Saiba quem são os líderes e empresas com melhor reputação do setor segurador

Entre os líderes seguradores com melhor reputação encontram-se Steven Braekeveldt, Rogério Campos Henriques e Pedro Carvalho, e a Sabseg é a única corretora a entrar no ranking.

Seis empresas do setor segurador e três dos seus íderes estão entre as entidades com melhor reputação em Portugal em 2023. A Fidelidade (ocupa o 30º lugar), de seguida a Ageas (40º), a Liberty Seguros (65º), a MAPFRE (73º), a Generali (80º), e em 100.º lugar a SABSEG, como a única corretora de seguros a constar no ranking, de acordo com os resultados da 4.º edição do Merco Empresas e Líderes de Portugal avançado na passada quarta-feira.

Rogério Campos Henriques, Steven Braekeveldt e Pedro Carvalho, estão entre os 100 gestores mais prestigiados, segundo o Merco.

Perante a distinção, a Fidelidade indica, num comunicado, ver “reconhecido o trabalho que desenvolve continuamente, centrado no acompanhamento e proteção de clientes bem como na qualidade dos serviços que disponibiliza de forma abrangente e inovadora”.

O presidente do Conselho de Administração e CEO da SABSEG, Miguel Machado, afirma que o prémio “deve ser partilhado com os nossos clientes e parceiros, com quem trabalhamos todos os dias para alcançar níveis de excelência. E também um reconhecimento do empenho e dedicação dos nossos colaboradores que, diariamente, fazem da SABSEG uma corretora líder no sector”, informa a corretora num comunicado.

No Ranking Líderes Portugal 2023 do MERCO encontram-se três representantes do setor segurador: Steven Braekeveldt, CEO do Grupo Ageas Portugal, ocupando a 31ª posição, Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade em 60º lugar e Pedro Carvalho, presidente executivo e membro do conselho de administração da Tranquilidade Generali ocupando a 76ª posição.

O estudo contou com a participação de “216 executivos de grandes empresas, 40 Jornalistas de informação económica, 29 ‘membros do governo’, 39 Professores Universitários, 40 Analistas Financeiros, 30 ONGs, 30 Diretores de Comunicação e líderes de opinião, 40 Sindicatos e 40 Associações de Consumidores, bem como 800 cidadãos”. Adicionalmente foi realizada “uma análise da reputação das empresas no âmbito digital (Merco Digital), com mais de 737.206 menções analisadas, sendo ainda avaliada a realidade objetiva das empresas com base na avaliação do méritos reputacional de 25 empresas”. O acompanhamento do estudo foi objeto de revisão independente pela KPMG, dá conta o MERCO.

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Biden diz que líderes do Médio Oriente devem considerar solução de dois Estados

  • Lusa
  • 29 Outubro 2023

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apelou hoje aos líderes israelitas e árabes que pensem seriamente sobre a eventual realidade pós-guerra e que considerem uma solução de dois Estados.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apelou aos líderes israelitas e árabes que pensem seriamente sobre a eventual realidade pós-guerra e que considerem uma solução de dois Estados para pôr fim ao conflito israelo-palestiniano.

“Não há como voltar ao estado em que se estava em 06 de outubro”, disse Biden, em declarações aos jornalistas, referindo-se ao dia anterior ao grupo islamita palestiniano Hamas, considerado terrorista por Washington e pela União Europeia, atacar Israel e desencadear a recente guerra.

Essa mensagem do Presidente dos Estados Unidos foi também transmitida, diretamente, pelo próprio ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante um telefonema entre ambos na semana passada.

“Isso também significa que, quando esta crise acabar, deve haver uma visão do que vem a seguir e, na nossa opinião, deve ser uma solução de dois Estados”, afirmou Biden, considerando que um acordo nesse sentido para resolver o conflito israelo-palestiniano deveria ser uma prioridade.

Sobre a solução de dois Estados, Benjamin Netanyahu disse que poderia ser uma nova etapa “longa e difícil”.

A solução de dois Estados – em que Israel coexistisse com um Estado palestiniano independente – tem sido tentada por presidentes dos Estados Unidos e diplomatas do Médio Oriente há décadas. A questão foi colocada em segundo plano desde que o último esforço de negociações de paz liderado pelos Estados Unidos fracassou em 2014 devido a divergências sobre a libertação de prisioneiros palestinianos e outras questões.

A criação de um Estado palestiniano é algo que Biden raramente abordou no início da sua presidência. Durante a sua visita à Cisjordânia, em 2022, Biden disse que “o terreno não está maduro” para novas tentativas de alcançar uma paz permanente, mas reiterou aos palestinianos o apoio de longa data dos Estados Unidos à criação de um Estado.

Agora, num momento de maior preocupação de que a guerra entre Israel e Hamas possa evoluir para um conflito regional mais amplo, Biden começou a enfatizar que, uma vez cessados os bombardeamentos e tiroteios, o trabalho em prol de um Estado palestiniano não deverá mais ser ignorado.

Até recentemente, Biden tinha colocado muito mais ênfase naquilo que a sua administração via como a ambição alcançável de normalizar as relações entre Israel e os seus vizinhos árabes do que em reiniciar as conversações de paz.

O grupo islamita palestiniano Hamas atacou Israel no dia 07 de outubro, provocando a morte de mais de 1.400 pessoas, principalmente civil, segundo as autoridades. Mais de 200 pessoas foram sequestradas e permanecem nas mãos do grupo islamita desde então.

Após o ataque, Israel respondeu com bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas.

Desde o início da guerra, mais de 8.000 pessoas morreram em Gaza, devido aos bombardeamentos que Israel realizou desde há três semanas, segundo o Ministério da Saúde do grupo islamita palestiniano Hamas.

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Passaporte e questões com imigrantes passam a ser tratadas nos Registos e Notariados

Estas competências transitam do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para o IRN, no âmbito do processo de reestruturação do sistema português de controlo de fronteiras, em vigor desde domingo.

O Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) vai passar ser competente para a emissão de passaportes e ainda com matérias relativas a cidadãos estrangeiros. Estas competências transitam do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para o IRN, no âmbito do processo de reestruturação do sistema português de controlo de fronteiras, que se concretiza a partir deste domingo, 29 de outubro.

Segundo comunicado do Ministério da Justiça (MJ), o IRN passa a ser, a partir deste domingo, a entidade responsável pela concessão e emissão do Passaporte Eletrónico Português, nomeadamente o passaporte comum, o especial, o temporário e o passaporte para cidadão estrangeiro, garantindo o normal funcionamento das operações deste documento de identificação.

Renovação de Autorização de Residência

Os balcões dos Registos vão também disponibilizar atendimento – nesta primeira fase exclusivamente por agendamento prévio – para pedidos de Renovação de Autorização de Residência (RAR) temporária e permanente. Os casos de renovação para vítimas de tráfico de pessoas e para efeitos de investimento são assegurados pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).

O agendamento online de RAR vai estar disponível, a partir de segunda-feira, através do portal de marcações SIGA em siga.marcacaodeatendimento.pt e da aplicação móvel sigaApp.

O atendimento de RAR passa a dispor de mais postos de atendimento, sendo possível aceder a este serviço, por marcação, em 34 balcões do registo e nas Lojas de Cidadão de todo o país.

Será distribuída ainda informação em vários idiomas, na rede de atendimento e nos canais digitais do IRN e da AIMA, relativa ao agendamento online e aos locais, onde os cidadãos estrangeiros podem pedir a sua Renovação de Autorização de Residência.

Instituto dos Registos e Notariado - balcão Lisboa-Boa Hora - 08JUL19

IRN integra 75 trabalhadores do SEF

No âmbito do processo de reestruturação do sistema português de controlo de fronteiras, transitam para o IRN 75 trabalhadores da carreira geral do SEF, que ficarão alocados ao atendimento ao público e ao Centro Decisor do Passaporte.

O IRN vai integrar estes trabalhadores nos seus serviços de Registo, garantindo a manutenção das suas funções, e a colocação num posto de trabalho do mesmo distrito onde anteriormente as exerciam.

Estes trabalhadores vão, assim, assegurar o atendimento presencial de cidadãos estrangeiros nos serviços de Registo e Lojas de Cidadão de todo o país, bem como o Centro Decisor do Passaporte, já integrado no Departamento de Identificação Civil.

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Segundo mandato de von der Leyen em risco após falhas na gestão da crise no Médio Oriente

  • Joana Abrantes Gomes
  • 29 Outubro 2023

O conflito no Médio Oriente está a afetar a reputação de von der Leyen, acusada de parcialidade. Críticas no seio da UE podem custar-lhe potencial segundo mandato à frente da Comissão.

Numa União Europeia (UE) que sempre questionou qual é o seu rosto, a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia conferiram protagonismo a Ursula von der Leyen. Mas, perante o conflito entre Israel e o movimento islamita Hamas, a presidente da Comissão Europeia pôs em causa a credibilidade que conquistou também lá fora.

Depois de um dos seus comissários anunciar a suspensão do apoio à Palestina, aparentemente sem consulta prévia, e de ter visitado Israel e, ao lado de Benjamin Netanyahu, ter apelado ao direito de o país se defender, sem se pronunciar acerca das consequências humanitárias em Gaza, choveram críticas contra a líder do Executivo comunitário, provenientes de membros das várias instituições da UE.

Com eleições europeias a daqui a menos de um ano, estes erros políticos arriscam ser uma pedra no sapato da política alemã para um eventual segundo mandato à frente do braço executivo da UE. “Estamos a assistir a uma sucessão de situações incómodas nesta legislatura, resultantes de uma certa competitividade entre egos (…) que, no fim de contas, é prejudicial para a imagem da União no mundo“, afirmou, em declarações ao ECO, o eurodeputado Nacho Sánchez Amor, eleito pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

A sequência de “situações incómodas” a que se refere o eurodeputado espanhol teve início em 9 de outubro, dois dias depois do ataque do Hamas a Israel, quando o comissário europeu com a pasta da Vizinhança e do Alargamento, Olivér Várhelyi, anunciou na rede social X (antigo Twitter) a suspensão “imediata” de todos os pagamentos ao abrigo do apoio destinado ao desenvolvimento da Palestina, no valor de 691 milhões de euros.

A decisão não foi bem recebida na comunidade europeia e internacional. Portugal foi um dos países mais críticos sobre a atuação do comissário, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, a qualificá-la como “um erro grosseiro”. Já o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, chegou a contactar o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, para pedir a Bruxelas que não avançasse com a suspensão do apoio à Palestina.

Horas após o tweet de Várhelyi, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, esclareceu que a Comissão Europeia iria apenas rever a ajuda humanitária à Faixa de Gaza – que, no final dessa semana, decidiu triplicar, para 75 milhões de euros – e não suspender os devidos pagamentos, argumentando que “castigar o povo palestiniano só iria prejudicar os interesses da União Europeia na região e encorajar ainda mais os terroristas”.

Não me lembro de uma falha tão grave de um comissário em funções, pelo menos neste século“, comenta o deputado único do Livre, Rui Tavares, em declarações ao ECO. A Comissão Europeia, através do seu principal porta-voz, atirou culpas a Olivér Várhelyi, dizendo que este não consultou previamente qualquer membro do colégio de comissários. Porém, no dia anterior, o mesmo porta-voz tinha afirmado, numa mensagem aos jornalistas citada pelo POLITICO, que podia “confirmar a substância” dos tweets de Várhelyi.

No mínimo, fazer uma verificação para perceber se houve esse tipo de instruções ou se ele agiu de modo próprio, era uma coisa necessária para repor a autoridade sobre o próprio Colégio de Comissários. A mensagem que é passada é que cada comissário agora faz política como lhe apetece e isso vai ser muito complicado para Von der Leyen no fim do mandato.

Rui Tavares

Historiador e deputado único do Livre

Considerando o caso política e institucionalmente grave, dada a violação de princípios inscritos nos tratados da UE, mais de 70 eurodeputados assinaram uma carta aberta para von der Leyen, na qual pedem a demissão do comissário. Mas, até agora, a líder do Executivo comunitário não reagiu ao que aparenta ser um ato de insubordinação. “Acho que seria adequado (a demissão); Várhelyi extrapolou as suas funções e é extraordinário que continue em funções“, considera Rui Tavares, argumentando que se tratou de “uma enorme machadada na autoridade da própria presidente da Comissão“.

Por outro lado, Rita Figueiras, professora de Comunicação Política na Universidade Católica Portuguesa, aponta que o comissário, que foi a segunda escolha do Governo liderado por Viktor Orbán para a Comissão Europeia, “parece ter colocado a sua nacionalidade e o posicionamento da Hungria à frente do cargo europeu“. No entanto, o estatuto dos comissários proíbe aceitar ordens de governos nacionais, em particular daquele do seu país de origem.

“A presidente da Comissão não tem coragem de demitir ou de pôr na ordem um comissário que está evidentemente a agir para minar a política externa da UE. (…) A mensagem que é passada é que cada comissário agora faz política como lhe apetece, e isso vai ser muito complicado para von der Leyen no fim do mandato“, afirma o antigo eurodeputado Rui Tavares, que, ainda assim, apela a uma “verificação” para perceber se Várhelyi recebeu instruções ou agiu de modo de próprio.

“Golpe” contra o Conselho da UE

As reações políticas negativas atingiram o seu auge, no entanto, na sequência da viagem de von der Leyen a Israel. Ao lado do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a presidente da Comissão Europeia afirmou que o país tem o direito de se defender, sem instar ao respeito pelo direito internacional humanitário. “Sei que a reação de Israel irá mostrar que é uma democracia”, disse, no mesmo dia em que o Governo israelita ordenou a saída de cerca de um milhão de pessoas do norte de Gaza para o sul da região, enquanto preparava uma potencial ofensiva terrestre.

Esta posição está longe daquela acordada dias antes pelos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros, que condenaram os ataques do Hamas, mas também apelaram “à proteção dos civis e à contenção, à libertação dos reféns e à permissão do acesso a alimentos, água e medicamentos em Gaza, em conformidade com o direito humanitário internacional”.

Entre eurodeputados, diplomatas e chefes de Governo e de Estado, os críticos não se tardaram a fazer ouvir. Porém, o principal “puxão de orelhas” veio mesmo do seio da Comissão, com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, a deixar claro que a “posição oficial” da UE sobre qualquer política externa é definida pelo Conselho Europeu e pelo Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros – o que exige sempre a unanimidade dos 27 Estados-membros.

Não me parece que estejamos no ponto em que Ursula Von der Leyen tenha em risco a sua reeleição. O capital dela é muito maior que isso (os erros políticos na reação à crise no Médio Oriente). É hoje muito reconhecida como a líder europeia e acabou por ser a referência da União Europeia em termos de quem a representa.

Paulo Sande

Especialista em assuntos europeus

Embora o Executivo comunitário tenha um grande poder de influência na política externa, através, por exemplo, de acordos comerciais, os tratados não lhe atribuem qualquer papel nesta matéria. Apenas o Alto Representante, cargo atualmente ocupado por Josep Borrell, que preside aos Conselhos de Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE e é, simultaneamente, um dos vice-presidentes da Comissão, é responsável por assegurar a ligação entre estas duas instituições. Ou seja, tal como Várhelyi, também von der Leyen extrapolou as suas funções.

Rui Tavares recorda, no entanto, que a antiga ministra da Defesa da Alemanha prometeu uma Comissão geopolítica aquando da sua nomeação para o Berlaymont: “No seu primeiro desafio, que foi a crise russo-ucraniana, deu passos, muitos deles muito positivos, para implementar essa visão, que me parece muito necessária e no futuro próximo mais ainda”, face à ameaça de um regresso de Donald Trump à Casa Branca que pode “deixar a Europa sozinha no mundo geopolítico dos adultos”.

O problema é que a presidente da Comissão Europeia falhou no segundo teste. “Num dos governos mais extremistas em Israel, ir a correr para se mostrar ao lado de Netanyahu (quando) não é ele quem merece solidariedade; quem merece são aquelas pessoas que foram massacradas. É preciso também aí traçarmos a linha do inaceitável, e acho que von der Leyen não a soube traçar bem”, remata o historiador.

Segundo o Financial Times, pessoas próximas da líder do Executivo afiançam que a sua reação resulta de um impulso alemão, a chamada culpa histórica, para defender Israel a todo o custo. A investigadora Rita Figueiras reconhece que, tendo a UE relações com o Estado de Israel e sendo von der Leyen alemã, “ambos os fatores juntos podem ajudar a explicar o seu movimento inicial”. Mas, como ressalva Rui Tavares, von der Leyen tem de ter, em primeiro lugar, “os instintos políticos de uma política europeia”.

Von der Leyen procurou retratar-se das acusações logo no dia seguinte à viagem, no comunicado em que a Comissão anunciava o aumento da ajuda humanitária a Gaza, declarando o “apoio ao direito de Israel de se defender contra os terroristas do Hamas, no pleno respeito do direito humanitário internacional”.

Dias depois, o porta-voz do Executivo afirmou que a líder do Executivo fora a Israel representar apenas a Comissão e não a posição dos 27 Estados-membros da UE. “Ninguém criticou von der Leyen por ter ido à Ucrânia e a Bucha”, atirou ainda o responsável.

A presidente da Comissão Europeia no momento em que fez uma distinção, pela primeira vez, entre o ataque do movimento islamita Hamas e a população palestiniana, defendendo que “o terror” também está a ameaçar “os inocentes palestinianos”.Lusa

Mas nem a liderança da alemã em resposta à guerra na Ucrânia agradou a todos. “Vimos a mesma coisa com os anúncios de sanções, ou na maioria das questões relacionadas com a Ucrânia”, alegou um funcionário da Comissão Europeia, citado pelo POLITICO sob a condição de anonimato.

Está em causa o estilo de liderança de von der Leyen, muito diferente do do seu antecessor no cargo, Jean-Claude Juncker: em vez de haver uma efetiva tomada coletiva das decisões, ela trata de todos os assuntos bilateralmente com cada um dos comissários, quando não recorre, sozinha, apenas ao seu gabinete.

É conhecida por ser workaholic, alguém que dorme no Berlaymont quando está em Bruxelas, por funcionar muito dentro do seu círculo íntimo de conselheiros, em particular com o seu conselheiro político, e de ligar relativamente pouco aos comissários”, assinala, ao ECO, o especialista em assuntos europeus Paulo Sande. Ainda assim, realça, a forma como ela tem gerido a Comissão “já existe há alguns anos”, apenas tem estado, “provavelmente, disfarçada pelo facto de ter conseguido obter resultados”.

Se estas críticas têm estado abafadas, voltaram a ouvir-se com a ida a Israel. O problema de se voltarem a ouvir é que para o ano há eleições para o Parlamento Europeu e, logo a seguir, será escolhido o próximo presidente da Comissão Europeia. Von der Leyen ainda não anunciou se vai candidatar-se a um novo mandato de cinco anos, mas o Partido Popular Europeu, a sua família política na UE, já garantiu que a apoiará caso decida recandidatar-se.

Certamente, a questão será recuperada pelos não apoiantes de Ursula von der Leyen quando a questão da renovação do mandato se colocar“, admite a académica Rita Figueiras. Mas, para Paulo Sande, embora a viagem a Israel “não tenha sido a finest hour de von der Leyen”, não está num ponto em que a sua reeleição esteja em risco. “O capital dela é muito maior que isso. É hoje muito reconhecida como a líder europeia e acabou por ser a referência da UE em termos de quem a representa”, argumenta o especialista em assuntos europeus.

Mais importante do que a eventual reeleição de von der Leyen, Rui Tavares chama a atenção para a necessidade de retomar o método de designação de candidatos para a presidência da Comissão Europeia, conhecido como “Spitzenkandidaten” (ou “candidatos principais”, numa tradução livre a partir da língua alemã), através do qual cada grupo político do Parlamento Europeu apresenta um cabeça-de-lista às eleições europeias.

O processo, que não foi aplicado nas últimas eleições, dita que o cabeça-de-lista do grupo político com mais assentos conquistados na assembleia europeia é depois escolhido para assumir a presidência do Executivo comunitário. Até ao momento, só uma vez este sistema foi respeitado, com Jean-Claude Juncker.

“Independentemente do currículo da pessoa, não é a forma correta numa Europa que ainda por cima se prepara para ser paladina da democracia no resto do mundo e para dar lições de moral, depois dizer-se ‘bem, mas esta pessoa não se apresentou a eleições’. Estávamos num caminho para legitimar, democraticamente, a Comissão Europeia. Temos de voltar a esse caminho“, apela o antigo eurodeputado.

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Israel: Portugal está a “participar no grande esforço da diplomacia”

  • Lusa
  • 29 Outubro 2023

A ministra da Defesa defende que Portugal está a “participar no grande esforço da diplomacia” para “mitigar as consequências terríveis” da guerra entre Israel e o Hamas.

A ministra da Defesa defende que Portugal está a “participar no grande esforço da diplomacia” para “mitigar as consequências terríveis” da guerra entre Israel e o Hamas, apelando à libertação dos reféns e à entrega de ajuda humanitária.

“O papel de Portugal é aquele que tem sido definido pelo Governo. Participar no grande esforço da diplomacia no sentido de mitigar as consequências terríveis deste conflito, chamando à atenção e alertando para a necessidade de respeitar os civis, de distinguir os civis dos terroristas, do Hamas, neste caso”, afirmou Helena Carreiras.

A ministra da Defesa, que falava aos jornalistas em Viana do Castelo, à margem da cerimónia militar do Dia do Exército, apelou à libertação, pelo grupo islamita palestiniano Hamas, dos reféns israelitas, e à entrega de ajuda humanitária em Gaza, para “evitar a escalada do conflito”.

“Há um conjunto de coisas que podemos e devemos fazer, em articulação com os nossos parceiros internacionais”, adiantou, admitindo não ser uma missão “fácil”.

“Estamos a enfrentar um conflito que terá impactos muito variados e profundos. Não podemos é deixar de fazer o que sentirmos que é possível fazer. Esta é a posição que o Governo português tem assumido para mitigar e proteger os civis, que é o grande objetivo neste momento”, referiu.

O grupo islamita Hamas desencadeou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, matando mais de 1.400 israelitas, sobretudo civis, e sequestrando mais de 200.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

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EUA apelam a Israel para “distinguir” entre Hamas e civis palestinianos

  • Lusa
  • 29 Outubro 2023

Os Estados Unidos defenderamque Israel deve “distinguir” nas suas operações militares entre o Hamas e os civis palestinianos, à medida que o exército israelita intensifica os seus bombardeamentos.

Os Estados Unidos defenderam que Israel deve “distinguir” nas suas operações militares entre o Hamas e os civis palestinianos, à medida que o exército israelita intensifica os seus bombardeamentos e operações terrestres na Faixa de Gaza.

“O que acreditamos é que a cada hora, a cada dia desta operação militar, o Governo israelita deve tomar todas as medidas possíveis ao seu dispor para distinguir entre o Hamas – os terroristas que são alvos militares legítimos – e os civis que não o são”, disse o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, em declarações à estação televisiva CNN.

“Este é o conselho que lhes damos. Isto é o que comunicámos e continuamos a fazê-lo ao mais alto nível”, acrescentou Jake Sullivan, referindo que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falará hoje, novamente, com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Os dois líderes têm conversado quase diariamente desde o início da guerra desencadeada após o ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro, em território de Israel.

Em declarações ao canal ABC, o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos disse que o Hamas estava a fazer “tudo ao seu alcance para colocar as pessoas em perigo, para usá-las como escudos humanos”, mas “cabe a Israel tomar as medidas necessárias para fazer a distinção entre o Hamas, que não representa o povo palestiniano, e os civis palestinianos inocentes”.

Jake Sullivan também disse que Israel deve privilegiar “operações direcionadas”. Os Estados Unidos são o principal apoiante de Israel e fornecem ajuda militar significativo. O enviado especial dos EUA para assuntos humanitários no Médio Oriente, David Satterfield, reuniu-se no Cairo com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shukri.

Segundo um comunicado do ministério egípcio dos Negócios Estrangeiros, no encontro Shukri destacou ao enviado norte-americano a necessidade de “implementação de uma trégua humanitária imediata para evitar expor os civis a novos flagelos desta escalada [israelita] sob falsas justificações em nome do direito à autodefesa”.

Shukri destacou a Satterfield que o mais urgente é “intensificar os mecanismos de coordenação” para o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e “eliminar os obstáculos impostos pela parte israelita” para a entrada desta assistência.

O grupo islamita palestiniano Hamas atacou Israel no dia 07 de outubro, provocando a morte de mais de 1.400 pessoas, principalmente civis, segundo as autoridades. Mais de 200 pessoas foram sequestradas e permanecem nas mãos do grupo islamita desde então.

Após o ataque, Israel respondeu com bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas.

Desde o início da guerra, mais de 8.000 pessoas morreram em Gaza, devido aos bombardeamentos que Israel realiza há três semanas, segundo o Ministério da Saúde do grupo islamita palestiniano Hamas.

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INE calcula mais de 50 índices de preços. O que mostram?

O INE consegue calcular a variação dos preços de vários conjuntos de bens, produtos e serviços. Certos indicadores são utilizados para definir a atualização das rendas ou das pensões, por exemplo.

Há vários meses que os portugueses ouvem falar de inflação (e a sentem no bolso), acompanhando as atualizações desta taxa todos os meses. Mas dentro deste indicador “escondem-se” vários dados e informações, sendo que o Instituto Nacional de Estatística (INE) calcula mais de 50 índices de preços, contemplando diferentes agregados, que depois servem de referência para atualizar, por exemplo, rendas, pensões e propinas.

Segundo indica fonte oficial do INE ao ECO, “no âmbito do Índice de Preços no Consumidor são divulgados índices até ao quarto dígito da nomenclatura COICOP, cujo primeiro nível de desagregação engloba 12 classes de despesa, bem como nove agregados especiais”. Como salienta o organismo, o IPC “não indica o nível dos preços, mas sim a respetiva variação”.

Os agregados especiais retiram certas categorias do total, para perceber o impacto destas na evolução da inflação. É o caso do índice total exceto habitação, que é o valor que serve de base para o cálculo do coeficiente de atualização anual das rendas dos diversos tipos de arrendamento. Isto já que o Código Civil determina que este coeficiente seja calculado com base na variação do índice de preços no consumidor, sem habitação, correspondente aos últimos 12 meses, tendo por referência os valores até 31 de agosto.

Já no cálculo das pensões é também utilizada a média anual, sem habitação, mas referente a novembro. Consoante o crescimento real do PIB nos últimos dois anos, a este indicador pode depois acrescer também uma parte dessa evolução. A inflação vai ainda influenciar a atualização do IAS (Indexante dos Apoios Sociais), que serve como referência para várias prestações sociais.

Há também o total exceto produtos alimentares não transformados e produtos energéticos, o que corresponde à chamada inflação subjacente. Este é um indicador importante, nomeadamente para a análise do Banco Central Europeu, porque retira da equação os preços mais voláteis que poderiam influenciar o cálculo com mudanças temporárias. Mostra por isso a evolução dos preços de produtos mais estáveis que correspondem ao “core“.

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Finalmente, existem os índices individuais retirando estas duas categorias (total exceto produtos alimentares não transformados e total exceto produtos energéticos), bem como de apenas estes segmentos: produtos alimentares não transformados e produtos energéticos.

Quanto às classes de despesa, são as seguintes: produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, bebidas alcoólicas e tabaco, vestuário e calçado, habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis, acessórios para o lar, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação, saúde, transportes, comunicações, lazer, recreação e cultura, educação, restaurantes e hotéis e bens e serviços diversos.

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Passando para o índice harmonizado, este é um indicador desenhado para permitir a comparação com outros países da União Europeia. A principal diferença para o índice nacional é que este inclui as despesas dos turistas (e todos os não residentes) no país. Para este índice, “o INE divulga índices com o mesmo nível de detalhe da nomenclatura COICOP e 35 agregados especiais”.

Estes agregados especiais são assim mais detalhados do que os calculados no IPC, sendo que incluem várias categorias de bens industriais, serviços, combustíveis e educação, saúde e proteção social.

A variação do IHPC tem sido mais elevada do que o IPC. Em setembro, a taxa de inflação medida pela variação do IPC foi de 3,6%, mas de 5,5% quando utilizado o IHPC. Atualmente, a taxa está também mais elevada do que a média da Zona Euro, que se fixou nos 4,3%.

É ainda de salientar, como ressalva o INE, que esta não é uma medida do custo de vida, já que “um índice de inflação mede a despesa adicional que se tem de realizar para manter o mesmo cabaz de consumo”.

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Portugal está a consumir eletricidade verde desde sexta-feira

  • Lusa
  • 29 Outubro 2023

O consumo de eletricidade em Portugal está a ser assegurado há mais de 24 horas por fontes renováveis, sobretudo energia eólica e hídrica, devido às “condições favoráveis de vento e chuva”, diz a REN.

O consumo de eletricidade em Portugal está a ser assegurado há mais de 24 horas por fontes renováveis, sobretudo energia eólica e hídrica, devido às “condições favoráveis de vento e chuva”, anunciou hoje a REN – Redes Energéticas Nacionais.

Em comunicado enviado ao final da manhã de domingo, a REN refere que o consumo de eletricidade está a ser assegurado por fontes renováveis desde as 22:30 de sexta-feira.

Desde essa hora até às 00:00 de sábado foram gerados 97.6 Gigawatts-hora (GWh) de energia eólica, 6.6 GWh de energia solar e 68.3 GWh de energia hídrica, que “asseguraram o consumo de 137.1 GWh”.

“Os excedentes de produção têm sido exportados através da interligação com Espanha”, adianta.

A REN acrescenta que, a confirmarem-se as previsões meteorológicas para hoje, “tudo aponta para que a situação se mantenha e se registe todo um fim de semana com 100% de produção de fontes renováveis e exportação de energia para Espanha”.

A empresa afirma também que, desde as 09:00 do dia 24 de outubro, o consumo de eletricidade em Portugal é assegurado por energias renováveis, apesar de “recorrer à importação de eletricidade de Espanha em alguns períodos do tempo”.

“A passagem a exportação plena decorreu na sexta-feira, dia 27 outubro, pelas 17:00 horas, em que Portugal passou a exportador de eletricidade em 100% do tempo”, refere.

Segundo a REN, por questões de equilíbrio entre a geração e o consumo entraram, no mesmo dia, em operação dois grupos em duas centrais térmicas de ciclo combinado a gás natural entre as 16:00 e as 22:30, “findas as quais o consumo de eletricidade em Portugal passou a ser abastecido com produção 100% renovável, e ainda com saldo exportador para Espanha”.

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ASF aumenta regulação dos Seguros de Saúde com Portal e Observatório

  • ECO Seguros
  • 29 Outubro 2023

A intenção é melhorar a regulação sobre um ramo em crescimento explosivo, mas o supervisor desafia o setor a lançar seguros vitalícios, os dirigidos a doenças graves e os de long term care.

A ASF, entidade supervisora do setor dos seguros, vai lançar em novembro um Portal e um Observatório dos Seguros de Saúde, anunciou Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF, na sua intervenção durante a 4ª Conferência Anual ECOseguros, realizada no fim da passada semana em Lisboa.

4ª Conferência Anual ECO Seguros - 26OUT23
Na 4ª Conferência ECOseguros, Margarida Corrêa de Aguiar desafiou as seguradoras de saúde a irem mais longe em coberturas de Saúde.Hugo Amaral/ECO

Margarida Aguiar explicou que o Portal dos Seguros de Saúde vai disponibilizar conteúdos direcionados para o consumidor, designadamente materiais informativos e pedagógicos, respostas a perguntas frequentes, glossários, legislação e regulamentação aplicável.

Já o Observatório dos Seguros de Saúde – ainda segundo a presidente a ASF – vai integrar informação sobre os seguros de saúde em Portugal, designadamente indicadores sobre a dimensão, a estrutura, a avaliação e o desempenho do mercado, “apresentada de uma forma sistemática, detalhada e apelativa”.

Seguros de saúde vitalício, uma ausência notada

A atual ausência de produtos de seguros de saúde vitalícios foi notado por Margarida Aguiar – os atuais normalmente são de duração de um ano renovável -, que lembrou serem produtos que “permitiriam à população usufruir de cuidados de saúde mais abrangentes e com maior estabilidade ao longo da sua vida”, notou Margarida Aguiar.

A presidente da ASF afirmou ainda que Portugal tem testemunhado um aumento na produção de seguros de saúde crescimento acumulado de 43,6% no período 2018 a 2022 – e no número de beneficiários –incremento acumulado de 32,1% no período 2018 a 2022 prevendo-se que esta tendência prossiga no futuro “em linha com o aumento das necessidades de cuidados de saúde e de acesso a assistência médica especializada de qualidade ao longo de todas as fases da vida, em complemento aos serviços públicos prestados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, disse.

Margarida Aguiar concluiu ser essencial que os operadores do setor segurador continuem a desenvolver a oferta desta tipologia de seguros “de uma forma tecnicamente sustentável e adaptada às necessidades dinâmicas das famílias e da sociedade” e salientou a importância da inclusão de coberturas de doenças graves e de long term care nos seguros de saúde.

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Ucrânia: Rússia diz ter abatido 36 drones das forças de Kiev

  • Lusa
  • 29 Outubro 2023

A defesa aérea russa abateu mais de 30 drones ucranianos sobre o Mar Negro e a península da Crimeia durante a noite de sábado, indicou hoje o Governo de Moscovo.

A defesa aérea russa abateu mais de 30 drones ucranianos sobre o Mar Negro e a península da Crimeia durante a noite de sábado, indicou o Governo de Moscovo.

“Os sistemas de defesa aérea existentes destruíram 36 veículos aéreos não tripulados ucranianos sobre o Mar Negro e a parte noroeste da península da Crimeia”, escreveu o Ministério da Defesa da Rússia no Telegram.

As autoridades locais do sul da região de Krasnodar, na fronteira com o Mar Negro, disseram que um incêndio eclodiu numa refinaria de petróleo nas primeiras horas de hoje, mas sem especificar a causa.

“As razões para o incidente estão a ser apuradas”, afirma um comunicado das autoridades locais, por entre alegações dos meios de comunicação social, de que o incêndio teria sido causado por um ataque de um drone ou por destroços de um drone abatido.

Os ataques com drones e os bombardeamentos nas regiões fronteiriças russas e na Crimeia anexada a Moscovo são uma ocorrência regular. As autoridades ucranianas nunca reconhecem a responsabilidade por ataques em território russo ou na península da Crimeia.

Por sua vez, a força aérea da Ucrânia afirmou hoje ter abatido cinco drones explosivos Shahed, de fabrico iraniano, lançados pela Rússia durante a noite.

Perto da linha da frente no leste do país, onde as forças ucranianas e russas estão envolvidas numa batalha pelo controlo, quatro polícias ficaram feridos quando um projétil disparado pelas tropas russas explodiu junto ao seu carro, na cidade de Siversk, localizada na província parcialmente ocupada de Donetsk.

De acordo com os serviços secretos britânicos, a Rússia sofreu neste fim de semana algumas das suas maiores baixas até agora, este ano, em resultado dos contínuos combates “pesados mas inconclusivos”, em torno da cidade de Avdiivka, também na província de Donetsk.

Nessa atualização que os serviços secretos do Ministério da Defesa do Reino Unido fazem ao sábado de manhã, indicaram que a Rússia tinha empenhado “elementos de até oito brigadas” na área, desde que lançou o seu “grande esforço ofensivo” em meados de outubro.

Também hoje, um aliado do presidente russo, Vladimir Putin, avisou que a Rússia poderá tomar medidas para confiscar bens dos Estados-Membros da União Europeia que considera hostis, caso a União Europeia prossiga com o seu plano de “roubar” fundos russos congelados para apoiar os esforços de reconstrução pós-guerra da Ucrânia.

“Vários políticos europeus (…) começaram mais uma vez a falar em roubar os fundos congelados do nosso país para continuar a militarização de Kiev”, escreveu no Telegram Vyacheslav Volodin, presidente da Duma, a câmara baixa do parlamento russo.

A declaração de Volodin é uma resposta ao anúncio feito na sexta-feira por Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, sobre uma proposta para utilizar os rendimentos dos ativos estatais russos congelados para apoiar a Ucrânia na sua reconstrução.

Volodin afirmou que Moscovo responderia com medidas que infligiriam custos significativos à UE se esta tomasse medidas contra os bens russos, uma parte considerável dos quais se encontra na Bélgica.

“Tal decisão exigiria uma resposta simétrica da Federação Russa. Nesse caso, serão confiscados muito mais ativos pertencentes a países hostis do que os nossos fundos congelados na Europa”, acrescentou Volodin.

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Netanyahu critica responsáveis pela segurança de Israel num ´tweet`que depois apaga e pede desculpa

  • Lusa
  • 29 Outubro 2023

O primeiro-ministro israelita criticouos responsáveis pela segurança do seu país por terem subestimado o Hamas, numa mensagem escrita na rede social X que acabou por apagar e pedir desculpa.

O primeiro-ministro israelita criticou este domingo os responsáveis pela segurança do seu país por terem subestimado os riscos de um grande ataque do Hamas, numa mensagem escrita na rede social X que depois apagou e o levou a pedir desculpa.

“Nunca, em circunstância alguma, o primeiro-ministro foi alertado para as intenções beligerantes do Hamas”, escreveu Benjamin Netanyahu na rede X (antigo Twitter).

“Todos os oficiais de segurança, incluindo o chefe dos serviços secretos militares e o chefe da segurança interna, sentiram que o Hamas tinha medo de agir e procurava um acordo. Esta é a avaliação que foi apresentada várias vezes ao primeiro-ministro e ao Conselho de Ministros por todos os oficiais de segurança e pela comunidade dos serviços secretos. Até ao momento em que a guerra rebentou”, continuou o chefe do Governo.

O tweet, que foi publicado a meio da noite após uma conferência de imprensa de Netanyahu, foi retirado de manhã e já não aparece no X, tendo sido substituído alguns minutos depois por um tweet com um pedido de desculpas.

“Eu estava errado. O que eu disse depois da conferência de imprensa não devia ter sido dito e peço desculpa. Apoio totalmente todos os responsáveis pela segurança. Apoio o chefe do Estado-Maior, os comandantes e os soldados do Tsahal (exército israelita) que estão na frente a lutar pela nossa casa. Juntos venceremos”, escreveu Netanyahu.

Na conferência de imprensa com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e Benny Gantz, membro do pequeno gabinete de guerra, o primeiro-ministro admitiu “um terrível fracasso”.

“Houve aqui um fracasso terrível e será analisado até ao fim. Prometo que não ficará pedra sobre pedra. Para já, a minha missão é salvar o país e conduzir os soldados a uma vitória total sobre o Hamas e as forças do mal”, declarou Netanyahu antes de publicar o tweet a incriminar os chefes militares.

Muitos analistas políticos em Israel acreditam que a carreira política de Netanyahu foi seriamente comprometida pela sua incapacidade de assegurar a proteção da população, um dos seus slogans eleitorais.

A gota de água para o líder do partido de direita Likud, que detém o recorde de maior mandato de um primeiro-ministro em Israel, sair poderá ser uma comissão de inquérito independente determinar a sua responsabilidade pela negligência que precedeu o massacre de 07 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos, a maioria civis e a maior parte deles no dia do ataque do Hamas, segundo as autoridades locais.

No poder em Gaza desde 2007, o Hamas afirma que mais de 8.000 palestinianos, na maioria civis, morreram na sequência dos bombardeamentos desde o início dos conflitos.

A mensagem publicada por Netanyahu e o seu desmentido foram amplamente comentados pela classe política e pelos meios de comunicação israelitas, e até o Hamas reagiu.

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Moscovo ameaça confiscar ativos europeus se UE atribuir fundos russos à Ucrânia

  • Lusa
  • 29 Outubro 2023

O presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, avisou que a Rússia confiscará os bens de países hostis se a União Europeia canalizar para a reconstrução da Ucrânia os lucros dos ativos russos congelados.

O presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, avisou que a Rússia confiscará os bens de países hostis se a União Europeia canalizar para a reconstrução da Ucrânia os lucros dos ativos russos congelados ao abrigo das sanções de guerra.

“Tal decisão exigirá uma resposta simétrica da Rússia. Nesse caso, serão confiscados muitos mais ativos pertencentes a países hostis do que os nossos recursos congelados em território europeu”, afirmou Volodin na sua conta do Telegram.

Volodin acusou os representantes europeus, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de tentarem manter, a todo o custo, os seus cargos com tais medidas.

“A partir da má situação financeira a que conduziram os seus países, começaram novamente a falar em roubar os recursos congelados do nosso país para continuar, à sua custa, a militarização de Kiev”, afirmou.

Ursula von der Leyen revelou na sexta-feira que apresentará “uma proposta para encontrar uma forma de utilizar a receita destes ativos que beneficiam atualmente um número limitado de instituições financeiras na União Europeia”.

“Estes lucros inesperados já são bastante substanciais. A ideia é juntá-los e canalizá-los através do orçamento da União Europeia ‘em bloco’ para a Ucrânia e para a reconstrução do país”, explicou Von der Leyen.

E acrescentou: “o valor destes ativos soberanos ascende a 211 mil milhões de euros. Politicamente, acordamos que, em última análise, a Rússia deve pagar pela reconstrução a longo prazo da Ucrânia”.

As autoridades russas já classificaram “de roubo” a decisão dos Estados Unidos da América de atribuir 5,4 milhões de dólares de ativos congelados a oligarcas russos para apoiar os veteranos ucranianos.

A União Europeia congelou cerca de 19 mil milhões de euros a oligarcas russos nos primeiros meses da operação militar que a Rússia iniciou na Ucrânia em fevereiro de 2022.

Além disso, o ocidente bloqueou um total de 300 mil milhões de dólares em reservas de ouro e divisas do Banco Central da Rússia.

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