“Portugal junta-se à viragem da Europa à direita.” Como a imprensa internacional viu a noite eleitoral

De Espanha ao Reino Unido, passando por França, a vitória curta da AD e a subida muito grande do Chega está em destaque nos meios internacionais. A notícia também cruzou o Atlântico.

Montagem com alguns títulos desta segunda-feira nos jornais internacionais

No rescaldo de uma noite eleitoral renhida, que deu a vitória à coligação Aliança Democrática por uma curta margem, e perante a subida muito expressiva da votação no partido de extrema-direita Chega, os principais meios de referência internacionais do ocidente destacavam a política portuguesa na manhã desta segunda-feira. Quase todos faziam referência ao disparo do partido de André Ventura.

Bloomberg

Portugal junta-se à viragem da Europa à direita com disparo do partido Chega

A edição europeia da Bloomberg era a que dava mais destaque a Portugal, sublinhando em manchete a viragem do país à direita: “O rápido crescimento das forças políticas de extrema-direita na Europa atingiu Portugal no domingo, com o partido Chega a aumentar o apoio e a quadruplicar o número de lugares no Parlamento”, lia-se no site da agência noticiosa financeira.

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The Guardian

Eleição em Portugal: aliança de centro-direita declara vitória, rejeita papel para a extrema-direita

Para o britânico The Guardian, o destaque é Luís Montenegro a declarar a vitória da AD nas eleições antecipadas e o “não” do presidente do PSD ao Chega para formar Governo: “Nas primeiras horas de segunda-feira, Montenegro reiterou a sua promessa eleitoral de não contar com o Chega para governar ou fazer qualquer acordo com os populistas, apesar de não ser claro se poderá governar sem o seu apoio.”

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Financial Times

Centro-direita de Portugal vence eleição renhida com extrema-direita a disparar

O Financial Times também destacou a vitória do “centro-direita” e o aumento da votação no Chega, ressalvando que “a possibilidade de a Aliança Democrática formar Governo vai depender do nacionalista Chega ou da ajuda dos derrotados socialistas”. “O resultado marca mais um importante avanço da direita na UE [União Europeia] onde os conservadores têm ganhado eleições ou entrado em coligações na Itália, Grécia, Suécia e Finlândia nos últimos dois anos”, escreveu o diário financeiro britânico.

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El País

O centro-direita ganha pelo mínimo em Portugal e os extremistas exigem entrar no Governo

Na vizinha Espanha, destaca-se no El País a exigência do Chega de entrar num Governo liderado pela AD. E escreve que “o líder socialista” Pedro Nuno Santos “anuncia que trabalhará no lado da oposição para recuperar os descontentes”. “Chega supera um milhão de votos e propõe-se a ‘libertar o país da extrema-esquerda'”, não esquece o jornal espanhol.

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El Mundo

Vitória mínima do centro-direita nas eleições em Portugal

O resultado renhido das legislativas portuguesas traduzia-se no facto de, ao início da manhã, o El Mundo ainda destacar na sua homepage um “empate técnico” entre AD e PS. Entretanto, a notícia foi atualizada para destacar a “vitória mínima do centro-direita”, com o artigo a arrancar com a frase “reviravolta em Portugal”: “Da maioria absoluta do Partido Socialista obtida há apenas dois anos a uma vitória da Aliança Democrática de centro-direita. Ganhou, sim, com um resultado muito próximo ao PS e o seu líder, Luís Montenegro, vai procurar formar Governo”, aponta.

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Les Echos

Vitória muito curta da direita moderada em Portugal

Em França, o Les Echos noticia a “vitória muito curta” da coligação liderada por Luís Montenegro e enaltece que “os socialistas perdem quase metade dos seus assentos” na Assembleia da República. “A sua derrota beneficia principalmente o partido de extrema-direita Chega, que obteve 18% dos votos e pede a entrada num Governo da aliança de direita”, resume o diário francês.

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Reuters

Conservadores de Portugal vencem eleição enquanto extrema-direita dispara

Para a agência financeira Reuters, “é incerto” que Luís Montenegro “possa governar sem o apoio do Chega, com o qual recusou negociar”. “A representação parlamentar do Chega mais do que quadruplicou para pelo menos 48 deputados na legislatura de 230 assentos, dando à direita uma maioria”, destaca.

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Folha de S.Paulo

Direita vence socialistas em disputa acirrada em Portugal, e ultradireita mostra força

No “país irmão”, a brasileira Folha de S.Paulo sublinha “a menor abstenção em mais de uma década” nas eleições portuguesas. Tomando nota da “disputa apertada” que deu “o maior número de cadeiras” à AD, derrotando o PS, este jornal de referência do Brasil acrescenta: “O grande destaque, porém, foi a legenda de ultradireita Chega, que se consolidou como terceira força ao quadruplicar sua bancada e se tornou peça-chave para a definição do próximo Governo.”

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CNN

Coligação de centro-direita de Portugal declara vitória curta com direita radical a disparar

Ainda do outro lado do Atlântico, a norte-americana CNN nota como o Chega conquistou “um quinto dos votos” nas eleições antecipadas deste domingo. “A coligação Aliança Democrática venceu 29,5% dos 98,98% dos votos já contados na madrugada de segunda-feira, com o incumbente Partido Socialista a conseguir 28,7%. Os resultados não são finais — mas o líder socialista Pedro Nuno Santos já assumiu a derrota. O Chega venceu 18%, uma conquista para o partido radical de extrema-direita e para o seu líder, André Ventura, um ex-aprendiz de padre [seminarista] e ex-comentador de futebol.”

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BBC

Centro-direita vence eleição em Portugal enquanto a extrema-direita dispara

Os correspondentes da BBC em Lisboa reportaram que “o líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, disse aos apoiantes que os portugueses votaram por uma mudança, mas a margem da sua vitória foi menos do que convincente”. “Os dois principais partidos conseguiram 29% dos votos [cada]. Só [o partido de] extrema-direita Chega pode reclamar uma vitória clara”, notam.

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