Secretário de Estado contraria Galamba e defende novo aeroporto em Santarém

  • ECO
  • 3 Julho 2023

Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, integrado no Ministério do Ambiente, defendeu que um novo aeroporto em Santarém é a opção "que mais interessa ao país”.

Houve mais um governante a opinar sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa. Depois de o ministro das Infraestruturas, João Galamba, ter defendido que Santarém fica demasiado longe, o secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, integrado no Ministério do Ambiente, disse num evento que o aeroporto “fará muito mais sentido” em Santarém ou “nesta região”.

Intervindo durante a inauguração da Feira Mostra de Mação, o governante foi ainda mais longe: “É importante que o PSD também se envolva, também nos ajude a defender essa localização que para mim também é a que mais interessa ao país”, afirmou, em declarações citadas pelo jornal local O Mirante e noticiadas pelo Observador.

Esta posição surge numa altura em que a localização do futuro aeroporto de Lisboa ainda está a ser estudada por uma comissão técnica independente designada pelo Governo e chocam com a posição de Galamba. A 20 de junho, o ministro que tem a tutela gerou controvérsia ao descartar a solução de Santarém: “Acho longe”, afirmou.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 3 de julho

  • ECO
  • 3 Julho 2023

Ao longo desta segunda-feira, 3 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

Durante a manhã decorre a apresentação do programa de apoio à contratação jovem "Avançar". Já durante a tarde, o tema é a linha de alta velocidade Porto/Madrid.

A semana começa com novos dados estatísticos. Enquanto o Banco de Portugal divulga a evolução da dívida pública em maio, o Instituto Nacional de Estatística vai publicar os índices de produção industrial. Durante a manhã decorre ainda a apresentação do programa de apoio à contratação jovem “Avançar”, desenhado para combater a precariedade do emprego jovem. Já durante a tarde, o tema é a linha de alta velocidade Porto/Madrid, via Trás-os-Montes e Castilla e León. Em matéria de combustíveis, a gasolina fica 2,5 cêntimos mais barata e o gasóleo dois cêntimos.

Banco de Portugal divulga evolução da dívida pública

O Banco de Portugal (BdP) vai divulgar os dados da dívida pública em maio. Há quatro meses seguidos que a dívida pública não pára de subir. No entanto, em abril, o ritmo de crescimento da dívida foi o mais modesto desde janeiro. No quatro mês do ano, a dívida pública aumentou 670 milhões de euros, ou 0,2% face a março, para cerca de 280 mil milhões de euros.

Apresentação do programa “Avançar”

Esta manhã, irá decorrer uma sessão pública de apresentação do programa de apoio à contratação jovem “Avançar”, que nasceu, num esforço partilhado entre empresas e Estado, com o objetivo de valorizar os mais jovens e as suas qualificações no mercado de trabalho. O apoio às empresas no âmbito deste programa pressupõe que o jovem profissional tenha um contrato permanente e o salário um valor mínimo de 1.330 euros. A sessão desta segunda-feira contará com a presença da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e do secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes.

INE publica índices de produção industrial

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar os índices de produção industrial, referentes ao passado mês de maio. A tendência seguida pela produção industrial portuguesa tem sido de desaceleração. Em abril, o índice de produção industrial apresentou uma variação homóloga de -7% em abril, com o setor da energia a ser o principal motivador desta quebra. Em março, redução tinha sido de 3,6%.

Combustíveis descem. Gasolina fica 2,5 cêntimos mais barata e gasóleo dois cêntimos

A semana arranca com uma descida nos combustíveis. Fonte do mercado avançou ao ECO que o litro de gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverá descer dois cêntimos e o de gasolina deverá descer 2,5 cêntimos. Assim, a partir de hoje, quando for abastecer, deverá passar a pagar pagar 1,479 euros por litro de gasóleo simples e 1,647 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). É preciso recuar a 15 de maio para encontrar preços da gasolina mais baratos.

Líderes do Norte debatem linha de comboios com ligação a Espanha

Esta tarde, alguns dos líderes do Norte vão participar na conferência, organizada pela Associação Vale d’Ouro, em parceria com o Município do Porto, sobre a Linha de Alta Velocidade Porto/Madrid, via Trás-os-Montes e Castilla e León. No primeiro painel de discussão, para além do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, participam vários presidentes de Câmara, nomeadamente o presidente do Município de Vila Real, Rui Santos, de Bragança, Hernâni Dias, o alcaide de Zamora, Francisco Guarido Vinuela, a presidente da Associação Nacional de Municípios, Luísa Salgueiro, e o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues. A iniciativa está marcada para 17h30, na Câmara Municipal do Porto.

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Nova lei dos saldos e promoções rendeu dez mil euros de multas no primeiro ano

ASAE já fez "mais de 600 ações de fiscalização", tendo sido aplicadas multas num valor superior a dez mil euros, na sequência da nova lei dos saldos e promoções, que entrou em vigor no ano passado.

Desde que a nova lei dos saldos e promoções entrou em vigor, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) já realizou “mais de 600 ações de fiscalização”, tendo sido aplicadas multas num valor superior a dez mil euros, segundo os dados fornecidos pela entidade ao ECO.

Em causa está o decreto-lei 109-G/2021, que resulta da transposição de uma diretiva comunitária sobre os direitos de defesa dos consumidores e que entrou em vigor em maio do ano passado. O diploma traz regras mais apertadas para os comerciantes, obrigando, por exemplo, os retalhistas a afixar o preço mais baixo praticado nos 30 dias anteriores, incluindo aqueles que sejam praticados em eventuais períodos de saldos ou de promoções, e não apenas a percentagem do desconto.

Além disso, a nova lei impõe também a obrigatoriedade de exibição do preço mais baixo anteriormente praticado, por referência ao qual é realizada a prática de redução de preço, em letreiros, etiquetas ou listas nas quais os preços sejam afixados, deixando esta informação de ser alternativa à indicação da percentagem de redução de preço. Na altura, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), que representa o setor o retalho alimentar e especializado, criticou a medida.

Ao ECO, fonte oficial da ASAE adianta que durante o primeiro ano de vigência da nova lei foram realizadas “mais de 600 ações de fiscalização, tendo detetado várias infrações no âmbito deste diploma”, nomeadamente “o desrespeito das regras do anúncio de venda com redução de preços, a falta de envio de declaração de saldos à ASAE com antecedência de cinco dias e o incumprimento das regras legais sobre promoções”.

No que toca aos processos terminados, desde então “foram aplicadas coimas num valor total de 10.760,00 euros”, mas a ASAE sublinha que o montante “pode vir a ser superior uma vez que ainda se encontram processos a seguir os trâmites legais de instrução processual”.

O “pronto-a-vestir”, “supermercados/minimercados/mercearias” e “artigos/utilidades para o lar” são os setores de atividade com o maior número de infrações registadas, precisou a ASAE.

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Carrefour processa Sonae por dívidas dos supermercados no Brasil

Retalhista francesa avança com ação judicial milionária contra a Sonae para reclamar pagamento de condenações laborais e fiscais relativas aos supermercados no Brasil, vendidos em 2005 à Walmart.

O gigante retalhista Carrefour decidiu avançar com uma ação na Justiça contra a Sonae para tentar que o grupo português pague um conjunto de condenações a que foi sujeito em processos judiciais (civis, laborais e fiscais), que estavam pendentes à data da venda da operação no Brasil, em dezembro de 2005. De acordo com o processo que deu entrada no Juízo Central Cível de Lisboa, a que o ECO teve acesso, em causa está um valor superior a 8,8 milhões de euros, acrescido de juros.

Foi há quase 18 anos que o grupo liderado por Cláudia Azevedo decidiu sair do setor da distribuição no Brasil, onde possuía cerca de 140 lojas na região sul do país, através da venda dos seus ativos à americana Walmart por cerca de 635 milhões de euros. Uma posição que foi, entretanto, vendida a outras empresas do setor, até que em março de 2021 a retalhista francesa pagou 1,1 mil milhões de euros ao grupo BIG Brasil, que pertencia à Walmart e à Advent International, para ficar com os antigos supermercados da Sonae do outro lado do Atlântico.

Apresentação de resultados de 2022 da Sonae - 16MAR23
Cláudia Azevedo, CEO da SonaeRicardo Castelo/ECO

Ora, no contrato de compra e venda (SPA), assinado em dezembro de 2005, ficou acordado que a Modelo Investimento Brasil, veículo local através do qual a Sonae operava no Brasil, reembolsaria a compradora por todas as perdas e custos incorridos em processos pendentes à data da transação ou relativos a factos anteriores ou contemporâneos a essa venda. Uma cláusula habitual neste tipo de aquisições, para que a vendedora continue a ser responsável pelos litígios existentes com trabalhadores, fornecedores ou entidades públicas, anteriores à venda da companhia.

Em paralelo, também a 13 de dezembro de 2005, a Sonae MC SGPS (então denominada Modelo Continente SGPS) assinou uma carta de conforto a favor da Walmart, com a holding sediada na Maia a comprometer-se em pagar todas as obrigações que o veículo brasileiro assumiu nesta transação. Esta binding comfort letter é também comum em operações deste género, uma vez que a empresa local, após vender os ativos, deixa de ter bens no Brasil. Logo, para que a compradora possa obter pagamento dos seus créditos, caso não haja pagamento voluntário – como é o caso –, pode dirigir-se à casa mãe e, caso esta não responda, obter decisão e executar o seu património, neste caso em Portugal.

“Apesar de várias vezes instada para cumprir, a vendedora incumpriu várias das obrigações de reembolso a que se obrigou, não reembolsando a compradora, como era devido nos termos do contrato. Esta circunstância conferiu à autora o direito de agir contra a ora ré ao abrigo da carta de conforto. Assim, procedeu em agosto de 2021 à notificação judicial avulsa da ré, mas sem qualquer resposta ou resultado. Em consequência, a compradora vem, através desta ação, exigir o reembolso de quantias que suportou ao abrigo de diversos processos judiciais, que ascendem ao valor de 8.820.437,21 euros, acrescido de juros vencidos e vincendos”, lê-se na petição inicial, que deu entrada em janeiro de 2022.

Em causa neste primeiro processo estão dez condenações judiciais, cujo valor vai desde os 11,4 mil euros pagos a um funcionário numa ação indemnizatória por danos morais, até ao mais valioso de quase 3,1 milhões de euros, relativo a um litígio fiscal por “alegado aproveitamento indevido, por parte da então vendedora, de um crédito de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços nos períodos compreendidos entre março de 2004 a dezembro de 2005”. No entanto, há ainda largas dezenas de processos a correr nos tribunais brasileiros, que nos próximos anos vão engrossar este litígio na Justiça, por iniciativa da gigante retalhista de origem francesa.

Contactada pelo ECO, a advogada que representa a Carrefour neste processo em Portugal, explicou que a Sonae deixou de pagar há pouco mais de dois anos e que este primeiro processo é apenas um acumulado de uma dezena de condenações que foram liquidadas. “Como é um volume muito grande, a gestão vai-se fazendo assim de uma forma parcelar. (…) Mas a contingência poderá ser muito superior, pois há ainda valores em discussão entre as partes em montantes muito relevantes e que, com muita probabilidade, podem levar o Carrefour a iniciar mais ações com o mesmo objetivo”, indica Mariana França Gouveia.

A contingência poderá ser muito superior, pois há ainda valores em discussão entre as partes em montantes muito relevantes e que, com muita probabilidade, podem levar o Carrefour a iniciar mais ações com o mesmo objetivo. (…) Estamos a falar neste momento de um valor em ponderação à volta de 20 milhões de euros, a acrescentar ao valor [deste primeiro processo].

Mariana França Gouveia

Advogada que representa a Carrefour

Questionada sobre os valores que podem estar em cima da mesa, a advogada reconheceu ser difícil contabilizar ao certo, pois “são muitas contingências”. Porém, adiantou que, não sendo este o montante final, estão “a falar neste momento de um valor em ponderação à volta de 20 milhões de euros, a acrescentar ao valor” deste primeiro processo. Mariana França Gouveia sublinhou que “a estratégia é preparar novas ações à medida que vai havendo volume que o justifique, sempre num tribunal português”. Quanto a esta primeira, as partes já trocaram articulados, mas estão ainda a aguardar que a juíza marque uma audiência prévia ou decida que o tribunal não é competente.

Fonte oficial da MC, a empresa da Sonae que detém o Continente e em 2022 subiu as vendas em 11,5%, para 5.978 milhões, comentou apenas ao ECO que se trata de “uma ação judicial em curso, no contexto da qual apresentou a sua defesa”. “A MC aguarda com tranquilidade e segurança o desfecho positivo deste processo, pois atua sempre ciente das suas obrigações legais e contratuais e de acordo com princípios de boa-fé, honestidade e integridade”, acrescentou a retalhista, em reação a este processo do Carrefour.

A MC aguarda com tranquilidade e segurança o desfecho positivo deste processo, pois atua sempre ciente das suas obrigações legais e contratuais e de acordo com princípios de boa-fé, honestidade e integridade.

Fonte oficial da Sonae MC

No relatório anual da MC relativo às contas de 2022, num capítulo sobre os passivos contingentes relacionados com subsidiárias alienadas no Brasil, a MC detalha que “o montante reclamado pela Administração Tributária Brasileira dos processos fiscais em curso, que os advogados da empresa qualificam como tendo uma probabilidade de perda provável, acrescidos dos montantes pagos [de] 18,3 milhões de euros, nomeadamente no âmbito de programas das autoridades brasileiras competentes de recuperação de impostos estaduais ou federais, [ascendia] em 31 de dezembro de 2022 a 17 milhões de euros”, acima dos 15,2 milhões no final do ano anterior.

“Adicionalmente, existem outros processos fiscais com prognóstico de perda possível no valor global de 85,3 milhões de euros (76,2 milhões de euros em 31 de dezembro de 2021) para os quais o conselho de administração, baseado no parecer dos advogados, entende que da sua resolução é possível, mas não provável a existência de perdas para aquela antiga subsidiária”, contabilizou no mesmo documento a empresa liderada por Luís Moutinho, que lidera o mercado do retalho alimentar em Portugal.

Trocas de argumentos em tribunal

Na contestação apresentada no Juízo Central Cível de Lisboa, a Sonae alega que os tribunais portugueses são internacionalmente incompetentes para analisar este litígio. Argumenta, por um lado, que o contrato de compra e venda contém um pacto de jurisdição que atribui a competência para julgar quaisquer litígios que dele resultem aos tribunais brasileiros, concretamente o Foro Central da Cidade de São Paulo; e, por outro, que a carta de conforto não prevalece sobre o contrato para efeitos de determinação do foro competente.

O advogado Bruno Tomaz Bernardes sustenta que a carta de conforto “tem uma natureza meramente complementar, constituindo uma garantia adicional para pagamento imediato e integral das obrigações e responsabilidades da vendedora, quando devido à luz do SPA”. No mesmo documento, consultado pelo ECO, a defesa refere que ambos foram celebrados no Brasil e “a obrigação que [a Sonae] alegadamente assume na carta de conforto advém de factos com um claro elemento de conexão ao Brasil”.

“A presente ação é fundada na carta de conforto e não no contrato. Como resulta da petição inicial, a ré é demandada pelas obrigações que assumiu nos termos e ao abrigo única e exclusivamente da carta de conforto [que] contém um pacto de jurisdição que atribui competência exclusiva aos tribunais portugueses, o qual, conforme se verá, sobrepõe-se e prevalece sobre o pacto atributivo de jurisdição constante do contrato”, contrapõe o Carrefour, recordando que as partes “livre e conscientemente decidiram adotar foros diferentes para os litígios decorrentes de diferentes relações jurídicas”.

“Em face da existência de um pacto de jurisdição válido na carta de conforto, se a presente ação fosse proposta no Brasil, os tribunais brasileiros considerar-se-iam incompetentes para a sua apreciação. Assim, caso os tribunais portugueses se considerem incompetentes — o que não se concede —, estaria criada uma situação de denegação de Justiça para a autora, que se veria impossibilitada de exercer [judicialmente] os seus direitos resultantes da carta de conforto”, conclui a retalhista francesa.

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Após surpresa no arranque do ano, economia começa a dar sinais de arrefecimento

Indicadores como exportações e produção industrial mostram sinais de abrandamento. Com crescimento inesperado do primeiro trimestre, era difícil não se verificar desaceleração, dizem os economistas.

Após um primeiro trimestre que superou a maioria das previsões, a economia portuguesa começa a mostrar alguns sinais de abrandamento. Ainda que o arranque do ano tenha dado um impulso, existem indicadores como as exportações e a produção industrial que já denotam algum arrefecimento, como salientam os economistas ouvidos pelo ECO. Inquéritos de confiança e do sentimento económico mostram também que empresários e consumidores estão cautelosos em relação ao futuro, numa altura ainda de muita incerteza.

“A situação económica está extremamente fluida, com efeitos de choques anteriores a comporem com novos choques“, salienta o economista João César das Neves ao ECO, razão pela qual “a evolução mensal ou trimestral é tão volátil”. Para o economista, “parece realmente que, depois de um primeiro trimestre inesperadamente bom, o segundo mostra-se bastante menos favorável”, algo que já está refletido nas projeções de algumas organizações internacionais.

Pedro Braz Teixeira, diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, também salienta ao ECO que, no que diz respeito aos números trimestrais, “é quase impossível não haver uma desaceleração” depois do crescimento excecional que se verificou no primeiro trimestre. Esse desempenho inesperado levou até à revisão em alta de várias estimativas do crescimento anual, atualizações que se devem “quase exclusivamente ao primeiro trimestre”, que “não se espera que venha a ter impacto nos trimestres seguintes”.

As primeiras estimativas para o desempenho do segundo trimestre só vão ser conhecidas a 31 de julho, sendo depois confirmados um mês depois, no final de agosto. Mas o próprio ministro das Finanças já sinalizou, esta quarta-feira, que as contas públicas no segundo trimestre serão “significativamente piores”. Até porque “muitas medidas só terão reflexo nas contas a partir do segundo trimestre”, como o IVA Zero, o aumento extraordinário dos salários da Função Pública e do subsídio de alimentação, o apoio às famílias mais vulneráveis e o aumento das pensões, explicou.

Deve-se ter em conta também que “o ambiente genérico é fraco, continua a subida das taxas de juro, cujo impacto não foi completamente refletido nas famílias e empresas”, já que “há sempre um desfasamento com as Euribor”, salienta o economista Pedro Braz Teixeira. Além disso, a “conjuntura internacional também não favorece”, sendo que, por exemplo, a Alemanha entrou em recessão técnica.

Assim, existe um conjunto de indicadores que mostram e permitem antecipar alguma desaceleração da economia, nomeadamente a produção industrial e as exportações, para além do clima económico.

Exportações caem 3,6% em abril

As exportações portuguesas registaram uma contração de 3,6% em abril, em termos homólogos e nominais, o que compara com uma variação positiva de 18,6% em março, revelou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). As importações também caíram, neste caso 5,7%, quando no mês anterior tinham aumentado 9,6%.

O gabinete estatístico sublinha que “desde os primeiros meses de 2021 que não se registavam decréscimos nas transações de bens de Portugal com os mercados externos”. No entanto, assinala que o mês de abril de 2023 teve menos um dia útil que o mês homólogo de 2022 e menos cinco dias úteis que o mês anterior.

Produção da indústria portuguesa encolheu 7% em abril

A produção industrial voltou a desacelerar em abril, seguindo a tendência verificada no mês anterior. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o índice de produção industrial apresentou uma variação homóloga de -7% em abril, com o setor da energia a ser o principal motivador desta quebra. Em março, redução tinha sido de 3,6%.

“A intensidade da redução poderá estar relacionada com o escoamento de stocks e quebra de encomendas, referidas por diversas empresas”, detalha o INE no relatório divulgado esta quinta-feira. Sem contar com o agrupamento de energia, o INE indica que esta variação foi de -4,6%, em abril e -0,9% em março.

Clima económico volátil: agrava em maio mas estabiliza em junho

Os dados conhecidos de abril, agregados na síntese do INE, mostraram que a economia estava a abrandar. “Os indicadores de curto prazo (ICP) relativos à atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis para abril, apontam para uma diminuição na indústria e uma desaceleração nos serviços e na construção”, refere o Instituto Nacional de Estatística em comunicado.

Além disso, o INE referia também que o indicador de clima económico, que sintetiza as questões relativas aos inquéritos qualitativos às empresas, “diminuiu em maio, após ter aumentado entre janeiro e abril”. De salientar ainda que, na perspetiva da despesa, “o indicador de atividade económica desacelerou em abril, verificando-se um aumento do indicador de investimento e uma desaceleração do indicador de consumo privado”.

Mas em maio, o indicador acabou por estabilizar, ainda que a situação não seja uniforme. “Os indicadores de confiança aumentaram na construção e obras públicas e nos serviços, tendo diminuído na indústria transformadora e no comércio”, indica o INE, no inquérito mais recente.

Já olhando para o indicador do Banco de Portugal, as últimas duas semanas foram de crescimento da atividade económica, mas, na semana terminada a 11 de junho, o indicador diário de atividade económica (DEI) apontava “para uma taxa de variação homóloga inferior à observada nas semanas anteriores”, uma quebra que surgiu após quatro semanas consecutivas de manutenção da atividade.

A generalidade dos indicadores de alta frequência” vai no sentido de um abrandamento, admite João César das Neves, passando pelo Indicador de Sentimento Económico e as vendas de veículos e cimento, destacando que “a síntese do INE agrega esses vários indicadores”.

Como salienta o economista e professor do Centro de Economias e Finanças da Universidade do Porto, João Loureiro, indicadores como o clima económico são importantes porque “são auscultações feitas por inquérito a consumidores e empresários e dão indicações se há degradação” das expectativas, que poderão influenciar a evolução futura. Ou seja, “se perguntarem como acha que vai está a situação e várias pessoas disserem que está pior, o mais provável é que vá mesmo” porque perante essas expectativas vão agir de acordo e consumir menos, explica.

Pedro Braz Teixeira acrescenta que os dados do clima económico e indicadores de confiança “são dos indicadores mais em cima do acontecimento, porque são do próprio mês”, ao contrário de outras métricas.

Crédito à habitação com o maior abrandamento em três anos

Os bancos continuam a registar uma redução do ritmo de contratualização do crédito à habitação, o que pode refletir já o acesso mais caro a financiamento. Segundo dados divulgados na quarta-feira pelo Banco de Portugal, o montante total de empréstimos para habitação em maio era de 99,5 mil milhões de euros, menos 118,3 milhões de euros (-0,12%) do que no final de abril. Foi o quinto mês consecutivo em que o volume de crédito à habitação concedido pela banca registou taxas mensais negativas.

Há dez meses consecutivos que a concessão de crédito à habitação está em queda, passando de uma taxa homóloga de 4,8% em julho de 2022 para 0,8% em maio. Desde maio de 2020 que não se assistia a um crescimento homólogo tão baixo. Já o stock do crédito à habitação está no valor mais baixo desde julho de 2022 e há quatro meses consecutivos que está abaixo da fasquia dos 100 mil milhões de euros.

Inflação desacelera para 3,4%

Depois de uma desaceleração da inflação em maio para 4%, junho manteve a tendência e recuou para 3,4%, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). É o oitavo mês consecutivo de abrandamento, sendo que a desaceleração em ambos os meses foi justificada em parte por um efeito de base, mas deve-se sobretudo à descida dos preços da energia. Apesar de ter desacelerado, continua elevada e o indicador está sujeito a algumas distorções estatísticas.

“Esta desaceleração continua a ser em parte explicada pelo efeito de base, resultante do aumento de preços dos combustíveis verificado em junho de 2022″, indica o INE. Medidas como o IVA Zero também ajudam à descida dos preços.

Desemprego a cair

A taxa de desemprego em maio diminuiu para 6,4%, uma descida de apenas 0,1 pontos percentuais face ao apurado no mês anterior, que foi revisto em baixa de 6,8% para 6,5%. Em termos homólogos, contudo, o desemprego aumentou 0,4 p.p., segundo os dados provisórios divulgados na quinta-feira pelo INE. Em maio, 338.600 pessoas estavam desempregadas no país.

Já o número de pessoas registadas nos centros de emprego como desempregadas baixou em maio para 285.855, recuando tanto a abril como em relação a igual período do ano passado. Em maio estavam inscritas no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) menos 9.567 pessoas (-3,2%) do que em abril e menos 10.539 pessoas (-3,6%) do que em maio de 2022, segundo os dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

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Dona do NorteShopping e do Colombo abre novo escritório na Maia para “trabalho do futuro”

Com 1.100 metros quadrados de área e capacidade para mais de uma centena de postos de trabalho, a Sonae Sierra tem um novo escritório na Maia, no campus Sonae.

Depois de reposicionar o negócio, com a entrada em novas áreas, a Sonae Sierra, a dona do NorteShopping e do Colombo, acaba agora de abrir um novo escritório na Maia, no campus Sonae, preparado para o “futuro do trabalho”.

“Os novos escritórios que a Sierra agora inaugura são um excelente exemplo daquilo que é a nossa visão para os espaços de trabalho do futuro, ou seja, daquilo que empresas de vanguarda precisam para dar resposta às ambições das suas pessoas e investidores. O projeto tem assinatura da Reify., a unidade de negócio da Sierra que se foca em criar e materializar espaços urbanos sustentáveis, inovadores e inspiradores, que os investidores procuram, e onde as pessoas se sentem confortáveis e estimuladas”, diz Inês Drummond Borges, chief transformation officer da Sonae Sierra, ao Trabalho by ECO.

“A arquitetura tem um impacto determinante na forma como agimos num determinado lugar, pelo que procuramos que os espaços que criamos modelem os comportamentos que desejamos ver nas pessoas que os utilizam. No projeto do nosso novo escritório no Porto, quisemos garantir que trabalhar aqui nos inspira a sermos ainda mais abertos, dinâmicos e colaborativos na forma como construímos em conjunto esta nova Sierra, visto que estamos num processo de transformação de negócio e organização”, reforça a gestora.

Com 1.100 metros quadrados de área e capacidade para mais de 100 postos de trabalho, o novo escritório da dona do NorteShopping e do Colombo apresenta um conceito assente numa praça central, o Café Central, “a zona de cafetaria do escritório, onde as pessoas se vão, naturalmente, cruzar e partilhar questões, conhecimento e experiência, para encontrarem, em conjunto, melhores soluções”, descreve Inês Drummond Borges.

À volta deste lugar, criámos uma diversidade de espaços para desempenhar diferentes tipos de tarefas, individualmente ou em grupo, em interação presencial e digital. Estimular a criatividade e oferecer soluções adicionais para momentos de pausa são também componentes essenciais do conceito. Influenciam o bem-estar das pessoas e tornam mais interessante vir trabalhar aqui”, refere ainda.

Escritório responde a modelo híbrido

A empresa tem implementado um modelo híbrido de trabalho, para “todas as funções compatíveis”, a maioria. Inês Drummond Borges faz um balanço positivo.

“Até agora, tem entregado resultados interessantes, conferindo à experiência de trabalhar na Sierra uma flexibilidade muito valorizada pelas pessoas, sem prejuízo da eficiência. Combinar semanalmente dois ou três dias de trabalho remoto com dois ou três dias de trabalho no escritório (a quantidade de uns e de outros varia ligeiramente consoante as funções) tem sido uma solução equilibrada para facilitar o trabalho em equipa e a transferência de know-how e perspetivas entre diferentes perfis e gerações, e a conciliação das múltiplas ambições que temos na vida”, considera a chief transformation officer.

Procurámos criar um espaço que liberte o talento e a energia criativa que existe nas nossas pessoas, nas mais jovens e nas mais experientes. Queremos impor um ritmo de transformação da forma de fazer negócio que impulsione o novo ciclo de crescimento que ambicionamos e que está a tomar forma.

O novo escritório responde, assim, a este novo modelo de trabalho. “No convite permanente à conexão, ao cruzamento de pessoas, ideias, soluções, ou seja, no foco em colaboração, sem barreiras nem paredes. Isto sem prejuízo de garantir concentração e privacidade sempre que necessário”, diz a responsável. “Reflete também na medida em que oferece diversidade de locais, formatos, soluções e posições de trabalho e de pausa que possam inspirar perspetivas diferentes e mais criatividade. A informalidade é outra tónica permanente, muito importante na forma como a geração Z, que está agora a entrar no mercado, se projeta no trabalho”, continua.

“Procurámos criar um espaço que liberte o talento e a energia criativa que existe nas nossas pessoas, nas mais jovens e nas mais experientes. Queremos impor um ritmo de transformação da forma de fazer negócio que impulsione o novo ciclo de crescimento que ambicionamos e que está a tomar forma”, refere ainda.

A reformulação teve ainda preocupações com a sustentabilidade, tema no “ADN da empresa desde a sua fundação”.

A cobertura do edifício tem claraboias, aumentando a captação de luz natural e a sua distribuição para todos os espaços de trabalho, por exemplo, a iluminação é 100% LED de baixo consumo, com regulação automática em função da luminosidade e da presença e controlo por domótica; o sistema de climatização é regulável mediante sondas de temperatura, permitindo poupanças até 70% nos consumos de energia elétrica.

O espaço aposta ainda em materiais naturais, como madeira e plantas, combinando arte urbana com ofícios tradicionais, como o trabalho em burel, da autoria de artistas e oficinas nacionais. A empresa não revelou o valor de investimento nesta reconversão do espaço.

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SME EnterPRIZE premia PMEs portuguesas com boas práticas ambientais

  • ECO Seguros
  • 2 Julho 2023

A 2ª edição dos prémios decorre simultaneamente em 9 países, incluindo Portugal, onde a EY é knowledge partner. A Tranquilidade premeia estratégias de sustentabilidade com 15 mil euros.

O SME EnterPRIZE, prémio europeu de sustentabilidade para Pequenas e Médias Empresas (PME), promovido pelo Grupo Generali, está na sua 2ª edição, mais uma vez com o objetivo de incentivar modelos de negócio sustentáveis na Europa. A Tranquilidade, seguradora parceira dos prémios, vai reconhecer PMEs inovadoras em Portugal, com produtos e serviços avaliados em 15 mil euros.

Na 1ª edição do Prémio SME EnterPRIZE, em 2022, foram distinguidos 3 projetos, nas áreas de slow fashion, produção de algas e metalomecânica.

A iniciativa, que decorre simultaneamente em 9 países, reuniu candidaturas até ao final de maio, em vários países europeus, incluindo Portugal, onde a EY é knowledge partner e o júri é composto por personalidades independentes. Além de valorizar as boas práticas ambientais, este ano, o SME EnterPRIZE também reconhecerá as iniciativas das PMEs no âmbito social.

Os objetivos do SME EnterPRIZE são apoiar as PMEs nos seus esforços de sustentabilidade, e reconhecer práticas que combinem competitividade e equilíbrio ambiental. O prémio destaca as PMEs que promovem a redução de emissões de gases e do efeito estufa, a otimização de recursos e consumo, a reciclagem, a recuperação de matérias-primas e a economia circular. Valoriza aquelas que pensam no bem-estar dos seus colaboradores, das suas famílias e das comunidades onde operam.

No âmbito dos prémios, a universidade italiana SDA Bocconi School of Management realizou uma pesquisa com 1.200 PMEs europeias, observando que as PMEs dos diversos países apresentam ritmos diferentes nos processos rumo à sustentabilidade. Portugal ocupa a 3ª posição, logo após Alemanha e Itália, no ranking dos países onde a maior percentagem de PMEs possui uma abordagem estratégica para a sustentabilidade.

Quando questionadas sobre os apoios mais relevantes, a maioria das PMEs (73%) afirmou que é importante que os governos ofereçam incentivos fiscais que promovam a sustentabilidade. Em seguida, os fundos da União Europeia, que financiam a transição verde, foram apontados por 67% das PMEs.

As PMEs identificaram o aumento do preço da energia, a inflação e a guerra na Ucrânia como os principais obstáculos para a sua abordagem sustentável.

Aquelas que já iniciaram sua jornada rumo à sustentabilidade destacam os benefícios dessa opção estratégica: 82% das PMEs pesquisadas relataram uma melhoria no impacto ambiental, 75% mencionaram uma melhoria na satisfação dos clientes e 64% destacaram uma melhoria na reputação e no diálogo com os stakeholders.

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Seguradoras e bancos chegam a acordo para salvar Eurovita

  • ECO Seguros
  • 2 Julho 2023

Generali, Intesa Sanpaolo Vita, Poste Vita, UnipolSAI e Allianz juntaram-se para criar uma nova empresa que assumirá as apólices de seguro de vida da Eurovita.

As quatro maiores seguradoras italianas e a alemã Allianz chegaram a acordo sobre um plano de salvamento de vários milhares de milhões de euros para a Eurovita, informou o Instituto de Supervisão dos Seguros italiano (IVASS) na sexta-feira, após meses de trabalho para mediar um acordo que também envolve 25 bancos.

No início deste ano, a Eurovita tornou-se a primeira companhia de seguros italiana a ser colocada sob administração especial, depois de ter tido problemas decorrentes do aumento das taxas de juro.

As seguradoras Generali, Intesa Sanpaolo Vita, Poste Vita, UnipolSAI e Allianz criarão uma nova empresa que assumirá as apólices de seguro de vida da Eurovita.

Cerca de 10 mil milhões de euros em apólices serão transferidos para a nova empresa, ou seja, dois terços dos ativos totais da Eurovita no final do ano passado, disse fonte próxima do assunto à agência Reuters.

Os problemas da Eurovita evidenciam a ameaça que as seguradoras de vida enfrentam devido ao aumento das taxas de juro. A subida levou muitos pequenos aforradores a rescindir as suas apólices e a reinvestir o capital em busca de melhores rendimentos, obrigando as seguradoras a vender as obrigações subjacentes com prejuízo. A IVASS afirmou que os problemas da Eurovita foram agravados por uma má gestão dos riscos e pela falta de vontade do proprietário, a empresa britânica de capitais privados Cinven, de fornecer mais capital. No início deste ano, a IVASS congelou os resgates antecipados na Eurovita, depois de ter nomeado um comissário especial para a gerir.

Na sexta-feira, a Comissão prorrogou o congelamento até 31 de outubro, enquanto são finalizados os pormenores técnicos da operação de salvamento.

Para evitar que as cinco seguradoras sejam afetadas por resgates quando a proibição for levantada, os bancos que venderam os produtos à Eurovita estão a participar no resgate. Os credores fornecerão financiamento para reembolsar os clientes da Eurovita que resgatarem as suas apólices, mantendo as obrigações subjacentes até ao vencimento e neutralizando quaisquer perdas. Este financiamento ascende a 6 mil milhões de euros, disse à Reuters a mesma fonte.

Os bancos incluem o Banco BPM, o BPER, o Credit Agricole, o FinecoBank, o Intesa Sanpaolo, o Mediobanca e o Monte dei Paschi.

Os mutuantes foram aconselhados pela Vitale & Co e pela sociedade de advogados Gatti Pavesi Bianchi Ludovici.

 

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Mediadora EXS atinge 1,5 milhões de euros de receita em 26 mil seguros

  • ECO Seguros
  • 2 Julho 2023

A empresa registou um crescimento médio superior a 30% em cada ano. Fatura atualmente cerca 1 milhão e 500 mil euros anuais. Diz que quer continuar na linha da frente da área de mediação.

Na celebração do seu 27º aniversário, a EXS Mediação de seguros juntou-se para refletir no crescimento da empresa ao longo da última década e expressou o objetivo de continuar a oferecer soluções de qualidade aos clientes.

A mediadora EXS Seguros celebrou 27 anos com Convenção especial e Sunset Party no rio Tejo.

“Temos muito para nos orgulhar e é importante celebrá-lo com a nossa equipa e os nossos parceiros. Nesta última década tivemos um crescimento médio superior a 30% em cada ano, faturando neste momento praticamente 1 milhão e 500 mil euros anuais. Contamos com uma equipa de 26 colaboradores para, diariamente, ajudar o cliente a assegurar as melhores soluções. A nossa ambição para os próximos 10 anos é continuar na linha da frente da área de mediação, no que toca no serviço ao cliente”, disse Alexandre Carvalho, CEO da EXS Seguros.

A empresa realizou uma Convenção Anual no Museu do Oriente e uma ‘Sunset Party’ no Rio Tejo. Foram premiados os melhores gestores comerciais nas áreas de Vida e Não Vida e atribuídos Prémios Revelação a colaboradores em novas funções. Houve reconhecimento ainda para os profissionais mais resilientes, pela capacidade de superar desafios, de se adaptarem às mudanças e por perseverarem em momentos difíceis. Foram premiados ainda os colaboradores com 5, 10 e 25 anos de colaboração com a EXS.

A mediadora EXS nasceu em 1996, colabora atualmente com 26 seguradoras e conta com consultores especializados em cada ramo. Conta com uma rede de mais de 17 mil segurados e mais de 26 mil seguros.

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Seguradoras brasileiras querem reforçar parcerias com empresas portuguesas

  • Lusa
  • 2 Julho 2023

O presidente da CNseg do Brasil reuniu-se em Lisboa com o seu homólogo português. Afirma que "há muito espaço" para negócios entre os dois países.

O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) do Brasil, que se reuniu na semana passada, em Lisboa, com o seu homólogo português, disse à Lusa que “há muito espaço” para negócios e cooperação no setor entre os dois países.

“Há muito espaço para cooperação económica e comercial efetiva, com investimentos de ambas as partes”, disse Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) do Brasil.

Dyogo Oliveira, que se deslocou a Portugal para participar na XI edição do Fórum Jurídico de Lisboa, evento que juntou durante três dias na Faculdade de Direito de Lisboa vários especialistas e responsáveis políticos do Brasil e Portugal, disse que se encontrou com o seu homólogo da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), José Galamba de Oliveira, para fazer “prospeção de cooperação entre os dois países no setor segurador”.

Em entrevista à Lusa, o presidente da CNseg disse que foram discutidas alternativas de como fomentar uma maior cooperação na indústria de seguros entre o Brasil e Portugal na reunião com o seu homólogo.

Segundo o líder do CNseg, existem duas possibilidades a explorar entre os dois países. Uma “é a troca de experiências, de conhecimento. O Brasil está passando por transformações importantes na regulação do setor” e “a Europa tem um estágio de implementação regulatória bastante avançado”, referiu. Por isso, o Brasil tem “muito a aprender com a experiência de outros países. E essa é uma matéria a desenvolver com as nossas contrapartes aqui em Portugal”, revelou.

A outra possibilidade é a de cooperação económica entre empresas. “Há muito espaço para cooperação económica e comercial efetiva, com investimentos de ambas as partes. Há uma presença muito pequena das empresas portuguesas de seguros no Brasil, embora exista um cruzamento de participações societárias“, o que faz com que muitas pertençam a grupos económicos que também têm interesses no mercado brasileiro. E “as empresas brasileiras têm uma presença praticamente nula em Portugal. Então há muito a explorar nisso”, defendeu.

Segundo o presidente da confederação, as empresas brasileiras de seguros têm um nível de desenvolvimento e modelos de subscrição muito sofisticado e tecnologia moderna, pelo que têm “muita oportunidade de participar no mercado português”.

A CNSeg representa 160 seguradoras e o setor no país cresceu 11% no ano passado. Para Dyogo Oliveira, o mercado português é “já bem maduro nos seguros tradicionais”, enquanto o Brasil tem uma experiência boa em produtos inovadores como o seguro para riscos cibernéticos e seguros garantia, “atrelados a operações financeiras. Há muito espaço tanto no Brasil como em Portugal para que as empresas avancem” para negócios, concluiu. Portugal pode ser, para as seguradoras brasileiras, um primeiro passo de internacionalização “para voos mais longos”, para a Europa, realçou.

Dyogo Oliveira aproveitou a oportunidade de se reunir com o seu homólogo português para convidar os associados da APS a participarem em setembro na Fides Rio 2023, grande conferência interamericana do setor.

 

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Twitter amplia limites de leitura de tweets impostos no sábado

  • Lusa
  • 2 Julho 2023

O dono do Twitter decidiu ampliar os limites impostos no sábado à leitura de publicações por cada utilizador, assinalando a "ironia" de que o tweet com esse anúncio se tornou no mais lido de sempre.

O dono do Twitter decidiu ampliar os limites impostos no sábado à leitura de publicações por cada utilizador, assinalando a “ironia” de que o ‘tweet’ com esse anúncio se tornou no mais lido de sempre até à data.

No sábado, o empresário Elon Musk anunciou que a rede social Twitter impôs temporariamente limites diários no número de publicações que um utilizador pode ler, alegando evitar assim “níveis extremos de recolha de dados e manipulação do sistema”.

Num tweet publicado no sábado e que é atualmente o mais lido de sempre até à data nesta rede social, o dono do Twitter informou que as “contas verificadas” poderiam ler até “6.000 publicações por dia”, enquanto as “contas não verificadas” poderiam ler 600 e no caso das “novas contas não verificadas” seriam 300 mensagens.

Nesse anúncio, o empresário ressalvou que esses limites poderiam “em breve” ser elevados para 8.000, 800 e 400, respetivamente.

Em poucas horas, Elon Musk avançou com alterações, aumentando os limites para 10.000 publicações para contas verificadas, 1.000 para contas não verificadas e 500 para novas contas não verificadas.

Apesar de tudo, o anúncio inicial de limites de leitura de publicações no Twitter causou “alvoroço” na rede social, enquanto muitos usuários relataram problemas para aceder aos conteúdos.

A primeira publicação do dono do Twitter sobre a imposição de limites acumulou, entre sábado à tarde e a manhã deste domingo, mais de 455 milhões de leituras.

Em mais um exercício de ironia, esta publicação conseguiu um recorde de visualizações!“, indicou o empresário, que comentou com sarcasmo numa outra mensagem como os utilizadores estavam a atingir os limites de leitura “por ler acima dos limites” e reclamam da medida.

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