Pedro Nuno diz que comboio Lisboa-Madrid está a avançar

  • Lusa
  • 30 Janeiro 2024

Pedro Nuno Santos realçou que "do lado espanhol está em curso um investimento muito importante" para as ligações ferroviárias em comboio rápido entre Madrid e Badajoz.

O líder do Partido Socialista e ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse esta terça-feira que a nova ligação de comboio entre Madrid e Lisboa “está em curso” e não há “nenhum esquecimento”.

“Está em curso neste momento, não há nenhum esquecimento e, portanto, era importante que todos os líderes políticos ou políticos que vão falando sobre o tema da ferrovia saibam o que é que está neste momento em curso, com prejuízo de estarem a dizer e a fazer afirmações sem sentido”, disse Pedro Nuno Santos, em Madrid, após um encontro com o secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez.

O líder do PS defendeu que novos projetos da ferrovia têm avançado em Portugal, com os governos socialistas de António Costa, “depois de décadas de abandono”, e, dentro das ligações transfronteiriças, apesar de a linha de alta velocidade entre Lisboa e Vigo ter sido considerada prioritária, “a ligação Lisboa-Madrid está em curso”.

“Ouço às vezes alguns discursos, alguns políticos, com alguma incompreensão, porque não sei se eles sabem o que é que está em curso neste momento”, acrescentou, em resposta a perguntas dos jornalistas. Pedro Nuno Santos realçou que “do lado espanhol está em curso um investimento muito importante” para as ligações ferroviárias em comboio rápido entre Madrid e Badajoz, o mesmo acontecendo no lado português, com o objetivo de haver uma ligação entre Évora e a fronteira com Badajoz com uma velocidade média de 250 quilómetros por hora.

O líder do PS reiterou que foi dada prioridade às ligações com a Galiza, pelo norte de Portugal, por “a procura projetada” ser dez vezes superior e por haver uma relação entre a Galiza e o norte da Europa que é “muito estreita” do ponto de vista económico e social que é também importante para Portugal. “Mas ela não substitui a ligação Lisboa-Madrid, que em curso neste momento”, sublinhou.

O encontro desta terça com Sánchez foi o primeiro a nível internacional de Pedro Nuno Santos desde que assumiu a liderança do PS, em dezembro passado. No final da reunião em Madrid só Pedro Nuno Santos falou com os jornalistas e revelou que entre os temas que abordou com Sánchez esteve o combate à extrema-direita e a articulação de posições na União Europeia, assim como dossiês bilaterais, como a gestão dos rios comuns ou as ligações ferroviárias.

Em relação a este tema da água, e quando regiões fronteiriças de Portugal e Espanha enfrentam problemas de seca, o líder do PS disse não estar em causa neste momento qualquer revisão da Convenção de Albufeira, que regula a gestão dos rios partilhados pelos dois países, mas acrescentou que existe a intenção de levar esta questão “para a frente do debate europeu”.

“A água é uma preocupação em Espanha e em Portugal, é um problema europeu, não é apenas um problema português e espanhol”, afirmou. Depois de Madrid, na quarta-feira, o secretário-geral do PS terá em Bruxelas uma série de encontros com responsáveis do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, assim como uma reunião com os eurodeputados do PS.

Pedro Nuno atribui méritos do crescimento da economia a governos de Costa

O líder do PS congratulou-se ainda com o crescimento da economia portuguesa em 2023 e atribuiu méritos aos governos de António Costa, sublinhando as diferenças entre socialistas e direita na resposta às crises. Pedro Nuno Santos realçou que Portugal “está a crescer acima de qualquer outro país” da União Europeia, o que prova que “as políticas que têm sido tomadas ao longo dos anos são políticas boas que promovem o crescimento económico”.

Este crescimento económico deve-se a todos os portugueses, às empresas e aos trabalhadores”, mas “deve-se também ao trabalho dos governos e aos governos liderados por António Costa”, afirmou.

Pedro Nuno Santos defendeu que os dados do crescimento económico mostram que é possível “ter confiança no país e no futuro de Portugal” desde que seja “o Partido Socialista a liderar um governo”, sublinhado as diferenças entre a resposta da direita (os anteriores governos do PSD/CDS) à crise financeira, “com cortes nos salários, com cortes nas pensões, com aumento dos impostos”, e a forma como o PS “lida com as crises”.

“A nossa preocupação em garantir a estabilidade, a previsibilidade, a segurança da vida das pessoas, da vida dos portugueses, de quem trabalha, das empresas, foi testada na forma como nós lidamos com a pandemia e com a crise inflacionista”, defendeu, antes de acrescentar que, porém, o futuro “é de grande incerteza” e de pedir aos eleitores para não caírem “na tentação de se refugiarem” em projetos populistas como o do Chega, que além de não apresentarem “soluções realistas”, têm “um discurso que explora o ódio”.

Segundo Pedro Nuno Santos, o PS apresenta-se às eleições de 10 de março com a consciência de que “há uma parte dos portugueses que estão zangados” e assumindo que nem todas as respostas dadas pelos governos socialistas “foram boas ou suficientes”, mas também realçando que, “ainda assim, é o Partido Socialista que está melhor preparado, que tem mais experiência, tem soluções credíveis”.

Defendendo que o PSD só conseguirá governar Portugal com uma aliança com o Chega, “mesmo que ela seja hoje rejeitada pelo líder do PSD”, Luís Montenegro, o secretário-geral do PS disse que a ascensão da extrema-direita é “motivo de grande preocupação” e defendeu que “só há um partido em Portugal que pode travar o avanço de projetos populistas ou de extrema-direita”, o PS. Segundo disse aos jornalistas, o avanço da extrema-direita em toda a Europa foi um dos assuntos que esteve na agenda do encontro que teve hoje com Pedro Sánchez.

“Há uma ameaça que preocupa os dois governos, a ameaça da extrema-direita, a ameaça do populismo que atravessa toda a Europa, também os nossos países, Portugal e Espanha”, disse Pedro Nuno Santos, que considerou essencial que Lisboa e Madrid continuem a ter “governos progressistas” e “a trabalhar em conjunto na frente europeia”.

Além do combate à extrema-direita e a articulação de posições na União Europeia, os líderes do PS e do PSOE abordaram dossiês bilaterais, como a gestão dos rios comuns ou as ligações ferroviárias. “É muito importante que a relação que tem sido construída ao longo dos anos entre o governo português e o governo espanhol seja uma relação aprofundada”, disse Pedro Nuno Santos, que realçou que há “muitos dossiês bilaterais” e que as duas economias estão integradas.

Depois de Madrid, na quarta-feira, o secretário-geral do PS terá em Bruxelas uma série de encontros com responsáveis do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, assim como uma reunião com os eurodeputados do PS.

 

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