Algarve “descola da imagem de destino barato”. Subida dos preços compensa menos dormidas

Decréscimo no número de dormidas no Algarve está a ser compensado pelo aumento dos preços. Redução foi registada essencialmente por parte dos portugueses, pressionados pela inflação e taxas de juros.

O turismo no Algarve está aquém das expectativas e em junho foi a única região do país que ainda registou dormidas abaixo de 2019. A quebra foi registada essencialmente por parte dos portugueses que estão a ser assombrados pela inflação e a subida nas taxas de juro. No entanto, a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) destaca que a “redução está a ser compensada pelo aumento dos preços médios praticados”, enquanto a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) realça ao ECO que o Algarve poderá estar a “descolar a imagem de destino barato” e que isto só se consegue com “menor pressão da ocupação”.

Em junho, o Algarve registou 2,26 milhões de dormidas, mantendo-se como a principal região turística do país no verão. Ainda assim, esse número fica 7% aquém do que registava em junho de 2019, antes da crise pandémica. Enquanto todas as outras regiões já superam os níveis registados antes da pandemia, a região algarvia continua a ficar para trás, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Esta quebra das dormidas na região algarvia está a ser compensada pelos preços médios praticados “que subiram substancialmente”, afirma Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que considera que o “balanço do primeiro semestre foi, de facto, francamente positivo”.

Apesar do decréscimo no número absoluto de dormidas no Algarve, o aumento dos preços faz com que o setor esteja acima dos valores de receitas em relação a 2019.

Ana Jacinto

Secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal

Uma opinião partilhada pela secretária-geral da AHRESP, que realça que, apesar do decréscimo no número absoluto de dormidas no Algarve, o “aumento dos preços faz com que o setor esteja acima dos valores de receitas em relação a 2019”. Para Ana Jacinto, este indicador “poderá demonstrar que a região algarvia estará a apostar mais no aumento da qualidade da sua oferta, refletindo-se, naturalmente, no preço”.

Na ótica da Associação da Hotelaria de Portugal, apesar do “Algarve continuar a ser, sem dúvida, o primeiro mercado turístico no verão, mesmo para o mercado interno, outros destinos foram emergindo nas preferências dos residentes, o que é excelente, e permite ao Algarve também crescer em preço e valor no mercado emissor internacional”. A AHP considera que esta tendência “será positiva” e que vai ajudar a “descolar a imagem de destino barato e qualificar o Algarve, o que só se consegue também com menor pressão da ocupação e melhor e mais personalizado serviço”.

Portugueses fogem do Algarve pressionados pela inflação e taxas de juro

Os dados disponibilizados pelo INE revelam que a quebra da ocupação hoteleira no Algarve em junho de 2023, face a junho de 2022, ocorreu por força da diminuição de dormidas do mercado residente (-14,3%), por contraponto ao crescimento das dormidas do mercado de não residentes (+ 7%). Quando comparado com 2019, a ocupação ainda ficou, em junho, aquém da registada, quer no mercado doméstico, quer internacional (- 17,9% e -2,9%, respetivamente).

Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Grupo Vila Galé, que conta com nove hotéis no Algarve, confirma a tendência e destaca que “nota-se menos portugueses e isso não é verdadeiramente uma surpresa”, até porque já era expectável uma “redução no mercado interno”, apesar de realçar que a quebra não é “muito expressiva” e que os hotéis no Algarve estão com uma taxa de ocupação é superior a 90%.

Jorge Rebelo de Almeida lembra que o recorde que se bateu o ano passado face a 2019 “deveu-se essencialmente aos portugueses” e explica os motivos. Os portugueses tinham algum aforro devido às poupanças que fizeram na pandemia, “uma vontade tremenda de fazer férias” e demonstravam alguns receios de viajar para o exterior.

Este ano o cenário é diferente e o presidente do grupo considera que “estes fenómenos já não se verificam”, pelo contrário. “As poupanças que os portugueses fizeram durante a pandemia já desapareceram”, refere, adiantando que “a necessidade de férias, ainda que seja uma constante, também já não é tão intensa” e que “há muitos portugueses que foram de férias para o exterior”, fatores que explicam alguma estagnação ou até mesmo uma redução da procura por parte dos portugueses, destaca o líder do grupo Vila Galé, em entrevista ao ECO.

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal concorda com Jorge Rebelo de Almeida e afirma que está a assistir-se a uma “reversão da procura por parte dos próprios portugueses, que durante a pandemia acabaram por ficar no nosso país, e que agora voltaram a optar por outros destinos”.

Paralelamente a estes fatores, Jorge Rebelo de Almeida lembra que a “taxa de juro disparou” e que “muita gente está endividada em Portugal por várias razões”. “Isto pesou muito, os aumentos das taxas de juro tiveram uma expressão muito grande. A Euribor disparou e vai ao bolso das pessoas. E são muitas as pessoas que vivem com dificuldades e que tiveram que cortar, e as férias embora sejam reconhecidas como um bem essencial para a saúde mental das pessoas, a verdade é que há muita gente que começa por cortar naquilo que é mais imediato e mais fácil de resolver”, diz o presidente do grupo Vila Galé, que conta com 41 hotéis, dos quais 31 são em Portugal e dez no Brasil, e emprega a nível global 3.500 colaborares.

A Euribor disparou e vai ao bolso das pessoas. E são muitas as pessoas que vivem com dificuldades e que tiveram que cortar, e as férias embora sejam reconhecidas como um bem essencial para a saúde mental das pessoas, a verdade é que há muita gente que começa por cortar naquilo que é mais imediato e mais fácil de resolver.

Jorge Rebelo de Almeida

Presidente do Grupo Vila Gale

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) corrobora a ideia do presidente do grupo Vila Galé e realça que o principal motivo da desaceleração deve-se à “redução do poder de compra das pessoas, fruto de uma combinação entre o aumento da inflação e a subida das taxas de juro, que tem reflexos na nossa procura interna, mas também têm impactado os nossos principais mercados emissores da região do Algarve”, diz ao ECO, Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP.

Ana Jacinto considera que a quebra da procura “acaba por ser global” ao “observar-se tanto no mercado nacional como no mercado estrangeiro” e lembra que o “mercado alemão e o francês encontram-se em situação de recessão ou estagnação económica, o que, naturalmente, se reflete num decréscimo de procura”.

Apesar de a inflação ter abrandado em julho, muitos dos produtos associados às férias de verão registaram um aumento de preços, de acordo com os dados do INE. Na lista encontram-se os voos internacionais, cujos preços subiram 11,36% face ao mês anterior e o gasóleo que avançou 3,47% em julho. As férias organizadas fora do território nacional, segundo os dados do INE, encareceram em 13,24% face ao mês anterior. Mas mesmo quem opta por ficar por Portugal, vê que os restaurantes, cafés e estabelecimentos similares tiveram um aumento de 0,84%.

Turistas estão a optar por outros destinos?

Na pandemia e com as restrições subjacentes, o Algarve foi inundado por turistas residentes e até mesmo por aqueles que não costumavam procurar a região. Com a retoma da normalidade e após dois anos de fortes restrições na atividade aérea, “mesmo os tradicionais e fiéis clientes da região algarvia aproveitam para viajar para outros destinos turísticos”, afirma a secretária-geral da AHRESP.

Ana Jacinto lembra ainda que outro dos motivos que poderá estar a afastar os mercados emissores do Algarve prende-se com os destinos emergentes como é o caso da Albânia, na região dos Balcãs. “Neste momento, também os tradicionais destinos como a Turquia, Grécia e Norte de África, estão a fazer uma aposta grande na retoma da atividade turística”.

A nível nacional, comparando com junho de 2019, e com exceção do Algarve, as restantes regiões continuaram a registar crescimentos, com maior realce no Norte (+17,1%), na Região Autónoma dos Açores (+16,7%) e na Região Autónoma da Madeira (+14,3%). E nos Açores, note-se, com um acréscimo no mercado interno de +25,6%, de acordo com dados do gabinete de estatística.

As previsões para 2023 apontavam para o melhor ano de sempre do turismo, o que acabou por não se confirmar. A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, entende que foi a confirmação “que vivemos ainda tempos instáveis e de muita incerteza”.

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Fitch mantém rating de Moçambique perto do nível de incumprimento

  • Lusa
  • 12 Agosto 2023

A agência de notação financeira Fitch decidiu manter o rating do país em CCC+ e deixado de avaliar as emissões soberanas em moeda local devido à "ausência de informação credível".

A agência de notação financeira Fitch decidiu manter o rating de Moçambique em CCC+, tendo deixado de avaliar as emissões soberanas em moeda local devido à “ausência de informação credível” sobre atrasos nos pagamentos.

A retirada do rating sobre as emissões em moeda local de Moçambique reflete a ausência de informação credível sobre a resolução atempada dos pagamentos atrasados de títulos de dívida doméstica“, lê-se na nota que acompanha a decisão de manter a opinião da qualidade do crédito soberano em CCC+, três níveis acima do nível de incumprimento financeiro (default), divulgada na sexta-feira à noite.

“A Fitch considera que os pequenos atrasos nos pagamentos dos cupões em títulos de dívida interna, emitidos em moeda local, têm sido uma característica estrutural do mercado de dívida moçambicano nos últimos anos”, lê-se ainda na nota, que acrescenta: “Consideramos que todos os pagamentos foram feitos, apesar de com um atraso de até nove dias, mas não temos informação credível para monitorizar o calendário dos pagamentos dos cupões”.

Entre janeiro e maio deste ano, além de atrasos nos pagamentos das prestações da dívida, Moçambique, atrasou-se também nos pagamentos da totalidade dos montantes, “refletindo as pressões financeiras originadas pelo ciclone Freddy e pela ultrapassagem da despesa prevista com salários da função pública, bem como devido a deficiências significativas na gestão orçamental”, conclui a Fitch, seguindo as pisadas da Standard & Poor’s, que já em julho tinha descido o rating das emissões internas devido a debilidades no sistema de pagamento da dívida de Moçambique.

A manutenção do rating de Moçambique em CCC+, o terceiro acima do Incumprimento financeiro, mas ainda abaixo da linha de recomendação de investimento, para as emissões de dívida feita nos mercados internacionais, equilibra um substancial risco de crédito com um forte crescimento económico previsto para os próximos anos, no seguimento dos avultados investimentos que têm sido feitos no setor do gás natural.

“Apesar dos elevados níveis de dívida pública, persistentes défices orçamentais, fraca gestão das finanças públicas, baixo PIB per capita, fracos indicadores de governação económica e de uma desafiante situação de segurança, o acordo com o FMI, no valor de 456 milhões de dólares [cerca de 416 milhões de euros], em 2022, dá um impulso positivo ao desenvolvimento do setor de gás natural liquefeito, e as medidas para lidar com a derrapagem orçamental de 2022 dão algum conforto à opinião sobre a qualidade do crédito” soberano de Moçambique, diz a Fitch.

Os analistas desta agência de notação financeira esperam um crescimento de 6,4% este ano e uma média de 4,9% em 2024 e 2025, melhorando face aos 4,2% registados no ano passado.

“As previsões refletem principalmente o aumento da produção no setor extrativo, com a plataforma flutuante da Eni a aumentar a produção em 70 a 90% em 2023 e 2024”, segundo a Fitch, que aponta para o regresso da francesa TotalEnergies a Cabo Delgado no primeiro trimestre do próximo ano.

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado, uma província que enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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Incêndios no Canadá devastam uma área da dimensão da Grécia

  • Lusa
  • 12 Agosto 2023

Os incêndios que estão a assolar o Canadá já emitiram o equivalente a 1.000 milhões de toneladas de CO2, o dobro do registo máximo anual anterior, em 2014.

Os milhares de incêndios florestais que atingiram o Canadá este ano emitiram o equivalente a mais de 1.000 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), um registo sem precedentes, divulgaram na sexta-feira as autoridades canadianas.

O valor é quase igual às emissões anuais do Japão (1.120 milhões de toneladas de CO2 em 2021), o quinto maior poluidor do mundo, e mais do que as emissões anuais de todo o setor de aviação global em 2022 (quase 800 milhões de toneladas de CO2).

“Este verão transformou-se numa verdadeira maratona”, frisou Michael Norton, diretor-geral do Serviço Florestal canadiano, numa altura em que o oeste do país se prepara para mais um episódio de onda de calor.

“As nossas estimativas preliminares indicam que as emissões da atual temporada ultrapassaram o equivalente a 1.000 milhões de toneladas de dióxido de carbono”, apontou. Michael Norton alertou ainda que o risco de incêndio deverá estar “acima do normal” até setembro.

No final de julho, as emissões de carbono causadas por incêndios no Canadá já eram mais do que o dobro do registo máximo anual anterior, de 2014, segundo dados do observatório europeu Copernicus.

Os “megaincêndios” registados este ano espalharam-se pelo país com grande intensidade, quebrando recordes em muitas províncias.

Na sexta-feira, o Canadá estava em alerta máximo de incêndio há exatamente 90 dias, o mais longo já registado, depois dos 50 dias em 2021.

“A temporada de incêndios florestais deste ano foi muito instrutiva, mostrou-nos o que nos espera se não fizermos nada para reduzir as emissões”, destacou esta sexta-feira o ministro dos Recursos Naturais, Jonathan Wilkinson, durante uma conferência de imprensa em Vancouver.

O governante apontou o aquecimento global como a “causa principal” dos “megaincêndios’” que resultaram em quatro mortes. Os fogos queimaram até agora 13,5 milhões de hectares, o equivalente à área da Grécia, quase o dobro da área do último recorde absoluto, datado de 1989 com 7,3 milhões de hectares, segundo o Canadian Interagency Forest Fire Centre (CIFFC ).

Desde maio, o Canadá recebeu a ajuda de cerca de 5 mil bombeiros de 12 países, incluindo de Portugal, em junho.

Mais de 200 ordens de evacuação foram emitidas, forçando cerca de 168.000 canadianos a deixar temporariamente as suas casas.

A Colúmbia Britânica, a província mais atingida este mês, deve registar temperaturas anormalmente altas este fim de semana e na próxima semana, o que irá agravar a seca.

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UE entregou 224 mil munições de artilharia às forças ucranianas

  • Lusa
  • 11 Agosto 2023

Os Estados-membros entregaram "cerca de 223.800 munições de artilharia" e "2.300 mísseis de todos os tipos", adiantou um porta-voz da UE.

A União Europeia (UE) entregou 223.800 projéteis à Ucrânia, na primeira fase de um plano que prevê fornecer um milhão de munições de artilharia para o combate das forças de Kiev contra Moscovo. Em março, a UE aprovou um plano de dois mil milhões de euros para enviar um milhão de projéteis de 155 mm para a Ucrânia das reservas dos Estados-membros e financiar compras conjuntas de munições para Kiev.

As forças ucranianas têm sublinhado a falta de munições numa fase em que procuram recuperar territórios ocupados por Moscovo, no âmbito de uma contraofensiva lançada no início de junho. Na primeira fase do plano, foram aplicados 1.000 milhões de euros para reembolsar os Estados-membros da UE em cerca de metade do custo dos projéteis retirados dos seus arsenais.

“Os Estados-membros entregaram cerca de 223.800 munições de artilharia (artilharia autopropulsada de longo alcance, munições guiadas com precisão e morteiros) e 2.300 mísseis de todos os tipos”, sublinhou o porta-voz da UE, Peter Stano. O valor total das munições fornecidas ascende a 1,1 mil milhões de euros, segundo a UE.

No final de maio, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, tinha divulgado que 200.000 projéteis já tinham sido entregues a Kiev até aquela data. No entanto, a meta de entregar um milhão de projéteis até à próxima primavera parece estar longe de ser atingido.

Em fevereiro, várias capitais europeias estavam céticas quanto à capacidade de fornecer um milhão de munições. De acordo com a segunda parte do plano, a agência de defesa da UE está a negociar contratos de compra conjunta com fabricantes europeus de munições de 155 mm.

A UE “espera que contratos-quadro com a indústria sejam assinados nas próximas semanas, o que permitirá aos Estados-membros fazer pedidos a partir de então”. Qualquer contrato deve ser concluído antes do final de setembro para se enquadrar no plano de abastecimento da UE.

No total, a UE e os seus Estados-membros afirmam ter gastado cerca de 20.000 milhões de euros fornecendo armas à Ucrânia desde a invasão russa em fevereiro de 2022. Os EUA disponibilizaram mais de 43.700 milhões de dólares à Ucrânia em assistência de segurança, de acordo com o Pentágono. Na quinta-feira, a Casa Branca pediu ao Congresso 13.000 milhões de dólares adicionais para novos gastos militares na Ucrânia.

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Fundador da FTX vê caução revogada e vai ser detido

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11 Agosto 2023

Juiz recusou caução paga por Sam Bankman-Fried por acreditar que o ex-CEO da plataforma de criptomoedas tentou manipular testemunhas em pelo menos duas ocasiões.

O fundador da plataforma de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried, foi esta sexta-feira levado sob custódia para um estabelecimento prisional em Nova Iorque após um juiz federal ter aceitado o pedido de procuradores que o acusam de manipulação de testemunhas, avança o Financial Times.

Lewis Kaplan, juiz de Nova Iorque, recusou a caução de 250 milhões de dólares que Bankman-Fried pagou enquanto estava em prisão domiciliária na casa dos pais em Palo Alto, na Califórnia.

O juiz acredita que o ex-CEO da FTX, que abriu falência em novembro do ano passado, tentou adulterar testemunhas em duas ocasiões na altura em que aguardava julgamento por acusações de fraude decorrentes do colapso da plataforma de criptomoedas.

A acusação dos procuradores tem por base excertos de diários privados de Caroline Ellison, sócia de Bankman-Fried, publicados pelo The New York Times. Ellison declarou-se culpada das acusações criminais e está a cooperar com a justiça norte-americana.

Segundo os procuradores, Bankman-Fried é a fonte do material publicado no diário norte-americano. É “algo que alguém que está numa relação dificilmente partilharia com outra pessoa, muito menos com o The New York Times, exceto… para assustar” o seu autor, considerou Kaplan.

O Financial Times revela ainda que um advogado de Bankman-Fried disse que tenciona recorrer da decisão, sendo que o fundador da FTX vai dar entrada numa prisão de Brooklyn.

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Mali anula autorização de voos da Air France

  • Lusa
  • 11 Agosto 2023

A suspensão da Air France devia prolongar-se até esta sexta, mas a Air France anunciou que prolongou a suspensão dos seus voos até 18 de agosto "na sequência do golpe de Estado no Níger".

O Mali anulou a autorização da Air France para operar entre Paris e Bamaco, depois da companhia aérea ter suspendido os voos de e para o país, anunciou esta sexta-feira a autoridade da aviação civil.

Em 7 de agosto, a Air France suspendeu os seus voos para o Mali (sete ligações semanais) e para o Burkina Faso (cinco por semana), após o encerramento do espaço aéreo no vizinho Níger, onde uma junta militar depôs em 26 de julho o Presidente eleito, Mohamed Bazoum.

A suspensão da Air France devia prolongar-se até esta sexta, mas a Air France anunciou que prolongou a suspensão dos seus voos até 18 de agosto “na sequência do golpe de Estado no Níger e devido à situação geopolítica na região do Sahel”.

As autoridades do Mali, cuja liderança ascendeu ao poder igualmente com um golpe de Estado, já tinham tomado medidas contra a companhia aérea antes do prolongamento da suspensão, qualificando-a de “violação notória” das condições da sua autorização de exploração.

Segundo a agência France-Presse, numa carta enviada à companhia aérea, a Agência Nacional da Aviação Civil critica a Air France por não ter avisado previamente e ter causado “incómodos aos passageiros”. “Este incumprimento tem como consequência a anulação da vossa autorização de efetuar voos”, lê-se na carta. Este cancelamento aplica-se à “época de verão” da Air France, acrescenta. Este período deverá prolongar-se até outubro.

“O seu slot poderá ser atribuído a outra companhia aérea que o solicite”, afirma a agência, que pede à Air France que apresente um novo programa de voos antes de retomar o serviço. Um porta-voz da Air France confirmou este último pedido à agência noticiosa.

A Air France afirma que está “em contacto com as autoridades francesas” para “acompanhar constantemente a evolução da situação geopolítica nas zonas servidas e sobrevoadas pelos seus aviões” e sublinha que “a segurança dos seus clientes e tripulações é a sua prioridade absoluta”.

As relações entre a França, a antiga potência colonial empenhada militarmente ao lado do exército maliano contra o terrorismo islâmico desde 2013, e o Mali deterioraram-se acentuadamente desde que os coronéis tomaram o poder pela força em Bamaco, em agosto de 2020.

A junta expulsou as forças francesas em 2022 e virou-se política e militarmente para a Rússia, tendo ainda expulsado o embaixador francês. Esta semana, a França e o Mali suspenderam a emissão de vistos para os cidadãos da outra parte pelos respetivos serviços consulares em Bamaco e Paris.

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Governo apoia com 420.000 euros Casa de Portugal nos Jogos Olímpicos em Paris

  • Lusa
  • 11 Agosto 2023

Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016, a última edição com público presente, a Casa de Portugal recebeu mais de 50.000 visitantes e organizou mais de 20 eventos corporativos.

O Governo vai apoiar com 420.000 euros a constituição da Casa de Portugal nos Jogos Olímpicos de Verão, que vão decorrer em Paris no próximo ano. A Casa de Portugal tem por objetivo dar a conhecer o país a nível económico, turístico, cultural e desportivo.

O Governo, através das áreas governativas da Economia e do Mar, Negócios Estrangeiros e Assuntos Parlamentares, vai apoiar com 420.000 euros a constituição da ‘Casa de Portugal’ nos Jogos Olímpicos de verão de 2024, em Paris. Tratando-se do maior evento desportivo à escala global, os Jogos Olímpicos são um espaço privilegiado para a promoção do país”, anunciou hoje, em comunicado, o Ministério da Economia.

Este compromisso vai ser formalizado através do Turismo de Portugal e da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal com o comité olímpico de Portugal. Segundo a mesma nota, está previsto que a Casa de Portugal disponibilize uma programação que promova a cultura portuguesa, bem como eventos corporativos para investidores.

Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016, a última edição com público presente, a Casa de Portugal recebeu mais de 50.000 visitantes e organizou mais de 20 eventos corporativos.

“Espera-se que a Casa de Portugal seja um ponto de encontro para a promoção do país, com lugar para as marcas e empresas interessadas, mantendo sempre o desporto, o espírito olímpico e os atletas nacionais como denominador comum”, sublinhou o ministério tutelado por António Costa Silva.

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Líder da Timor-Leste ausente da cimeira da CPLP

  • Lusa
  • 11 Agosto 2023

José Ramos Horta nomeou a presidente do parlamento nacional, Maria Fernanda Lay, para representar o país. Cimeira terá lugar em São Tomé e Princípe.

O Presidente de Timor-Leste foi o único, dos nove Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que confirmou não estar presente na próxima cimeira da organização, este mês, disse esta sexta-feira à Lusa fonte oficial.

As agendas nacionais e também regionais do Presidente de Timor-Leste e do primeiro-ministro, que tomou posse também há bem pouco tempo, não permitem a sua presença na próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo em São Tomé e Príncipe”, afirmou Zacarias da Costa.

Por isso, José Ramos Horta nomeou a presidente do parlamento nacional, Maria Fernanda Lay, para representar o país, acrescentou o secretário-executivo da organização, também timorense e que tomará posse para um segundo mandato no cargo na próxima cimeira.

Zacarias da Costa falava à Lusa no final da reunião do Comité de Concertação Permanente da CPLP (habitual encontro mensal dos embaixadores dos nove Estados-membros em Lisboa), quando faltam poucos dias para a realização da próxima Cimeira de chefes de Estado e de Governo. Mas realçou que neste momento a “maioria dos chefes de Estado já confirmou” presença no encontro de alto nível.

São os casos dos presidentes do Brasil, Lula da Silva, de Angola, João Lourenço, de Cabo Verde, José Maria Neves, Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e o anfitrião do evento, de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, referiu. “Quase todos os presidentes já confirmaram, à exceção de Moçambique, Guiné-Bissau (…) o que se deve ao facto de o primeiro-ministro do país ter tomado posse apenas há uns dias e estarem a aguardar ainda a formação do novo governo, o que acontecerá seguramente antes da cimeira”, frisou o secretário-executivo.

Quanto à Guiné Equatorial, Zacarias da Costa disse também não ter uma confirmação da presença do chefe de Estado daquele país, mas acredita que, como “está ali à porta”, numa alusão à proximidade em relação a São Tomé, o Presidente Teodoro Obiang só não irá “por razões de saúde”.

Antes de Zacarias da Costa, a embaixadora da Missão Diplomática de Timor-Leste junto da CPLP em Lisboa, Marina Ribeiro Alkatiri, que também participou na reunião do comité já tinha dito que o Presidente José Ramos Horta nomeara a presidente do parlamento para o substituir na cimeira e acrescentou que o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste também estará na cimeira.

Esta cimeira, que acontece de dois em dois anos, realiza-se em 27 de agosto, em São Tomé e Príncipe, sendo o país que acolhe a cimeira aquele que assume por dois anos a presidência rotativa da organização. O Presidente e o primeiro-ministro de Cabo Verde confirmaram na quinta-feira que participariam na XIV Cimeira da CPLP através do ministro das Comunidades cabo-verdiano, na capital são-tomense.

“Não tenho dúvidas que a melhor organização está sendo feita”, afirmou Jorge Santos, após um encontro com o primeiro-ministro são-tomense, acrescentando que o Presidente, José Maria Neves, e primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, “hão de sentir-se em casa e é o que vai acontecer com Angola, com Portugal, com Brasil, com todos”.

“Existe uma grande expectativa com essa cimeira de chefes de Estado da CPLP aqui em São Tomé porque é a cimeira em que vamos definir o futuro”, disse Jorge Santos, referindo que depois dos avanços nas questões da mobilidade e da consolidação económica, é preciso definir “como consolidar isso em ações concretas, porque de discurso o mundo está cheio”.

O governante cabo-verdiano defendeu que é preciso ações concretas para pôr a economia e o comércio a funcionar para que a CPLP seja “acima de tudo uma comunidade de pessoas”. Na semana passada, o Presidente da República e o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe apelaram à união dos são-tomenses para acolher os participantes da XIV Cimeira da CPLP.

O chefe de Estado, Carlos Vila Nova, considerou que o tema “Juventude e Sustentabilidade”, que o país escolheu para a sua presidência da CPLP, remete “para uma reflexão profunda tendo em vista a necessidade de conciliar o desenvolvimento do país com a preservação do ambiente” e a consequente melhoria da qualidade de vida das populações. Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.

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Media Capital avança com programa de rescisões. Prejuízos caem para 4,8 milhões no semestre

O EBITDA é negativo em 1,3 milhões, uma melhoria 65%, e o endividamento situa-se nos 28,5 milhões. Media Capital vai avançar com um programa de rescisão de contratos de trabalho por acordo mútuo.

A dona da TVI e da Plural fechou o semestre com um resultado negativo de 4,8 milhões de euros. Trata-se, refere o grupo em comunicado ao mercado, de uma melhoria “expressiva face aos -7,9 milhões verificados no período homólogo de 2022 para as atividades em continuação”, ou seja, sem o negócio das rádios. O EBITDA é negativo em 1,3 milhões, uma melhoria de 65%.

Nos primeiros seis meses do ano, o total de rendimentos operacionais situou-se nos 69,3 milhões, menos 400 mil euros, e os gastos operacionais – excluindo amortizações, depreciações, gastos líquidos com provisões e reestruturações – nos 70,4 milhões, uma descida de 2%.

Nas receitas, a publicidade representou 44 milhões de euros, uma descida de 7%. Esta deve-se, justifica o grupo, à “quebra do mercado publicitário na televisão de canal aberto, no qual se assistiu a uma quebra de 5,1% até maio de 2023”. “Apesar da quebra verificada na TVI generalista, assistiu-se a um crescimento dos rendimentos de publicidade nos canais de cabo, com especial destaque para a CNN Portugal, a qual registou um aumento de 33%”, acrescenta o grupo.

Os outros rendimentos operacionais, sobretudo produção audiovisual e venda de conteúdos, fixaram-se nos 26 milhões de euros, um crescimento de 12%.

Por áreas, a televisão digital e entretenimento teve um resultado operacional negativo de cinco milhões de euros, uma recuperação de 20% na comparação homóloga, e um EBITDA ajustado de -2,7 milhões.

A produção audiovisual registou um resultado operacional negativo de 561 mil euros, uma recuperação de 48%, e um EBITDA ajustado de 700 mil euros, uma melhoria de 321%.

Em comunicado enviado ao mercado no final da tarde desta sexta-feira, a Media Capital diz também que o endividamento líquido no final do semestre registou o montante de 28,5 milhões, um aumento de 77%, “fruto, essencialmente, da utilização da linha de papel comercial contratada.

“Ainda que a redução de custos no primeiro semestre de 2023 tenha permitido compensar parcialmente a quebra na principal fonte de receita do Grupo, gerando uma melhoria de EBITDA face ao período homólogo, o grupo tem como objetivo a sua melhoria substancial no segundo semestre do ano“, aponta.

Assim, a Media Capital “está em processo de revisão da sua estrutura de custos e dos seus processos internos e “será anunciado um programa para rescisão de contratos de trabalho por acordo mútuo“. Serão também “tomadas outras medidas que permitam uma adequada gestão dos recursos disponíveis”, diz o grupo que abre então caminho para um programa de rescisões.

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Espanha apresenta candidatura de Nadia Calviño a presidente do BEI

  • ECO
  • 11 Agosto 2023

A liderança do Banco Europeu de Investimento será disputado com a dinamarquesa Margrethe Vestager. Ministros das Finanças da União Europeia devem escolher candidato em setembro.

Espanha formalizou esta sexta-feira a candidatura da vice-presidente do governo, e responsável pelas finanças espanholas, Nadia Calviño, à liderança do Banco Europeu de Investimento (BEI), avança o jornal El País. O cargo também será disputado pela comissária europeia da concorrência Margrethe Vestager.

O alemão Werner Hoyer, no cargo há mais de 11 anos, termina o mandato no banco no final deste ano e está previsto que os 27 ministros das Finanças (Ecofin) votem o sucessor em setembro, em Santiago de Compostela, durante a presidência espanhola do Conselho da União Europeia.

Se Calviño conseguir o cargo, seria a primeira vez que um espanhol ocuparia a presidência do BEI. Caso Pedro Sánchez se conseguir manter no governo espanhol, após as eleições antecipadas que não deram maioria absoluta a nenhum dos partidos, a atual vice-presidente do Executivo espanhol não poderia permanecer com a pasta das finanças a partir de 2024.

Além de Espanha com Nadia Calviño, e da comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, também Itália já apresentou a candidatura de Daniele Franco, ministro das Finanças do governo de Mario Draghi. A Polónia terá avançado com Teresa Czerwinska, atualmente vice-presidente do BEI e a Suécia anunciou que iria nomear Thomas Ostros, também vice-presidente desta instituição.

Portugal não avança assim com um candidato, mas há um português na instituição: Ricardo Mourinho Félix é vice-presidente do BEI.

(Notícia atualizada às 19h50)

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Restrições a banhos em praias nacionais foram 48 este ano

  • Lusa
  • 11 Agosto 2023

Na época balnear do ano passado registaram-se 94 ocorrências, das quais 42 resultaram em desaconselhamentos e 52 em interdições.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) explicou esta sexta-feira que as restrições ao banho em águas balneares são medidas de gestão em circunstâncias excecionais, que visam proteger a saúde dos banhistas, tendo havido 48 situações até esta sexta. Das 48 ocorrências, em Portugal continental (na presente época), 24 foram interdições pelos delegados de saúde e as restantes desaconselhamento da APA.

Segundo os dados, divulgados num comunicado, 12 foram por precaução (chuvas intensas, baixo volume da albufeira e avaria de estações elevatórias), 34 (71%) devido a contaminação bacteriológica e 2 (4%) devido a algas. Na época balnear do ano passado registaram-se 94 ocorrências, das quais 42 resultaram em desaconselhamentos e 52 em interdições.

O esclarecimento da APA surge no mesmo dia em que a associação ambientalista Zero alertou para o agravamento da qualidade da água nas praias nesta época balnear, revelando que 28 já estiveram interditadas e dezenas já tiveram banho desaconselhado ou proibido.

“As restrições ao banho são medidas de gestão em circunstâncias excecionais, que visam proteger a saúde dos banhistas. A imposição de um desaconselhamento ao banho é da responsabilidade da APA, já a imposição de uma interdição é da responsabilidade da Autoridade de Saúde Regional. Podem, ainda, acontecer restrições ao banho, por outras razões de segurança, que não relativas à qualidade da água, por iniciativa dos municípios (seja pela Proteção Civil Municipal ou não), ou das capitanias, no âmbito das suas responsabilidades”, esclarece a agência no comunicado.

E explica que cada água balnear “banha” uma ou mais praias, pelo que o desaconselhamento ou a interdição de uma água balnear, pode impedir o banho em mais do que uma praia. Para a presente época balnear foram identificadas 511 águas balneares em Portugal continental, sendo 359 águas balneares costeiras e de transição e 152 águas balneares interiores.

A APA, explica ainda, durante cada época balnear realiza mais de 9.000 análises que garantem uma vigilância às condições de qualidade para a prática balnear, correspondendo a um investimento de 216 mil euros só em análises, a que é preciso somar os custos de recolha das amostras em todas as águas balneares identificadas.

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Portugal é o décimo maior importador de cereais através do acordo do Mar Negro

Os países que se destacam na compra de cereais através deste acordo são a China, Espanha e Turquia.

Portugal ocupa o décimo lugar entre os principais importadores de cereais através do acordo do Mar Negro, de acordo com os dados das Nações Unidas. Este acordo, que possibilitava a exportação de cereais ucranianos, acabou por fracassar, o que pode vir a afetar os preços dos bens alimentares.

Segundo os dados das Nações Unidas, foram exportadas mais de 32 milhões de toneladas métricas de cereais através deste acordo, principalmente milho e trigo. Os países que se destacam na compra destes bens são a China, Espanha e Turquia, sendo que na lista encontram-se vários Estados europeus.

Volume de exportação de grãos por país de destino. Fonte: ONU

Portugal é um dos países nesta lista, figurando em décimo lugar nesta lista. O país comprou 708 mil toneladas métricas, correspondendo principalmente a milho.

Com o colapso do acordo de cereais do Mar Negro têm aumentado as tensões, nomeadamente após ataques russos à infraestrutura ucraniana. Esta escalada “aumenta o risco e desencadeia incertezas”, disse Arif Husain, economista-chefe do Programa Mundial de Alimentos da ONU, ao Financial Times.

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