EUA anunciam 53 milhões de dólares em ajuda humanitária para Gaza e Cisjordânia
O Governo dos EUA defende agora que os trabalhadores humanitários que estão na Faixa de Gaza têm de "ser protegidos" e poder fazer o seu trabalho "sem serem alvejados e mortos".
O Governo dos Estados Unidos anunciou esta terça-feira o envio de 53 milhões de dólares (48,8 milhões de euros) em ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e a Cisjordânia através da sua Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID). A administradora da USAID, Samantha Power, indicou que grande parte do dinheiro se destinará a programas alimentares, através do Programa Alimentar Mundial (PAM) e de organizações internacionais não-governamentais.
“Mas essa ajuda tem de chegar às pessoas necessitadas. E, neste momento, é necessário resolver os obstáculos burocráticos e os atrasos nas inspeções [e] o número de pontos de acesso a Gaza tem de ser significativamente aumentado”, sublinhou. Power afirmou também que os trabalhadores humanitários que estão na Faixa de Gaza têm de “ser protegidos” e poder fazer o seu trabalho “sem serem alvejados e mortos”.
Este pacote de 53 milhões de dólares (48,8 milhões de euros) eleva para 180 milhões de dólares (165,8 milhões de euros) a ajuda que os Estados Unidos da América (EUA) enviaram para os territórios palestinianos desde que Israel iniciou a sua ofensiva à Faixa de Gaza, em outubro do ano passado.
Desde que a guerra começou, a Casa Branca pediu ao Congresso a aprovação de um pacote de 14.000 milhões de dólares (12.900 milhões de euros) em ajuda militar para Israel, um projeto que está retido no poder legislativo, porque está ligado a outros 60.000 milhões de dólares (55.200 milhões de euros) de ajuda militar para a Ucrânia.
A 7 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.
A guerra entre Israel e o Hamas, que entrou no 144.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza cerca de 29.900 mortos, mais de 70.000 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.
O conflito fez também quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome que já está a fazer vítimas, segundo a ONU. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios ocupados pelo Estado judaico, mais de 400 palestinianos foram mortos desde 7 de outubro pelas forças israelitas e em ataques perpetrados por colonos, além de se terem registado mais de 3.000 feridos e 5.600 detenções.
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