Horta Osório, sauditas e franceses avançam para segunda ronda de negociações para comprar Altice Portugal
Apolo e CVC ficam pelo caminho. Na segunda ronda de licitações pela Altice entram a Saudi Telecom, a Iliad do francês Xavier Niel e a americana Warburg Pincus, em parceria com gestor português.
A Saudi Telecom Company, a Iliad do milionário francês Xavier Niel e a private equity americana Warburg Pincus, associada ao ex-presidente do Credit Suisse, António Horta Osório, foram os interessados na compra da operação portuguesa da Altice que avançaram para a segunda ronda de negociações com a operadora de telecomunicações, avança a agência Bloomberg.
Fora da corrida à compra da Altice Portugal ficaram a Apollo Global Management e a CVC Capital Partners, entre outras empresas de private equity, que nas últimas semanas tinham também entregado propostas iniciais de compra a Patrick Drahi, fundador e acionista maioritário do grupo francês. No total, terá recebido perto de duas dezenas de propostas até ao final de janeiro.
No entanto, de acordo com as informações recolhidas pela agência financeira, ainda não é certo que venha a haver acordo com um potencial comprador. Até porque os valores que foram colocados em cima da mesa negocial ficaram aquém dos oito a 10 mil milhões que Drahi pretende arrecadar pela venda da dona da Meo.
Foi o caso da proposta do consórcio que inclui Horta Osório e que tem em vista ficar com toda a operação portuguesa e recuperar a marca e o nome da Portugal Telecom, com o “parceiro” Warburg Pincus interessado em ficar com o data center da Covilhã. Este candidato quer também aprofundar a aposta na Altice Labs (antiga PT Inovação) para reforçar as exportações da empresa portuguesa.
Foi em setembro que o dono da Altice deu indicações de que estava disponível para vender alguns negócios do seu império de telecomunicações e media – inclui ativos na França, Israel e nos EUA – para reduzir a montanha de dívida do grupo, que supera os 55 mil milhões de euros. Com o nome da empresa em Portugal envolvido na Operação Picoas, no âmbito da investigação que levou à prisão do antigo sócio Armando Pereira e que implicou outros altos cargos do grupo, acabou por colocar as operações no país na lista de ativos a alienar.
Na apresentação com informações sobre os negócios em Portugal que foi enviada a potenciais investidores – operação batizada internamente de “Project Recital” –, o grupo descreveu um “mercado português de telecomunicações altamente atrativo”, no qual a Meo é líder “indiscutível”, com “fluxos de receita altamente diversificados com fortes alavancas de crescimento”. Salientou ainda as participações da Meo na rede de fibra ótica e outros ativos de infraestruturas.
Com uma quota de mercado de 45% no segmento móvel, 39% na internet e 40% nos serviços de televisão paga, a Altice destaca que a empresa tem mostrado um crescimento consistente da base de novos subscritores. Por outro lado, a Geodesia (empresa de construção de fibra) e a Altice Labs foram apontadas como alavancas adicionais de crescimento com forte potencial de vendas internacionais.
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