Caixa Geral de Depósitos vai pagar 160 milhões pela nova sede no Parque das Nações

Banco público está perto de fechar a compra do edifício WellBe no Parque das Nações, que será a nova sede da instituição. Contrato de promessa será assinado em novembro. BdP também estava interessado.

O Banco de Portugal e a Caixa Geral de Depósitos disputaram o mesmo edifício de escritórios em Lisboa, o WellBe, para mudar as respetivas sedes. E foi o banco público quem ganhou a corrida.

O ECO sabe que o banco liderado por Paulo Macedo está prestes a fechar negócio para a compra do WellBe por valores que deverão situar-se entre os 160 e 170 milhões de euros, sendo que o contrato de promessa de compra e venda deverá ser assinado em novembro. O Parque das Nações será, então, o destino mais certo para a CGD quando sair das instalações na João XXI, algo que está previsto acontecer até 2026, para que o Governo ocupe o edifício.

O ECO apurou ainda que estão já em curso conversações para que o imóvel, em construção desde janeiro deste ano, seja adaptado às funcionalidades do banco. O WellBe é um dos vários projetos dos promotores belgas Atenor e Besix Red em Portugal e fica localizado na Avenida D. João II. As obras do edifício, que vai contar por 11 pisos com capacidade para 3.200 trabalhadores, devem ficar concluídas em 2025.

Com uma área total de 27.635 metros quadrados, além dos escritórios, o projeto do WellBe prevê espaços verdes, 1.240 metros quadrados destinados a lojas, 1.865 metros quadrados de terraços, a que se somam 267 lugares de estacionamento privado acrescidos de 129 lugares de estacionamento público, parque para bicicletas, duches e cacifos para os trabalhadores e ginásio.

Questionada pelo ECO a Caixa Geral de Depósitos disse que “não tomou uma decisão definitiva quanto à futura localização para a nova sede” e que “a decisão, quando existir, será partilhada com os stakeholders.

O mesmo edifício tinha despertado o interesse do Banco de Portugal, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO. O supervisor há largos meses procura uma solução para instalar os trabalhadores que estão hoje na Rua Castilho e na Avenida Almirante Reis.

Com o WellBe fora de hipótese, o regulador está agora a analisar outros cenários, sendo que a solução na Avenida de Berna será a menos provável. O ECO apurou que esta seria a que implicava uma despesa mais pesada e seria a mais demorada, tendo em conta que o terreno previsto na Av. de Berna está ocupado pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Nova pelo edifício onde durante anos funcionou o centro de recrutamento do Exército, havendo ainda uma parcela que está ocupada pelo hospital Curry Cabral.

Para acomodar o Banco de Portugal naquele local seria necessário demolir todos estes edifícios para reconstruir as novas instalações.

Em cima da mesa estão agora várias soluções. Uma delas é o terreno comprado em 2018 pelo Banco de Portugal por 42 milhões de euros, junto à Quinta de Bensaúde, na esquina entre a Avenida Lusíada e a Estrada da Luz. Outro cenário pode passar por outro edifício no Parque das Nações.

Há dois anos que o imóvel na Avenida Almirante Reis está em risco de queda de betão no chão, estando, desde então rodeado por andaimes, escreveu em 2021 o Público.

E em agosto, o Expresso escreveu que, segundo o portal Base, o supervisor contratou “serviços de consultoria para diagnóstico estrutural do Edifício Portugal, localizado em Lisboa”, mas que a remodelação custaria vários milhões.

Também no edifício da Rua Castilho o regulador vai ter uma fatura de 934 mil euros, acrescidos de IVA, com despesas de manutenção.

Ao ECO, o Banco de Portugal disse apenas que “a decisão sobre o novo edifício do Banco de Portugal mantém-se em estudo” recusando comentar o interesse no edifício WellBe.

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Quase 85% das cidades espanholas estão pendentes de adotar planos de mobilidade urbana sustentável

  • Servimedia
  • 25 Outubro 2023

De acordo com o Observatório de Zonas de Baixas Emissões da Universidade Alfonso X o Sábio, apenas Madrid cumpre a lei em relação ao acompanhamento do funcionamento das ZBE.

Quase 85% das cidades espanholas afetadas pela Lei de Mudança Climática e Transição Energética não cumprem a obrigação de adotar planos de mobilidade urbana sustentável antes de 2023.

Isso significa que apenas 25 das 149 cidades afetadas, que concentram também 80% da população espanhola, possuem Zonas de Baixas Emissões (ZBE), principalmente devido à falta de regulamentação e recursos, uma vez que muitas estão aguardando a chegada dos fundos Next Generation EU.

Essa é a conclusão do Observatório de Zonas de Baixas Emissões da Universidade Alfonso X o Sábio (UAX), elaborado pelos alunos de Engenharia de Estradas sob a supervisão de Ángel Sampedro, diretor da Área de Engenharia e Arquitetura da UAX, que nesta primeira fase analisa a viabilidade técnica e económica da implementação de Zonas de Baixas Emissões (ZBE) em um total de 40 municípios na Espanha.

A análise também detalha que a implantação dessas zonas somente reduziu a poluição local em Madrid e Barcelona, onde as emissões de dióxido de nitrogénio (NO2) diminuíram, embora não tenha sido possível demonstrar sua eficácia em relação aos gases de efeito estufa (GEI), que contribuem para o problema global.

“Em alguns desses 25 casos, as ações propostas se concentraram em estabelecer restrições à entrada, circulação e estacionamento de veículos mais poluentes. No entanto, essas medidas não avançaram além disso, o que significa melhorias locais na mobilidade, mas em nenhum caso podem ser consideradas um cumprimento da mencionada lei”, afirmou o diretor da Área de Engenharia e Arquitetura da Universidade Alfonso X o Sábio, Ángel Sampedro.

Além disso, o Observatório conclui que apenas Madrid cumpre a Lei de Mudança Climática e Transição Energética em relação ao acompanhamento do funcionamento das ZBE, graças à sua estratégia Madrid 360.

A Lei de Mudança Climática e Transição Energética obriga os municípios com mais de 50.000 habitantes e os territórios insulares a adotar Planos de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS), incluindo o estabelecimento de ZBE, antes de 2023. Nesse sentido, as conclusões do observatório confirmam que ainda há um longo caminho a percorrer.

“É difícil entender que mais de 80% dos municípios obrigados a implementar esse tipo de medidas não tenham sido capazes de iniciar os PMUS para os quais existem ajudas disponíveis, tanto a nível europeu como nacional, desde antes de 2006. Através do Observatório, pudemos concluir a viabilidade das ZBE em qualquer tipo de cidade, desde que sejam adequadamente consideradas as características específicas de cada estrutura urbana e desenvolvimento da mobilidade, portanto, não há motivo para não continuar trabalhando na implementação de planos sustentáveis que tenham um impacto positivo”, explicou Sampedro.

No âmbito da rentabilidade económica, o observatório estima que os investimentos necessários para implantar Zonas de Baixas Emissões eficientes estão entre 45 e 55 euros por habitante, dependendo do tipo de população. E aponta que, distribuídas ao longo de períodos de 2 a 8 anos, elas poderiam ter um retorno total ou parcial através das receitas geradas por medidas como estacionamento regulamentado, pagamento pelo uso de serviços, etc., ou através de sistemas de colaboração público-privada.

Após essa primeira análise, o Observatório de ZBE continuará seu trabalho durante 2023 para avaliar as ZBE que já estão sendo implantadas, suas opções de melhoria, sistemas de monitoramento ou análise de eficácia. Essa segunda fase também tem como objetivo oferecer medidas inovadoras para as cidades implantarem ZBE eficientes e alcançarem um modelo de cidade mais sustentável.

Conforme detalhado pelo UAX, o Observatório sobre Zonas de Baixas Emissões da UAX permite aos estudantes de Engenharia de Estradas conhecer e vivenciar o trabalho realizado em uma área de grande empregabilidade para sua especialidade. Além disso, é um trabalho multidisciplinar que enfoca o manejo e experimentação de como a tecnologia aplicada já funciona em outras cidades, enquanto os alunos adquirem conhecimentos sobre transformação digital, aspetos sociais e de comunicação, e uma visão global para propor novos modelos de cidade mais sustentáveis.

“É, em suma, um projeto baseado no modelo educacional #UAXmakers que caracteriza a universidade, no qual os alunos aprendem de forma efetiva por meio de experiências reais, contribuindo ao mesmo tempo para sua inserção no mercado de trabalho”, acrescentou.

O Observatório possui o Prêmio EMT ‘Muévete verde’, o Prémio da Associação de Empresas pela Mobilidade Sustentável, o reconhecimento externo da Fundação Renault e foi aceito no Pacto Global das Nações Unidas devido à utilidade das suas conclusões para impulsionar a implantação de ZBE.

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Portugal Exportador com atenções centradas na sustentabilidade

  • ECO
  • 25 Outubro 2023

A 18ª edição do maior evento de negócios do país decorreu no Centro de Congressos de Lisboa, a 19 de outubro.

Num dia marcado pela tempestade Aline, nem a chuva forte demoveu centenas de pessoas de marcarem presença em mais uma edição do Portugal Exportador, desta vez com especial enfoque na sustentabilidade e nos temas do ESG (fatores ambientais, sociais e de governança).

Precisamente por isso, a organização criou o Green Trade Lab, um espaço didático e esclarecedor que permitiu a troca de ideias com especialistas em ESG e a apresentação de casos de estudo em pequenas e médias empresas (PME) exportadoras.

No painel com o tema “E-como ser uma empresa verde?”, participaram Inês Santos (Forteams LAB), Pedro Ávila (Diretor Sustentabilidade Operacional da REN) e Joana Oliveira (Artevasi). Todos os intervenientes concordaram que, atualmente, os mais variados mercados internacionais impõem grandes requisitos em termos de sustentabilidade. No que toca à Artevasi, por exemplo, Joana Oliveira revela que já começou a produzir vasos com matéria-prima reciclada mas que “os custos do embalamento dificultam o processo”. Para Inês Santos, é “importante que eduquemos as gerações mais jovens” no que diz respeito à sustentabilidade. Uma opinião partilhada por Pedro Ávila, que considera ser urgente “que as pessoas estejam devidamente informadas”.

Já no painel “S –A relevância de devolver à sociedade”, foram a debate Rui Pedro Silva (Cork Supply), Filomena Frade (Louritex) e João Redol (Neutroplast). Rui Pedro Silva reafirmou que, dentro da Cork Supply, foram adotadas “estratégias para evitar o bullying corporativo”. Para Filomena Frade, “a prioridade é o S interno. Queremos que os nossos trabalhadores percebam que têm ali condições de trabalho que não são tão comuns quanto isso”. João Redol destacou a política da Neutroplast: “Para sermos melhores precisamos de ter as melhores pessoas e estar no melhor ambiente”.

Também houve espaço para falar de felicidade laboral no painel “Pessoas felizes, negócios de sucesso”, que levou ao palco Rita Cruz (Auchan), Lídia Tarré (Gelpeixe) e Luís Castanheira Lopes (Grupo Pestana). Todos salientaram que a indústria e a distribuição estão de parabéns pela forma como geriram e se adaptaram à covid-19. Para Lídia Tarré, “há que gerir com alma”. Luís Castanheira salientou o trabalho feito durante a pandemia: “Em 15 dias, o Grupo Pestana fechou 100 hotéis. Era preciso dar esperança às pessoas e a comunicação contínua e reiterada foi muito importante”. Rita Cruz garante que a Auchan quer ter um impacto cada vez mais positivo na sociedade e que, por isso, “já vende roupa em segunda mão e tem também a 2good2go2”.

E porque, sobretudo as PME, necessitam de ajuda financeira, o penúltimo painel do dia debateu as “Oportunidades de financiamento e apoio disponível às empresas”, com a presença de Pedro Wilton (Systemic) e Maria João Veiga Gomes (AICEP). Para Pedro Wilton, “as empresas têm cada vez mais dificuldades em obter financiamento se não explicarem o que se está a fazer em termos de ESG”. Já Maria João Vieira Gomes considera que “as empresas que queiram manter a competitividade têm de começar já hoje a captar investimento estrangeiro”.

O último painel do Green Trade Lab assentou no tema “Ganhar confiança com uma reputação na área da sustentabilidade” e contou com José Pedro Luís (CVA), Carlos Bessa (Corticeira Amorim) e Fernando Teixeira (FAPIL). José Pedro Luís assume que tem havido uma maior procura por parte das empresas no que diz respeito à consultoria em termos de estratégia relativamente à sustentabilidade. Para Carlos Bessa, a aposta no conhecimento é crucial e, por isso, “a Corticeira Amorim investe, em média, 11 milhões de euros por ano em investigação e desenvolvimento”. Fernando Teixeira garante que a FAPIL se preocupa imenso com “o que vai parar ao mar, a poluição. O plástico continua a ser um material sustentável, mas tem de ter um justo caminho. Todos nós somos chamados a intervir. Temos de juntar o melhor de cada um.”

De salientar que o grande objetivo do Portugal Exportador é a internacionalização das empresas portuguesas. Ao longo dos últimos 18 anos, a iniciativa já apoiou mais de 20 mil PME exportadoras.

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18ª edição do Portugal Exportador aborda ética empresarial

  • ECO
  • 25 Outubro 2023

Centrado nos temas da sustentabilidade, o Portugal Exportador deste ano teve, ainda, um espaço de debate dedicado à transparência e à ética das empresas.

Com a premissa de que, ao adotarem políticas sustentáveis, as empresas podem posicionar-se de forma mais favorável no mercado global e contribuir para um desenvolvimento económico mais sustentável e responsável, a grande novidade desta edição do Portugal Exportador foi a criação do GreenTradeLab. Trata-se de um espaço didático e esclarecedor que permitiu a troca de ideias com especialistas em ESG e a apresentação de casos de estudo em pequenas e médias empresas (PME) exportadoras.

O principal objetivo foi promover a utilização de práticas sustentáveis que agregam valor às PME, identificar as soluções sustentáveis adequadas às necessidades das mesmas e contactar diretamente com potenciais fornecedores de serviços que as ajudariam a dar o salto nas mais diversas áreas da sustentabilidade empresarial, tais como organismos de certificação, consultorias ambientais, especialistas em sustentabilidade, empresas de consultoria em eficiência energética e provedores de serviços de medição e monitoramento ambiental.

Ao longo do dia, foram vários os debates centrados na sustentabilidade e nos principais temas do ESG. Mónica Silvares, editora no ECO, moderou o último painel da manhã, cujo tema foi “G-Agir com ética e transparência”. Subiram ao palco Andrea Nunes (Grupo Constant), Isabel Fernandes (Vista Alegre) e João Pedro Tavares (ACEGE & Consultor PWN).

Isabel Fernandes considera que “as empresas têm de ser sérias e honestas em relação às capacidades e aos desafios que elas próprias enfrentam” e que “as políticas não podem só estar escritas e têm de estar acompanhadas de mecanismos de implementação e monitorização para ultrapassar qualquer enviesamento”. No caso da Vista Alegre, por exemplo, e tendo em conta que está ligada ao grupo IKEA, “agrega uma série de regras, aplicadas transversalmente a toda a cadeia”. Isabel Fernandes admite que muitas vezes podem surgir desafios na implementação dessas mesmas regras mas encara-os com otimismo: “Há sempre um desafio mas há sempre uma oportunidade”.

Para Andrea Nunes, o Grupo Constant assume um enorme compromisso no que se refere à contratação de colaboradores, sempre com atenções centradas na transparência. “Hoje em dia, o talento é escasso e isso afeta os processos de recrutamento. Há poucas respostas de candidatos e o que fazemos é mapeá-los, vemos o perfil de competências e abordamos os candidatos, nomeadamente através do Linkedin. Temos o papel difícil de convencer os candidatos de que os projetos são interessantes e têm futuro”. Além disso, Andrea Nunes assume que os jovens têm um papel cada vez mais importante no que toca ao ESG e não se inibem de dar feedback, nomeadamente no que diz respeito aos salários. Considera, porém, que “o salário hoje em dia acaba por não ser tão limitativo”.

Ainda assim, João Pedro Tavares diz que é urgente reestruturar a política salarial e mostra-se consternado pela queda do salário médio e a subida do salário mínimo. “Temos de fazer aqui uma remodelação total porque Portugal tem uma desigualdade salarial preocupante e é preciso fazer subir a base da pirâmide”, garante o consultor, ao mesmo tempo em que ressalva a transparência e a ética como essenciais para qualquer empresa que queira alcançar o sucesso. “As empresas não podem deixar de ser transparentes e têm de reportar a realidade. Não podem mostrar aquilo que não são”, refere.

Desde o início do Portugal Exportador, mais de 20 mil empresas exportadoras visitaram o evento.

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Ministra da Defesa reconhece “desafio grande” na atração de efetivos

  • Lusa
  • 24 Outubro 2023

Helena Carreiras diz que o país tem "de facto um desafio grande na atração e retenção de pessoal nas Forças Armadas. É um desafio de outros países, reconhecido pela tutela e chefes militares".

A ministra da Defesa reconheceu esta terça-feira que existe um “desafio grande” na atração de efetivos para as Forças Armadas, mas defendeu que tal se resolve com um conjunto alargado de medidas, como o aumento do suplemento da condição militar.

“Vale a pena simplesmente reconhecer que temos de facto um desafio grande na atração e retenção de pessoal nas Forças Armadas. É um desafio de outros países, reconhecido pela tutela e chefes militares, temos desenvolvido um trabalho importante de medidas para enfrentar esse desafio”, defendeu a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, em declarações aos jornalistas à margem de uma cerimónia que decorreu no Instituto da Defesa Nacional, em Lisboa.

A governante salientou que o trabalho que tem sido desenvolvido tem resultado em medidas como o recente aumento da componente fixa do suplemento da condição militar, de 30 para 100 euros, medida prevista na proposta do Orçamento do Estado para 2024 – que será ainda debatido e votado na Assembleia da República.

Além disto, Helena Carreiras defendeu outras medidas já postas em prática “que permitem aos militares dispor de um conjunto mais variado de situações para fazer o seu serviço militar, designadamente os quadros de praças no Exército e na Força Aérea” ou a “consolidação de um regime de contrato especial, o aprofundamento do trabalho da certificação e valorização profissional dos militares e o alinhamento desse trabalho de formação nas Forças Armadas com o Sistema Nacional de Qualificações”.

A governante salientou ainda o trabalho feito na “melhoria da habitabilidade das unidades militares”. “Uma grande variedade de medidas a que se soma evidentemente os aumentos salariais previstos para a Administração Pública”, que serão também aplicados aos militares, disse.

“É nesse conjunto complexo de medidas, trabalhadas pela tutela, pelas Forças Armadas, que encontramos a solução para pelo menos para uma parte destes problemas. Já que todos reconhecemos que há aqui uma questão que tem a ver com o mercado de trabalho, com o facto de estarmos em pleno emprego, com a maior concorrência no mercado de trabalho e que são mais estruturais, que vamos ter que enfrentar”, acrescentou.

A revisão das tabelas para a admissão de candidatos para as fileiras foi outra das medidas referidas pela ministra da Defesa que podem ajudar a “recrutar mais e melhor”. Questionada sobre as verbas contidas na proposta do Orçamento do Estado para 2024, Helena Carreiras considerou que “é um bom orçamento”.

“E que vai ajudar-nos a enfrentar estas questões de pessoal, mas também de modernização e sustentação dos nossos equipamentos e meios das Forças Armadas”, disse, referindo o aumento da dotação para as Forças Nacionais Destacadas previsto para o ano (mais dois milhões de euros) ou a duplicação da dotação para passes sociais para antigos combatentes e viúvas, no valor de 17 milhões, segundo a governante.

Interrogada sobre um memorando dirigido à ministra, noticiado pela Lusa no passado dia 12 de outubro, no qual o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Cartaxo Alves, alerta a governante que a atual situação de efetivos no ramo é “a mais grave dos últimos 50 anos”, Helena Carreiras respondeu que se trata de um “memorando interno privado” e que o ramo já “tomou providências”, estando “averiguações em curso”.

Sobre o facto de o Sistema de Segurança Interna (SSI) ter decidido elevar o grau de ameaça terrorista em Portugal de moderado para significativo, no contexto do conflito entre Israel e o Hamas, a ministra esclareceu que tal facto “não teve nenhum impacto em termos de alteração do grau de prontidão das unidades militares e das forças militares”.

Já sobre a deslocalização da área militar de Figo Maduro (AT1) e a utilização dessa área para a operação civil, como prevê proposta de OE 2024, Helena Carreiras afirmou que o ministério está a analisar a proposta e que “ser parte da solução”.

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Abolição das portagens está “cada vez mais longe”, diz ministra da Coesão

  • Lusa
  • 24 Outubro 2023

"Agora, não temos condições políticas, nem geopolíticas, nem de outro nível para continuar a reduzir muito as portagens. Isso tem de ficar bem claro”, disse Ana Abrunhosa.

A abolição das portagens nas antigas Scut “está cada vez mais longe de ser uma possibilidade”, disse esta terça-feira a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, na Covilhã.

À margem da conferência “Desafios da mobilidade em territórios de baixa densidade”, a governante sublinhou que a prioridade deve ser o incentivo à utilização de transportes coletivos e elétricos e não rejeitou que o valor nas antigas Scut (vias sem custo para o utilizador) não possa novamente ser reduzido, mas não prometeu.

“Não vou dizer que não vamos continuar a reduzir as portagens, mas também não vou prometer”, salientou Ana Abrunhosa, quando questionada sobre o assunto. A ministra da Coesão Territorial recordou que a redução do valor das portagens em 30% é implementada em janeiro e depois o Governo vai avaliando. “Vamos avaliando. Agora, não temos condições políticas, nem geopolíticas, nem de outro nível para continuar a reduzir muito as portagens. Isso tem de ficar bem claro”, vincou Ana Abrunhosa.

Segundo a governante, a diminuição anunciada em 28 de setembro dos custos de circulação na A22, na A23, na A24, na A25, na A4, na A13 e na A13-1 foi uma exceção, “justifica-se nestes territórios” e afirmou continuar a defender a redução. “Foi uma situação excecional, porque verdadeiramente não temos transportes coletivos em quantidade e em qualidade, mas devemos investir então para que haja esse transporte coletivo e incentivar as famílias a utilizar esse transporte coletivo e a deixar o transporte individual”, argumentou Ana Abrunhosa.

A ministra chamou a atenção para reações negativas à medida de entidades que consideraram estar a ser fomentada a carbonização e acrescentou que a margem do Governo para continuar a reduzir o valor das portagens está cada vez mais reduzida. “Eu acho que hoje esta não deve ser a medida prioritária de qualquer Governo, reduzir as portagens. A nossa margem política para o fazer está cada vez mais reduzida”, salientou.

De acordo com Ana Abrunhosa “a própria Comissão Europeia questiona” Portugal porque é que está “a fomentar o uso do veículo individual, ao reduzir as portagens”. A ministra enfatizou o custo de contexto que representam as portagens e acrescentou que o valor foi reduzido nos territórios do interior para permitir às pessoas “chegar com menos custos ao hospital, ao seu local de trabalho, ao centro de saúde, a um evento cultural”.

Sobre um eventual aumento do valor a pagar nas autoestradas no próximo ano, Ana Abrunhosa referiu ser “uma preocupação”, mas remeteu o assunto para o ministro das Infraestruturas, João Galamba. “Não me fica bem falar em nome de um ministro que neste momento está a fazer esse trabalho e essa negociação, que é o senhor ministro das Infraestruturas, mas é uma preocupação que todos temos, naturalmente”, disse.

O Governo anunciou em 28 de setembro que os veículos de classe 1 vão beneficiar de uma redução de 30% nas portagens na A22 (Via do Infante/Algarve), A23 (Beira Interior), A24 (Interior Norte), A25 (Beiras Litoral e Alta), A4 (Túnel do Marão), A13 e A13-1 (Pinhal Interior).

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“Uma vida palestiniana equivale a uma vida francesa”, diz Macron ao lado de Abbas

  • Lusa
  • 24 Outubro 2023

"Vejo e oiço o sofrimento da população civil em Gaza, e, para França, nada pode justificá-lo", disse o presidente francês, durante um encontro com o líder da Autoridade Palestiniana.

O líder palestiniano, Mahmud Abbas, apelou esta terça-feira ao presidente francês, Emmanuel Macron, para trabalhar no sentido de “fazer parar a agressão” à Faixa de Gaza, no 18.º dia da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas. “Exortamo-lo, presidente Macron, a fazer parar esta agressão”, disse Abbas, em declarações à imprensa após um encontro com o Presidente francês na sede da Autoridade Palestiniana em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.

“Vejo e oiço o sofrimento da população civil em Gaza, e, para França, nada pode justificá-lo”, respondeu-lhe Macron. “Uma vida palestiniana equivale a uma vida francesa que equivale a uma vida israelita”, acrescentou. O ataque do Hamas a Israel que fez, a 7 de outubro, mais de 1.400 mortos, na maioria civis, foi “também uma catástrofe para os palestinianos”, afirmou o chefe de Estado francês.

Enquanto Macron tinha invocado antes, em Jerusalém, o direito de Israel a defender-se, Abbas atribuiu a Israel “e aos países que o apoiam a responsabilidade pelo conflito”, sem citar o Hamas uma única vez. O dirigente palestiniano apelou, por outro lado, para a criação “de uma coligação internacional para a paz” e a realização de uma “conferência de paz internacional”, parecendo responder indiretamente à proposta feita horas antes por Macron de formar uma coligação internacional para “combater” o Hamas.

Abbas condenou duramente os bombardeamentos realizados por Israel à Faixa de Gaza, “que estão a matar civis inocentes de uma maneira bárbara”. Segundo as autoridades de Gaza, a forte retaliação israelita matou até agora 5.791 pessoas naquele enclave palestiniano pobre desde 2007 controlado pelo Hamas, grupo classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia (UE) e por Israel.

Perante Mahmud Abbas, Emmanuel Macron voltou a instar ao relançamento de um processo de diálogo político entre Israel e os palestinianos, depois de ter falado no assunto no início do dia, em Jerusalém. Para Macron, o futuro dos palestinianos passa por uma luta “impiedosa e sem ambiguidades contra o terrorismo”, e insistiu no reconhecimento mútuo dos direitos de Israel e dos palestinianos.

“Não haverá paz duradoura sem o reconhecimento do direito legítimo do povo palestiniano a um território e a um Estado. Não haverá paz duradoura se o povo palestiniano e as suas autoridades não reconhecerem o Estado de Israel e a importância da sua existência e da sua segurança”, sustentou o presidente francês.

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“Web Summit tem condições para decorrer com normalidade”, assegura Governo

Após a fuga das grandes tecnológicas, na sequência das polémicas posições de Paddy Cosgrave, o Governo português assegura que há condições para a Web Summit decorrer com "normalidade".

Apesar da fuga das grandes tecnológicas como a Google, Facebook e Amazon, na sequência da posição polémica de Paddy Cosgrave sobre o conflito entre Israel e o Hamas, o Governo português assegura que a Web Summit “tem condições para decorrer com normalidade”, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério da Economia esta terça-feira.

“Dando cumprimento ao acordo celebrado com a Web Summit, o Governo mantém-se assim empenhado na realização do evento, nesta e nas próximas edições, e tudo fará para que a iniciativa decorra como o previsto, em particular na mobilização das startups, cujo trabalho é fundamental para dar resposta aos desafios do futuro”, refere o Executivo.

Nos últimos dias, várias tecnológicas cancelaram a participação no evento de tecnologia que vai decorrer em Lisboa entre os dias 13 e 16 de novembro, incluindo as big tech Amazon Web Services, Meta (dona do Facebook), Alphabet (dona do Google), depois de o agora ex-CEO da Web Summit ter publicado na rede social X (ex- Twitter) que “os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando são cometidos por aliados, e devem ser chamados isso mesmo”.

A declaração de Paddy Cosgrave desencadeou uma reação imediata de Israel, que foi a primeira a retirar-se da conferência, seguindo-se depois fundos de capital de risco como a Sequoia e a VC e companhias tecnológicas.

Face aos acontecimentos que foram sucedendo, o ministro da Economia e do Mar realizou na semana passada um conjunto de contactos com os diferentes stakeholders do evento “para avaliar a situação e assegurar que continuam a existir as condições necessárias para a edição de 2023”.

António Costa Silva declara agora que as “informações recolhidas até ao momento” dão garantias para a realização do evento deste ano e sublinha a importância da Web Summit para a economia e para a transformação tecnológica do país.

(Notícia atualizada às 20h04)

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Israelita refém em Gaza já goza de nacionalidade portuguesa

  • Lusa
  • 24 Outubro 2023

Ofer Calderon foi raptado a 7 de outubro durante os ataques do grupo islamita do Hamas e levado para a Faixa de Gaza com dois filhos menores.

O advogado que requereu junto do Governo urgência na atribuição de nacionalidade portuguesa ao israelita Ofer Calderon, refém na Faixa de Gaza, confirmou esta terça-feira à Lusa que a questão “está resolvida”.

“Está resolvida a questão”, disse José Ribeiro e Castro, confirmando a informação avançada pela edição online do jornal Público de que “a Conservatória dos Registos Centrais (CRC) emitiu a certidão de nascimento a Ofer Calderon, o cidadão israelita que tinha requerido em 2021 a nacionalidade portuguesa ao abrigo da lei dos sefarditas”.

Sem avançar pormenores, Ribeiro e Castro adiantou que basta ter havido a emissão da certidão de nascimento pelo CRC para que o israelita possa beneficiar da dupla nacionalidade. Segundo o Público, Ofer Calderon foi raptado a 07 de outubro durante os ataques do grupo islamita do Hamas a Israel e levado para a Faixa de Gaza com dois filhos menores.

A agência Lusa tentou obter esclarecimentos junto do Ministério da Justiça sobre o processo de atribuição de nacionalidade a Ofer Calderon ao abrigo da lei dos sefarditas, tendo sido informada que não serão prestadas informações sobre este caso.

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Pulmonale alerta para a importância do rastreio do cancro do pulmão em nova campanha

"Chegar aos decisores políticos, aos líderes de opinião, a profissionais de saúde e ao público em geral" é o objetivo da campanha, que vai estar em televisão, digital e mupis.

Com o mote “Eu quero o poder do rastreio! Eu quero mudar o rumo do cancro do pulmão!”, a mais recente campanha de sensibilização da Pulmonale conta com o ator Diogo Faria e com a apresentadora Inês Carranca como protagonistas para alertar para a importância do rastreio.

A iniciativa antecipa o mês de sensibilização do Cancro do Pulmão (novembro) e alerta que a deteção precoce desta doença, através do rastreio, “é a chave para que os doentes tenham mais tempo e mais qualidade de vida”.

A Muche foi a responsável pela criatividade e gestão de meios. A campanha arranca esta quarta-feira em televisão e digital, mas marcará também presença em mupis. Está ainda prevista uma sessão pública sobre o rastreio do cancro do pulmão (28 de outubro) e dois eventos de rua (primeira semana de novembro).

O objetivo é transmitir à população que o rastreio populacional ainda não está implementado no nosso país e que, em conjunto, podemos unir esforços para que se torne uma realidade“, diz Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale, citada em comunicado, acrescentando que se pretende “caminhar para um novo paradigma do cancro do pulmão em Portugal”.

O objetivo é também “chegar aos decisores políticos, aos líderes de opinião, a profissionais de saúde e ao público em geral”, refere-se em nota de imprensa.

Segundo os dados divulgados na mesma nota, o cancro do pulmão é o que mais mata na Europa e em Portugal, sendo que em 2020 foram diagnosticados 5.415 portugueses com cancro do pulmão, tendo morrido 4.797 pessoas com esse diagnóstico, números que equivalem a 15 diagnósticos e 13 mortes diários.

Continuando o cancro do pulmão a apresentar uma “taxa de sobrevivência muito baixa” em comparação com outras neoplasias, a taxa de sobrevivência é ainda muito inferior quando este é detetado em estados já avançados, pelo que “o diagnóstico precoce continua a ser o método mais promissor na redução da mortalidade”, acrescenta-se em comunicado.

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Moedas quer devolver 4,5% do IRS aos munícipes de Lisboa já no próximo ano

  • Lusa
  • 24 Outubro 2023

"Aqui, em Lisboa, baixam-se os impostos, mas atenção: baixamos os impostos sem artimanhas, sem tirar de um lado para pôr noutro", frisou Carlos Moedas.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), defendeu esta terça-feira o aumento da devolução do IRS aos munícipes, de 3,5% para 4,5%, no orçamento municipal para 2024, afirmando que a redução de impostos na capital é “sem artimanhas”.

Em Lisboa, baixámos para 3,5% aquilo que é o devolver do IRS [Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares] e, este ano, no orçamento [para 2024] irei propor mais um ponto percentual, para 4,5% da devolução do IRS”, afirmou o social-democrata Carlos Moedas, no âmbito do debate sobre o estado da cidade realizado na Assembleia Municipal.

Falando no púlpito para os deputados municipais, o presidente da Câmara de Lisboa disse que os cidadãos estão, a nível nacional, “cansados de pagar impostos”, no entanto,”só agora é que o poder central deste país fala em baixar os impostos”. “Em Lisboa, já estamos a baixar os impostos desde que chegámos”, afirmou o autarca do PSD, enaltecendo o trabalho de dois anos de mandato da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), iniciado em 18 de outubro de 2021.

Aqui, em Lisboa, baixam-se os impostos, mas atenção: baixamos os impostos sem artimanhas, sem tirar de um lado para pôr noutro”, frisou Carlos Moedas, numa alusão às medidas do Governo (PS) na proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024). A devolução de impostos aos munícipes foi uma das promessas da candidatura da coligação “Novos Tempos” nas eleições autárquicas de 2021, em que Carlos Moedas derrotou o socialista Fernando Medina, mas sem conseguir maioria absoluta.

No primeiro orçamento municipal apresentado pela coligação “Novos Tempos”, para 2022, Carlos Moedas conseguiu a aprovação do aumento de 2,5% para 3% na devolução do IRS aos munícipes. No segundo orçamento, para 2023, foi aprovada a devolução de 3,5% do IRS. No debate sobre o estado da cidade, o social-democrata destacou a intervenção durante os dois anos de mandato, com a equipa de vereadores da coligação “Novos Tempos”, afirmando que esteve “a trabalhar de maneira incessante para a cidade”.

“Fizemos, nestes dois anos, mais do que falar, fizemos, cumprimos, concretizámos”, declarou Carlos Moedas, considerando que hoje se vive um problema na política: “Muitos políticos nos habituaram a fugir ao escrutínio, a procurar justificações sobre os seus erros, a procurar desculpas para dizerem às pessoas aquilo que prometeram, mas não fizeram”.

O autarca do PSD disse que a falta de cumprimento de promessas políticas “é o falhanço que existe hoje em Lisboa”, interpretando a sua vitória nas eleições autárquicas de 2021 como o reflexo de que as pessoas estavam “cansadas de 14 anos de governação socialista”. Entre os eixos de intervenção do seu mandato, Carlos Moedas sublinhou a inovação e a economia, em que houve “mais de 50 empresas multinacionais tecnológicas que se instalaram em Lisboa, vindas de 23 países diferentes, que anunciaram mais de 8.250 postos de trabalho”, sendo que, destas, 12 são empresas unicórnios.

O autarca indicou ainda o programa cultural “Um Teatro em Cada Bairro”, com a abertura de espaços em cinco freguesias, designadamente Avenidas Novas, Benfica, Estrela, Santa Clara e Carnide, e o investimento nos transportes públicos gratuitos para menores de 23 e maiores de 65 anos, que conta hoje com a adesão de “91 mil lisboetas”. “Ou seja, 17% da população em Lisboa não paga transportes públicos”, frisou.

“Fizemos 100 vezes mais na habitação”, afirmou, lembrando que este executivo assinou 560 milhões de euros para esta área e foram entregues, nestes dois anos, mais de 1.400 chaves, das quais “700 foram obra exclusiva deste mandato”, e no subsídio à renda foram apoiadas já 1.000 famílias.

O presidente da câmara destacou também a obra do Plano Geral de Drenagem, a redução dos tempos na aprovação de projetos de urbanismo, o programa de saúde Lisboa 65+, que conta com a adesão de 12 mil lisboetas, o investimento no apoio às pessoas em situação de sem-abrigo, o apoio às empresas após a pandemia, a inflação e as cheias, que beneficiou mais de 350 empresas, e o sucesso da Jornada Mundial da Juventude.

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Montenegro pede audiência urgente a Marcelo por causa da polémica na saúde

  • Lusa
  • 24 Outubro 2023

Para o líder do PSD, a declaração de Fernando Araújo relativamente ao mês de novembro, que é daqui a sete dias, é motivo para "intranquilizar a população portuguesa de uma forma transversal".

O líder do PSD pediu uma audiência urgente ao Presidente da República por ter ficado muito preocupado com o alerta do diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para a possibilidade de um “novembro dramático” no setor. Luís Montenegro disse já ter falado esta terça-feira telefonicamente com Marcelo Rebelo de Sousa, a quem solicitou uma audiência urgente que, segundo adiantou, poderá realizar-se na quarta-feira.

Relativamente à intervenção do diretor executivo do SNS, nós vemos com muita, muita, muita preocupação aquilo que o principal responsável pela gestão do sistema, do SNS, diz ao país, porque de uma assentada quer-nos parecer que isto é um grito ou de incapacidade, impotência para resolver a organização do SNS, nomeadamente a componente das urgências”, afirmou o líder social-democrata, que falava aos jornalistas após uma visita ao Hospital de Chaves.

Ou então – prosseguiu – “é um grito de desespero para que o poder político, o Governo, o Ministério da Saúde, o primeiro-ministro possa efetivamente dar condições de funcionamento a uma direção executiva que esteve um ano para ter os seus estatutos aprovados e que, manifestamente, não está confortável com a situação que tem diante de si”. O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde avisou, em entrevista ao jornal Público, que se os médicos não chegarem a acordo com o Governo, novembro poderá ser o pior mês dos últimos 44 anos no SNS.

Fernando Araújo considerou que os médicos têm de reclamar direitos, “mas de uma forma que seja eticamente irrepreensível”. Para o líder do PSD, a declaração de Fernando Araújo relativamente ao mês de novembro, que é daqui a sete dias, é motivo para “intranquilizar a população portuguesa de uma forma transversal”.

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