Para os seguradores o Líbano já está em guerra

  • ECO Seguros
  • 23 Outubro 2023

Só agora, com tensão na fronteira sul com Israel, as seguradoras libanesas pararam de aceitar riscos de guerra nas novas apólices. Saiba quais os passos que a indústria está a dar para se defender.

Para as seguradoras, o Líbano já não é um país de risco, “é um país em guerra” afirma Assaad Mirza, presidente da ACAL, associação das companhias de seguros libanesas que explicou ao jornal local LÓrient – Le Jour os passos que um país nesta situação pode dar.

Assaad Mirza, presidente da ACAL, associação das companhias de seguros libanesas, diz que são os resseguradores alemães, franceses e ingleses que decidem o que se pode ou não segurar no Líbano.

 

Para começar os riscos de guerra já não são cobertos nas apólices novas, mas serão respeitados esses termos nos contratos em vigor, caso tenham essas cláusulas.

De facto a análise de risco dos seguradores libaneses depende da mesma análise realizada pelos resseguradores alemães, franceses e ingleses que acabam por decidir a cada momento os limites do que se pode ou não fazer, diz Mirza.

O Fundo árabe de seguros contra os riscos de guerra (Awris), com sede no Bahrein, informou as companhias de seguros, há 10 dias, que o Líbano fazia parte dos países de alto risco, tendo em consideração a tensão na fronteira sul, com Israel, e que passava a considerar o país em estado de “Hold Over”. Este estado significa que o Awris vai avaliar caso a caso a cobertura de navios que transportam mercadorias para o Líbano. Também aqui não há efeitos retroativos para os contratos assinados até 13 de outubro que permanecem válidos. O Awris funciona como ressegurador de riscos de guerra no mundo árabe, tendo relações com as grandes resseguradoras mundiais, e visa proteger os negócios seguradores árabes e regionais.

Outros caso exemplar deu-se com a companhia aérea Middle East Airlines (MEA), que reduziu o número de voos para metade na sequência de as companhias de seguros passarem apenas a segurar 20% do valor estimado de cada avião em caso de sinistro ligado à situação de guerra.

Finalmente, também se abriu mercado para sobreprémios, tentando as seguradoras libanesas dar resposta à procura interna tardia por coberturas em seguros de edifícios. Há uma linha de resseguro em Londres que está a cobrar prémios por cobertura desse risco e essa oferta está a ser exposta aos segurados no Líbano.

O Líbano conta com 46 seguradoras ativas e em 2021 os prémios totais emitidos foram de cerca de 1,8 mil milhões de dólares. O mercado está pulverizado sendo líder a seguradora Bankers com 10,5% de quota de mercado, seguida da MedGulf e da Allianz com cerca de 7,6% cada uma.

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CA Vida foi patrocinador oficial da Corrida Sempre Mulher

  • ECO Seguros
  • 23 Outubro 2023

A missão social da seguradora teve início em 2011 com o lançamento do seguro de vida CA Mulher, um seguro dedicado especialmente às doenças oncológicas femininas.

No seu 25.º aniversário, a CA Vida renovou o seu apoio à Corrida Sempre Mulher “como patrocinador oficial pelo segundo ano consecutivo”. A iniciativa que angariou mais de 133 mil euros a favor da Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama, participaram na iniciativa, que se realizou na Zona do Parque das Nações em Lisboa, mais de 12.000 pessoas, avançou a seguradora num comunicado, esta segunda-feira.

A iniciativa solidária “alia a importância da atividade física à sensibilização da mulher para o rastreio e deteção precoce do cancro de mama” e angariou mais de 133 mil euros que revertem a favor da Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama, uma IPPS sem fins lucrativas e de utilidade pública, que presta serviços de “saúde especializados ao doente oncológico, nomeadamente com patologia mamária ou ginecológica”, lê-se no comunicado.

Sob o mote “a sua proteção vem sempre primeiro”, o apoio da seguradora à iniciativa reforçou a missão social da empresa: “proteger as pessoas”, desafiando os seus colaboradores e os colaboradores das Caixas Agrícolas e os seus familiares a participarem na corrida, para darem o primeiro passo para um “estilo de vida mais saudável e equilibrado”, lê-se no comunicado.

De acordo com o comunicado, a missão social da seguradora teve início em 2011, “com o lançamento do seguro de vida CA Mulher, um seguro dedicado especialmente às doenças oncológicas femininas”. Trata-se de um apoio financeiro “para quem lhe seja diagnosticada a doença, os tratamentos físicos e psicológicos e na melhoria da sua qualidade de vida, respondendo a necessidades como a aquisição de próteses mamarias, cabeleireiras e sutiãs, entre outras”, escreve a seguradora.

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Orbán compara adesão da Hungria à UE a quatro décadas de domínio soviético

  • Lusa
  • 23 Outubro 2023

"Felizmente, o que antes era uma tragédia agora é, na melhor das hipóteses, uma comédia. Felizmente, Bruxelas não é Moscovo. Moscovo foi uma tragédia. Bruxelas é apenas uma má paródia", disse Orbán.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, comparou a adesão do seu país à União Europeia a mais de quatro décadas de domínio soviético, durante um discurso esta segunda-feira para assinalar o aniversário do levantamento húngaro contra Moscovo em 1956.

Falando para um restrito grupo de convidados na cidade de Veszprem, Orbán acusou a União Europeia (UE) de tentar despojar a Hungria da sua identidade, impondo um modelo de democracia liberal que, segundo o governante, os húngaros rejeitam e que se assemelha aos dias da dominação soviética. “Hoje surgem coisas que nos lembram os tempos soviéticos. Sim, acontece que a história se repete”, disse Orbán no evento, do qual todos os meios de comunicação foram excluídos, exceto os estatais.

“Felizmente, o que antes era uma tragédia agora é, na melhor das hipóteses, uma comédia. Felizmente, Bruxelas não é Moscovo. Moscovo foi uma tragédia. Bruxelas é apenas uma má paródia contemporânea”, acrescentou. O feriado nacional de 23 de outubro comemora o início de uma revolta popular em 1956 contra a repressão soviética que começou na capital, Budapeste, e se espalhou por todo o país.

Depois de o líder estalinista da Hungria ter sido deposto com sucesso e das tropas soviéticas terem sido forçadas a sair da capital, uma diretiva de Moscovo enviou o Exército Vermelho de volta a Budapeste e reprimiu brutalmente a revolução, matando cerca de 3.000 civis e destruindo grande parte da cidade. Orbán, um defensor de uma forma alternativa de governação populista que chama de “democracia iliberal”, há muito que aproveita o feriado para reunir os seus apoiantes.

Nos últimos anos, aproveitou a ocasião para traçar paralelos entre as tentativas da UE de fazer com que a Hungria cumprisse as suas regras em matéria de corrupção e democracia e a repressão que o país enfrentou sob a ocupação soviética no século XX. “Tínhamos de dançar ao som que Moscovo assobiava”, disse Orbán sobre os dias da Hungria no Bloco de Leste. “Bruxelas também apita, mas dançamos como queremos e, se não quisermos, não dançamos”.

O feriado, que ocupa grande importância na memória histórica da Hungria como uma luta pela liberdade contra a repressão russa, ocorre num momento em que a guerra se intensifica na vizinha Ucrânia, onde Moscovo ocupou grandes áreas do país e anexou ilegalmente quatro regiões. Orbán, que tem uma relação próxima como Presidente russo, Vladimir Putin, fez um lóbi vigoroso contra o bloco dos 27 nas sanções a Moscovo, embora o líder nacionalista tenha votado a favor de todos os pacotes propostos.

Na semana passada, Orbán reuniu-se com Putin antes de um fórum internacional em Pequim, uma reunião que se concentrou no acesso da Hungria à energia russa. Os líderes europeus, bem como outros membros da aliança militar da NATO, como os Estados Unidos, expressaram preocupação pelo facto de Orbán se ter reunido com Putin, apesar de ter sido emitido um mandado de prisão internacional contra o líder do Kremlin por alegados crimes de guerra na Ucrânia.

“A Hungria nunca quis confrontar a Rússia. A Hungria sempre esteve ansiosa por expandir contactos”, disse Orbán a Putin, de acordo com uma tradução russa das suas observações transmitida pela televisão estatal. No domingo, o diretor-geral da Gazprom, Alexei Miller, anunciou que a multinacional russa de gás fornecerá volumes adicionais de gás à Hungria durante o inverno.

“Haverá volumes adicionais significativos para o mercado húngaro. Este ano, o volume adicional já ascendeu a 1,3 mil milhões de metros cúbicos de gás. E temos um acordo para fornecer volumes adicionais numa base contínua durante o período outono-inverno”, afirmou. Orbán disse hoje que acreditava que a governação na UE poderá ser reformada através de eleições para o Parlamento Europeu marcadas para junho de 2024. “Moscovo era irreparável, mas Bruxelas e a União Europeia ainda podem ser consertadas”, declarou.

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Mota-Engil fecha contrato de 300 milhões com a brasileira Petrobras

Construtora portuguesa assinou, em consórcio com a Ocyan, um contrato de cerca de 300 milhões de euros para a “revitalização da malha de gás da Petrobras”, ao largo do Rio de Janeiro.

A Mota-Engil fechou, em consórcio com a Ocyan, um contrato de cerca de 300 milhões de euros com vista à “revitalização da malha de gás da Petrobras”, ao largo do Rio de Janeiro, no Brasil, segundo informou esta segunda-feira em comunicado enviado ao mercado.

O contrato, adianta a construtora portuguesa, “marca a expansão da empresa nas atividades de Oil & Gas e em projetos de EPCI offshore, os quais incluem Engenharia, Construção, Aquisição e Instalação de equipamentos”.

As operações, que deverão durar cerca de quatro anos e meio, preveem atividades offshore junto às plataformas de Namorado e Garoupa (PNA-1 e PGP-1), “que incluirão a instalação de diversos equipamentos submarinos que permitirão a distribuição e ramificação de gases ou líquidos e dutos flexíveis”.

O grupo construtor liderado por Carlos Mota Santos destaca que, para lá desta adjudicação, já celebrou neste segundo semestre novos contratos ou aditamentos a contratos existentes na América Latina num valor total de cerca de 350 milhões de euros.

“Com as adjudicações acima anunciadas, o grupo continua a consolidar a atividade a realizar nos próximos anos em patamares historicamente elevados, alargando ao mesmo tempo, em dimensão e rentabilidade, a presença nos principais mercados da região”, refere a Mota-Engil no comunicado partilhado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No final do semestre, a carteira de encomendas da Mota-Engil representava 12,6 mil milhões de euros.

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“Marcas devem começar já a construir relação com a Geração Z”

O debate sobre a geração Z e o marketing digital entre profissionais do setor decorreu no âmbito do congresso “Antecipar o Futuro, Descodificar as Mudanças”, promovido pela APODEMO.

A geração Z cobre e exige mais das marcas, pelo que estas devem começar desde já a investir na construção de uma relação com esta geração, defendeu Sofia Alves, head of digital and data da Dentsu, numa mesa redonda dedicada ao tema “Novas soluções: Geração Z e Marketing Digital”. O debate estava enquadrado no congresso “Antecipar o Futuro, Descodificar as Mudanças” promovido pela APODEMO (Associação Portuguesa Empresas de Estudos Mercado e Opinião).

Segundo Sofia Alves, a geração Z é uma “geração que exige muito das marcas e exige que as marcas não digam só que são alguma coisa, mas que o mostrem. É uma geração que cobra às marcas aquilo que elas se comprometem a fazer e que dizem que são“.

Neste sentido, se as marcas querem alcançar aqueles que serão os principais consumidores do futuro, “devem já começar a construir esta relação com esta geração Z“, defendeu.

Já Inês Mendes da Silva, CEO da Notable, diz que esta é uma geração que procura por reviews, autenticidade, transparência e um propósito.

“Não querem fazer uma opção de compra só pela qualidade do produto mas pela mensagem que está indexada ou pelo esforço que a empresa faz numa série de questões, seja ambientais ou sociais, porque esta é uma geração muito preocupada com as questões do futuro e do planeta”, afirmou, acrescentando que “são pessoas com um pensamento completamente diferente do nosso”.

Foto: Edgar Coelho

Por seu lado, Patrícia Coelho, diretora de marketing da Control, entende que esta é uma geração que cria ligações com as marcas, pelo que se estas forem transparentes, claras e cumprirem com o que dizem, “eles não as largam”. “Há aqui uma dedicação com a própria marca. E esta ligação emocional torna-se mais relevante com a geração Z“, afirmou.

Também neste sentido, Manuel Albuquerque, CEO e co-fundador da Primetag acredita que esta geração não se liga à marca mas sim aos valores da marca, questão que é depois transmitida para os influencers e para o seu trabalho.

Sofia Alves defendeu também que se as marcas querem produzir conteúdo relevante, estas têm de ser rápidas e ter flexibilidade. Isto porque, “se o processo de validação de um conteúdo de uma empresa tiver de passar por 27 pessoas diferentes e demorar cinco dias a sair”, quando o mesmo for lançado “já não é relevante”, exemplificou.

A rapidez com que tudo evolui torna muito mais difícil para as marcas conseguirem ser relevantes“, acrescentou.

Quanto a uma “nuvem negra” que possa pairar sobre as marcas – como o medo de serem canceladas – Manuel Albuquerque considera que esse é um “perigo” que realmente existe atualmente para as marcas e que o mesmo é ampliado pelas redes sociais.

Estas redes, defendeu o responsável da Primetagque, têm um “efeito torpedo“, que faz a mensagem replicar-se mais rápido do que nunca, pelo que “muitas vezes podemos ser apanhados na curva de não estarmos a par de uma questão”, algo que é um “desafio” para a comunicação das marcas.

Segundo a diretora de marketing da Control, os conteúdos das marcas têm de ser coerentes com os seus valores, sendo que se isso acontecer não haverá “cancelamento” ou outros fatores que possam atacar a marca. Ainda sobre este tema, considera que as marcas devem ter opinião sobre o que são os seus próprios valores mas devem afastar-se de “certas discussões”.

Já Sofia Alves considera que esta rapidez é também uma oportunidade de viralidade, pelo que um determinado acontecimento pode ser aproveitado por uma marca para ter um “boom” de reconhecimento e criar tendências. Para a head of digital and data da Dentsu, um mundo e informação cada vez mais rápidos pode ser “arriscado” mas é também “desafiante” e traz consigo “um grande potencial”.

Sobre este tema, Inês Mendes da Silva considera que as marcas têm de ter “muita consciência” do mundo em redor e do facto de as pessoas estarem “muito sensíveis”, relembrando que uma marca demora anos a construir uma reputação mas pode perdê-la de um momento para o outro. No entanto, as marcas não podem ser silenciadas, pois quem não comunica, desaparece, considera a CEO da Notable, acrescentando que, quando se erra, o melhor às vezes é mesmo a humildade de reconhecer o erro.

Foto: Edgar Coelho

Quanto ao futuro Patrícia Coelho considera que os algoritmos estão a fazer uma separação de realidades e a fazer com que cada vez mais existam diferentes tipos de consumidores, pelo que as marcas vão precisar cada vez mais de dados para fazer face a esse desafio. No entanto, “transparência”,rapidez de atuação” e “estar preparado para o inesperado“, podem ser boas receitas para o futuro das marcas, defendeu.

Já para uma marca de distinguir das outras, a responsável pelo marketing da Control – embora não esquecendo que o digital é “fundamental” – continua a acreditar na importância da presença física, em particular na criação de ações disruptivas que puxem as pessoas “para junto da marca e dos seus valores”.

Indo ao encontro da ideia sustentada pela diretora de marketing da Control, o CEO e co-fundador da Primetag considera que o futuro vai ser cada vez mais multiplataforma pelo que as marcas vão precisar cada vez mais dos dados para tomar decisões.

Enquanto Inês Mendes da Silva defendeu que o futuro vai ser ainda mais rápido, globalizado e com menor contacto físico, Sofia Alves disse que a relevância da marca vai assumir uma importância crescente porque, com a existência de mais tendências e plataformas, os consumidores vão ser cada vez mais criteriosos na escolha de onde investir o seu tempo.

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Rede de carregamentos para carros elétricos e a hidrogénio vai precisar de 1,7 mil milhões até 2050

Mobi.E prevê que até 2050, a rede nacional precise de 82 mil pontos de carregamentos, a maioria destinada aos veículos ligeiros. Estações a hidrogénio serão 37 em todo o país, em 2030.

A Mobi.E, operadora da rede de carregamento em Portugal, prevê que sejam necessários 1,7 mil milhões de euros até 2050 para reforçar a rede elétrica com 72 mil novos pontos e estações a hidrogénio a nível nacional, isto para que o país esteja alinhado com o regulamento europeu, infraestruturas para combustíveis alternativos (AFIR). As contas incluem pontos de carregamento para veículos ligeiros, pesados e estações de hidrogénio.

A estimativa foi apresentada esta segunda-feira, no âmbito de um estudo conduzido pela Mobi.E, que traça a evolução do setor até 2050. Segundo a entidade, do investimento total previsto para reforçar a rede até meados do século, 1,4 mil milhões serão destinados para reforçar o número de pontos de carregamentos para veículos ligeiros de passageiros, enquanto 126 milhões euros serão destinados a reforçar os pontos de carregamento para veículos pesados.

Neste momento, o país conta com 5.766 pontos de carregamento, tendo ultrapassado a meta intermédia de 5.250 definida para 2022. Até 2025, a expectativa é de aumentar esse valor para os 9.044, ainda que, ao Capital Verde, a Mobi.E tinha previsto que em 2024 chegasse aos 10 mil pontos.

Mas para a Mobi.E importa ir mais além e considerar também o hidrogénio, ainda que seja considerada como uma “tecnologia pouco matura” e rodeada de “incerteza”. O Roteiro e Plano de Ação para o Hidrogénio prevê uma meta de 1% a 5% de hidrogénio verde no consumo de energia do transporte rodoviário em 2030 e, segundo a Mobi.E, embora existam condições para a concretização desses objetivos, “o ritmo da sua concretização tem que ser acelerado”.

Aos olhos da operadora da rede de carregamento, no que toca ao hidrogénio, a “rede ainda está totalmente por concretizar, e será de esperar uma alteração significativa nos próximos anos”. Assim, a entidade prevê que sejam necessários 219 milhões de euros para a inauguração de 37 pontos de abastecimento a hidrogénio até ao final da década, não adiantando detalhes quanto às previsões para meados de século.

Segundo a Mobi.E, este investimento total de 1,7 mil milhões de euros resultaria numa poupança de 3,3 mil milhões de toneladas de CO2, o que, por sua vez, se traduz num benefício económico de 1,9 mil milhões de eurosacima dos custos estimados de investimento para a rede de carregamento.

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Regime português para pensionistas estrangeiros é dos mais prejudiciais da UE

Benefício é considerado o quarto mais nocivo para as contas públicas num ranking de 25 regimes de 17 países da União Europeia. O Orçamento do Estado para 2024 prevê o fim destes incentivos.

O regime fiscal português para pensionistas estrangeiros que queiram viver no nosso país é quarto mais prejudicial para o Estado entre os países da União Europeia (UE), conclui o Relatório Global sobre Evasão Fiscal 2024 do Observatório Fiscal da UE, divulgado este domingo. Recorde-se que a proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2024 prevê a eliminação deste sistema especial não só para reformados imigrantes mas também para trabalhadores que passem a residentes não habituais.

O ranking dos piores sistemas fiscais analisa não só as perdas na arrecadação de impostos mas também o nível de injustiça tributária, traduzida em benefícios fiscais, entre grupos de contribuintes em 25 regimes especiais de 17 países da UE. Empatados com Portugal no quarto lugar dos sistemas mais nefastos, estão o Chipre, quanto às borlas fiscais dadas aos reformados estrangeiros, Dinamarca e Itália, já em relação aos regimes especiais para residentes não habituais, de acordo com o mesmo relatório, cujo prefácio é assinado pelo economista norte-americano Joseph Stiglitz.

Piores que Portugal estão Grécia e Itália, que lideram a lista dos regimes mais nocivos, Suíça, que está em segundo lugar, e Chipre, em terceiro.

Também em relação ao regime fiscal para os residentes não habituais, que se destina a trabalhadores, Portugal pontua mal, segundo o Observatório Fiscal da UE, ainda que este sistema seja menos pernicioso comparativamente com o dos pensionistas estrangeiros. Neste ponto, o regime português é o quinto pior, estando ao mesmo nível do Luxemburgo, Suécia, França, Chipre, Espanha, Holanda e Irlanda.

Fonte: Observatório Fiscal da UE

 

Na avaliação dos 25 regimes, o Observatório teve em conta a duração do incentivo, os patamares mínimos de rendimento, a exigência de atividade profissional e tamanho do benefícios fiscal. Assim, quanto mais duradouros forem os regimes, maiores benefícios proporcionarem e menos condições de acesso exigirem, como montante mínimo de rendimento ou necessidade de comprovativo da atividade profissional, maior será o grau de malefício para o país, explica o Observatório. No caso português, um regime demasiado longo que permite benefícios muito altos foi o que mais pesou negativamente na avaliação final.

Em 2022, a despesa fiscal com regime de IRS dos residentes não habituais cresceu, em Portugal, 18,5%, para os 1.507,9 milhões de euros. Um ano antes, o valor totalizava os 1.271,8 milhões, de acordo com o relatório da despesa fiscal enviado ao Parlamento.

Este regime permite aos trabalhadores, com atividades consideradas de elevado valor acrescentado, pagarem uma taxa especial de 20% de IRS sobre os rendimentos das categorias A (trabalho por conta de outrem) e B (trabalho independente). Já os reformados pagam uma taxa de 10% de IRS sobre as suas pensões.

Os dados compilados pelo Observatório Fiscal da UE não estão tão atualizados e reportam-se a 2020. Assim, e analisando o custo anual suportado por 15 países da União Europeia com 18 regimes especiais diferentes, Portugal surge em terceiro lugar como o país que mais dinheiro perde com os incentivos fiscais para residentes não habituais, incluindo pensionistas. Segundo o relatório, a despesa fiscal em 2020 foi de 893 milhões de euros. A completar o pódio estão o Reino Unido, com gastos de 3,2 mil milhões de euros e Holanda que paga uma fatura de 1,1 mil milhões de euros.

Fonte: Observatório Fiscal da UE

 

Em relação ao benefício médio concedido por contribuinte, Portugal cai alguns degraus na tabela para a sexta posição com um incentivo anual de 32.616 euros. A liderar o ranking, está a Itália, que permite atribuir um benefício de 156.896 euros por pessoa, no caso do regime para residentes com rendimentos superiores a 500 mil euros. Em segundo lugar, surge a Itália com um desconto fiscal de 128.266 euros, desde que o beneficiário tenha uma riqueza superior a 500 mil euros.

Nos últimos 15 anos, muitos países introduziram regimes fiscais preferenciais para atrair grupos socioeconómicos específicos. O Observatório Fiscal dá conta que, “desde 1995, o número de regimes especiais de imposto sobre o rendimento das pessoas singulares aumentou de cinco para 28 na UE e no Reino Unido”.

A organização reconhece que esta é “uma estratégia que pode melhorar a arrecadação de impostos e impulsionar a atividade doméstica”. Mas, globalmente, é uma política negativa: “os contribuintes, que são atraídos para um país, reduzem a base tributária na mesma proporção noutro país e a tributação global acaba por cair”, conclui o Observatório Fiscal da UE.

Por outro lado, “os regimes fiscais especiais reduzem a progressividade dos impostos e alimentam desigualdades”, destaca o organismo, sinalizando ainda que “benefícios fiscais elevados representam altos custos fiscais para os governos”.

Observatório defende taxa de 2% sobre os multimilionários

O grupo de investigadores do Observatório propõe que os cerca de três mil multimilionários existentes no mundo paguem uma taxa de imposto fixa de 2% sobre a sua riqueza, tendo em conta a reduzida tributação destes contribuintes.

“Os multimilionários têm taxas de imposto efetivas equivalentes a 0% a 0,5% da sua riqueza, porque usam frequentemente empresas de fachada para evitar o imposto sobre o rendimento”, conclui o relatório sobre evasão fiscal.

Até o momento, “nenhuma medida séria foi tomada para resolver esta situação, que corre o risco de minar a aceitação social dos sistemas fiscais existentes”, alerta o documento.

Taxar os milionários em 2% permitiria arrecadar anualmente perto de 250 mil milhões de dólares ou 234,7 mil milhões de euros, segundo as estimativas do Observatório que sugere ainda “um imposto mínimo reforçado sobre empresas multinacionais, livre de exceções”. Esta tributação daria um adicional de 250 mil milhões de dólares ou 234,7 mil milhões de euros por ano.

Para se ter uma ideia da magnitude dos montantes envolvidos, “estudos recentes que indicam que países em vias de desenvolvimento precisam anualmente de 500 mil milhões de dólares ou de 469,4 mil milhões de euros em receitas públicas adicionais para enfrentar os desafios das alterações climáticas, necessidades que poderiam ser satisfeitas através destes dois novos impostos”, defende o Relatório Global sobre Evasão Fiscal de 2024.

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Rússia diz “levar a sério” ameaça da Letónia de fechar Mar Báltico

  • Lusa
  • 23 Outubro 2023

"Qualquer ameaça deve ser levada a sério, não importa de quem venha. Ameaças à Federação Russa são inaceitáveis", assegurou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O Kremlin garantiu esta segunda-feira que a Rússia “leva muito a sério” a posição da Letónia, que admitiu fechar o Mar Báltico aos navios russos caso seja comprovada a participação de Moscovo na explosão do gasoduto Balticconnector.

“Qualquer ameaça deve ser levada a sério, não importa de quem venha. Ameaças à Federação Russa são inaceitáveis”, assegurou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, repetindo que “a Rússia não teve nada a ver” com a explosão no gasoduto.

No início do mês, os operadores finlandeses e estónios do Balticconnector alertaram para uma queda inesperada de pressão neste gasoduto subaquático, o que levou a investigações para determinar a origem e esclarecer se poderia ter sido devido a algum tipo de acidente intencional, tal como a sabotagem dos gasodutos Nord Stream.

Peskov também se referiu às palavras do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que afirmou recentemente que o mundo precisava de uma nova ordem. “Estamos absolutamente de acordo. (…) Esta é uma rara ocasião em que concordamos absolutamente com o que ele disse”, referiu Peskov.

No entanto, o porta-voz do Kremlin esclareceu que esta nova ordem deve basear-se em “princípios completamente diferentes” daqueles defendidos por Washington, que “de uma forma ou de outra (…) tem em mente uma ordem mundial centrada nos Estados Unidos”.

“Deve haver uma ordem mundial baseada no direito internacional, não em ‘regras’. Deve basear-se no respeito e benefício mútuos, na não interferência nos assuntos internos de cada um”, explicou Peskov.

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Alguns parceiros de Web Summit reverteram decisão de boicote, diz organização

  • Lusa
  • 23 Outubro 2023

"Vendemos mais de 1.000 bilhetes na semana passada" e "temos mais de 300 parceiros" a chegar, indicou fonte oficial.

A Web Summit vai contar com “mais de 300 parceiros”, alguns dos quais que estavam a ponderar a presença regressaram ao evento “e reverteram a sua decisão”, afirmou esta segunda-feira à Lusa fonte oficial sem avançar nomes.

No sábado, o cofundador da Web Summit Paddy Cosgrave demitiu-se do cargo depois de várias empresas cancelarem a participação no evento, em Lisboa, na sequência de afirmações que fez sobre o conflito que envolve Israel e a Palestina. A cimeira tecnológica, que arranca em 13 de novembro na capital portuguesa, vai acontecer “e esperamos receber até 70.000 pessoas em Lisboa com um programa completo”, acrescentou fonte oficial.

“Vendemos mais de 1.000 bilhetes na semana passada” e “temos mais de 300 parceiros” a chegar, prosseguiu. “Alguns dos parceiros que estavam a deliberar voltaram a bordo e reverteram a sua decisão”, salientou a mesma fonte, sem avançar com os nomes. No sábado, no anúncio da renúncia, Paddy Cosgrave afirmou: “Infelizmente, os meus comentários pessoais tornaram-se uma distração do evento”.

“Peço novamente sinceras desculpas por qualquer mágoa que tenha causado”, acrescentou. Paddy Cosgrave escreveu em 13 de outubro na rede social X (antigo Twitter) uma publicação que deu origem a várias críticas. “Estou impressionado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com a exceção particular do Governo da Irlanda, pela primeira vez estão a fazer a coisa certa. Os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados e devem ser denunciados pelo que são”, disse, na altura, Paddy Cosgrave em alusão conflito entre Israel e o Hamas.

Depois da onda de críticas, Paddy Cosgrave pediu desculpas, o que não impediu que várias empresas cancelassem a sua participação na Web Summit. Entre as empresas que anunciaram, na altura, o cancelamento, estavam a Amazon, Meta, Google, Intel, Siemens e a investidores israelitas que já tinham anunciado antes que não participariam no evento. A edição deste ano da Web Summit vai ter um “recorde” de participação de startups, 2.600 no total.

Este é “o maior número da nossa história”, sublinhou a mesma fonte. Em resumo, a cimeira tecnológica conta com mais de 300 parceiros, 800 investidores, 2.600 startups e 2.000 media confirmados. Desde sábado, a Web Summit registou contactos de pessoas à procura de bilhetes para a edição que decorre dentro de três semanas.

Entretanto, as equipas da Web Summit estão desde esta manhã no local onde decorrerá o evento para montar e preparar o espaço. “No total, mais de 6.000 pessoas estarão envolvidas na construção do local e na realização do evento, que tem uma área total de mais de 200.000 metros quadrados”, segundo a organização.

Entretanto, a Web Summit vai nomear um novo CEO (presidente executivo) o mais depressa possível, mas ainda não há data marcada para o anúncio.

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Erdogan submete adesão da Suécia à NATO ao parlamento turco

  • Lusa
  • 23 Outubro 2023

Neste momento, faltam as ratificações da Turquia e da Hungria para a Suécia entra no clube da NATO.

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, submeteu ao parlamento nacional um protocolo para a adesão da Suécia à NATO para ratificação, indicou esta segunda-feira o seu gabinete.

Erdogan tem estado a adiar a ratificação da admissão da Suécia na NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) como membro de pleno direito, acusando Estocolmo de ser demasiado branda com os rebeldes curdos e outros grupos que considera constituírem ameaças à segurança. A Turquia também ficou irada com uma série de manifestações ocorridas na Suécia que incluíram a queima de exemplares do Corão, o livro sagrado do Islão.

Os 31 Estados-membros da NATO devem apoiar por unanimidade a adesão da Suécia. Neste momento, faltam as ratificações da Turquia e da Hungria. Um breve comunicado da direção de comunicação presidencial indicou que Erdogan tinha assinado o protocolo sobre a admissão da Suécia na Aliança Atlântica, que em seguida foi submetido à Grande Assembleia Nacional da Turquia (designação do parlamento turco).

Desconhece-se, contudo, quando é que a adesão da Suécia será votada. A Suécia e a vizinha Finlândia abandonaram décadas de não-alinhamento militar depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter ordenado às tropas da Rússia que invadissem a Ucrânia, em fevereiro de 2022, procurando proteção sob o “guarda-chuva” de segurança da NATO. A Finlândia aderiu à aliança militar em abril deste ano.

No início de outubro, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, instou a Turquia a ratificar rapidamente a adesão da Suécia à organização de defesa ocidental. “Muitos aliados gostariam de ver progressos rápidos quanto a esta ratificação”, disse Stoltenberg à agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), depois de presidir a uma reunião dos ministros da Defesa da NATO em Bruxelas. “A Suécia cumpriu o que prometeu, e agora precisamos da ratificação da adesão sueca”, frisou.

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Chega pede a Marcelo que solicite fiscalização preventiva do aumento do IUC

  • Lusa
  • 23 Outubro 2023

André Ventura defende que a medida “é absolutamente inconstitucional por violar o princípio da proporcionalidade”.

O Chega apelou esta segunda-feira ao Presidente da República para que solicite ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva do aumento do Imposto Único de Circulação (IUC) e propôs um aumento máximo de 25% em quatro anos, caso o Governo insista na medida.

“Pedimos, apelamos, ao senhor Presidente da República que submeta ao Tribunal Constitucional preventivamente este aumento do IUC por violação flagrante da Constituição”, apelou o presidente do Chega, André Ventura, em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.

O líder do Chega defendeu que esta medida, prevista na proposta do Orçamento do Estado para 2024 que ainda vai ser debatida e votada no parlamento, “é absolutamente inconstitucional por violar o princípio da proporcionalidade”. No entanto, caso o Governo “insista na cegueira de aumentar o IUC”, o Grupo Parlamentar do Chega vai propor que o executivo socialista “aceite uma cláusula máxima de aumento de 25% ao longo dos próximos quatro anos”.

André Ventura disse ainda que o partido vai organizar no dia 4 de novembro “um enorme protesto nacional” no Marquês de Pombal, em Lisboa, contra o aumento do IUC – que estava inicialmente pensado para a frente da sede do Ministério das Finanças, mas foi alterado devido a “razões de segurança”. O líder do Chega admitiu que “ainda tem esperança” que o primeiro-ministro, António Costa, “aceite alguma reversão nesta matéria”.

“Mas se essa esperança não se concretizar, e se o ministro das Finanças se mantiver intransigente neste domínio, esperamos mesmo que todos os portugueses possam protestar contra este brutal aumento de impostos”, apelou.

Em causa está uma medida do OE2024 que altera as regras de tributação, em sede de IUC, para os veículos da categoria A de matrícula anterior a 2007 e motociclos (categoria E), determinando que estes deixem de ser tributados apenas com base na cilindrada (como sucede atualmente), passando a ser considerada a componente ambiental. A subida não pode ultrapassar anualmente os 25 euros.

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Portugal preferia cessar-fogo humanitário mas apoia apelo da UE para pausa na Faixa de Gaza

  • Lusa
  • 23 Outubro 2023

“Nós preferíamos um cessar-fogo humanitário, mas evidentemente, quando se trabalha a 27 [Estados-membros], naturalmente há sempre concessões por parte de todos", disse Gomes Cravinho.

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse esta segunda-feira que Portugal apoia o apelo da União Europeia (UE), que deverá ser endossado pelos líderes europeus, para uma pausa humanitária na Faixa de Gaza, embora preferisse um pedido de cessar-fogo humanitário.

Nós preferíamos um cessar-fogo humanitário, mas evidentemente, quando se trabalha a 27 [Estados-membros], naturalmente há sempre concessões por parte de todos, nunca há uma formulação em que um país seja 100% satisfeito […], mas nós ficamos muito satisfeitos em que possa haver um entendimento da União Europeia sobre um tema tão importante, tão candente, tão imediato e que afirma o interesse e a vontade da UE ser um ator coerente nesta importante crise internacional”, declarou João Gomes Cravinho.

Falando à imprensa portuguesa no final de uma reunião dos chefes da diplomacia da UE, no Luxemburgo, o ministro português assinalou que no encontro de hoje “se falou na importância de haver uma pausa humanitária para que a ajuda possa chegar à população de Gaza”. Quando questionado sobre eventuais posições divergentes entre os 27, João Gomes Cravinho reforçou que “há uma distinção entre cessar-fogo e a pausa humanitária, sendo o cessar-fogo algo que é mais consolidado juridicamente”.

“Em relação ao tema da pausa humanitária, eu creio que há um consenso em torno em torno da mesa”, adiantou. Ainda assim, de acordo com João Gomes Cravinho, esse apelo não saiu da reunião, devendo antes ser feito pelos líderes europeus na cimeira de final desta semana em Bruxelas. “Esta semana ainda haverá o Conselho Europeu, portanto, ao nível de chefes de Estado e de Governo. A nossa expectativa é que dessa reunião possa sair esse apelo”, apontou.

O governante garantiu que “não houve divergência sobre essa matéria”, considerando antes que “cabe ao Conselho Europeu chegar a essa conclusão”. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE reuniram-se hoje no Luxemburgo para fazer uma avaliação do apoio prestado à Ucrânia e discutir desafios do atual panorama geopolítico, com a tensão no Médio Oriente a dominar a agenda.

Gomes Cravinho reconhece “grande urgência” na análise ao pedido de nacionalidade de refém de Israel

Gomes Cravinho reconheceu ainda “grande urgência” na análise ao pedido de nacionalidade portuguesa feito por parte de um israelita refém do movimento islamita Hamas, garantindo que a tutela da Justiça irá “acelerar a tramitação”.

“Cada pedido de nacionalidade portuguesa é um caso individual e está a ser tratado de forma individual e, portanto, não há nenhuma decisão genérica sobre essa matéria, mas é evidente que, atendendo às circunstâncias, há uma grande urgência no processo”, disse João Gomes Cravinho. O ministro português observou ser “uma matéria de grande sensibilidade”, para a qual a tutela da Justiça “está a olhar (…) com toda a urgência, com toda a consciência da delicadeza do assunto”.

“Não sei dizer qual é o tempo necessário para a tramitação, mas de qualquer maneira, há sempre múltiplas etapas num processo de concessão de nacionalidade. O que eu sei dizer é que o Ministério da Justiça está a ver de que forma pode acelerar toda a tramitação, sem obviamente incorrer em nenhum risco em termos legais”, adiantou João Gomes Cravinho.

A ministra da Justiça prometeu esta segunda a “máxima rapidez” na análise do pedido de nacionalidade portuguesa por parte de um israelita refém do movimento islamita palestiniano Hamas, realçando que “situações excecionais merecem decisões excecionais”.

“Situações excecionais merecem decisões excecionais. Nós estamos neste momento a avaliar com a máxima rapidez possível a situação para podermos responder”, afirmou Catarina Sarmento e Castro, quando questionada pela comunicação social sobre o caso em questão, à margem da assinatura de um protocolo com a Cruz Vermelha em Ponta Delgada, nos Açores.

Sem detalhar o caso, a governante realçou que é “timbre do Ministério da Justiça” a “proteção dos direitos fundamentais” dos cidadãos. Em causa está uma notícia avançada pelo jornal Público sobre o pedido de nacionalidade de um cidadão israelita que se encontra refém do Hamas.

À agência Lusa, o Ministério da Justiça, numa resposta por escrito, adiantou que está a “analisar este pedido com a necessária urgência, em estreita articulação com outras áreas governativas, nomeadamente os Negócios Estrangeiros, atendendo ao contexto no terreno”. Na mesma resposta, o ministério recorda que “qualquer pedido de nacionalidade implica consultas a diferentes entidades”.

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