Mota-Engil fecha troca de participações com espanhola para internacionalizar negócio do ambiente
Grupo liderado por Carlos Mota Santos fica com 100% da Suma, incluindo as participadas internacionais em Angola, Brasil, Moçambique e Omã, e vende negócio dos resíduos industriais à espanhola Urbaser.
A Mota-Engil anunciou esta segunda-feira que já foram “obtidas as autorizações regulatórias e preenchidas as condições precedentes necessárias” à concretização da transação com a empresa espanhola Urbaser, controlada pelo fundo norte-americano Platinum Equity, que tinha sido anunciada em março do ano passado.
No âmbito desta troca de participações nos negócios do ambiente, o grupo português passa a deter a 100% a Suma – fica com a posição de 38,5% até agora nas mãos desta parceira desde 1995 –, assim como as participações que detém nos veículos dos segmentos de recolha e serviços urbanos, tratamento e valorização de resíduos, e das participadas internacionais em Angola, Brasil, Moçambique e Omã.
Em contrapartida, o grupo liderado desde janeiro de 2023 por Carlos Mota Santos aliena a este “parceiro histórico” as suas participadas no segmento industrial, em que tinha uma quota de 61,5%. Passam a ser detidas integralmente pela Urbaser, através da “Industrial Waste NewCo”, constituída há menos de um ano para ficar com a unidade de negócio de resíduos industriais da Suma.
“É uma empresa-veículo a ser constituída que deterá a unidade de negócio de resíduos industriais da Suma e que passará a integrar várias empresas que operam nos mercados de recolha e tratamento de resíduos industriais perigosos e não perigosos, bem como de recolha, transporte, e tratamento de óleos usados”, detalhou na notificação à Autoridade da Concorrência.
A concretização da aquisição hoje anunciada permitirá acelerar a execução do plano estratégico, nomeadamente a internacionalização dos negócios do ambiente, suportada no seu vasto know-how e na sua presença internacional.
Num comunicado enviado às redações, a Mota-Engil sublinha que a concretização da aquisição agora anunciada “permitirá acelerar a execução do seu plano estratégico, nomeadamente a internacionalização dos negócios do ambiente, suportada no seu vasto know-how e na sua presença internacional, mantendo firme o compromisso com o desenvolvimento e modernização tecnológica do setor do ambiente em Portugal e nos mercados internacionais em que atua”.
Este negócio, enquadrado pelo grupo nortenho numa “estratégia de desenvolvimento de negócio com foco nos negócios core, em que se inclui o ambiente” (gerou um volume de negócios de 556 milhões de euros em 2022), acontece menos de um mês depois de ter anunciado a venda do negócio de construção e imobiliário na Polónia à construtora húngara Duna Aszfalt1. Uma transação será feita por um enterprise value de cerca de 90 milhões de euros e deverá estar concluída até ao final do primeiro semestre de 2024.
Já na área industrial, a Mota-Engil e o grupo mexicano Prodi completaram no final do ano passado a injeção de 90 milhões de euros na Duro Felguera, o primeiro passo para a entrada como novos acionistas da cotada espanhola que em 2021 recebeu um apoio público temporário no valor de 120 milhões de euros. Depois dos primeiros 30 milhões em outubro, desembolsaram em dezembro a segunda tranche de 60 milhões de euros.
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