcado pela elevada inflação em toda a UE e a Grécia não foi exceção. Porém, o primeiro trimestre de 2023 trouxe uma desaceleração do aumento dos preços, para 6,3%, prevendo-se uma continuação desta moderação devido à descida dos preços da energia.

Por outro lado, a repercussão desfasada dos elevados preços dos produtos energéticos e dos produtos alimentares nos serviços e nos produtos industriais não energéticos, que se tornou mais visível desde o último trimestre de 2022, fará subir a inflação subjacente ao longo deste ano. Apesar de um aumento de 9,4% do salário mínimo em abril de 2023, para os 910 euros, os riscos de uma espiral salários-preços parecem estar contidos. No entanto, os riscos ascendentes para as perspetivas de inflação resultam de um ajustamento salarial mais rápido, que poderá contribuir para uma inflação subjacente mais elevada.

Desemprego cai, mas entre os jovens é quase 30%

Nos tempos da troika, além do aumento astronómico da dívida pública, a Grécia registou uma subida substancial do desemprego, que atingiu perto de 30% em 2014. Contudo, o mercado de trabalho melhorou de forma acentuada no último ano, tendo-se verificado uma criação sustentada de emprego, enquanto a taxa de desemprego caiu para 12,5% — ainda assim, uma das taxas mais altas entre os 27 Estados-membros da UE.

Apesar desta melhoria, quase um quarto da população grega com menos de 24 anos não tem emprego e 14% da população até aos 30 anos é “gravemente carenciada do ponto de vista material ou social”. Números que representam mais do dobro da média europeia, segundo o Eurostat. Em dezembro de 2022, a taxa de desemprego jovem na Grécia fixava-se nos 28,9%.

Para 2024, a Comissão Europeia antecipa uma diminuição da taxa de desemprego para 11,8%. Mas o crescimento dos salários reais não deverá tornar-se positivo até lá, apesar de se esperar que o crescimento dos salários nominais recupere neste ano e no próximo.

Turismo, investimento e consumo impulsionam crescimento

Entre 2008 e 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia caiu para quase metade. Mas, depois do tombo provocado pela pandemia de Covid-19, a economia grega registou um crescimento de 5,9% em 2022, mesmo com a crise energética e as pressões inflacionistas. Este desempenho foi apoiado por um consumo privado dinâmico, uma atividade de investimento significativa — que subiu 50% no ano passado — e o impulso dado pela recuperação do turismo (responsável por cerca de um quinto do PIB) durante o verão.

Ao ECO, o diretor regional para o sul da Europa da Ebury, Duarte Líbano Monteiro, explica também que a “redução das taxas de tributação e a melhoria da cobrança de impostos, juntamente com a introdução de uma nova lei sobre as pensões e a melhoria do ambiente de investimento, alteraram significativamente a imagem da economia grega”. “A recuperação económica pós-pandemia, tão laboriosa e difícil para muitos (crescimento estagnado na Alemanha e em Espanha), correu extremamente bem na Grécia”, assinala.

A recuperação económica pós-pandemia, tão laboriosa e difícil para muitos (crescimento estagnado na Alemanha e em Espanha), correu extremamente bem na Grécia.

Duarte Líbano Monteiro

Diretor regional para o sul da Europa da Ebury

Embora o PIB real deva expandir 2,4% este ano, de acordo com as previsões do Executivo comunitário, o crescimento do consumo privado deverá abrandar significativamente em comparação com a recuperação pós-pandemia do ano passado, devido a uma perda do rendimento real disponível das famílias e a uma taxa de poupança ainda negativa.

No próximo ano, prevê-se que o crescimento económico seja menor, de 1,9%. O investimento deverá continuar a ser um dos principais contributos para o PIB, ainda que a taxas inferiores às registadas entre 2021 e 2023. As despesas das famílias deverão ser apoiadas por um aumento dos rendimentos reais.

Segunda volta em cima da mesa

Depois de anos em que era presença constante nas manchetes dos jornais pelos piores motivos, a Grécia conseguiu recuperar e deverá estar prestes a reconquistar a confiança dos mercados., No ano passado, a Standard & Poor’s (S&P) mudou a perspetiva (outlook) do país de “estável” para “positiva”.

Porém, embora os quatro anos de governação de Kyriakos Mitsotakis tenham trazido uma evolução positiva na economia, esperam-se dificuldades para formar governo após a primeira volta das eleições — visto que o próprio líder do executivo excluiu a possibilidade de tentar formar uma coligação governamental após este domingo. O Syriza, com cerca de 29% nas sondagens, pode tentar unir forças com os socialistas do PASOK (cerca de 10%) para formar governo. Ainda assim, é provável um regresso às urnas em julho, para uma segunda volta.

“As melhorias são evidentes, mas seria um pouco exagerado concluir que Mitsotakis é um líder sem mácula“, afirma Duarte Líbano Monteiro. “No que diz respeito à recuperação económica, a insuficiente diversificação — com uma forte concentração no turismo e no setor imobiliário — é preocupante. Estão a ser feitas algumas tentativas para desenvolver os setores das tecnologias da informação, da investigação, da logística e da energia, mas, neste momento, não são suficientes”, aponta.

Além disso, o responsável da Ebury sublinha a “falta de liberdade de imprensa” e os “numerosos escândalos de corrupção”, principalmente no que toca ao “escândalo das escutas telefónicas” que envolveu políticos e jornalistas, com acusações graves contra o atual primeiro-ministro grego e que lhe podem custar votos neste domingo.

É pouco provável que o Nova Democracia de Mitsotakis alcance uma maioria absoluta (para tal, precisa de alcançar 45% dos votos), mas, independentemente do resultado nas urnas, a Grécia continuará a enfrentar muitos desafios, sobretudo com a redução da dívida e a elevada percentagem da população em risco de pobreza ou de exclusão social.

“A pátria de Homero parece ter tomado a direção certa nos últimos anos, mas mantê-la não será um desafio pequeno. Se os obstáculos puderem ser ultrapassados, os anos de sofrimento não terão sido em vão”, conclui Duarte Líbano Monteiro.

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Assessor nega que Zelensky tenha admitido perda de Bakhmut para forças russas

  • Lusa e ECO
  • 21 Maio 2023

O Presidente ucraniano admitiu, de forma ambígua, o controlo russo de Bakhmut, mas minimizou a importância estratégica da cidade. Assessor veio clarificar que Zelensky negou a admissão de derrota.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu, de forma ambígua, o controlo russo de Bakhmut, mas minimizou a importância estratégica da cidade, onde disse já nada existir. “Não me parece”, respondeu Zelensky aos jornalistas em Hiroxima, Japão, ao ser questionado sobre se a cidade do leste da Ucrânia ainda estava nas mãos das forças ucranianas.

Em seguida, virando-se para o jornalista que tinha feito a pergunta, acrescentou: “O que tem de compreender é que não existe nada lá, todos os edifícios foram destruídos“. “Para já, Bakhmut existe apenas nos nossos corações. Não há nada. Bem, muitos soldados russos mortos, mas eles vieram por nossa causa”, disse ainda, segundo o relato da agência espanhola EFE.

O assessor de imprensa de Zelensky, Sergii Nykyforov, fez mas tarde uma publicação no Facebook onde clarifica a intenção das palavras do presidente, dizendo que ele nega a perda do controlo da cidade, noticia a Reuters.

“Pergunta do repórter: Os russos dizem que capturaram Bakhmut. Resposta do Presidente: Não me parece”. Acrescentou ainda, em ucraniano: “Desta forma, o presidente negou a captura de Bakhmut”.

Zelensky viajou para Hiroxima para participar na cimeira do grupo das sete países mais desenvolvidas, o G7, e foi questionado sobre Bakhmut à saída de uma reunião bilateral com o homólogo norte-americano, Joe Biden.

O chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin, anunciou, no sábado, a conquista total da cidade de Bakhmut. A informação foi confirmada posteriormente pelo Ministério da Defesa da Rússia e saudada pelo Presidente Vladimir Putin.

Os mercenários do grupo Wagner lideraram as forças russas na batalha por Bakhmut, a mais longa e sangrenta desde a invasão da Ucrânia, em 22 de fevereiro de 2022.

Zelensky agradeceu aos soldados que lutaram contra as tropas russas durante oito meses em Bakhmut. “Os nossos defensores em Bakhmut fizeram um bom trabalho e, naturalmente, apreciamos o excelente trabalho que realizaram”, afirmou.

No início do encontro com Biden, Zelensky disse que a Ucrânia “tem uma posição forte no campo de batalha” e que se mantém a expectativa de que lance em breve uma contraofensiva para retomar as regiões ocupadas pelos russos.

Apesar de ser considerada uma cidade sem valor estratégico, a batalha por Bakhmut assumiu uma importância simbólica para ambos os lados, que perderam um grande número de soldados em oito meses de combates. Desconhece-se o número de baixas civis e militares na batalha pelo controlo de Bakhmut, bem como nos 15 meses de guerra na Ucrânia.

Situada a 55 quilómetros da capital da região de Donetsk, a cidade de Bakhmut tinha cerca de 80 mil habitantes antes da guerra.

(notícia atualizada às 10h21)

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Inês de Sousa Real reeleita porta-voz do PAN

  • Lusa
  • 20 Maio 2023

A líder do PAN foi reeleita com 72% dos votos. Após a eleição considerou que o país “está refém de muita instabilidade política” e exigiu ao Governo “vontade política e foco”.

Inês de Sousa Real foi hoje reeleita porta-voz do PAN, depois de a sua candidatura à Comissão Política Nacional ter conseguido 72% dos votos no IX Congresso do partido, e Nelson Silva conseguiu também lugares naquele órgão. A líder considerou que o país “está refém de muita instabilidade política” e exigiu ao Governo “vontade política e foco”.

Os resultados foram anunciados pela presidente da Mesa do Congresso, Alexandra Reis Moreira, d.epois de a votação, por voto secreto, ter decorrido durante a tarde. “Foi reeleita Inês Sousa Real como porta-voz do PAN”, foi anunciado em Matosinhos, no distrito do Porto.

Em 133 votos possíveis, a lista A “Pelas causas que nos unem”, conseguiu 97 votos (72%) e a lista B “Mais PAN, Agir para renovar” 35 votos (28%), tendo-se registado também um voto branco.

Com estes resultados, a lista de Inês de Sousa Real conseguiu 20 lugares na Comissão Política Nacional. A outra candidatura, encabeçada pelo ex-deputado Nelson Silva, conseguiu sete mandatos na Comissão Política Nacional, órgão alargado de direção.

No que toca ao Conselho de Jurisdição Nacional, a lista A obteve 98 votos, o que significou dois mandatos, e a lista B 34 votos, um mandato.

Os estatutos em vigor estipulam que o porta-voz do PAN é a pessoa que está em primeiro lugar na lista mais votada para a Comissão Política Nacional.

A deputada única é líder do PAN desde junho de 2021, quando foi a única candidata ao lugar no Congresso que decorreu em Tomar. A atual líder sucedeu a André Silva, o primeiro deputado que o partido teve na Assembleia da República.

A porta-voz do PAN, reeleita hoje para mais um mandato, considerou hoje que o país “está refém de muita instabilidade política” e exigiu ao Governo “vontade política e foco” e que leve a cabo “reformas estruturais”.

“Lamentavelmente, nas últimas semanas e no último ano o país tem estado refém de muita instabilidade política, que tem deixado em suspenso as reformas estruturais que não podemos perder oportunidade de fazer”, criticou Inês Sousa Real no discurso de encerramento do nono Congresso do PAN, no qual foi reeleita com larga maioria dos votos dos delegados.

Inês de Sousa Real afirmou que “Portugal tem neste momento uma oportunidade de aceder a fundos comunitários absolutamente estruturantes para o país, para a reforma e transição energética que é preciso ser feita, para promover a economia verde, para garantir uma fiscalidade também ela verde”.

“E, acima de tudo, que garantimos e construímos uma sociedade mais justa e que damos a quem precisa, ao invés de vermos milhões de euros a irem para quem mais polui e quem mais lucra. Isto não é justiça fiscal e não é a sociedade que almejamos construir”, apontou.

Considerando que o Governo tem “faltado às famílias, e isto não pode acontecer”, Sousa Real salientou que “tem de existir vontade política e foco”. “Não podemos estar perdidos na instabilidade que temos vivido”, defendeu

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Mendonça Mendes recusa esclarecer envolvimento em chamada do SIS

  • Lusa
  • 20 Maio 2023

O secretário de Estado-Adjunto do primeiro-ministro recusou esclarecer qual o papel que teve na chamada do SIS na recuperação do computador do antigo assessor de Galamba.

O secretário de Estado-Adjunto do primeiro-ministro recusou esclarecer o seu papel na chamada dos serviços de informação na recuperação do computador do antigo assessor do Ministro das Infraestruturas, Frederico Pinheiro. “Eu queria relembrar que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP está a decorrer, tudo aquilo que o Governo tinha a dizer e de relevante nessa matéria já disse“, respondeu quando questionado pelos jornalistas.

João Galamba tinha revelado, na comissão parlamentar de Inquérito, que tinha sido Mendonça Mendes a dizer-lhe para comunicar ao serviços de informação o que se tinha passado na noite de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas com Frederico Pinheiro. À margem do congresso do PAN, que decorreu este sábado em Matosinhos, no distrito do Porto, António Mendonça Mendes não respondeu aos jornalistas sobre o seu envolvimento no caso.

Segundo António Mendonça Mendes, “o que é importante é que cada um faça aquilo que tem para fazer, a CPI à gestão da TAP apurará os factos relativamente à gestão da TAP”. “No que respeita à gestão da TAP, ao Governo cabe fundamentalmente concentrar-se no plano de restruturação da TAP e cabe também conduzir o processo de reprivatização que se iniciou. É nisso que o Governo está concentrado”, repetiu várias vezes perante a insistência dos jornalistas com a pergunta sobre o seu envolvimento naquele caso.

Numa audição parlamentar de mais sete horas na comissão de inquérito à gestão política da TAP, quinta-feira, João Galamba disse ainda que reportou ao primeiro-ministro, António Costa, já perto da 01:00 da manhã de 27 de abril, os acontecimentos no Ministério e lhe contou “que tinha sido ligado ao SIS”, chamada que aconteceu horas depois de uma primeira tentativa de contacto em que o chefe do executivo não atendeu.

O ministro confirmou a versão transmitida na véspera pela sua chefe de gabinete – que terá sido Eugénia Correia a reportar ao SIRP (Sistema de Informações da República Portuguesa) e depois contactada pelo SIS –, mas garantiu que não lhe transmitiu qualquer instrução para ligar às ‘secretas’. “O meu telefonema com António Mendonça Mendes termina depois do telefonema de Eugénia Correia com o SIRP”, afirmou.

Os incidentes de 26 de abril estão relacionados com Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro, e envolvem denúncias contra este por alegada violência física no Ministério das Infraestruturas e o alegado furto de um computador portátil, já depois de ter sido demitido, caso que está a ser investigado pelo Ministério Público.

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Cavaco diz que Costa “perdeu a autoridade” e sugere que apresente a demissão

Num discurso muito duro, o ex-Presidente da República afirmou que o primeiro-ministro "perdeu a autoridade" e que o Executivo passa "os dias a mentir". Mas desaconselha moções de censura.

O antigo Presidente Cavaco Silva deixou críticas muito duras ao Governo num longo discurso este sábado no 3.º encontro de autarcas sociais-democratas, em Lisboa. O ex-líder do PSD afirmou que o primeiro-ministro perdeu a autoridade e não desempenha as competências que a Constituição lhe atribui e que o Executivo irá deixar uma herança pesada para o país.

O antigo primeiro-ministro deixou claro ao que vinha logo no início da sua intervenção, ao dizer que o primeiro motivo porque aceitava o convite para discursar se devia ao facto de estar “seriamente preocupado com as consequências para o país da governação do Partido Socialista”.

Foi o PS e o seu Governo que colocaram o país na trajetória de empobrecimento e de profunda degradação da situação política nacional”, disse, lançando o mote para um vasto conjunto de críticas ao Executivo.

A falta de rumo e a falta de visão estratégica são o resultado de um primeiro-ministro que perdeu a autoridade e não desempenha as competências que a Constituição lhe atribui — dirigir o funcionamento do Governo e a política geral do Executivo e coordenar e orientar todo os ministros. São competências que os analistas políticos parecem ter esquecido”, atirou Cavaco Silva.

Recentemente, praticamente durante um mês, não há um dia em que, na imprensa ou na televisão, não fosse feita a demonstração de que o Governo mente. Perguntem aos vossos munícipes se ainda se pode acreditar em que passa os dias a mentir.

Aníbal Cavaco Silva

Ex-Presidente da República

“Recentemente, praticamente durante um mês, não há um dia em que, na imprensa ou na televisão, não fosse feita a demonstração de que o Governo mente. Perguntem aos vossos munícipes se ainda se pode acreditar em quem passa os dias a mentir”, disse o antigo líder dos sociais-democratas.

O antigo Presidente desencorajou, no entanto, o recurso a moções de censura. “O PSD não deve ir a reboque de moções de censura apresentadas por outros partidos mais preocupados em ser notícia na comunicação social. É certo que a governação socialista tem sido desastrosa, mas importa ter presente que o atual Governo só há poucos dias completou uma ano de efetividade de funções e goza do apoio maioritário da Assembleia da República. Essas moções de censura servem os interesses socialistas, desviam a atenção dos casos reprováveis e dos erros da sua governação”.

Pode, no entanto, ser António Costa a sair pelo seu próprio pé. “Em princípio, a atual legislatura termina em 2026, mas às vezes os primeiros-ministros, em resultado de uma reflexão sobre a situação do país ou de um rebate de consciência, decidem apresentar a demissão e têm lugar eleições antecipadas. Foi isso que aconteceu em março de 2011″, assinalou.

PSD não deve preanunciar política de coligações

Cavaco Silva garantiu que o PSD tem uma visão alternativa para a governação e que Montenegro está preparado para liderar o país: “Montenegro tem mais experiência política do que eu tinha quando assumi o poder em 1995 e está tão ou mais preparado do que eu estava”.

“O PSD e a sua liderança têm vindo, e bem, a denunciar os erros, os abusos de poder, as omissões e as mentiras e violação de ética política por parte do Governo e a sua falta de sentido de Estado”, sustentou, acrescendo que “é totalmente falso que o PSD não tenha vindo a apresentar alternativas ao poder socialista”.

“A liderança do PSD, que ainda não completou um ano, já apresentou programas bem estruturados nos domínios da emergência social, do orçamento, da educação e da habitação, programas de muito melhor qualidade do que as políticas do Governo nesta aéreas”, disse, num discurso interrompido muitas vezes pelas palmas da assistência.

É minha opinião que o PSD não deve cometer o erro de preanunciar qualquer política de coligações tendo em vista as próximas eleições legislativas. Se o PS, que está em queda, não o faz, porque é que o PSD, que está a subir, deve fazê-lo?

Aníbal Cavaco Silva

Ex-Presidente da República

Além de evitar moções de censura ao Governo, deixou outros conselhos ao partido que liderou: “O programa eleitoral do PSD só deve ser apresentado na proximidade do ato eleitoral, como é normal, de modo a ter em devida conta os desenvolvimentos recentes na cena nacional e internacional”.

Outra recomendação: “É minha opinião que o PSD não deve cometer o erro de preanunciar qualquer política de coligações tendo em vista as próximas eleições legislativas”. “Se o PS, que está em queda, não o faz, porque é que o PSD, que está a subir, deve fazê-lo? É uma armadilha orquestrada pela central de comunicação socialista, em que algumas boas ou ingénuas intenções têm caído”, acusou.

Para o Presidente e antigo primeiro-ministro, “falta ainda convencer 8% a 9% de eleitores para o PSD obter o mesmo resultado que o PS obteve nas últimas eleições. Não me parece um resultado impossível de alcançar. Requer trabalho, muito trabalho e união à volta do líder que os militantes escolheram no verão passado e que tem feito um trabalho competente, honesto e construtivo, sem gritaria e respeitando os adversários”.

Falta ainda convencer 8% a 9% de eleitores para o PSD obter o mesmo resultado que o PS obteve nas últimas eleições. Não me parece um resultado impossível de alcançar.

Aníbal Cavaco Silva

Ex-Presidente da República

“O PSD é a única opção de voto credível para todos os eleitores que querem libertar Portugal do Governo socialista e de uma oligarquia que se considera dona do Estado”, defendeu. Garantiu ainda ser “totalmente falsa a afirmação de que há ambiguidade no PSD quanto às orientações do futuro Governo. A identidade do PSD é bem conhecida de todos. É a alternativa social-democrata que assenta nos valores essenciais da liberdade, da democracia, da justiça social, da dignidade da pessoa humana e da solidariedade. Valores adotados por Sá Carneiro como base de sustentação do partido”.

“O PS, esse sim, precisa de esclarecer o manto de ambiguidades em que está escondido”, atirou, lembrando o apoio parlamentar do PCP e Bloco de Esquerda, “partidos antieuropeístas, anti-NATO, ambíguos na condenação da invasão da Ucrânia pela Rússia e que apoiam países onde impera a ditadura, a miséria, e a violação dos direitos humanos”.

PS vai deixar uma herança “extremamente pesada”

Cavaco Silva arrasou a governação socialista das últimas décadas. “O governo socialista do engenheiro Guterres deixou o país num pântano. O governo socialista do engenheiro Sócrates deixou o país numa situação de bancarrota, e tendo sido obrigado a negociar com a troika um programa de austeridade bastante duro a troco de empréstimos de 78 mil milhões de euros. O governo do Dr. Antonio Costa, apesar de beneficiar de apoios da União Europeia gigantescos, nunca antes verificados, vai deixar ao próximo Governo uma herança extremamente pesada“.

“Não exercendo as competências que a Constituição explicitamente lhe atribui e sendo o Governo um somatório desarticulado e sem rumo de ministros e secretários de Estado, incapaz de lidar com a crispação social e os grupos de interesse, a sua tendência será para distribuir benesses, comprar votos e para despejar dinheiro para cima dos problemas e não para preparar um futuro melhor para Portugal”, criticou o ex-Presidente.

O Governo socialista vai deixar ao próximo Governo um país com um stock de capital físico fraco, uma juventude qualificada e inovadora em fuga para o estrangeiro, uma Estado enorme e ineficiente, uma produtividade baixa, um nível de impostos demasiado elevado para o nosso nível de desenvolvimento, e uma pequena taxa de poupança.

Aníbal Cavaco Silva

Ex-Presidente da República

“O Governo socialista vai deixar ao próximo Governo um país com um stock de capital físico fraco, uma juventude qualificada e inovadora em fuga para o estrangeiro, um Estado enorme e ineficiente, uma produtividade baixa, um nível de impostos demasiado elevado para o nosso nível de desenvolvimento e uma pequena taxa de poupança”, criticou.

Sem um crescimento sustentado da economia portuguesa, de cerca de 3 ou 4% ao ano, não é possível responder aos desafios essenciais que Portugal enfrenta, melhorar a qualidade dos serviço prestados pelo SNS, pela escola pública e pela justiça, e deixar de ser um país de salários baixos em que o salário médio está próximo do salário mínimo”, considerou.

O próximo Executivo terá, por isso, uma árdua tarefa. “Um futuro Governo social-democrata presidido pelo Dr. Luís Montenegro terá à sua frente muito trabalho. Quando chegar a hora, uma nova esperança se abrirá aos portugueses, alicerçada no espírito reformista do PSD, no humanismo da social-democracia, na defesa intransigente dos direitos humanos e na integração europeia e atlântica”.

Terminou o discurso com um apelo: “Sejam o veículo dessa esperança e ajudem a construir no país o futuro de Portugal que todos ambicionamos. Um país em que a democracia se traduz em melhor qualidade de vida, em que podemos ter orgulho naquilo que fomos e naquilo que somos, um país que permita a todos, impendente do sítio e da condição em que nascem, desenvolver as duas competências pessoais”.

(Notícia atualizada pela última vez às 21h06)

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Macron diz que presença de Zelensky na cimeira do G7 “pode ser um virar do jogo”

  • Lusa
  • 20 Maio 2023

"Esta é uma oportunidade única" para Zelensky discutir com os seus aliados do G7, mas também para defender a causa da Ucrânia contra a invasão russa, diz Presidente francês, Emmanuel Macron.

Hiroxima, 20 mai 2023 (Lusa) – A presença de Volodymyr Zelensky na cimeira do G7 “pode ser um virar do jogo” para a Ucrânia, disse hoje o Presidente francês, Emmanuel Macron, à entrada de uma reunião bilateral com o homólogo ucraniano em Hiroxima, Japão.

Esta é uma oportunidade única” para Zelensky discutir com os seus aliados do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo), mas também para defender a causa da Ucrânia contra a invasão russa junto dos vários líderes dos países do Sul convidados para a cimeira, sublinhou Macron, dirigindo-se em inglês ao seu homólogo ucraniano.

“Acho que pode ser um virar do jogo”, acrescentou, assegurando ao Presidente ucraniano que a França ficará ao lado de Kiev “até ao fim”. Volodymyr Zelensky agradeceu o apoio.

Desde que chegou, esta tarde, a Hiroxima, Zelensky manteve encontros bilaterais com responsáveis do G7 e também já estabeleceu contactos com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que lhe garantiu que a Índia fará “todo o possível” para resolver o conflito na Ucrânia.

Segundo a Presidência francesa, o Presidente brasileiro Lula da Silva também pretende encontrar-se com Zelensky durante a cimeira: “Ele tem demonstrado grande disponibilidade para o diálogo”, referiu.

Os membros do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), mais a União Europeia, estão desde sexta-feira reunidos numa cimeira na cidade japonesa de Hiroxima.

Os líderes apelaram já à China para pressionar a Rússia a parar a guerra contra a Ucrânia, ao mesmo tempo que afirmaram querer relações “construtivas e estáveis” com Pequim.

“Apelamos à China para que exerça pressão sobre a Rússia para que cesse a sua agressão militar e retire as suas tropas da Ucrânia de forma imediata, total e incondicional”, afirmaram num comunicado citado pela agência francesa AFP.

Pequim continua a ser um aliado próximo de Moscovo e nunca condenou a invasão russa, mas enviou um diplomata à Europa, esta semana, para tentar mediar uma solução para o conflito.

A guerra da Rússia contra a Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número de baixas civis e militares no conflito, mas diversas fontes, incluindo as Nações Unidas, têm admitido que será muito elevado.

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